Mostrando postagens com marcador curral eleitoral. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador curral eleitoral. Mostrar todas as postagens

sábado, 16 de junho de 2012

Para Serra não basta ser "mau perdedor"; é preciso ser "mau ganhador" também!

Serra continua surpreendendo. Não contente em furar as "prévias do PSDB" para a candidatura à prefeitura paulista, ele agora distribui chutes e caneladas entre as hostes que o "apoiam". Acho que até o Reinaldo Azevedo — fã declarado do político paulista — terá dificuldades de explicar o inexplicável. Vejam o texto que peguei no Blog do Noblat, grifos meus.

Na primeira encruzilhada, Serra ameaça desistir

Ex-governador exige coligação do PSDB com o PSD do prefeito Kassab; projeções indicam que, assim, tucanos encolheriam na Câmara Municipal, enquanto pessedistas formariam "super bancada"; diretórios estadual e municipal em pé de guerra; sem aliança, Serra diz que pega o boné e volta para casa

247

Diante da primeira encruzilhada em que sua candidatura a prefeito se depara nesta campanha, o ex-governador José Serra já apontou para seu partido o caminho que pode seguir: voltar para trás.

Em recados duros que chegaram os ouvidos do governador Geraldo Alckmin, em viagem a Nova York nesta sexta-feira 15, Serra disparou a ameaça de simplesmente desistir de concorrer caso o PSDB não aceite, como ele exige, firmar uma coligação formal com as legendas PSD, DEM e PR.

Com olhos focados na liderança que, pessoalmente, poderá exercer sobre os coligados e no tempo de televisão que poderá dispor com -- e sem -- a soma dos espaços partidários no horário eleitoral gratuito, Serra sustenta que não se vê em condições de enfrentar, com chances, a disputa, caso não conte com o apoio das outras legendas.

O problema, para o partido dos tucanos, é que essa coligação irá resultar no chamado "chapão", em que candidatos a vereador de todas as siglas coligadas disputarão a eleição sob o mesmo guarda-chuva da candidatura Serra, dividindo proporcionalmente o resultado final.

Nas projeções de líderes tucanos como o secretário de Energia José Aníbal, de franca influência nos diretórios palistanos, o chapão teria o efeito de reduzir em cerca de 50% o potencial eleitoral dos postulantes do partido. Assim, em lugar de fazer uma bancada com até 12 vereadores eleitos, os tucanos saíram para a disputa projetando vitórias de apenas 6 ou 7 concorrentes.

A situação ganha complexidade quando se analisa o fechamento em curso da coligação com o PSD do prefeito Gilberto Kassab. Enquanto os tucanos, no último ano, viram oito de seu vereadores bandearem-se para outros partidos, e sua bancada, assim, ficar reduzida a sete edis, os pessedistas se beneficiaram dessa diáspora, com a adesão de três ex-tucanos, chegando a dez vereadores – a segunda maior bancada da Câmara, atrás apenas do PT.

A coligação PSDB-PSD tende a fortalecer ainda mais os filiados ao partido do prefeito, que, além de suas próprias bases, teriam a seu favor o resultado da conta de quociente partidário. O PSD largaria para a disputa com a chance real de formar o que já vai sendo chamada de super bancada, talvez entre 30% e 40% maior que a atual. Os tucanos candidatos temem que esse crescimento se dê sobre o seu definhamento. Serra não vê problema nisso, até porque considera os vereadores do PSD como estando sob a sua chefia.

Com 55 vereadores, a Câmara Municipal de São Paulo formará suas futuras bancadas pelo critério do quociente partidário – número resultante da divisão do número de votos válidos sob a mesma legenda ou coligação pelo quociente eleitoral. Nesse caso, a coligação funciona como um único partido: quem tiver mais votos dentro da coligação, está eleito, independentemente da legenda a que pertença. Aí reside a grande preocupação de parte do PSDB.

Enquanto isso, o PP do ex-governador Paulo Maluf está ameaçando abandonar as negociações de uma coligação com o PSDB. Por meio do secretário-geral da legenda, Jesse Ribeiro, Maluf pede, desde já, maior participação na eventual futura administração Serra, com um naco maior da secretária da Habitação e da Cohab, a companhia estatal que constróe casas populares. Caso não obtenha o que quer, ele ameaça fechar com o candidato do PT, Fernando Haddad.

Sob pressão, o governador Geraldo Alckmin, que nesta sexta-feira 15 está em Nova York, tem a complicada tarefa de administrar essa crise. Ficando ao lado de Serra, pode prejudicar seu próprio partido. Se, no entanto, se posicionar com os vereadores que temem o "chapão", corre o risco de ver Serra concretizar a ameaça de deixar a disputa. Inicialmente, Alckmin, pensando em sua situação de reeleição, em 2014, deverá apoiar as coligações defendidas pelo candidato a prefeito.

Em matéria de democracia partidária, os tucanos paulistanos não estão, neste momento, em condições de dar lições a ninguém. Ali, quem vai decidir a pinimba, serão, mais uma vez, os chefes.

Meu pitaco:

Sou crítico contumaz do Serra, de primeira hora. Acho-o — abusando de minha benevolência —, politicamente incompetente, arrogante e covarde, como já tive oportunidade de dizer aqui e aqui, especificamente no caso das eleições municipais de 2012. Se o leitor pesquisar o blog pela palavra "Serra", certamente encontrará páginas e mais páginas sobre ele, a maioria desabonadora, sinto informar.

 

Chantagear seus próprios companheiros de partido é meio caminho para a derrota. Do alto de sua empáfia, chutando camaradas como quem chuta cachorro morto, Serra faz o jogo de Lula que já cooptou Maluf e seu PP com um cargo de segundo escalão. Mas nào foi só isso não. Como bem lembrou o Thais Arbex (Veja Online) e que Reinaldo Azevedo replicou em seu blog, a saída de Maluf do "chapão" pode inverter o tempo do horário político a favor do Haddad (o PP tem 1' 35"), chegando a ficar até 1' 01" a mais que o tempo do Serra.


Criticam Lula por haver armado um samba do crioulo doido para a disputa paulistana. Eu concordo. Juntar num mesmo palanque Maluf e Erundina é tarefa para um grande articulador político. Ninguém faz uma limonada tão bem com os limões que lhe atiram. Pode-se não gostar do molusco mas é preciso reconhecer que jogo de cintura ele tem. Já o Serra...


O (e)leitor desavisado pode achar estranho, inimigos tão ferrenhos dividindo o mesmo cocho, mas nossa política é assim — o fim justifica os meios — e há muitos votos naquele cocho e muito grana nos cofres da Prefeitura. Cabe ao paulistano escolher quem vai levar o butim.
 
Quanto ao Serra, resta apenas vencer. Na altura desse campeonato — correr ou perder — será o mesmo que suicídio político. E mais: qualquer que seja o resultado em Sampa, acredito, será o canto do cisne para ele. Para mim, ainda bem; já para o Reinaldo será o desperdício de seu excelente latim com quem não merece. A ele, Serra, deixo as palavras de um certo Jurandyr Czaczkes: "Tem todas as qualidades que desprezo e nenhum dos vícios que admiro." Chapeau!

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Notícias que já não me espantam

Leio há pouco, na edição nacional do Estadão, a notícia de que a planejada visita da presidente ao Ceará fora "abortada". Duas coisas chamaram a minha atenção na manchete: primeira, a obviedade: não há mesmo porque ir aonde não há nada para se fazer. Segunda: o termo "aborta", que me deixou em dúvida. Seria apenas para referenciar a interrupção voluntária ou acidental dos seus planos, ou uma referência ambígua à recém-empossada ministra da Secretaria Nacional de Política para as Mulheres, a ministra Eleonora Menicucci de Oliveira, que substitui a "ex", Iriny? Digo isso sem maledicência, mas porque o uso do termo, neste sentido, ser pouco comum em nosso idioma. Na dúvida, fico com a primeira. Repasso a matéria a vocês e volto em seguida. Grifos meus.

Planalto aborta visita de Dilma a obra da Transnordestina ao constatar abandono

Reportagem do ‘Estado’ flagrou na estrada de Missão Velha, no Ceará, caminhão que transportava as grades utilizadas para palanque; região também é marcada pela paralisia do projeto
Tânia Monteiro, enviada especial de O Estado de S.Paulo

MISSÃO VELHA (CEARÁ) - Grades de proteção para afastar a multidão, toldos e um palanque foram desmontados às pressas na manhã de quarta-feira, 8, depois que a presidente Dilma Rousseff cancelou a viagem a Missão Velha, no sertão do Cariri, divisa do Ceará com Pernambuco, porque o palco da festa fora montado num trecho de obra paralisada da ferrovia Transnordestina. O Planalto abortou a escala da presidente no local para evitar constrangimentos, diante da constatação de abandono da obra.


Na obra da ponte 01 da ferrovia Transnordestina, em
Missão Velha (CE), haviam somente 4 empregados.
(Andre Dusek/AE)
O Estado percorreu alguns trechos da obra em Missão Velha, que seria visitada nesta quinta-feira, 9, por Dilma. As cenas relembram o abandono já constatado pela reportagem do jornal em dezembro, quando percorridos trechos da transposição do Rio São Francisco. Na quarta-feira, ao inspecionar obras do projeto no Nordeste, Dilma afirmou que quer "obras controladas".

Na ponte 01 de Missão Velha, que está sendo construída, apenas quatro empregados foram encontrados trabalhando no local, pouco antes das 10 horas da manhã, 24 horas antes da visita da presidente. O trecho é de responsabilidade da Odebrecht.

No meio do caminho da estrada de terra que liga Juazeiro do Norte a Missão Velha, a reportagem cruzou na quarta-feira com um caminhão que transportava as grades que seriam usadas na montagem do palanque da cerimônia com a presidente Dilma.

Segundo o representante do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Pesada do Ceará (Sintepav) no Cariri, Evandro Pinheiro, dos 813 funcionários que estavam empregados no início de dezembro, nos três trechos de obras da Transnordestina, restam hoje apenas 190.

Nas obras da transposição, no Ceará, a situação é ainda pior: dos 1.525 trabalhadores registrados em novembro restaram só 299 em Mauriti, município visitado por Dilma ontem.

"Nem se percebe que tem gente trabalhando aqui. Eles (os quatro trabalhadores) estão aqui para não dizerem que está tudo parado. Aqui tinha de ter ao menos 40 ou 50 pessoas", disse o presidente do Sintepav-CE, Raimundo Nonato Gomes. "Prova de paralisação é que nem tem mais vigia na obra e o refeitório foi desativado, como vocês podem ver", acrescentou ele.

De "grande administradora e tocadora de obras", ela mostra bem para o que veio: nada! Não que me espante ao constatar o fato, até porque Dilma nunca me enganou e Lula só me enganou uma vez, o que,convenhamos, é mais que o bastante. O que me preocupa é o nada desta administração.

Nada é feito se pensando no País ou no povo, mas apenas na manutenção do status quo, na perenidade do Poder. Assim, os escassos recursos disponíveis para o melhoramento da Nação, especialmente aqueles que se destinariam ao investimento em obras de infraestrutura, educação, saúde e segurança — as únicas responsabilidades reais do Estado e sua razão de existir —, são gastos para iludir o eleitorado ignorante e idiota, mantendo-o fiel aos partidos da nefasta "base aliada" e contrito em seus currais eleitorais — prática comum no Nordeste.

Notem, falo da malversação de recursos oriundos de uma das mais elevadas cargas tributárias do mundo ou de uma dívida — contraída em nosso nome — pela qual se paga a maior taxa de juros de um país investment grade que se tem notícia. A esse dinheiro caro e escasso se dá a destinação que retratada na matéria acima e naquela da transposição do São Francisco, para me limitar a dois casos concretos (?) ocorridos naquela região. Obras que reduziriam o custo Brasil, que nos tornaria mais competitivos e eficientes e que, ao final, beneficiaria a todos; não! Jamais! Só a boa e velha empulhação que manterá este governo à tona e aplainará a volta de Lula "Nosso Guia" em 2019 ou antes. Acho que no quesito burrice (que nos perdoem os asnos) somos também os maiorais.

Dilma tem se prestado bem ao papel de pau mandado. Nunca questiona ordens — como boa trotskista —, em que pese eu nunca ter sabido bem a qual ordenamento esquerdista ela seguia ou servia. O fato é que, fiel à memória de Trotsky, ela parece apologista da "militarização do Estado". E não se enganem, a patente dela é das mais baixas. Não tão baixa assim, já que chuta uma ou outra canela, mas nada que lhe dê autonomia tanto que nem "seu ministério" é dela. Pois é, para quem pensava estar elegendo "a primeira mulher-presidente" dessepaiz, lamento informar que só elegeram um "praça" — uma sargento — para o desespero das feministas e o aviltamento dos praças graduados.

Dilma é Lula 2.0 — o "dois" é por ser a segunda e "zero", bem... zero é o que ela vale.

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

domingo, 8 de janeiro de 2012

Em tempo de "recesso da roubalheira" - 9

Minas está assim... É que o PSB "amigo" do Aécio e do Anastasia
mandou todo o dinheiro para o outro "amigo" em Pernambuco...
...e tome água na moleira!

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Em tempo de "recesso da roubalheira" - 8

No governo Dilma, é assim que se água o Nordeste...
...ou uma parte dele.

Transparente como uma burka

Lembram-se de quando os petistas falavam de "transparência"? Vejam o quão opaca é a transparência deles: matéria publicada na coluna do Cláudio Humberto, grifos meus:

Está no limbo há quase 15 anos projeto de lei que obriga a divulgação do percentual dos tributos embutidos em cada produto. Os consumidores, segundo o projeto, devem ser informados do valor da carga tributária na nota fiscal do produto ou serviço, que compõe o pacotão de 35,21% em impostos. Existem mais de 20 projetos sobre o mesmo tema e 10 requerimentos solicitando inclusão na ordem do dia para votação. Cândido Vaccarezza (SP), líder do governo, alega que só pode aprovar a matéria após consenso sobre a reforma tributária. Ou seja, nunca.

O Brasil atingiu o recorde de R$ 1,5 trilhão de impostos pagos em 2011. É emergente com a maior carga tributária do planeta.

Nem há o que falar. Esse pessoal não entrou para o governo para consertar malfeitos, como gosta de dizer a presidenta, mas para institucionalizar o roubo, a corrupção e se perpetuar no poder. Eu aviso: eles jamais serão removidos de lá pelo voto — já controlam esse processo também —, mas apenas e tão somente pelo uso e emprego da força.

Este é um argumento que eles entendem e temem, mas você pode continuar pensando que nas próximas eleições "o exercício democrático da cidadania" prevalecerá. Não! — será mais do mesmo — porque não há Democracia sem oposição nem alternância de Poder.

O bom político é aquele que teme seu eleitorado.

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Não se mude do Brasil — mude o Brasil!

Há algum tempo eu ouvi do jornalista José Nêumanne Pinto uma frase que eu digo e repito desde 2002 quando Lula foi eleito pela primeira vez: "Lula é o presidente que melhor representa o Brasil". Uau!

Vindo de uma pessoa que dedica boa parte do seu tempo a defenestrar tal figura, seu partido e "copanhêros", não deixa de ser inusitado. Mas é a pura verdade, Lula é mesmo "a cara" de nossa sociedade. Você pode até não concordar com isso — eu até me envergonho de dizê-lo — mas o fato é que a maioria de nossa sociedade é de baixa qualidade, seja no quesito educação/formação ou no ético/moral. Assim, sem meias palavras, uma gentalha.

E como disse há muitos posts atrás, este é um dos males da Democracia: se a choldra é quem faz a maioria, então teremos a governança da choldra. Mas não é sobre Lula — ou a caterva que o elegeu — a razão do post; oportunamente voltarei a este assunto.Eu quero mostrar um vídeo bem curtinho, ao mesmo tempo explicativo e educativo, que mostra bem como as coisas são e como podem ser mudadas para melhor e para o bem. Vamos a ele!


Viram?! Não é nenhum bicho de sete cabeças. E mais: nem mesmo novidade é! Usado e aprovado pelos países desenvolvidos do mundo, o voto distrital pode ser uma realidade aqui também, aproximando o eleitor do eleito. Mutatis mutandi, como diz aquela propaganda de pneus, "O cidadão não é nada sem controle."

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Assim caminha nossa democracia

Quando se pensava que a volta à Democracia e ao Estado de Direito resolveriam todos os nossos problemas, descobrimos, tardiamente, que a solução não é (necessariamente) o regime de governo; é a qualidade da nossa sociedade. Com o voto proporcional, ou ainda pior, o voto em lista fechada como quer o PT, isso aí só pode piorar...

São apenas mais uns ratos neste esgoto...

Voto Distrital neles! Ou a Sociedade se assume e limpa esse curral, ou vira parte do estrume.

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

O Estado: ineficiente, injusto e com fome

Não é fácil entender para onde vai a nau. Que não temos timoneiro — todos nós sabemos — não é possível governar o País por controle remoto. Mas é cada vez mais preocupante a questão tributária e a fome do Estado por mais impostos. Passo a vocês parte de matéria publicada na revista Exame.com. Grifos meus. Volto depois para comentar.

Para Dilma, 10% para saúde é "inaceitável"
A estimativa é que essa vinculação represente mais R$ 30 bilhões por ano de recursos na Saúde

Brasília - O governo vai se mobilizar para impedir que o Senado ressuscite no projeto de lei complementar que regulamenta a destinação de recursos para a Saúde - a chamada Emenda 29 - o mecanismo que obriga a aplicação de 10% da receita corrente bruta da União no setor. A estimativa é que essa vinculação represente mais R$ 30 bilhões por ano de recursos na Saúde.

A presidente Dilma Rousseff classificou hoje como "inaceitável" a aprovação pelos senadores dessa proposta. "Temos de trabalhar para impedir que isso passe no Senado", afirmou Dilma, durante reunião hoje pela manhã com a coordenação política do Palácio do Planalto. O governo alega não dispor de recursos para fazer essa vinculação. "É inviável destinar 10% da receita da União para a Saúde. O governo deixou isso bem claro", disse hoje o líder do PMDB na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN). Em 2010, o governo destinou cerca de R$ 60 bilhões para a área de Saúde.

Apesar da posição contrária do Planalto, a Frente Parlamentar da Saúde começa amanhã uma mobilização para tentar convencer os senadores a aprovar o texto do projeto da emenda 29 que obriga o investimento de 10% da receita da União no setor. Integrada por deputados e senadores de todos os partidos, a Frente é contra a criação de um imposto ou uma contribuição para financiar gastos com a Saúde, conforme quer o Palácio do Planalto. "Vamos fazer uma guerrilha no Senado em prol dos 10%. Não há clima para criar imposto", resumiu o deputado Darcísio Perondi (PMDB-RS), presidente da Frente Parlamentar da Saúde. Dizendo ter o apoio de movimentos sociais, ele espera conseguir reunir amanhã cerca de duas mil pessoas em frente ao Congresso para pressionar o Senado a aprovar o texto original do projeto que regulamenta a emenda 29 e estabelece a vinculação.

O líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), prometeu comandar a resistência à aprovação do texto original da Emenda 29, que obriga a União a destinar 10% dos recursos para a saúde. "Não dá para restabelecer o texto original", disse o senador. "É um projeto que o governo não aceita", disse.

Volto para dar meus pitacos:

Só há uma forma de se ler o texto acima: o governo não aceita vincular parte da sua receita tributária (i.e. os impostos que pagamos) em gastos com a Saúde (i.e. conosco). Em outras palavras, quer a arrecadação mas não os compromissos formais com sua distribuição. O governo quer a "liberdade" de aplicar — discricionariamente — os tributos e contribuições, por exemplo, no Bolsa Família, um eficiente programa de compra de votos, mas cujo objetivo inicial "de assegurar o direito humano à alimentação adequada, promovendo a segurança alimentar e nutricional e contribuindo para a conquista da cidadania pela população mais vulnerável à fome" (Ha! Ha! Ha!), ter resultados práticos duvidosos.

Se todo o desvio fosse para o Bolsa Família, ainda seria "bom". O pior é que o grosso do desvio vai para financiar a corrupção, o payback aos muitos financiadores de campanha. É para a "saúde" dessa escumalha que irá seu imposto. "Nunca antes na história dessepaiz" os corruptos se deram tão bem...

Que tal mais uma CPMF de R$ 45 bilhões/ano?

No momento em que escrevo essas linhas eu me pergunto quantos tributos nós temos que são diretamente vinculados ao "bem-estar social" e o quanto custam. Assim, sem muito pensar, lembro-me do PIS (Programa de Integração Social), da COFINS (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social), da CSLL ou CSSL (Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido), além da Previdencia Social. Notem, só listei aquelas que têm cunho Social. Somando tudo, o contribuinte brasileiro já recolheu, até agora, R$ 420,5 bilhões (fonte: Impostômetro), e Dª Dilma se espinha por causa de míseros R$ 30 bilhões/ano. Sua ministra — Ideli Salvatti — quer arrecadar mais R$ 45 bilhões com a CPMF-zumbi, montante que nós sabemos, jamais irá para a Saúde.

Assim é o Governo: mistifica a população com promessas de bem-fazer enquanto bate nossa carteira. É preciso dar um basta! De idiota, chega o Jatene. É preciso dizer para este governo:

Não, vocês não podem!!

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Inflação, decepção: a volta depois do oba-oba

Diz o dito popular que "alegria de pobre dura pouco". Isto é uma meia-verdade ou meia-mentira, como queiram, mas pobreza não tem nada a ver com isso. Irresponsabilidade e ignorância, sim.

O país fez um esforço imenso, por várias vezes, e finalmente venceu a inflação. Onde todos os outros fracassaram, o Plano Real vingou. Não foi barato nem fácil, mas deu certo. Saímos daquele círculo vicioso, paramos de correr atrás do próprio rabo. Começamos um novo ciclo de crescimento econômico, agora com moeda de verdade. Os resultados conquistados eram palpáveis, não mais o lucro fátuo de antigamente. O dinheiro podia voltar a ficar na carteira ao invés do overnight. No início, foi com surpresa que notamos que os preços das compras não mais subiam a cada dia, cada semana. E pasmem, os preços estavam (e estão) livres! Não havia nenhuma lei proibindo a remarcação — vivíamos a "utopia" do livre mercado, da estabilidade.

Dentre as muitas distorções causadas pela inflação, a principal e mais evidente é na distribuição de renda, já que assalariados não têm a mesma facilidade para repassar seus "aumentos de custos" como o empresariado e os governos. Para quem podia "jogar o jogo", especialmente os bancos, um bom negócio. O ônus do festim ia para os burros de carga da sociedade, geralmente os trabalhadores de baixa qualificação e os pobres. Acabar com a inflação foi o maior ato de justiça para com a classe operária e para com os pobres nestepaiz. Ponto. Estranhamente, havia gente contra. Muitos dos chamados "partidos progressistas" — PT à frente — repudiaram a novidade. Alguns petistas foram sumariamente expulsos do partido por se alinhar com Itamar ou FHC.

Moeda forte e inflação controlada, o país precisou se ajustar. Lei de Responsabilidade Fiscal, Regime de Metas de Inflação e Câmbio Flutuante foram alguns ajustes. Novamente, PT e "progressistas" foram contra. Como no chavão anarquista: "Si hay gobierno, soy contra!". Por anos rimos deles, até Lula chegar ao poder. Estranhamente, e contrário ao que dizia na sua "Carta ao Povo Brasileiro", o governo Lula foi bastante conservador. Para lhe fazer justiça, nada é mais conservador que Henrique Meirelles — um tucano — na presidência do Banco Central. O ministro da Fazenda, Antonio Palocci, conseguiu ser mais conservador que seu antecessor, Pedro Malan. Mas eu os desafio a ler a carta novamente para constatar o que foi cumprido daquilo que foi dito. Lula dizia na "carta" que no governo FHC:
  1. "economia não cresceu" — verdade, cresceu pouco, especialmente por enfrentar várias crises internacionais, inclusive aquelas especulativas contra a moeda.
  2. "corrupção em alta" — brincadeira, quando se compara com os níveis que a corrupção atingiu nestepaiz; primor de eficiência do lolupetismo.
  3. "crise social e a insegurança tornaram-se assustadoras" — outra brincadeira, já que agora se matam juízes na rua e explodem ATMs de bancos aos montes.
  4. "fracasso do atual modelo" — modelo este mantido por Lula e sua equipe; onde enfiaram o tal "alternativo"?
  5. "o enorme endividamento público acumulado no governo FHC" — uma pérola; trocamos dívida externa (R$295 bilhões) a juros de 5% a.a. por uma dívida interna (R$892,4 bilhões para R$1,5 trilhões) a uma taxa média de 15 a.a. (26,5 a 11,25) nos seus 8 anos — explicando: comprou-se uma dívida de 295 bi, que pagava 14,8 bi de serviço, por um adicional de 607,6 bi na dívida interna que pagava 91 bi de serviço — negoção!
  6. "reforma tributária que banisse o caráter regressivo e cumulativo dos impostos" — será que eu preciso comentar a maior carga tributária da história destepaiz?
  7. "Compromisso pela Produção, pelo emprego e por justiça social" — ele ainda está devendo parte dos 10 milhões de empregos dos primeiros 4 anos e todos os 10 do segundo mandato; a produção cresceu porque o mercado mundial cresceu (i.e. cresceu para todos e até para nós, apesar de Lula) e fez justiça social comprando votos com o Bolsa Família, criando uma nova classe de párias da sociedade.

Passado o oba-oba, vem a cobrança implacável. Nossa indústria se mostra incapaz de competir com o mercado externo, ao ponto de precisar de uma ajudinha (i.e. sobretaxa) de 30% sobre produtos de alguns concorrentes asiáticos. A inflação retorna, já teria explodido em nossa cara não fosse o governo manter o preço da gasolina artificialmente baixo — a Petrobrás chega a perder 30 centavos em cada litro de gasolina importada —, dentre outras chicanas. Sucesso mesmo, só na corrupção e no aparelhamento do estado. A canalha, encastelada em todas as esferas do poder, não dá sinais de cansaço. Se deixarmos eles vão ficando, ficando, ficando...

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

A estupidez é infinita e universal

O título acima foi inspirado numa fala de Einstein. Dentre seus muitos pensamentos, existe um em que ele diz:
Two things are infinite: the universe and human stupidity; and I'm not sure about the universe.
que nós traduzimos assim: "[Existem] duas coisas infinitas: o universo e a estupidez humana; e eu não estou [absolutamente] certo sobre o universo." Pois bem, ficou meio literal mas, na essência, é isso aí. Na visão do gênio, a estupidez consegue ser ainda maior que o universo. Acho que agora entendo melhor o Dr. Jatene.

Eu fiz este preâmbulo porque acabo de ler uma matéria na Deutsche Welle que reporta a vitória do Partido Pirata (Piraten Partei) para a Câmara Estadual de Berlim, algo como nossa Assembleia Distrital do DF. Com 9,8% dos votos, o Partido Pirata Alemão certamente terá bom número de representantes. A eleição, entretanto [ainda bem], foi vencida pelo Partido Social Democrata (28,3%) enquanto que o partido da Chanceler Merkel, a Democracia Cristã, fez 23,4%. É necessário um mínimo de 5% dos votos para obter direito a assento no parlamento, então os 9,8% dos Piratas deve render duas cadeiras lá, ou mais.

A Europa tem dessas coisas. Vez por outra surge um movimento com novas ideias e nasce mais um partido "progressista". Deve ser o tédio. Foi assim com os Verdes, assim será com os Piratas. Enquanto os Verdes defendem a ecologia, o meio ambiente, a exploração sustentável de recursos naturais, combatem o aquecimento global, e que tais, qual é a proposta dos Piratas? Ora, a pirataria!, o que mais?

Lendo a entrevista que Sebastian Nerz — o grande vencedor da eleição — deu a Silvia Engels da Deutschlandfunk, é para ficar pensando seriamente naquilo que Einstein falou. Cito partes (minha tradução):
Deutschlandfunk: Transparência, isto é, tornar toda a informação pública e dar acesso livre e gratuito à Internet são as principais bandeiras dos Piratas. O que mais vocês têm a oferecer?
Sebastian Nerz: Primeiro, e mais importante, o Partido Pirata é pelos direitos fundamentais. Nós nos focamos nos direitos civis porque é uma área negligenciada pelos políticos.
DF: Isso é um tanto vago — todo partido democrático está comprometido com direitos fundamentais. Onde você acha que eles são negligentes?
SN: Em tudo! Nos últimos anos [pós 11/Set/2001] novas leis de segurança e vigilância foram aprovadas à custa dos direitos individuais; algumas aprovadas sem discussão real ou debate. A pergunta é, as leis atuais são razoáveis. O debate atual é sobre retenção de dados, com aprovação da maioria dos parlamentares do Bundestag [Parlamento Nacional Alemão] — sem se perguntarem se é uma boa ideia.
DF: Existem demandas que não estão no programa nacional do partido, por exemplo o transporte público gratuito em Berlim, a garantia incondicional de uma renda mínima [e.g. Bolsa Família] e a liberação do consumo de maconha. Como os Piratas planejam levar tais propostas para o plano nacional?
SN: É [será] um grande desafio. No plano nacional já concordamos com o ReSET, ou a garantia incondicional de uma renda mínima para todos. O transporte público gratuito também pode ser parte disso. Poder se locomover livremente pela Alemanha é um direito básico, mesmo quando é limitado por tarifas extorsivas. Se você vir quanto dinheiro é gasto no controle de bilhetes de transporte, verá que transporte público não é assim tão mau.
DF: Não, isso não soa mau, mas em vista do déficit orçamentário de Berlim, é bem ingênuo.
SN: Certamente o transporte público gratuito seria relativamente caro no início. Mas veja quanto o Estado joga no transporte individual, por exemplo quando constrói estradas, e se você considerar que as pessoas já estão pagando pelo transporte público — comprando passagens e pagando impostos — eu não acho que nossa proposta seja fora de propósito.
DF: Vários partidos de protesto se tornaram grandes decepções quando confrontados com a realidade. Como vocês pretendem evitar isso?
SN: Nós vamos continuar fazendo o que sempre fizemos. Nós tentamos criar estruturas abertas e transparentes e, nas reuniões do partido, nós discutimos intensamente sobre aquilo que fazemos. Agora mesmo estamos lutando para não sermos varridos. Se conseguirmos, não vejo porque não possamos ser um sucesso.
Resumindo o pensamento do pirata, uma colossal bobagem, um besteirol. Proselitismo barato e sem sentido, nonsense. Notem que o discurso é "tudo de bom para vocês". "Nós abriremos o cofre e repartiremos as riquezas entre os povos". Palmas, palmas, palmas! Quando o dinheiro acabar, acontece aquilo que a repórter da Deutschlandfunk bem salientou: "tornam-se uma grande decepção". O sujeito diz que "estradas são feitas para transporte individual" e quero crer que ele estava sob o efeito do último baseado para proferir tamanha estultice. E mais, cabe uma palavra sobre "tarifas de transporte extorsivas e controle de bilhetes": a tarifa é bastante módica e cobre todos os quatro sistemas de transporte. O tempo de espera médio é de 10 minutos e a tarifa mais barata cobre uma área equivalente à Grande BH. E mais, não há roleta! Você entra nos transportes e espera-se que esteja com o bilhete. Se um fiscal te pedir e ele não estiver, bem... você será preso! Nos mais de 20 dias que passei por lá, nunca me pediram, mas sempre o tive comigo. Cidadania começa nas pequenas coisas.

Eu não quero forçar a barra — reparem que nem mesmo grifei trechos da entrevista — mas parece que já ouvi essa história noutros lugares e noutras épocas. Nem vou citar nosso próprio balacobaco, mas notem como "certas propostas" dessas já foram ouvidas em Cuba, Venezuela, Bolívia, Equador... Os primeiros da lista já estão na fase da "grande decepção", os demais logo seguirão. Não há progresso possível com os "progressistas" pelo simples fato de que o maná não cai dos céus. Eles sempre falam em "distribuir riquezas", nunca em produzi-las antes de distribuí-las.

Para fechar, algumas palavras sobre o nosso próprio quintal: esse tipo de retórica também existe aqui. Por oito anos o lulopetismo surfou alegremente num Brasil com inflação debelada, um estado razoavelmente saneado — mas com muito ainda por fazer —, estatais privatizadas que pagam impostos e geram empregos ao invés de sacar fundos do Tesouro e fabricar "cabides", e um imenso potencial para crescer. É bom dizer que tudo isso foi conseguido em meio a quatro grandes crises internacionais no período entre os governos Collor-Itamar e FHC, período este em que o PT foi sempre CONTRA.

Pois bem, Lula teve oito anos com céu de brigadeiro, a economia mundial a pleno vapor, cofres cheios e tal. O país cresceu. Mas cresceu também a corrupção, o clientelismo, o roubo descarado do estado, o completo escárnio para com a opinião pública. Tal e qual um Rei Aúgias, ele criou seus bois imortais sem se preocupar com o acúmulo de excremento nos estábulos. Na bonança, Lula só produziu esterco, e o pior, não existe no Planalto um rio que possa ser desviado para limpá-los. Troque bois por votos, troque estábulos por curral eleitoral; o cheiro e a sujeira são iguais.

Contrário ao common sense, pouco ou nada foi feito em infraestrutura. As cidades estão atulhadas de carros e engarrafadas, o transporte público piorou, não há metrôs nem trens. Faltam-nos também estradas, ferrovias, portos, aeroportos... As obras do PAC ficaram no papel ou por terminar; de fato mesmo só o Bolsa Família, programa criado por FHC e desvirtuado por Lula para comprar votos e que o pirata alemão quer copiar.

Berlim, a cidade do pirata Nerz, tem dois sistemas de metrô independentes (um deles é privado), ônibus double-deckers e bondes, todos moderníssimos. São quatro sistemas de transporte público numa única cidade, tudo interligado e com bilhete único! É tão bom que é raro ver táxis nas suas ruas. A infraestrutura de transportes na Alemanha é exemplo para o mundo, nada que um pirata com discurso manco não possa destruir. Felizmente para os alemães, excrescências como esse Partido Pirata são como voos de galinha — feéricos e curtos — logo sobrevêm queda e decepção. Para mim, o PT é uma grande decepção e já deveria ter caído, mas Lula comprou todos os votos de que precisa.

O PT — como os piratas de lá — não construíram nada, estão destruindo o pouco que temos. Na Europa se elegem "Tiriricas" por bazófia ou tédio; nós por credo. Pois bem, saudemos nosso Pirata Lula, você não está só. Por todo esse universo há espertalhões como você e idiotas como nós. A estupidez humana é mesmo a maior grandeza do Universo.