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domingo, 22 de maio de 2016

PitacoTube: "Recriando o dispensável"

Algumas opiniões sobre a (provável) recriação do MinC, a tibieza do governo, a malversação de verbas públicas e outros comentários.

sábado, 28 de abril de 2012

Cotas: A unanimidade burra do Supremo

Estamos em meio a uma crise de qualidade. Para onde quer se olhe, a piora é nítida por mais que os índices de popularidade tentem desmentir.

A coisa começa nas bases, na sociedade mesmo. É preciso ter um mínimo de conhecimento sobre outros povos, outras realidades, para ter a noção do quão atrasados nós estamos. Numa palavra: somos toscos. O brasileiro comum é um misto de profunda ignorância e desprezo pelo conhecimento, arrogância e falsa autossuficiência, individualismo e antissocial. É como se fossemos uma tribo e não um país.

Daí não ser nenhuma surpresa as idiossincrasias de nossa "sociedade", como o alegado "racismo". Eu pus aspas nas duas palavras atrás porque eu não acredito em sociedade nem racismo aqui, não acredito nem mesmo no que alguns ousam chamar de "racismo velado". Quem fala em racismo no Brasil não sabe o que é racismo. Leu sobre racismo em algum lugar e acha que aqui ocorre o mesmo. Balela. Burrice. Ignorância. Miopia.

Eu queria saber quem foi o doente que julgou que um sistema de cotas para negros seria a resposta para um problema de exclusão social. Isso é reducionismo da pior espécie. Tomar o que ocorreu nos Estados Unidos da América — onde o sistema de cotas foi criado —, e copiá-lo aqui, só mostra o tamanho da burrice. Lá existia racismo institucionalizado. Eu, um branco, não podia sentar no mesmo banco de um negro — por lei! Não era questão de opção, era coerção legal, e nossos ministros do Supremo não souberam ver a diferença — bando de imbecis todos eles.

Por unanimidade !

Ao julgar o sistema de cotas constitucional eles cuspiram na Constituição. Se acham tão "supremos" em suas togas, tão acima da patuleia que os sustenta, que relevaram um dos primeiros artigos da Carta Magna. Dentre os Princípios Fundamentais da Constituição, está lá, no art. 3º, IV, "promover o bem de todos sem preconceito de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação." Eu creio que COTAS é um preconceito de raça e cor, uma forma de discriminação — não é necessário toga para saber ler. Mas tem mais!

O Título II da Carta — Dos Direitos E Garantias Fundamentais; reza o art. 5º, caput, que "Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, ..." e a COTA não é outra coisa que uma distinção, uma desigualdade se preferir. Eu já mencionei isto aqui, mas vale a reprise: "entortar a lei para um lado não corrige um feito torto para o outro." Teremos apenas e tão somente dois erros e não um acerto.

O que determina a exclusão do negro é a omissão do Estado. Ao não oferecer educação de base aos menos favorecidos, o Estado agrava sua condição de excluído. O Poder prefere o assistencialismo à solução. Ele dá a esmola e cobra o voto — e tudo se arruma no final. O resultado é espelhado por um dos piores IDH do mundo, graças, principalmente, à péssima qualidade de nossa Educação.

Nossa melhor universidade tem uma colocação de três dígitos — nada elogioso — quando comparada às demais. Como bem disse o jornalista Carlos Alberto Sardenberg, numa palestra aqui em minha cidade, "a Educação é o único equalizador entre o rico e o pobre.", isto é, o único fator que pode dar ao financeiramente menos favorecido igualdade de oportunidades. Não é por outra razão que nos EUA, tantos casos de sucesso brotam — literalmente — de garagens do proletariado classe média. Dois exemplos gritantes — Microsoft e Apple — nasceram assim, de um projeto de garagem para potências mundiais.

E Nélson Rodrigues nos rogou uma praga...
Agora, deem uma olhada no ranking das universidades e verão que os EUA têm 20 entre as 50 primeiras. Então, não é de se admirar que sejam a potência dominante, independentemente dos quesitos usados para a balizar. Mas aqui, como nossa educação básica pública é a pior possível, somente aqueles que podem pagar escolas particulares, ao final, poderão almejar uma universidade menos pior. Agora não, o racismo foi feito legal pelo Supremo e o negro já pode ser aluno da USP, ainda que a dita esteja na 169ª posição do ranking. É como disse lá atrás: "dois erros não fazem um acerto; no mínimo um erro duplo." E ainda querem que o Brasil enfrente o resto do mundo de igual para igual. Pode ser... Um dia alguém tão ignorante quanto nossa corte suprema invente um sistema de cotas para países incompetentes e — talvez assim — possamos gozar um pouco o que essa vida tem de bom.

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Falta pouco para a queima de livros em praça pública

Eu confesso que não sei bem onde começou essa insanidade, só sei pelo que é conhecida. Estou falando do que se convencionou chamar "politicamente correto". O termo per si mostra-se um conundrum, um enigma. Porque política é descrita como a "habilidade no relacionar-se com os outros tendo em vista a obtenção de resultados desejados" em sentido figurado, ou ainda, por extensão, com "cerimônia, cortesia, urbanidade". Já o verbete "correto" é a qualidade do "isento de falha, erro ou defeito". Na minha visão, uma coisa antepõe à outra — onde uma admite o contraditório, a outra o exclui ad nutum.

Uma "política correta" não pode existir pelo simples fato de que a política não é absoluta, mas transitória. O que se presta para o momento atual pode não ter servido no passado, assim como poderá não servir — é quase certo — para o futuro. Nada é mais mutante que a política.

Mesmo assim, um grupo de pseudo-pensadores tem se esmerado em produzir uma tamanha quantidade de boçalidades, um sem-número de regras de conduta, que vão desde a forma como um grupo étnico deve ser cognominado a como devem ser referenciadas pessoas de determinada preferência sexual, alimentar, ecológica, etc. Foi assim que Monteiro Lobato se viu acusado, post mortem, de ser "politicamente incorreto", pela forma desrespeitosa pela qual se referiu à Tia Nastácia, uma criação literária sua. Bestial! O pior do imbróglio Lobato/Nastácia não foi ter nascido no MEC, mas a constatação de que a crítica "politicamente correta" feita a sua obra [Lobato] é prática comum no meio acadêmico.

A toga lhe subiu à cabeça...
Esta manhã, ouço pelo rádio que o Ministério Público Federal de Uberlândia/MG, na pessoa do procurador Cléber Eustáquio Neves, iniciou ação pública contra a Editora Objetiva e o Instituto Antônio Houaiss para a imediata retirada de circulação, suspensão de tiragem, venda e distribuição das edições do Dicionário Houaiss, que contêm expressões pejorativas e preconceituosas relativas aos ciganos. Como bem disse uma vez Albert Einstein, "duas grandezas são infinitas: o universo e a ignorância humana; e eu não estou muito certo quanto ao universo." Pois é, pode-se dizer que temos um ensino "universal" em nossas escolas, no mínimo...

Voltemos ao MPF. Um dicionário não é uma obra de ficção, não é romance nem opinião, não é literatura. É o compêndio dos verbetes de uma língua e do seu significado. No dicionário Houaiss não está aquilo que Antônio Houaiss ou sua Editora pensam sobre os diversos significados dados à palavra "cigano" ou a qualquer outra, mas apenas o relato do uso popular e histórico do verbete. Atribuir a eles tal ação só pode ser fruto de mau discernimento. Ao iniciar tal ação pública, o ilustre procurador mostra desconhecer o que é um dicionário — talvez por força de um viés reducionista marxista, ao qual foi injustamente exposto nos bancos escolares —, mas que põe em dúvida seu conhecimento das leis.

Outro dia li a frase: "...o marxismo é o ópio do mentalmente preguiçoso. O marxismo é fácil de ler, de entender, dá ao marxista a sensação de que ele é uma pessoa muito boa e preocupada com o social. Não há a necessidade de argumentações lógicas e consistentes. Basta apelar para lugares comuns, falar a respeito de oprimidos e opressores, e acusar o adversário de ser um opressor ("extrema-direita!"), mesmo que nada disso faça nenhum sentido e haja muito pouco raciocínio lógico envolvido."

Ora, basta consultar um dicionário (opa!) para ver que reducionismo é a mais pura expressão da preguiça. Bingo! Daí que eu não vou me espantar quando começarem a queimar livros em praça pública. A cantilena dos pseudo-pensadores é doce a ouvidos néscios, fácil de entender e aplicar — não exige prática nem tão pouco habilidade —, e nos passa a (falsa) sensação do dever cumprido. Afinal, o que é um Lobato ou um Houaiss quando esse pessoal tem por herói Macunaíma, aquele sem nenhum caráter, e a força do Ministério Público Federal.

sábado, 18 de fevereiro de 2012

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Moonwalking 3, ou "Brasil, seu futuro o condena"

Há muito perdi a fé, já não tenho esperanças. A juventude dessepaiz é fruto de uma geração de pessoas descompromissadas com a sociedade. Eu sei disso porque faço parte dessa geração, aquela que viveu 22 anos sob o regime militar e mais de meio século de inflação desenfreada. Uma nos alijou da vida política, a outra se encarregou de nos transformar no arquétipo do brasileiro, o do "cada um por si", o do "gosto de levar vantagem em tudo, certo?", também conhecida como a "Lei do Gérson" — cuja propaganda que a "consagrou" o protagonista se lamenta até hoje. O brasileiro é um povo sem alma e a situação atual conspira para piorar o quadro.

Uma matéria do Diário do Comércio ilustra como La Nave va... Acho que se acaba como o Costa Concordia, ou mesmo pior. Como de hábito, grifos meus.

Consumidor brasileiro gasta menos com educação

O consumidor diminuiu seus gastos com educação e leitura na última década, o que levará à perda de peso do grupo Educação, Leitura e Recreação, de 8,74% para 7,37%, no cálculo dos indicadores da família dos Índices de Preços ao Consumidor (IPCs). A atualização de ponderação entrará em vigor em fevereiro, e leva em conta o novo perfil do consumidor brasileiro apurado pelo IBGE em sua Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) de 2008 -2009.

Segundo a Fundação Getúlio Vargas (FGV), com a atualização de pesos, a participação do sub-grupo educação, dentro de Educação, Leitura e Recreação, cairá de 5,7% para 3,8% a partir do mês que vem. No caso do sub-grupo leitura, o peso diminuirá de 0,4% para 0,3%.

Em contrapartida, o brasileiro tem usado mais de seu orçamento familiar em atividades recreativas. O sub-grupo Recreação aumentará seu peso de 2,5% para 3,1%, a partir de fevereiro, dentro de Educação, Leitura e Recreação.

Veículos

O interesse crescente do consumidor na compra de veículos automotores puxou para cima o peso do grupo Transportes no cálculo da inflação varejista, que subirá de 11,72% para 19,15% dentro dos IPCs, a partir de fevereiro.

Somente o peso de veículos automotores subirá de 0,61% para 6,7% dentro do grupo Transportes. Para a FGV, isso é explicado pela forte expansão de crédito na última década, bem como o aumento da renda das famílias no período.

Por influência do maior gasto do consumidor com veículos, subirá de 0,51% para 1,22% e de 1,12% para 1,98% o peso dos itens "serviços de oficina"; e de "outros gastos com veículos", respectivamente, dentro do grupo Transportes.

À imagem do fracasso
Muita gente vê o quadro acima como sinal de progresso. Eu não. Onde há educação, pessoas estão abandonando o transporte pessoal pelo transporte público, exigem melhoria dos transportes de massa e nem por isso deixam de se divertir. Já aqui, não. O brasileiro se julga o máximo ao comprar um carro, apesar de culpar céus e infernos ao se ver entalado(a) no trânsito caótico que sua própria individualidade ajudou a criar.

Nós — brasileiros — temos a vocação para ser parte do problema, fechamos os olhos para a solução, quando há muito mais pedras em nosso caminho que aquelas no do Costa Concordia, o navio onde vários patrícios se divertiam em atividades recreativas.


N.B. A todos os passageiros e tripulantes do Costa Concordia, acidentado no litoral da Itália, minhas simpatias e respeitos. Não houve outra intenção ao associar seu sinistro com meu comentário à matéria jornalística.

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Afinal, "politicamente correto" é correto?

Eu acho que não. O eufemismo "politicamente correto" só serve para turvar razão daqueles que ainda a tem. Os exemplos são muitos mas vou me ater aos mais falados. Vamos lá:
1) não se pode referenciar um homossexual por "homossexual"; o termo politicamente correto é "homoafetivo", seja lá o que os boçais responsáveis pelo bestialógico que são as nossas leis. Em outras palavras, se você gosta do seu amigo(a) ou irm(ã)o, lamento informar mas você é veado ou sapatão.
2) Não se pode chamar uma pessoa de tez escura de negro. O termo "correto" é "afrodescendente", uma boçalidade sem tamanho, já que, na visão dos estudiosos, o gênero humano se originou na África, continente onde, aliás, nem todos são negros, apesar de todos serem afros. O termo é tão risível que negra é a denominação correta da raça, mas não é "politicamente correto" chamar a pessoa da etnia de negro ou negra — nada mais idiota.
3) Existe agora o preconceito linguístico, isto é, se uma pessoa não sabe ler e/ou escrever (a despeito de ter um diploma do MEC que ateste o contrário), você não pode dizer isso a ele ou a outrem. Deixe-me elaborar: você contrata um balconista para o seu boteco e descobre que ele não pode ler a lista de preços, não sabe somar, nem subtrair e muito menos dar um troco ao freguês; resumindo, é um analfabeto funcional. Não mais! Você vai ter que procurar um outro termo que não o ofenda, que não lhe faça baixar a auto-estima, que o faça se sentir muito bem quando você lhe disser que "infelizmente a vaga já foi preenchida". Eu sei, é triste, mas ele terá sua auto-estima bem alta enquanto estiver sentindo fome.

Na verdade, estou farto disso tudo. Alguns bestalhões que se dizem professores, meros ostentadores de diplomas universitários, andam por aí dizendo o que se pode e o que não se pode ser. Que direito têm essas pessoas ed fazerem o meu ou o seu juízo de valor? Pior, fazerem a cabeça dos nossos filhos; pensarem em nome da sociedade. Quem elas pensam que são?

Bom, elas se autodenominam "os novos arquitetos da sociedade moderna, os paladinos da virtude e os pilares do saber". Se você acredita nisso, vá em frente, mas eu não! Há muito discuto sobre educação e valores morais e vejo a juventude perdida em meio a essa geleia informe que se transformou a "sociedade moderna". Pais e mães que trabalham da primeira à última hora do dia enquanto os filhos são educados pelos motorneiros do "Bonde do Foucault". São esses mesmos vagabundos que inventam uma estultice como "preconceito linguístico" ou invés de educar o cidadão.

Aliás, é gente como Foucault e Nietzsche que baliza os pensamentos dos novos "formadores de opinião", gente que acredita que Vigiar e Punir é o suprassumo do pensamento social moderno. Soubessem os pais que Foucault era também um grande entusiasta da revolução iraniana e que acreditava que dali sairia o novo Norte da civilização moderna, não ficariam tão impressionados pela verborragia sem sentido que escutam dos filhos ou ouvem na televisão. Não, senhores pais, vocês não estão ficando (ou se descobrindo) burros: seus filhos é que estão se alienando nas escolas pagas por vocês.

Para se proteger dessa "tutela" é que muitos pais optam por educar seus próprios filhos. Confesso, não saberia dizer se "educar em casa" seria uma prática legal ou mesmo aceitável no Brasil, mas homeschooling é bastante comum em países como os Estados Unidos da América. A mãe, em geral, ou outro membro adulto da família, toma o encargo de educar suas crianças que prestam os mesmos testes de proficiência oficiais aplicados nas escolas regulares. Pelo nível das escolas do Brasil — públicas ou privadas — o homeschooling poderia ser não apenas uma opção econômica mas também uma opção pela qualidade, ainda que a maioria dos pais nem tenha noção do que seja isto.

A doutrinação esquerdista, que alguns livre pensadores chama de "esquerdopata" não se limita aos devaneios de Foucault. Eles chegam a requintes de um Georg Lukács, filósofo húngaro que faz a festa nos meios acadêmicos das universidades públicas brasileiras. Um dos pensamentos mais diletos de Lukács é aquele que diz que o partido representa a "consciência possível do proletariado", isto é, a consciência que o proletariado ainda não tem, mas que terá — na antevisão deles — daqui a cem anos ou mais. Assim posto, a vontade do povo hoje é irrelevante, desprezível e descartável. Melhor ainda: "apesar do povo pensar diferente de nós (partido) hoje, nós pensamos o que o povo deveria pensar e que pensará daqui a cem anos ou mais". Compreenderam? Eles se julgam os legítimos representantes do povo para fazer o contrário daquilo que ele (o povo) quer, baseados naquilo que, hipoteticamente, pensarão num futuro distante. Se isso não é fruto de uma mente doente ou drogada, então nada mais é.

Eu achei essa coisa toda completamente descabida, mas é assim que pensam os Zés Dirceus, os Marcos Aurélios "Top-Top" Garcias e que tais, e é assim que também pensam grande parte dos professores da USP, Unicamp, UFMG, UFRJ, etc., de onde não raro saem jovens de moral fraca e pensamento bambo. Tivesse eu filhos e eles leriam von Mises, Hayek, Bastiat, não esse estrume que aduba o pensamento esquerdopata. O politicamente correto não foi pensado para melhorar o mundo; é apenas mais uma forma de patrulhamento esquerdista da sociedade, de derrubar seus valores seculares, de minar seus alicerces como a família. Assim, não se assuste quando seu filho lhe puser o dedo em riste na face e o acusar de ser direitista, retrógrado e politicamente incorreto.

Eu ainda sou do tempo em que a consciência crítica era formada em casa. Nossos pais nos passavam valores — valores que receberam dos seus próprios pais e estes dos nossos bisavós —, acrescidos da experiência de vida de cada um. A sociedade, como a conhecemos, foi formada assim. Todos os livros santos; a Bíblia, o Talmude e a Torá, o Corão e outros que não me lembro são compêndios desses valores, uma longa cadeia de ensinamentos comprovada pelo exercício de milênios. Pois, o que gente como Gramsci, Lukács e seus seguidores ensinam nas escolas é justamente o oposto, é a decomposição mental daquilo que tem funcionado bem há milênios.

Pais e mães têm pouca ou nenhuma chance de discutir valores com seus filhos. Trabalham o dia todo e assumem que por terem matriculado seus rebentos numa boa (e quase sempre cara) escola, eles estão em boas mãos. Pois eu digo que quase sempre não. A probabilidade de seus filhos estarem sendo sistematicamente abduzidos para o nonsense do esquerdismo, para a satanização do Capitalismo e para a negação dos bons costumes mais básicos — lembrem-se da máxima comunista: "os fins justificam os meios" —, é bem próxima da certeza. Procure saber o que seu filho pensa a respeito do mundo e o que ele faria para melhorá-lo. Você pode se surpreender. Então, surpreenda-o: baixe um livro chamado "As Seis Lições", de Ludwig von Mises e dê para ele ler. Este livro pode ser comprado diretamente do Instituto Ludwig von Mises Brasil ou baixado gratuitamente no formato e-book (PDF, MOBI e EPUB) de lá mesmo. É uma síntese das palestras que Mises proferiu em Buenos Ayres para jovens universitários, aí no final da década de 50 quando a Argentina se preparava para reerguer-se dos destroços da Era Perón, leitura obrigatória, na minha modesta opinião, agora que nós precisamos nos reerguer dos destroços da Era Lula.

terça-feira, 13 de setembro de 2011

A Beócia é aqui!

Já falei noutro artigo sobre os beócios, denominação dos naturais da Beócia, etc. Os beócios eram tidos em baixíssima conta pelos atenienses que os qualificavam como "de espírito pouco cultivado, indiferentes à cultura; grosseiros, boçais" (Houaiss). A má fama desses povos atravessou os milênios e seu nome hoje serve para adjetivar, via de regra, os toscos, ignorantes, grosseiros e boçais.

Tratar mal assim um povo, convenhamos, só podia ser mesmo coisa de atenienses, a zelite da Grécia na época. Eram de lá os sábios e os grandes filósofos; foi de lá que brotaram grandes ideias, como uma tal de Democracia. Na Grécia tinha também outro grande povo, os espartanos, cujo nome também atravessou os milênios para adjetivar as virtudes da austeridade, do rigor e do patriotismo (Houaiss). À sua moda, Esparta também tinha sua zelite, nada tão refinado como em Atenas, mas ainda assim, zelite. Diz a lenda que espartanos "não-conformes" eram atirados do penhasco ao mar. Rude, mas eficaz.

Berço da cultura, sabedoria, da austeridade, do rigor e do patriotismo, a Grécia podia nos poupar dos beócios. Mas não, o pacote veio completo. Está por conta do destinatário separar o joio do trigo. Assim, em alguns lugares, a maioria dos cidadãos são honestos, procuram se aprimorar pelo estudo e pela boa prática, são austeros com seus recursos e ainda mais austeros com os recursos alheios, usados com parcimônia e rigor para obtenção do bem comum. Exemplos simples, patrióticos, de como deve ser uma Nação.

E a Democracia? outro presente grego. A Democracia tem um defeito. Para dar certo, ela precisa que a grande maioria de uma sociedade seja de homens de bem, que cultivem bons valores como a educação, a cultura, as ciências. Que sejam gente honesta e proba, legião de trabalhadores. Temos esse "material" aqui, falta-nos a quantidade. Não é suficiente que sejam uma coisa ou outra — é preciso ser tudo.


Não é de se admirar que nosso País esteja vivendo tamanha crise de valores tal é a quantidade de escândalos, de malfeitos e malfeitores. Não é possível existir uma "Democracia de Boçais", ao menos não uma que funcione e viceje. Ou mudamos a qualidade do povo ou continuaremos República da Beócia.