quinta-feira, 30 de julho de 2015

Parlamentarismo? Não, obrigado.


© 2015 Euler German

No Brasil é assim: tempo vai, tempo vem, e (re-)surge a proposta parlamentarista. E as alegações são quase sempre as mesmas: é um sistema de governo muito mais avançado, todos os países mais desenvolvidos (exceção feita aos EUA) são parlamentaristas etc. Tudo é verdade, mas não é bem assim uma “verdade” que nos convenha.

Vamos começar por nossa realidade. Temos um sistema representativo bicameral, composto de 513 deputados e 81 senadores, todos eleitos, mas a coisa para aí. Os senadores carreiam consigo dois penduricalhos, também chamados de suplentes de senador. Na vacância do titular eleito assume o 1º suplente e, na vacância deste, o 2º suplente. Tanto um quanto outro são ilustres desconhecidos do eleitorado, não têm voto sequer para se elegerem como vereadores, mas têm dinheiro ou influência para bancar o cabeça-de-chapa. Foi assim que por exemplo, elegemos Itamar Franco senador por Minas Gerais e “ganhamos” Zezé Perrela quando o senador eleito veio a falecer.

Itamar, vocês conhecem, foi o pai do Plano Real (desculpe FHC, mas não foi você). Fez em 2 anos de governo o que nenhum dos seus antecessores conseguiu fazer: debelar a inflação. Pessoa de caráter reto, moral ilibada, absolutamente probo, foi substituído por um finório larápio cuja última referência na mídia de que me lembro foi num caso de tráfico de meia tonelada de cocaína para o Espírito Santo e de lá possivelmente para a Europa. Bom, isso é só para ilustrar o que pode acontecer com um ou mais dos 81 senadores (3 por unidade da federação, que no “mundo civilizado” nunca são mais que 2) e que poderão compor um eventual governo já que basta ser parlamentar.

Também temos a outra casa legislativa, esta com 513 membros. Na teoria ela deveria representar, proporcionalmente, a população de cada estado federado mas os “iluminados constituintes” acharam por bem meter a colher naquela parte da Matemática que cuida das Razões e Proporções. Assim, estados cuja população total não dá um bairro de São Paulo (SP) são dotados do mínimo de 8 cadeiras, e o estado paulista, que no último Censo (2010) totalizou mais de 41 milhões de almas, tem apenas 70 deputados quando deveria ter, pelos meus cálculos, um mínimo de 106 cadeiras. Aí alguém pode gritar “Com 106 deputados, São Paulo vai mandar na Câmara!” São Paulo não, cara-pálida, o povo de São Paulo; os mais de 41 milhões que produzem a maior parte do PIB deste país. Democracia é isto, nem mais, nem menos. Certamente não é “tal coisa” o que temos aqui. Nos países civilizados (lá vou eu….) é assim: o estado do Alasca tem um único deputado, assim como Maine e Vermont, enquanto que Massachussets, um estado com a mesma área de Vermont, tem 9 deputados. Será porque há mais gente lá? É isso aí!

Idiossincrasias à parte, aqui está o pior: quando você vota em um deputado, pessoa que você julga séria, reta, honesta, um quase santo, vai certamente também eleger alguém que você detesta, deplora e abomina. E nem precisa ser do partido do seu candidato. A sujeira do nosso processo eleitoral é tamanha que eu não voto para nenhum cargo cuja eleição seja por esse critério (vereadores, deputados estaduais e federais) há décadas. Após o caso Itamar, só voto no senador se (e somente se) seus suplentes passarem pelo mesmo crivo do candidato. Quase sempre isto resulta em votos nulos de cima a baixo.

Explicado – ainda que de forma superficial – o universo de onde sairá o “Governo Parlamentarista”, cabe a pergunta? Você confiaria num governo desses? A não ser que os iluminados daqui inventem um “parlamentarismo à brasileira”, é dessa barafunda chamada Congresso Nacional que sairão o Chefe de Governo (ou Primeiro-Ministro) e todo o Gabinete, isto é, todos os Ministérios (Fazenda, Saúde, Defesa, Previdência, Planejamento etc.). Só de pensar tenho um ataque de urticária.

Gente como FHC, Aécio Neves, José Serra, Alckmin, Eduardo Cunha, e mais recentemente Reinaldo Azevedo (!), se confessam parlamentaristas. Joaquim Barbosa, ex-Supremo, como eu acha um horror. Segue uma compilação de algumas frases dele a respeito:

“Parlamentarismo: é um sistema que, se for mal desenhado, mal concebido, pode provocar enorme instabilidade política. Exemplos? França, de 1871 a 1958: por força da ausência de maiorias estáveis no Parlamento, os governos eram derrubados a cada 6/7 meses. Outro exemplo? Itália: do fim da segunda guerra mundial até os anos 90. A mesma brutal instabilidade política!!! Por que? Explico. Parlamentarismo é um sistema em que a perenidade/estabilidade do governo depende do apoio e fidelidade de uma sólida maioria no Parlamento. Fragilizada ou fraturada essa maioria, automaticamente o governo cai. O nome técnico desse mecanismo: ‘responsabilidade política’, ou o apoio específico do Legislativo para todas as suas decisões políticas. Se o Executivo [o Primeiro-Ministro e seu ministério] propõe uma determinada medida (um projeto) ao Parlamento e este a rejeita, significa que o governo ‘perdeu a confiança’. Cai. O Parlamento, por sua vez, pode votar uma ‘moção de desconfiança’ contra o governo. Se aprovada, o governo cai. O parlamentarismo é um sistema ‘mangeur d'hommes’ (devorador de homens). Temos toda essa abundância? […] Concluindo: façam um paralelo entre a turbulência parlamentar vivenciada pelo Brasil no primeiro semestre de 2015 e o que aconteceria se…”

Existe uma coisa que o Dr. Joaquim Barbosa não mencionou no texto acima, uma compilação de tweets que me deu algum trabalho (só loucos tentam se expressar em soluços de 140 caracteres, melhor fazer logo um blog) e que eu reputo como essencial: um regime parlamentarista necessita de uma burocracia governamental muito bem pensada e cuidada. Os órgãos de governo precisam ser formados por funcionários de carreira. Em outras palavras e sem mais delongas, não pode existir essa prática de “cada um carrega sua patota quando assume”. Não dá. Como o governo (ou “gabinete”, no jargão parlamentarista) pode cair sem maiores avisos, todo o staff governamental tem de se manter imutável. Se você está em tratativas com o Estado, encontrará a mesma pessoa que o atendeu anteriormente, mesmo que o gabinete governamental tenha sido trocado uma ou mais vezes. Aqui nós sabemos que a cada governo mudam-se todas as “pessoas de confiança” e até as de confiança alguma. Haja lugar pros distribuidores de santinhos. Tal coisa não pode existir no parlamentarismo porque senão o país pararia a cada queda – e um país não pode parar.

Grosso modo, no presidencialismo o governo se mantém por “dificuldade de remoção” (que Dilma não ouça); no parlamentarismo, pela solidez advinda da homogeneidade social – algo impossível de ocorrer num país de dimensões continentais como o nosso ou mesmo nos EUA. Mesmo assim, no último plebiscito sobre a forma de governo eu votei pela monarquia parlamentarista (não havia outra). Sou monarquista por convicção mas também por economia. É muito mais barato manter uma família real que manter presidentes e ex-presidentes (além da Dilma, pagamos pensões vitalícias e integrais para Sarney, Collor, FHC e Lula – não sei se cônjuges sobreviventes têm direito, então a lista pode ser ainda maior) e outros mimos como seguranças pessoais 24/7. Imaginem a conta!

Muita gente torce o nariz para um soberano. Acham melhor escolher uns pulhas como Collor ou Lula, debiloides como Dilma, mas poder dizer “Foi eu que escolhi!” Se vocês conhecessem Dom Bertrand, o herdeiro ao Trono do Brasil  (assisti a um hangout com ele ontem à noite), desejariam ter um Rei assim. Procurem aí no Google sobre ele e podem compará-lo a qualquer ex-presidente, vivo ou morto, e verão: o Brasil fez uma enorme burrada com Deodoro lá atrás, mas o que somos senão um país com uma imensa maioria de idiotas. Pior. Tem gente que não é e quer passar a ser, né Reinaldo?

quarta-feira, 29 de julho de 2015

Não tem preço - 3


Há coisas que não têm preço, já disse aqui. Dentre elas, talvez a mais gratificante seja a de descobrir-se certo, ou, mesmo quando errado, não estar sozinho no erro já que humanos todos somos. E que fique claro: a qualidade da companhia, no erro ou no acerto, deve ser a próxima coisa melhor. Repasso um artigo que me chegou hoje por e-mail na íntegra. Grifos em ocre meus.

A mulher que Dilma é
Enio Mainardi

Chego a uma conclusão sobre a Dilma. Não queria pensar nela, nestas horas de dormir. Mas é inevitável. Acho que entendi a mulher que ela é. “Mulher”, digamos. A Dilma é retardada .

Essa palavra é inconveniente, cheira politicamente incorreta. Mas insisto: retardada. Quer dizer, a inteligência dela não chega à normalidade, fica na metade de baixo das pessoas medianamente dotadas. Daí que todos, no mundo em volta dela, se aproveitam dessa deficiência mental, dessa fragilidade de seu raciocínio. E o problema é que ela seriamente acredita que merece estar no lugar onde chegou. Está tomada de arrogância.

Acho que o Lula, quando a escolheu, pensou que com esse QI deficiente da Dilma, seria fácil levá-la pela rédea, para onde quisesse. Errou. Ela agora acredita no personagem poderoso que fingem ela ser, espertamente. Tudo na Dilma é ligeiramente fora de prumo. O jeito de olhar, de falar, as besteiras que ela gagueja sem nenhuma auto-crítica.

Uma pessoa assim entra em grandes frias. Todo mundo sabe que ela faliu uma lojinha de artigos chineses de 1,99. Fez guerrilha porque a levaram para isso. Ela não tem nem bagagem ideológica, vai na onda, segue quem está na frente. O guindaste que a elevou às alturas de ministra e depois presidenta, é um cara instintivo, esperto, mas ignorante. Ele se impressionou com o laptop dela, os números que ela citava nas reuniões, que faziam acreditar que havia muita informação e bom julgamento naquela senhora.

Os dois erraram em suas mútuas avaliações . Nossa maior miséria é ela acreditar em si mesma, com sua vaidade sendo assoprada por todos que lhe querem aplicar um estelionato. Muitos fizeram isso. E ainda vão fazer. Assim o país vai para baixo, a bunda dela sentada pesadamente em cima da nossa cabeça. Vamos de desgraça em desgraça e ela, nem aí .

Seu único objetivo é continuar onde está, usufruindo as luzes do palco. Metade dessas luzes já está apagada, mas ela se ajeita para pegar mais uma resto de iluminação que confirme sua megalomania galopante.

É uma retardada. O que nem é um xingamento, mas uma classificação.


Meu pitaco:

Salientei trechos do artigo do Ênio (o último grifo, em preto, é dele mesmo) que espelham meu próprio sentimento, minha opinião e crença. Compartilhar do pensamento de Ênio Mainardi é honroso antes mesmo de ser elogioso. Sinto-me honrado.

terça-feira, 28 de julho de 2015

Vergonhoso e constrangedor - 8


“Xingue-os do que você é, acuse-os do que você faz.”, certo peixe?


Meu pitaco:

Depois de ver revelada ao público sua conta secreta no banco BSI da Suíça, com um saldo nada desprezível de 7,5 milhões de Reais (2,1 milhões de Francos suíços), o peixe pimpão entrega sua sorte nas mãos competentes do indefectível Kakay, o advogado de 10 em 10 corruptos, ladrões, quadrilheiros e que tais de Brasília.

Sabe como é, peixe...

Não sei o que é mais comprometedor: a conta secreta com valores não declarados ao fisco, ser cliente de Kakay, ou ser senador. O fato: peixe, seu presente o condena

Perguntar não ofende - 4


...e você?


Meu pitaco:

A chapa esquenta e já não há quem tire as castanhas do fogo. E por falar em fogo...


NÃO SE OMITA!

domingo, 26 de julho de 2015

O escorpião que pediu ajuda ao sapo


Reproduzo abaixo parte do texto do Jornalista Polibio Braga, um dos poucos da profissão que admiro. Grifos meus, pitaco em seguida.

Existe uma fábula que conta a história de um escorpião que, prestes a morrer afogado, pediu socorro a um sapo. Este, com medo de ser picado, a princípio negou a ajuda. No entanto, sua boa índole o levou a ceder os apelos do escorpião. Ao conduzir o escorpião a um lugar seguro o sapo recebeu então a picada que tanto temia. Em seus últimos suspiros o sapo perguntou ao escorpião o porquê dele o picar, mesmo após ter salvado sua vida. O escorpião respondeu com naturalidade: 

- Não pude evitar. É a minha natureza.

A fábula poderia ser aplicada em pelo menos três momentos da história de Fernando Henrique e Lula (e por extensão ao PSDB e ao PT). O primeiro aconteceu às vésperas das eleições de 2002, quando Fernando Henrique colocou o então candidato Lula no “sucatão” presidencial e o conduziu ao FMI para assinar um empréstimo para ajudar a debelar a crise do seu futuro governo, fruto justamente de suas declarações irresponsáveis quando oposição¹.  O fato é bem retratado no livro “A campanha secreta de FHC pró-Lula”, o que certamente ajuda também a explicar o distanciamento entre Serra e FHC nas eleições daquele ano. Aliás, não apenas este desfecho, mas já nos primeiros sinais do agravamento da chamada Crise Lula, em meados de 2002, FHC deu uma entrevista onde praticamente afiançou a eventual eleição do opositor, afirmando que este estava “preparado para assumir o Brasil”. Ou seja, FHC se comportou exatamente como se espera de um estadista: colocou os interesses do país em primeiro lugar², sacrificando a eleição do seu sucessor.

Mas a ajuda do sapo Fernando Henrique ao escorpião Lula não parou por aí. 

No dia seguinte ao resultado das eleições, este colocou todos os seus ministérios à disposição do PT para iniciar uma pacífica transição³. A boa vontade do PSDB foi tanta que o então ex-ministro Antônio Palocci, em seu livro “Sobre formigas e cigarras”, se desmanchou em elogios ao governo FHC, não apenas pela política econômica herdada, mas também pela agenda de reformas já elaborada.  Aliás, o PT chegou a cogitar a permanência do até pouco tempo demonizado Armínio Fraga no cargo de Ministro da Fazenda. E mesmo com a escolha de Palocci para o cargo, o PT foi recrutar no PSDB o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles.

A relação entre PT e PSDB só começou a mudar depois que os ingênuos tucanos perceberam que foram enganados pela oportunista afabilidade do PT. 

A real natureza do partido, sua velha e conhecida postura arrogante, antirrepublicana, populista e autoritária já pôde ser conferida no dia da posse, quando o Palácio da Alvorada foi decorado com uma enorme estrela vermelha de flores, mostrando a confusão que o PT sempre fez entre partido e Estado.

O segundo momento em que o escorpião PT recorreu ao sapo PSDB foi em 2005, no auge do escândalo do Mensalão, quando os petistas convenceram os tucanos das “inconveniências” do impeachment para nossa jovem democracia. 

O resto da história todos conhecem. Lula, que perdia feio nas pesquisas tanto para Serra quanto para Alckmin, recuperou sua popularidade, venceu as eleições e intensificou sua retórica populista do “nunca dantes na história deste país”, aproveitando sempre cada sessão de autoglorificação para demonizar seu antecessor.

A terceira ocasião que o escorpião petista recorre ao sapo tucano aconteceu nesta semana. E como já se tornou rotina quando os petistas planejam algum passo polêmico, primeiro eles testam sua repercussão vazando alguma informação para a tal “imprensa golpista”. Em seguida, negam o fato, como fez o Instituto Lula, enquanto que na esgotosfera os blogueiros pagos pelo PT aproveitam para mais uma sessão de demonização da “imprensa golpista”.

É a velha estratégia de dar uma no cravo e outra na ferradura, como sempre fez o Lula, o Brahma. Como a repercussão foi tímida, uma vez que a população está cansada do noticiário político, logo em seguida aparecem os paus mandados de Lula fazendo declarações na imprensa (como o Jaques Vagner, por exemplo, exortando o “diálogo para o bem do Brasil”!

Ou seja, a historia se repete.  (link 1 abaixo para íntegra da matéria)


Meu pitaco:

Em que pese o sentido do texto estar correto, a ideia, a mensagem que o Jornalista quis passar está equivocada. Não há sapos nesta história, apenas escorpiões. Alguém pode se lembrar que Brizola chamava Lula de "sapo barbudo", mas isso era devido à má estampa do pelego — Lula passou a frequentar o barbeiro e o banheiro depois de conhecer Duda Mendonça — e à permanente cara de ressaca alcoólica. Retirado o sapo da fábula, cuidemos dos escorpiões.


¹ Quem acredita que tomar um empréstimo junto ao FMI foi um beau geste de FHC, não conhece o finório. FHC deliberadamente escalou Serra para perder, já que o mesmo se tornaria um empecilho irremovível daí a 4 anos caso ganhasse. FHC acreditou estar atirando "pérolas ao porco certo", mas que fique claro, em seu benefício futuro.

² Chamar FHC de estadista, sem usar aspas, é erro grave, razão pela qual eu, além de negritar, também ter alterado a cor no texto original. Como já salientado no parágrafo anterior, FHC usava de sua influência em seu único benefício. Ele havia aprovado a reeleição e se reeleito uma vez. Um governo Serra, que saberia manter os mesmos fundamentos do seu, o autorizaria a um segundo mandato — lógica elementar —, tempo (8 anos) em demasia. Serra foi atirado aos leões, para o gáudio da patuleia, enquanto FHC urdia sua volta para daí a 4 anos. Só não contou que o outro escorpião o demonizaria como o responsável por todos os males passados, presentes, futuros e inexistentes. O escorpião sabido e elegante sucumbiu à saraivada de estocadas do outro. Foi uma luta de um boxer meia-bomba contra um troglodita de MMA peso pesado. Massacre!

³ Quanta magnanimidade! FHC devia ganhar o Nobel da Paz e nenhum dos seus puxa-sacos se lembrou de indicá-lo (Lula já foi, e mais de uma vez!). Ironias à parte, FHC mostra naquela atitude exatamente ao que veio, o seu real papel na história. O que ele — escorpião de fraque e cartola — ensinava ao outro, era a clássica estratégia das tesouras (link 2 abaixo). "Olha amigo, somos farinha do mesmo saco, irmãos de luta e de glória, não há razão para nos digladiarmos. O butim chega para todos. Podemos nos revezar, hora eu, hora você, até o fim dos tempos...", teria dito ele ao Lula. Novamente, lógica elementar, mas quem disse que Lula é lógico?

Doze anos após, FHC só tem a "fina estampa" para mostrar. Acho que ninguém liga muito para o que ele tem a dizer. Passou. Lula também não está bem. Com a PF a rondar suas muitas propriedades, "laranjas" revoltados, denúncias de todo lado e a iminência de terminar seus dias de glória na prisão, devem estar mexendo com ele. É no que dá uma briga de escorpiões: vence o que morre por último.


Links:

Rindo por último - 65


O primeiro (e único) esporte de Lula é atirar 'cumpanhêros' ao mar


Meu pitaco:

Você acha isso cruel? Pois não é...
...alguém precisa avisar a idiotanta que seu governo acabou. Ha! Ha! Ha!

sexta-feira, 24 de julho de 2015

Perguntar não ofende - 3


"O que você faria?" Feita assim de supetão e fora de um contexto, a indagação não faz sentido. Não é nem uma coisa, nem outra — é um NADA. Mas se o assunto que a precedesse fosse, digamos, sobre saúde (e eu venho brigando com uma virose há quase uma semana), aí já há algo a emoldurar. É o que se convencionou chamar de "formar uma opinião" e que chamo aqui de "pitaco", por informal (e pro bono) que seja. Como na antiga marca de sabonete, Vale O Quanto Pesa.


O questionamento me veio à cachola após a leitura do artigo (primoroso!) do Financial Times do dia 22 próximo passado (link abaixo) sob o título "Recession and graft: the growing rot in Brazil" que eu traduzi como "Recessão e propina: aumenta a podridão do Brasil". Outros traduziram diferente, mas não entro no mérito. A palavra graft ainda lembrou-me outra coisa...

O periódico britânico é taxativo: incompetência, arrogância e corrupção, ajudadas pelo fim da alta demanda de nossas commodities, apressaram a queda para o fosso profundo da recessão. Há mais publicações (vide links). Aqui, eu ainda arrisco afirmar que durante o oba-oba que foi o governo Lula, o boom das commodities mascarou o diagnóstico do lulopetismo: incompetente, arrogante e corrupto. Somente a partir do refluxo da maré foi que ficou evidente que O MAL estava instalado em Brasília.

E aqui eu tomo a palavra inglesa graft, usada no título da matéria do FT, por empréstimo. É que uma de suas acepções é de tecido ou órgão transplantado — um enxerto, se preferir — e serve bem para o que vou dizer: "Em 2003 transplantamos um tecido canceroso para Brasília." Instalamos naquele corpo uma doença terrível, fatal, que cresce e se espalha cada vez mais rápido. Enquanto isso, curandeiros se reúnem para discutir a conveniência da amputação, da quimioterapia ou da reza brava. Tempus fugit.

Meu dentista adota uma conduta interessante: contenção imediata dos danos seguida do tratamento restaurativo propriamente dito. Traduzindo, deve se interromper imediatamente TODO o processo degenerativo e cuidar do aspecto estético-funcional somente após. A demora em conter, imediatamente, TODO o dano põe em risco o tratamento e/ou seu sucesso. Eu concordo. Agora aquela pergunta do início faz sentido, não faz? "O que você faria?"


Meu pitaco:
  
  • Remoção imediata do tumor petista: Dilma, Lula e suas metástases.
  • Reforma imediata do Estado, dele extirpando tudo o que não for intrínseco e correlato, ficando apenas o essencial como: relações internacionais, defesa externa e segurança interna, sistemas legislativo, jurídico e tributário. Traduzindo: fim do Estado-paizão, adoção do Estado-mínimo.
  • Incentivar a iniciativa privada (e produtiva) a suprir as demais funções hoje ao cargo do estado-glutão-e-ineficaz, principalmente pela abertura das demandas à concorrência estrangeira, algo no molde do que a União Europeia propôs à Grécia (e à Itália, à Irlanda, a Portugal e à Espanha — os PIIGS na sigla em Inglês).

Pode ter mais, mas eu já me basto com essas três. Sugestões são bem-vindas!


Links:

Imperdível!



Artigo na revista The Economist: The power behind the throne
Não deixem de ler!


Meu pitaco:

É o típico humor inglês...
...sutil e ferino ao mesmo tempo.

quinta-feira, 23 de julho de 2015

A incontinência¹ de Lula


Houve um tempo em que Lula era apenas incontinente. Figura menor e até caricata, produzia apenas discursos e ruídos. Era um mero agitador como aqueles dos nossos tempos de universidade, só que ignorante e iletrado. Lula era um agitador "das massas operárias" e cresceu explorando-as.

Descobriu que iniciar e incentivar greves era um grande negócio. Logo tornou-se o intermediário de facto entre trabalhadores do ABC e a FIESP. Enquanto os trabalhadores acreditavam que a única forma de obter algo mais era com Lula, o pessoal da FIESP sabia que ele era a certeza de se obter algo por menos. Tradução: Lula era um pelego, talvez o pelego mais bem sucedido da História, fato somente possível num país onde a ignorância da população vai bem além dos 80%.

Somente num país assim a incontinência poderia produzir um resultado palpável tão espetacular. Lula foi eleito presidente do país por dois mandatos e repetiu o feito com sua sucessora, outra incontinente só que com miolo mole. No entanto, ainda há gente que culpa a "crise internacional" por estar o país atirado à sarjeta...

O momento atual, entretanto, não poderia ser mais eloquente. Até mesmo as ovelhinhas inocentes que acreditaram no discurso da alcateia de lobos petistas, acordaram para a realidade. Afinal, a conta do supermercado cresceu três vezes em valor (ou decresceu outro tanto em quantidade). Não há argumentos para um desconto de 18% na conta da energia se transformar em um aumento de mais de 50% hoje — tudo isso enquanto a patuleia assiste ao desfile da frota de carrões do Caçador de Marajás das Alagoas arrestados pela Polícia Federal. E ainda mostram sua cara apoplética a bufar de indignação, afinal, por ser tratado como um cidadão comum pelos manés acostumados ao seu desfrute.

Acho que foi aí que caiu a ficha para Lula. Sua coleção de boçalidades, sua habitual incontinência, já não mesmerizava o povão. E Lula, que pode ser ignorante mas não é burro, vai pedir ajuda a quem? Ora, a quem o criou, bolas! Lula chama a seu pai, FHC (!) e pede ajuda. Exatamente: Fernando Henrique Cardoso, nem mais, nem menos. Eu li no site o Políbio Braga (link abaixo) e o artigo não deixa dúvidas: bateu o terror com razões para mais incontinências (abaixo as diversas acepções, todas aplicáveis). Leitura obrigatória.


Meu pitaco:

O leitor pode se perguntar "O que isso significa?" Vou usar uma imagem que circula pela Net e fala por si:

À espera do iceberg

Pois é bem isso aí. O Brasil é o Titanic da vez. A viagem dos sonhos virou pesadelo: a patuleia trancada nos conveses inferiores tentando sair enquanto entra a água gelada; os ricaços procurando os poucos escaleres disponíveis, enquanto outros se jogam ao mar pela sorte. Nesse ínterim, o capitão Lula e sua imediata Dilma, ora se acusam, ora se culpam, enquanto decidem se fogem ou afundam com o barco. Dizem que, ao fundo (não há melhor palavra), a orquestra do PT não parou de tocar.

E o Fernando? Ora, FHC saiu de férias e não foi a bordo do Titanic Brasil. Assiste ao naufrágio pela CNN (ou BBC, tanto faz) com um sorriso maroto nos lábios... Se o discípulo é "o cara", ele ainda se julga "o mestre", aquele "ente superior" que ignora impertinências de incontinentes. Vai dar filme...


Links:


¹ Incontinência:
n substantivo feminino
qualidade, estado ou condição de incontinente
1       falta de comedimento nos gestos, palavras, atos, sentimentos etc.; imoderação, descomedimento, intemperança
Ex.: <i. afetiva> <i. verbal>
2       falta de continência, de comedimento nos prazeres sexuais; luxúria, sensualidade, impudicícia
3       Rubrica: medicina.
incapacidade de controlar, de reter a emissão de uma excreção, esp. da bexiga ou dos intestinos
 

segunda-feira, 20 de julho de 2015

Covardes e criminosos


Li nesta manhã no Diário do Poder, grifos meus. Comento a seguir.

Impeachment une tucanos e peemedebistas
PMDB e PSDB apostam nas manifestações contra Dilma, dia 16
Publicado: 20 de julho de 2015 às 00:00 - Atualizado às 01:13



A comunidade política evita adotar a todo custo o discurso de apoio aberto ao impeachment de Dilma. Mas, nos bastidores, especialmente após o rompimento de Eduardo Cunha com o governo, a situação é outra: tucanos e peemedebistas decidiram aguardar as manifestações marcadas para 16 de agosto. Caso a adesão e o impacto dos protestos sejam expressivos, a cúpula dos dois partidos avalia que a solução para a crise política e institucional brasileira será a cassação de Dilma.

Um dos mais interessados no assunto, Lula acompanha com atenção a movimentação, que poderá ser decisiva para o futuro de Dilma.

Interlocutores de Lula insistem com aliados que a melhor estratégia para o PT, de olho em 2018, seria saída antecipada de Dilma.

O vice-presidente Michel Temer pediu a aliados para não associá-lo à movimentação, o que acabaria deslegitimando seu eventual governo.


Meu pitaco:

Eu quero iniciar com uma frase que acabei de ler e guardar:

"Livrar-nos dos comunolarápios é a ÚNICA prioridade. Retardar essa medida salvadora a pretexto de 'preservar as instituições' é UM CRIME tão grande quanto mil Petrolões." (Olavo de Carvalho)

Nossos "representantes" já deveriam tê-lo feito há tempos, ainda no primeiro governo Lula. Não o fizeram pela covardia tão eloquentemente ilustrada na frase de FHC — "Vamos deixá-lo sangrar..." —, repetida não faz tanto tempo por Aloysio Nunes, seu cupincha.

E agora? Mais do mesmo. Aécio, Cunha, Calheiros e — por que não dizer — Temer, dizem aguardar a manifestação de 16 de Agosto para saber o que fazer, que decisão tomar. Biltres todos eles. Uma presidente e um governo que não consegue sequer 10% de aprovação já deveriam ter saído há muito. Isso, ou postos para fora!

Vergonha na cara — todos sabemos — não é uma qualidade entre políticos, quanto mais ainda da politicalha petista. Mas é bom que saibam, todos eles, a Manifestação de 16 de Agosto não será apenas contra Dilma, Lula e o PT, mas também contra todas as instituições corrompidas da República. Não vamos continuar a sacrificar o povo sob o pretexto de manter instituições carcomidas e aparelhadas que só fazem proteger os espoliadores da Nação!


Perguntar não ofende - 2


Recebi esta há pouco, via e-mail, que repasso com meu comentário.


         Hablando mierdas...


Meu pitaco:

Nós também! A rainha da Suécia é nossa; mandamos nossos melhores jogadores não apenas para a Espanha mas também para a Itália, Holanda, Reino Unido e EUA. Tudo bem, ainda não demos um papa ao mundo, mas até ele sabe que Deus é brasileiro...

... Ahora, hablando de mierda, ¿desea compararla con Dilma? ¡Todos los sabemos que Dilma es una mierda aún más grande!

quinta-feira, 16 de julho de 2015

He is The Man!


Lula está de volta às manchetes internacionais, porém não exatamente da forma como queria. Saiu assim n'O Antagonista:

Financial Times - Lula probe deepens Brazil's political crisis

France-Presse - Brazil opens corruption probe against ex-president Lula

Bloomberg - Brazilian Stocks Drop With Real as Lula Faces Corruption Probe

The Wall Street Journal - Brazil Probes Ex-Leader da Silva in Criminal Matter

Le Monde - Une enquête ouverte pour trafic d’influence contre l’ex-président brésilien Lula

Il Fatto Quotidiano - Ex-presidente Lula indagato per presunto caso di corruzione

New York Times - Prosecutors Investigate Brazil’s Former President

TVE - La Fiscalía abre una investigación penal a Lula por supuesto tráfico de influencias

Público - Procuradoria de Brasília abre investigação formal a Lula da Silva

CNBC - Prosecutors investigate Brazil's former President Lula da Silva over allegations of influence peddling

Agerpres - Brazilia: Fostul preşedinte Lula, anchetat pentru trafic de influenţă


E claro, já circula também a imagem da portaria do Ministério Público que dá início às investigações.



Meu pitaco:

Entornou o chope do Brahma. Lula, só hoje, já obteve mais manchetes policiais em jornais estrangeiros (os nacionais nem faço conta) que títulos honoris causa.

E assim que distribuir esta mensagem, vou ali buscar um whisky e fazer um brinde. Também espero que o Reinaldo Azevedo não dê chiliques se resolverem algemar o meliante...

quinta-feira, 9 de julho de 2015

Vergonhoso e constrangedor - 7


O que Evo ouviria de Wojtyla?


Meu pitaco:

Os jesuítas não fizeram bem a catequese dos ameríndios... 500 anos depois, uma cria dos catequizados presenteia o Papa oriundo daquela Ordem com uma "cruz comunista". Fica a dúvida se é desaforo, ignorância ou só mau gosto.

É como na máxima de Talleyrand sobre os Bourbons: "Não aprenderam nada, não esqueceram nada.", que vale também para Vossa Santidade. Touché!

terça-feira, 7 de julho de 2015

Perguntar não ofende - 1


Dilma descarta renúncia e diz: 'Eu não vou cair'

Acuada pela crise política, presidente afirma em entrevista ao jornal 'Folha de S. Paulo' que não tem 'culpa no cartório' e que não existe 'base real' para um eventual afastamento.


Eu pergunto:

Ela também disse: nem que a vaca tussa?