Hoje vou falar de cinema; de cinema e de… política. Melhor, acho que vou arriscar um neologismo: polítcia!, como convém ao PT. Sigamos!.
Em 1992 foi lançado um dos melhores filmes que já vi – Unforgiven (Os Imperdoáveis) – direção de Clint Eastwood que também estrela o filme como o (ex-)celerado Bill Munny. Junto dele uma constelação de grandes atores como o inigualável Morgan Freeman (Ned Logan), o sempre excelente Gene Hackman (Little Bill Daggett) e David Harris (English Bob, “The Duke of Death”) sobre cuja personagem falarei mais a seguir.
Um filme tão bom não passaria despercebido. Unforgiven recebeu nove (!) indicações para o Oscar e venceu quatro: Melhor Diretor (Clint Eastwood), Melhor Ator Coadjuvante (Gene Hackman), Melhor Fotografia (Clint Eastwood) e Melhor Edição (Joel Cox). Também foi indicado para duas categorias do Globo de Ouro e venceu duas: Melhor Diretor (Clint Eastwood) e Melhor Ator Coadjuvante (Gene Hackman). Realmente um filme campeão. Quem não viu, veja! Quem já viu, veja novamente. É memorável.
Num parágrafo anterior eu disse que falaria mais sobre o personagem de David Harris – mais inglês do que nunca no filme –, intérprete de English “The Duke of Death” Bob. Seu papel no filme não é longo, mas serve de preâmbulo para a entrada em cena de Little Bill Daggett, personagem de Gene Hackman. English Bob seria uma daquelas muitas “armas a soldo” que fizeram a fama do Velho Oeste americano e que adorava exibir sua boa pontaria, sua destreza no uso das armas e seus feitos passados, isto é, os pistoleiros que ele havia matado. O Duque da Morte (English Bob era monarquista incorrigível) se fazia acompanhar de um “biógrafo” – W. W. Beauchamp, personagem de Saul Rubinek – que tomava nota de suas bravatas e editava a publicação ilustrada “The Duke of Death”. Jactar-se dos próprios feitos e externar o desprezo imensurável por pelo povo americano – "trogloditas que sequer tinham um rei" –, além de ver publicadas suas façanhas, este era o prazer do sedicente “Duque”.
Ao adentrar Big Whisky, cidade onde Little Bill Daggett (Gene) é xerife, English Bob desrespeita um aviso de que “armas são proibidas na cidade”, o que ele olimpicamente desconsidera. Afinal, ele era o “Duque da Morte”. Quem ousaria desarmá-lo? Bom, Little Bill aceita o desafio. Devidamente coberto por diversos auxiliares armados, ele rende English Bob, desarma-o, aplica-lhe uma tremenda surra em público e o mete todo quebrado e sangrando na cadeia. Encarcerado Bob, Little Bill revista seus pertences e descobre uma brochura de “The Duke of Death”, título das “memórias” de Bob que ele, provocativamente, pronunciava como “The Duck of Death” ou “O Pato da Morte”. É… também lá “pato” é sinônimo de otário. Esses bípedes palmípedes da fauna mundial são usados para figurar a idiotice porque são fáceis de enganar, capturar e matar, daí o trocadilho provocativo de Little Bill.
A palavra “pato” tem farto uso na língua inglesa. Um presidente – na verdade qualquer mandatário de cargo eletivo em final de mandato – é cognominado “lame duck” que aqui traduzem como “pato manco”, erroneamente no meu entender. A expressão “pobre coitado” seria mais apropriada. Outro uso de “pato” no Inglês é “sitting duck” ou “pato imóvel”. Ora, o bicho já é parvo, fácil de enganar, capturar e matar, e ainda fica parado! Não por outra razão esta é uma expressão comum entre atiradores de todos os naipes para indicar o tiro fácil, a morte certa do alvo. Pois assim é…
A esta altura, você leitor deve se perguntar: e onde é que entra a política, ou a polítcia, como mencionado no início? Ora, é porque quero mandar um aviso ao Duque, ao Renato Duque, o “homem do Zé Dirceu na Petrobrás”, como a ele se referiu o Diogo Mainardi. Eu acredito que ele se sinta o próprio “Duque da Morte” de Os Imperdoáveis. Depois que foi tirado da cadeia, por intervenção direta do Babalorixá de Banânia, ele pode se achar o tal, mas não é! Na minha modesta opinião, Lula não o tirou da carceragem da Polícia Federal para aliviar o pescoço do “amigo”. Na minha opinião, Lula quer tornar o “Duck of Death” do PT em “sitting duck”. É isso o que é Duque fora da cadeia: um alvo fácil, um caso de polítcia, como aquele do Celso Daniel.
Um bom final de semana a todos!