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domingo, 22 de abril de 2012

Parabéns Brasília!

Ontem, 21 de Abril, foi também aniversário de Brasília. Quase ninguém sabe disso já que a efeméride é mais lembrada pelo feriado de Tiradentes ou até pela morte de Tancredo Neves. Mas Brasília está lá — impávida — marco de que o Brasil, afinal, é nosso.

A má fama que a acompanha não é dela — é nossa! São homens que fazem dela o que é, especialmente aqueles por nós eleitos. Não faz tanto tempo, ouvi de Helio Fernandes que "fosse o governo no Rio e os maus governos seriam postos para fora a pontapés." Outro, o Olavo de Carvalho, também disse algo na mesma linha. Ele chegou a dizer que "Getúlio suicidou-se por pressão do público." Ambos aludem à distância de Brasília (do que? de quem?) a impossibilidade ou inexistência de manifestações populares. Duvido muito de ambas afirmações, ou seria admitir que nossas manifestações são uma questão de conforto pessoal, de oportuna localização, não de opinião. Isso posto, e parafraseando Benjamin Franklin aí ao lado "Os que não abrem mão do conforto para obter um pouco de liberdade não merecem nem o conforto nem a liberdade." Falou!

Eu prefiro ficar com os versos do Miguezin de Princesa (abaixo), porque como ele, eu também acredito que Brasília foi turning point e que o Brasil não seria Brasil se ela não fosse plantada, no seu coração, há 52 anos. Parabéns a Brasilília e aos que acreditaram nela.

Versos para a cinquentona

I
Apesar da depressão,
Trazida pela esperteza;
Da politicagem suja,
Repleta de safadeza,
Brasília hoje é uma festa
Rodeada de beleza.

II
E Miguezim de Princesa
Contemplou todo esse brilho,
Cantou com todas as bandas
O verso do estribilho,
Andou no eixão dizendo:
“Brasília, eis aqui seu filho”.

III
Não tem dinheiro na bolsa,
Não há propina na meia
Que possa encobrir o sol
Cheio de luz que te clareia
E não há um corajoso
Para te chamar de feia.

IV
Tuas largas avenidas,
Tua imensa vastidão
Nos faz como JK
Contemplar a imensidão
E sentir pelo cerrado
O futuro da nação.

V
Foi aqui que os operários,
Batalhando pelo pão
(Cimento, pedra e tijolo),
Levantaram a construção,
Com uma lágrima de saudade
E muitos calos nas mãos.

VI
Gente de todos rincões,
Do sertão e da ribeira,
Gente do bolso furado
Ou repleta a algibeira,
Construiu um monumento
Que é a alma brasileira.

VII
Do sonho de São Dom Bosco,
A quem Deus deu a resposta;
Dos traços de Niemeyer,
Do gênio de Lúcio Costa,
Da força dos operários,
A fé ganhou a aposta.

VIII
Brasília é para quem gosta
De ter o céu como mar
E transformar em sua praia
O Lago Paranoá,
Saber que a fé que ergueu
Não vai deixar derrubar.

IX
Nunca vai desmoronar
O sonho de uma geração
Visionária, independente,
Que pensa grande a nação.
E, mesmo que falhe a mente,
Não faltará coração.

X
Terra de grandes artistas,
Do progresso e da bonança,
De sonhos e de conquistas,
Que vão ficar na lembrança,
Brasília é fibra e é luta,
Capital da esperança!

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

O Brasil é um avestruz: esconde a cabeça num buraco enquanto expõe o outro

Leio esta entrevista — bem na capa do Estadão de hoje — e fico pasmo. Será que conseguimos nos abaixar ainda mais? Repasso a matéria e volto depois. Grifos meus.

Antes de visita ao Brasil, Valcke cobra aprovação de lei

Secretário-geral da Fifa está preocupado com as pendências da legislação brasileira para a Copa

AE - Agência Estado

ZURIQUE - O secretário-geral da Fifa, Jerome Valcke, inicia na segunda-feira a primeira de uma série de visitas bimestrais ao Brasil, em que se reunirá com autoridades e acompanhará o andamento das obras para a Copa do Mundo de 2014. A principal preocupação do dirigente nesse momento é Com a aprovação da Lei Geral da Copa. Antes de chegar ao País, Valcke voltou a cobrar uma rápida solução para as pendências da legislação, tratada como fundamental pela Fifa para a organização do Mundial.

"Naturalmente, porém, a Lei da Copa será a base do sucesso brasileiro na organização do torneio", disse o secretário-geral da Fifa. "Por este motivo, aproveitarei a estada no Brasil para fazer diversas reuniões com as várias partes interessadas para explicar questões específicas face a face e para garantir que possamos fechar este capítulo até março. O tempo está passando rápido como nunca e a expectativa aumenta para todos nós."

Jerome não pede; manda!
Na segunda-feira, Valcke vai se encontrar com o ministro do Esporte Aldo Rebelo, com quem discutirá a situação da Lei Geral da Copa. O encontro também contará com a participação do ex-jogador Ronaldo, membro do Conselho Administrativo do Comitê Organizador da Copa do Mundo de 2014.

Acompanhado de Ronaldo e Rebelo, Valcke vai visitar Fortaleza e Salvador para avaliar os preparativos das duas cidades para a Copa do Mundo de 2014. Os encontros nas cidades nordestinas estão marcados para terça-feira. Fortaleza foi indicado como uma das sedes da Copa das Confederações de 2013, enquanto a capital da Bahia depende da evolução das obras da Arena Fonte Nova para receber jogos do torneio próximo ano.

"Estou muito feliz que o ministro do Esporte e Ronaldo estejam nos acompanhando nestas importantes visitas", disse Valcke. "A participação deles sublinha o compromisso conjunto de fazer da Copa do Mundo da FIFA 2014 um sucesso. As cidades-sede e os estados são parceiros fundamentais na medida em que proporcionam a infraestrutura básica. As discussões com as autoridades locais são importantes sobretudo por viabilizarem a troca de informações."

Após visitar Fortaleza e Salvador, Valcke seguirá para o Rio, onde participar de reunião do conselho do Comitê Organizador Local (COL), na quinta-feira. No encontro, o COL e a Fifa vão debater os preparativos para a Copa de 2014 e outros temas importantes, como o lançamento do slogan e da mascote oficial, o anúncio do calendário de jogos da Copa das Confederações e o sorteio da competição, que marcará também o início da venda de ingressos.

Dilma, que jurou defender e obedecer a Constituição,
passa-a à FIFA para o Blatter limpar o b...
Eu torço para que a manchete seja só um truque jornalístico para vender mais jornais, mas o mínimo que se pode dizer é que "nunca antes na história dessepaiz" a Nação foi tão ultrajada. Acho que podemos adotar a sugestão do Reinaldo Azevedo e mudar logo o nome do País para Banânia.

Quer dizer que uma organização — ainda que das mais poderosas — dita aquilo que nós devemos fazer para que "o evento seja um sucesso". Olha, Sr. Valcke, eu queria lhe dizer o que você, o seu patrão e nossos parlamentares chibungos podem fazer com essa tal "lei da copa"... Digamos que é o mesmo que se faz com um supositório, porque eu já sei o que vocês estão fazendo com nossa Constituição.

Essa Copa será a redenção de muita gente, muito dinheiro do Tesouro enriquecerá a patota do Ali Babá. Ao invés das oito (8) sedes habituais, serão doze (12), uma dúzia inteirinha, 50% a mais que nas Copas anteriores. Estádios, dentre outras obras, estão sendo construídos pelos custos exorbitantes e obscenos de costume, em cidades onde serão realizados apenas três (3) partidas, grande parte delas no Nordeste — celeiro de votos da petralhada. Alguém aí pode calcular o preço do minuto dessas pelejas? Só mesmo em Banânia, digo, no Brasil, que uma coisa assim é feita e ninguém diz absolutamente nada. Aliás, onde anda a tal oposição a este governo de gatunos? Por onde anda Aécio?

Aécio!! Cadê você?! ...

...assim por trás não dá pra ver!!

terça-feira, 29 de novembro de 2011

A charge tarda mas não falha

Há uns dias eu escrevi um artigo com este mote. Na ocasião, não encontrei nem uma charge que pudesse usar para ilustrá-lo. Pois hoje ela chegou; está aí o que me faltava. Valeu Roque!

Eu tenho os olhos da Dilma e as cores do PT

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

O Poder e o que ele faz às pessoas

Depois que alcançam o Poder as pessoas mudam. Não é uma fatalidade — regras têm sempre exceções — mas pode-se dizer que ninguém é imune. Alguém aí se lembra de FHC antes de exercer o poder? E Lula então? Lembram-se como ele era antes? Eu me lembro bem de como eram ambos e como ficaram depois — basta olhar para comprovar. Eles se tornaram pessoas completamente diferentes e não foi só na cor dos cabelos.

Peguei Lula e FHC porque são exemplos mais recentes, mas podemos ir bem longe nessa argumentação. Ouvi hoje, pela manhã, o Jabor dizer que existe no Youtube um vídeo do Glauber Rocha sobre a posse do Sarney no Maranhão, há 45 anos! Quem vê o vídeo pode se enganar e até pensar "o Sarney já foi gente boa"... Pode? Acreditem, pode. Se estiverem interessados, procurem por Maranhão 66 no Youtube ou no Google. É fácil achar. Só não ponho aqui porque o Sarney é por demais abjeto para eu me dar esse trabalho. Também não gosto do Glauber, fazer o que.

O próprio Glauber, dizem, era um entusiasta do Sarney. Achava o cara o máximo, um progressista (ai, ai... lá vem a palavra maldita de novo) que poderia salvar o Maranhão da miséria e do atraso. Não só não salvou como manteve o Maranhão como há 45 anos — miserável e atrasado — só que com ele e a famiglia no comando. Aquilo lá virou um feudo. Eu ainda vou postar aqui um artigo do The Economist sobre o Sarney e que eu traduzi. É a biografia de um estado e seu governador em duas páginas A4. A diferença é que o Sarney não pode fazer com o The Economist o que os seus juízes de bolso de colete fizeram com o Estadão.

"O poder corrompe. O poder absoluto corrompe absolutamente." A frase de John Emerich Edward Dalberg-Acton serve como uma luva aqui. A corrupção no Poder nunca foi tão endêmica e absoluta como agora. E pensar que ela ocorre justamente sob a égide da Democracia. Não nos limitemos apenas ao Executivo e ao Legislativo — casas onde a corriola, sabemos, é solta — mas o Judiciário balança suas togas e mostra sua cara. Não são só morosos e gastadores; muitos deles são bandidos que se acoitam nos bolsos de colete de figurões como os Sarneys, Dantas e que tais. É revoltante; aviltante.

Há dias em que eu preciso vomitar minha indignação, meu sofrimento e revolta. Peço, por isso, desculpas. O texto fica pesado e difícil de ler. Acredite, é ainda pior de se escrever. Mas deixo a imaginação viajar e vejo o dia em que brasileiros saídos de algum lugar deixarão suas casas e famílias; tomarão paus e pedras, bastões e forcados, aquilo mais que estiver à mão e rumarão para Brasília. Eu os imagino cantando algo assim:
Allons ! Enfants de la Patrie !
Le jour de gloire est arrivé !
Contre nous de la tyrannie,
L'étendard sanglant est levé ! (bis)
Entendez-vous dans nos campagnes
Mugir ces féroces soldats?
Ils viennent jusque dans vos bras.
Égorger vos fils, vos compagnes !

    Aux armes, citoyens !
    Formez vos bataillons !
    Marchez, marchez !
    Qu'un sang impur
    Abreuve nos sillons !

    Aux armes, citoyens !
    Formez nos bataillons !
    Marchons, marchons !
    Qu'un sang impur
    Abreuve nos sillons !

Que o sangue impuro desses crápulas acabe com a aridez do planalto central. Agora eu entendo melhor o porquê da Campanha Nacional do Desarmamento...

Aux armes, citoyens !


terça-feira, 13 de setembro de 2011

A Beócia é aqui!

Já falei noutro artigo sobre os beócios, denominação dos naturais da Beócia, etc. Os beócios eram tidos em baixíssima conta pelos atenienses que os qualificavam como "de espírito pouco cultivado, indiferentes à cultura; grosseiros, boçais" (Houaiss). A má fama desses povos atravessou os milênios e seu nome hoje serve para adjetivar, via de regra, os toscos, ignorantes, grosseiros e boçais.

Tratar mal assim um povo, convenhamos, só podia ser mesmo coisa de atenienses, a zelite da Grécia na época. Eram de lá os sábios e os grandes filósofos; foi de lá que brotaram grandes ideias, como uma tal de Democracia. Na Grécia tinha também outro grande povo, os espartanos, cujo nome também atravessou os milênios para adjetivar as virtudes da austeridade, do rigor e do patriotismo (Houaiss). À sua moda, Esparta também tinha sua zelite, nada tão refinado como em Atenas, mas ainda assim, zelite. Diz a lenda que espartanos "não-conformes" eram atirados do penhasco ao mar. Rude, mas eficaz.

Berço da cultura, sabedoria, da austeridade, do rigor e do patriotismo, a Grécia podia nos poupar dos beócios. Mas não, o pacote veio completo. Está por conta do destinatário separar o joio do trigo. Assim, em alguns lugares, a maioria dos cidadãos são honestos, procuram se aprimorar pelo estudo e pela boa prática, são austeros com seus recursos e ainda mais austeros com os recursos alheios, usados com parcimônia e rigor para obtenção do bem comum. Exemplos simples, patrióticos, de como deve ser uma Nação.

E a Democracia? outro presente grego. A Democracia tem um defeito. Para dar certo, ela precisa que a grande maioria de uma sociedade seja de homens de bem, que cultivem bons valores como a educação, a cultura, as ciências. Que sejam gente honesta e proba, legião de trabalhadores. Temos esse "material" aqui, falta-nos a quantidade. Não é suficiente que sejam uma coisa ou outra — é preciso ser tudo.


Não é de se admirar que nosso País esteja vivendo tamanha crise de valores tal é a quantidade de escândalos, de malfeitos e malfeitores. Não é possível existir uma "Democracia de Boçais", ao menos não uma que funcione e viceje. Ou mudamos a qualidade do povo ou continuaremos República da Beócia.