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sexta-feira, 12 de outubro de 2018

O esperneio da mídia

Acabo de ler rapidamente uma postagem no Brazil Journal, assinada por Mariana Barbosa. Leiam um trecho.

'Nós contra eles'. Campanha da CBN põe o dedo na ferida

quarta-feira, 22 de março de 2017

Pelo "Estatuto do Desmicrofonamento"


Sempre me implicou a leviandade com que "repórteres", ou "jornalistas", ou "colunistas" abusam dos meios de comunicação de massa. Não, eu não estou me referindo à mídia impressa, já que o mal causado por este meio está circunscrito a uma minoria que sabe ler e escrever — e quero com isso me referir a pessoas que conseguem entender o que foi escrito —, não apenas "ler de carreirinha" como queria Zeca Diabo e como fazem os milhões de analfabetos funcionais, todos diplomados pelo MEC.

domingo, 3 de junho de 2012

Lula: 'Não permitirei que um tucano volte a presidir o Brasil' — ou: 'O eleitor é só um detalhe'

Nunca antes na história dessepaiz a Arrogância teve melhor representante. Não há medidas ou limites para o que Lula pode produzir em matéria de desrespeito e escárnio. E não é só contra nós não; ele não respeita nem mesmo seus correligionários, como a presidenta Dilma ora no exercício do Poder. Na sua visão bem particular ela só serve mesmo para manter a cadeira quente.

Em entrevista ao Ratinho — nada mais conveniente que um ratinho para entrevistar um graúdo da espécie — Lula segue fielmente a cartilha Goebbels: mentir repetidamente até fazer da mentira verdade. Abaixo, trechos da entrevista-palanque com grifos meus.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva admitiu nesta quinta-feira pela primeira vez que pode voltar a se candidatar à presidência. Lula disse no Programa do Ratinho, do SBT, que entra na disputa caso a presidenta Dilma Rousseff desista da reeleição com o objetivo de evitar a volta do PSDB ao governo.

“A única hipótese de eu voltar a me candidatar é se ela não quiser. Não vou permitir que um tucano volte a presidir o Brasil”, disse Lula.

A primeira entrevista de Lula depois de diagnosticado o câncer na laringe em outubro do ano passado também serviu de palanque para o candidato do PT à prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad. O ex-ministro da Educação, empacado em 3% nas pesquisas de opinião, foi mostrado duas vezes, identificado como candidato de Lula, convidado a sentar à mesa de entrevista e alvo de fartos elogios.

A pedido de Ratinho, Lula justificou o fato de ter escolhido um nome novo para concorrer. “O prefeito de São Paulo quando começa a nascer qualquer que seja já nasce um pouco velho”, afirmou. Além de Haddad, Lula chegou ao SBT acompanhado do prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho, do deputado Ratinho Jr. (PSC-PR), do vereador José Américo e assessores.

Desde o início do programa Ratinho avisou que não faria perguntas incômodas ao ex-presidente. “Ele não é mais presidente da República e não tem que ser cobrado por nada. Vamos falar da saúde, da recuperação, de política e desse timeco do Corinthians”, avisou. Pouco depois, ao pedir que os telespectadores enviassem perguntas pela Internet, Ratinho foi ainda mais explícito.

“Aí começa todo mundo a mandar email com perguntinha besta mas eu não entro nessa. Vou conversar com o meu amigo Lula”, disse o apresentador. “Se for pergunta boa eu faço. Pergunta ruim não faço”, completou.

Quando faltava um minuto para o final do programa Ratinho citou o episódio com o ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes. “Eu nem ia perguntar sobre essa história do Gilmar Mendes porque o povão não entende muito”, disse o apresentador.

"Não tenho interesse em falar nisso. Quem inventou que prove a história. Quem acreditou nela que continue provando. O tempo se encarrega de arrumar as coisas", afirmou Lula

Ao longo de 44 minutos o ex-presidente foi alvo de elogios e teve o microfone à disposição para, com a voz fraca, atacar os adversários. Ao justificar as falhas no sistema de saúde pública, Lula acusou a oposição de acabar com a CPMF por vingança.

“Eles (adversários) não perceberam que não me prejudicaram mas prejudicaram o povo pobre. Por vingança me tiraram a CPMF que era imposto de rico”, afirmou.

Além de fazer política, Lula falou da vida fora da presidência e do tratamento contra o câncer na laringe. Lula falou das dificuldades do tratamento, da dor e de sua nova rotina. Apesar do assunto delicado, Lula mostrou bom humor ao comentar o terno que estava usando. “Eu brinquei com o Ratinho que este terno aqui comprei quando estava internado no hospital me preparando para por no caixão. Porque com terno velho eu não iria”, disse.

Não há como negar, Lula é um artista. Tal e qual um camelô ele mantêm a plateia mesmerizada com suas prestidigitações verbais, suas frases de efeito. Será que foi por isso que a entrevista foi no SBT? Pode ser, mas pode ser apenas a contra-partida pela "salvação" do Panamericano, isto é, do seu dono Senor Abravanel, mais conhecido como Sílvio.

A plateia vil e ignara adora as macaquices e o que Lula mais tem à sua volta são macacos amestrados. Macacos e macacas. O que os amestrados não sabem (ou fazem por não saber) é que eles nunca passarão de eventuais e necessários tampões, como a presidente em exercício, destituída do cargo no meio do exercício. Bestial!

Interessante notar que Lula "tema" o PSDB. Não sei se ao PSDB mesmo ou se à investida recente de Aécio como postulante ao cargo. Eu sempre disse que o PSDB errou ao enfrentar a candidatura Dilma com Serra. O resultado foi duplamente desastroso. Perdesse com Aécio e ainda ficariam os dedos, dedos que se foram com os anéis. O PSDB entrou no jogo, subestimou o adversário e perdeu fragorosamente. No futebol, analogia tão apreciada pelo vivaldino molusco, diz-se que o time entrou em campo com salto alto para jogar... É bem por aí.


É bom que fique claro, de uma vez por todas, que Lula sabe manejar muito bem o universo político. No seu enfrentamento não deve ser subestimado mas temido. Notaram que ele ainda não largou aquele osso da CPMF? Adivinhem qual imposto vai voltar se ele for eleito. Fosse o Ratinho algo mais que um pau mandado, ele arguiria o "entrevistado" que num país que tem uma das maiores cargas tributárias do mundo, algo aí próximo dos 40% do PIB, apenas míseros 3% retornam na forma de investimento. Em outras palavras, caro leitor, qual seria a parte mais favorecida por uma eventual CPMF? Seriam os tais 3% que cabem à sociedade ou os 97% que cabem ao governo? Acho que você sabe a resposta...

A entrevista-palanque foi um show de marketing político. Perguntas escolhidas a dedo e bolas levantadas para a cortada fatal. Só mesmo numa TV que anda caindo pelas tabelas, tal e qual o apresentador do programa, o ex-presidente podia armar o seu showzinho particular a preço e condições módicas. Nada do imbróglio com o STF e o ministro Gilmar foi tratado, apesar de todo mundo que se deu ao trabalho de assistir à pantomima o ter feito apenas para conhecer sua (dele) versão dos fatos. Que nada!

Mas se tiver que ser Lula — de novo — que seja. Que venha Lula! A Democracia tem algo a ensinar a este que é o mais antidemocrático dos nossos políticos; passados, presentes e futuros. Que caia pelas urnas — se for ele mesmo o candidato em 2014 —, ainda que a julgar por sua aparência, acho que ele poderá acabar mesmo fazendo bom uso daquele terno. Amém!

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

O lulo-ufanismo: bater bumbos e não bater a corrupção, o analfabetismo, a inflação, o atraso tecnológico, a ignorância crônica e a pequenês de ideias...

Fim de ano, época de festas, e o governo "progressista" ganha para seu arsenal de meias-verdades (i.e. meias-mentiras) mais um dado isolado, fora de contexto, porém apto a alegrar a imensa maioria da população que sofre daquele incurável complexo de vira-latas, aquele sentimento de inferioridade que insiste em aparecer quando se compara nossa realidade com o que se vê nos enlatados de Hollywood, Canadá ou Europa: o terceiro mundo é aqui. Publico a única matéria a respeito do tal fato que não se encontra contaminada pelo ufanismo barato, ou "autolouvação", como no texto da coluna do Celso Ming no Estadão — grifos meus.

Ficou maior. E daí?

O Guardian – importante diário de Londres – publicou matéria nesta segunda-feira que já considera o Brasil a 6.ª maior economia do mundo, ultrapassando a do Reino Unido – segundo conclusões de consultoria privada inglesa. A “novidade”, no entanto, já constava em dados divulgados pelo FMI em setembro, mas pouca gente deu importância à projeção (veja a tabela).

O risco é o de que agora o governo de Brasília e o cidadão médio deem mostras de subdesenvolvimento e recebam a informação com doses excessivas de autolouvação – e, assim, se perca o senso de realidade.



Também em economia, o brasileiro tende a se considerar maioral. E, como no futebol, continua nutrindo a sensação de campeão do mundo. Lá pelas tantas, sobrevém a lavada de 4 a 0 do Barcelona em cima do Santos para devolvê-lo ao rés do chão. Assim, é preciso ver com objetividade notícias assim e a confirmação que virá mais cedo ou mais tarde.

Tamanho do PIB é como tamanho de caneca. E o Brasil é um canecão. Tem quatro vezes a população do Reino Unido e 35 vezes a sua área territorial. Natural que, mais dia menos dia, ultrapasse o tamanho da economia de países bem mais acanhados em massa consumidora e extensão.

Enfim, é necessário examinar esses conceitos não só pela dimensão da caneca, mas também pela qualidade de seu conteúdo. A renda per capita britânica, por exemplo, é mais de três vezes maior do que a do Brasil e a partir daí se começa a ver as coisas como realmente são.

A economia brasileira ainda é um garrafão de mazelas: baixo nível de escolaridade, concentração de renda, bolsões de miséria, déficit habitacional, grande incidência de criminalidade, infraestrutura precária, enorme carga tributária, burocracia exasperante, Justiça lenta e pouco eficiente, corrupção endêmica… e por aí vai.

É claro que isso não é tudo. O potencial é extraordinário não só em recursos naturais, como também em capacidade de inovação e de flexibilidade da brava gente.

Mas há a energia que domina um punhado de emergentes – e não só o Brasil. Enquanto o momento é de relativa estagnação dos países de economia avançada, é ao mesmo tempo de crescimento bem mais rápido das economias em ascensão.

Esse grupo, liderado pela China (que ultrapassou neste ano o Japão como 2.ª economia do mundo), responde hoje por cerca de 40% do PIB mundial, ou seja, por 40% de tudo quanto é produzido no planeta. É também o destino de nada menos que 37% do investimento global – registra levantamento do grupo inglês HSBC.

Tal qual em outros temas, estimativas variam de analista para analista. Mas é praticamente inexorável que, até 2050, pelo menos 19 emergentes estarão entre as 30 maiores economias do mundo.

Mais impressionante é a velocidade do consumo. Só a China incorpora ao mercado perto de 30 milhões de pessoas por ano. Na Ásia, a classe média – diz o mesmo relatório do HSBC – corresponde a 60% da população (1,9 bilhão de pessoas).

Boa pergunta consiste em saber se o mundo aguenta esse novo ritmo de produção e consumo.

CONFIRA



Estouro. Falta incluir os números de dezembro. É grande a probabilidade de que neste ano a inflação medida pelo IPCA estoure a meta (já admitidos os 2 pontos porcentuais de escape). Os levantamentos feitos em cerca de 100 instituições financeiras e consultorias pelo Banco Central apontam para inflação de 6,54%.

Por trás, a gastança. Embora não configure perda de controle, esse esticão é resultado da forte elevação das despesas públicas em 2010, ano de eleições, que o Banco Central acabou por tolerar.

Pois bem, o que existe por trás da notícia: nada! Nadinha mesmo. Porque como disse o Ming, não é o tamanho da caneca que importa, mas seu conteúdo. De nada adianta um PIB gigantesco (vejam o da própria China) se em relação à população ele é irrisório. A China ainda faz um barulhão porque é um governo totalitário, com estado forte e intervencionista. Assim posto, o PIB chinês é bem mais do estado chinês que do povo chinês, embora digam o contrário. O quadro apresentado acima passa a ser mais significativo se vocês prestarem atenção à terceira coluna. Para onde é que foi a China? E o Brasil e a Índia? Números bem menos expressivos, não é?

O PIB per capita dos países ricos do mundo — aqueles que formam o G7 — é de quase 4 (quatro) vezes o do Brasil e Rússia; quase 10 (dez) vezes o da China e 32 (trinta e duas) vezes maior que o da Índia. Este indicador dá uma boa ideia do tamanho do mercado deles e o do nosso. Como se pode ver, d. Dilma falou muita bobagem em Bruxelas, mas duvido muito que a levaram a sério por lá.

Em que pese os esforços de uma esquerda cada vez mais intervencionista no Brasil, especialmente na mídia, nossos dirigentes ainda precisam observar a Constituição e uma ou outra lei, apesar do fôro privilegiado. Mas é preocupante que veículos de grande alcance como a Rede Globo tenham embarcado na canoa ufanista. Já fomos mais que a Itália e Reino Unido de fato, não esse bate-bumbo com jeito de corta-luz.

A coisa é tão descabida, tão despropositada, que fiquei pensando se é mesmo verdade que o metrô de Belo Horizonte se encontra como está há 40 anos; a tão propalada obra ELEITOREIRA da transposição das águas do rio São Francisco se encontra interrompida e abandonada; que nossas estradas só conhecem o "progresso" nas operações tapa-buracos e os portos e aeroportos do País são insuficientes, tacanhos, mal gerenciados e vergonhosos. Basta olhar para a infraestrutura desses países que acabamos de "superar" para ver o tamanho da mentira. Basta comparar a nossa EDUCAÇÃO com a deles, nosso IDH e o espetáculo do nosso crescimento. Balela!

Há muito eu critico o servilismo da mídia — cada vez mais amestrada —, sua submissão ao Poder. Tudo bem, sempre haverá a mídia "pró", mas no Brasil é uma quase unanimidade. Eu preciso ler vários jornais, dezenas de colunas, para encontrar uma opinião isenta, ou, quando muito, uma menos viciada. É bem verdade que quem paga a mídia são os anúncios e o Estado é o maior anunciante, mas poderiam ao menos disfarçar um pouco. Ainda verei uma direita responsável neste País e uma mídia isenta.