Mostrando postagens com marcador cooptação. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador cooptação. Mostrar todas as postagens

quinta-feira, 12 de julho de 2012

As cinco fases do luto de Dilma

Caiu a ficha! Dilma — só agora — percebeu que embarcou numa canoa furada. Pior, descobriu que nessa canoa ela é a própria rolha! Oito anos de "Era Lula" esburacaram o casco da Nau Brasil. Ó dó...

Na matéria publicada pelo Estadão fica claro a primeira fase do luto: a negação. Pela regra virão a seguir a raiva, a barganha, a depressão e, por fim, a aceitação (*), se bem que raiva, barganha e depressão já fazem parte do cotidiano da presidenta. Vamos à matéria, grifos meus.

Uma nação não é medida pelo PIB, afirma Dilma

Para a presidente, Brasil será um país desenvolvido quando todas as crianças e seus jovens tiverem acesso à educação de qualidade

BRASÍLIA - A presidente Dilma Rousseff afirmou na manhã dessa quinta-feira que a grandeza de uma nação não é medida pelo Produto Interno Bruto (PIB), mas pelo que faz pelas suas crianças e adolescentes. "Uma grande nação deve ser medida por aquilo que faz para as suas crianças e adolescentes, não é o PIB, é a capacidade de o País, do governo e da sociedade de proteger o seu presente e o seu futuro", discursou Dilma, diante de uma plateia formada, na maioria, por adolescentes, durante a 9ª Conferência Nacional dos Direitos da Criança e Adolescente.

"O Brasil durante muito tempo conviveu com uma situação lamentável e terrível, ser um país com tantas riquezas, formado por um povo tão solidário, mas que uma parte imensa da sua população estava afastada dos direitos e, sobretudo, dos benefícios dessas riquezas e de tudo que esse país pode produzir", afirmou.

Dilma destacou programas do governo federal, como o Brasil Carinhoso e o Bolsa Família, prometendo aumentar - até o final de 2014 - de 33 mil para 60 mil escolas o número de escolas de ensino fundamental e médio que tenham dois turnos.

"Vamos disputar o que é a economia moderna, que é a economia do conhecimento, aquela que agrega valor, a internet, as tecnologias de informação. Esse país vai ser um país desenvolvido quando todas as crianças e seus jovens tiverem acesso à educação de qualidade", afirmou.

"Lugar de criança e adolescente é na creche e na escola, num ambiente seguro, é nas escolas técnicas, é nos campos esportivos, é em todas as manifestações artísticas, é sobretudo em um ambiente seguro, livre da miséria, da violência e dos abusos."

No encerramento do discurso, a presidente manifestou apoio à candidatura do brasileiro Wanderlino Nogueira Neto ao Comitê de Direitos da Criança da ONU. Dilma deixou o Centro de Convenções Ulysses Guimarães, local do evento, sem falar com a imprensa, evitando comentar a redução da taxa Selic, definida ontem pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central.
A presidenta deveria começar por devolver o diploma porque tal afirmação renega não apenas princípios da Economia como até mesmo a lógica mais tacanha. Com o que a presidenta pensa "proteger presente e futuro de nossas crianças e adolescentes"? Certamente não será com esse discurso vazio. Aliás, presidenta, falta-lhe o traquejo do seu antecessor para ficar distribuindo bravatas. A senhora simplesmente não convence.

O festival de trapalhadas, iniciadas por seu antecessor transmutaram nosso antes grandioso país num grande circo. Nem mesmo ao Paraguai impomos mais respeito, já que a senhora passou a ser joguete de Chávez e daquela perua argentina. Como mandatária a senhora só é boa em esgrimir impropérios e exibir nenhuma capacidade. Lembre-se, o Brasil é bem maior que a sua antiga lojinha de quinquilharias chinesas de Porto Alegre, aquela que a senhora já faliu.

E como o PIB teima em não subir — mesmo com esforços do seu ridículo ministro Mantega, apelidado "levantador-de-PIB" — nega-lhe a importância que tem (negação), berra com seus ministros (raiva), propõe e aceita os acordos mais espúrios que se possa engendrar (barganha). Não sei o que se passa entre as quatro paredes onde a senhora se esconde, mas é lícito imaginar que o peso da sua própria incompetência a faça vergar (depressão). Só não espero de você aceitação, porque lhe falta o mínimo de inteligência para isso.



(*) Elisabeth Kübler-Ross, M.D., On Death and Dying, 1969.

domingo, 1 de julho de 2012

O verdadeiro golpe

Pesquei este artigo ontem, mas como já tinha escrito bastante, deixei para publicar hoje — dia em que pretendo descansar. Aliás, o mote do texto que repasso a vocês já foi tratado aqui mesmo.

O verdadeiro golpe no Paraguai

por Sandro Vaia (*)

A TV estatal do Paraguai ficou 26 minutos fora do ar por falta de energia elétrica e os alucinados constitucionalistas da Constituição alheia que cresceram como erva daninha nas redes sociais, viram isso como um sintoma de “repressão” e atentado às liberdades públicas.

Nunca se viu um golpe de Estado tão modorrento. Fora dos protestos protocolares de partidários do presidente deposto, o Paraguai continuou levando a sua vida de rotina.

O microfone da TV pública ficou aberto, o ex-presidente protestou diante de suas câmeras, o Congresso fez tudo dentro da normalidade, a Suprema Corte disse que tudo foi feito dentro da normalidade e até o advogado do deposto disse que tudo foi feito dentro da normalidade.

Mas muita gente não gosta da normalidade paraguaia e insiste em chamar de golpe uma decisão tomada por mais de 90% dos parlamentares, que se basearam rigorosamente na letra do artigo 225 da Constituição de seu país.

Dizem que foi tudo muito rápido e surpreendente. Que não houve tempo para defesa. Que o rito foi muito sumário. Mas tudo está previsto na Constituição, que dá ao Senado a atribuição de fixar o rito para o julgamento, o que foi feito através da Resolução 878.

O que resta dizer? Que a Constituição é de mau gosto e “disgusting” ao fixar um etéreo “mau desempenho” como motivo de impeachment?

Que o Legislativo paraguaio não tem polidez, educação e bons modos ao dar tão pouco prazo para a defesa do acusado?

É um pouco de cinismo e hipocrisia achar que dar mais tempo de defesa ao presidente destituído poderia salvá-lo do impeachment.

A queda dele foi resolvida por razões políticas, e nem 400 dias de prazo de defesa poderiam salvá-lo. Ele simplesmente perdeu catastroficamente o apoio político de sua base de sustentação e a votação do processo de impeachment apenas confirmou que ele perdeu as condições mínimas de governabilidade.

Se a Constituição do Paraguai tem um defeito, ele é de concepção: fixou critérios quase parlamentaristas para julgar um governo presidencialista. O presidente ganhou um voto de desconfiança – que apelidaram de “mau desempenho”- e caiu.

Como provar alguma coisa como “mau desempenho” se não através de critérios puramente políticos?

Essa é a Constituição que o Paraguai tem, não a que os palpiteiros da UNASUL acham que deveria ter.

Na Venezuela, por exemplo, casuísticas normas eleitorais permitem que 51% dos eleitores elejam 66 deputados enquanto 49% elegem 96 deputados- do partido do governo, claro. Alguém reclamou?

Enquanto a normalidade da vida democrática foi mantida no Paraguai e o próprio Lugo anunciou que pretende candidatar-se de novo nas eleições de abril de 2013, além de manifestar-se contra sanções econômicas contra seu país, a UNASUL e o Mercosul afastam o Paraguai de seu convívio, com a aquiescência bovina da diplomacia brasileira, a reboque do ativismo “bolivariano”.

É fácil concluir qual é o verdadeiro golpe no Paraguai e qual é seu objetivo: afastar o único obstáculo à entrada da Venezuela no Mercosul.

As tais “cláusulas democráticas” só valem para enquadrar os inimigos. Para os amigos, nem a lei.


(*) Sandro Vaia é jornalista. Foi repórter, redator e editor do Jornal da Tarde, diretor de Redação da revista Afinal, diretor de Informação da Agência Estado e diretor de Redação de “O Estado de S.Paulo”. É autor do livro “A Ilha Roubada”, (editora Barcarolla) sobre a blogueira cubana Yoani Sanchez. E.mail: svaia@uol.com.br

sábado, 30 de junho de 2012

Como se faz um golpe

Repasso a vocês o editorial de ontem do Estadão. Evitarei meus habituais grifos e comentários, mas é para ler e refletir.


Mercosul e autoritarismo

O Estado de S.Paulo

O Mercosul será um bloco muito menos comprometido com a democracia se os presidentes do Brasil, da Argentina e do Uruguai decidirem afastar o Paraguai, temporária ou definitivamente, e abrirem caminho para o ingresso da Venezuela, país comandado pelo mais autoritário dos governantes sul-americanos, o presidente Hugo Chávez. Mesmo sem esse resultado, qualquer punição imposta ao Paraguai será uma aberração. Será preciso imputar ao Legislativo e ao Judiciário paraguaios a violação de uma regra jamais escrita ou mesmo consagrada informalmente pelos quatro países-membros da união aduaneira.

Até a deposição do presidente Fernando Lugo, a Constituição de seu país foi considerada compatível com os valores democráticos. Segundo toda informação disponível até agora, nenhum item dessa Constituição foi violado no rapidíssimo processo de impeachment concluído na sexta-feira passada. Diante disso, nem mesmo o governo brasileiro, em geral afinado com a orientação dos vizinhos mais autoritários, qualificou como golpe a destituição de Lugo. Se não foi um golpe, como caracterizar a ação antidemocrática?

Ataques aos valores democráticos ocorrem com frequência tanto na Venezuela quanto em outros países sul-americanos, mas sempre, ou quase sempre, sem uma palavra de censura das autoridades brasileiras. Ao contrário: a partir de 2003, a ação diplomática de Brasília tem sido geralmente favorável aos governos da vizinhança, quando atacam a imprensa, quando se valem de grupos civis para praticar violências e outros tipos de pressão contra os oposicionistas e quando trabalham para destroçar as instituições e moldá-las segundo seus objetivos autoritários.

Não é preciso lembrar detalhes da ação do presidente Chávez para mostrar como seu governo se enquadra nessa descrição - embora na Venezuela, segundo o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, haja excesso de democracia. Mas o chefão bolivariano é apenas um entre vários dirigentes sul-americanos com vocação autoritária.

A presidente Cristina Kirchner é um exemplo especialmente notável. Como presidente pro tempore do Mercosul, condenou prontamente a destituição do presidente Lugo e se dispôs a excluir o governo paraguaio da reunião de cúpula marcada para esta sexta-feira. Mas os compromissos da presidente argentina com a democracia são notoriamente frágeis. Não há nada surpreendente nesse fato, porque é muito difícil a convivência do populismo com os valores democráticos. A incessante campanha do Executivo argentino contra a imprensa é apenas uma das manifestações da vocação autoritária dos Kirchners e, de modo geral, dos líderes peronistas.

Essa campanha foi levada pelo chanceler argentino, Héctor Timerman, a Mendoza, onde ministros de Relações Exteriores se reuniram para preparar o encontro presidencial.

Já na quarta-feira à noite o ministro argentino falou sobre tentativas da "direita golpista" de enquadrar os governos da região e atacou o jornal ABC, de Assunção, acusando-o de haver incitado os políticos a depor o presidente Lugo. Atacou também os diários La Nación e Clarín, de Buenos Aires, por haverem, segundo ele, justificado o impeachment do presidente paraguaio. "Vemos diariamente", acrescentou, "a ideia de enquadrar presidentes como Cristina Kirchner, Dilma Rousseff e José Mujica."

Não por acaso o ministro de Relações Exteriores da Venezuela, Nicolás Maduro, saudou com entusiasmo os colegas argentino e brasileiro, ontem de manhã, no hotel onde os chanceleres começariam a discutir as sanções ao Paraguai. O Senado paraguaio tem sido o último obstáculo à inclusão da Venezuela entre os membros do Mercosul. Os Parlamentos do Brasil, da Argentina e do Uruguai já aprovaram.

Suspenso ou afastado o Paraguai, o obstáculo será removido e o Mercosul será governado pelo eixo Buenos Aires-Caracas. Quaisquer compromissos com a democracia serão abandonados de fato e as esperanças de uma gestão racional do bloco serão enterradas. Para precipitar esse desastre bastará o governo brasileiro acrescentar mais um erro diplomático à enorme série acumulada a partir de 2003.

O Brasil é lindo, o discurso é que não cola

¡Mercosucio, si!

 

quarta-feira, 20 de junho de 2012

Explicações são devidas; resta saber a quem.

Do blog do Camarotti direto para vocês, grifos meus.

Eduardo Campos pede explicações a Erundina

O governador de Pernambuco e presidente nacional do PSB, Eduardo Campos, está reunido neste momento, em Brasília, com a deputada federal Luiza Erundina.
O cacique pede explicações sobre declarações de que ela poderia recuar no posto de vice de Fernando Haddad na disputa pela Prefeitura de São Paulo, após o anúncio, com foto, do apoio de Paulo Maluf ao candidato petista.

Eduardo Campos deve manifestar sua surpresa pelo posicionamento de Erundina, sem que o assunto tenha sido levado ao conhecimento do comando partidário.

Participam também do encontro o vice-presidente do PSB, Ricardo Amaral, e o secretário da sigla Carlos Siqueira.

Meu pitaco:


O neo-cooptado Dudu Campos foi pego de surpresa pela reação de Erundina em não aceitar a convivência política explícita com Paulo Maluf e seu PP, apesar da existência da convivência implícita — ambos apoiam o governo Dilma, assim como apoiaram o governo Lula. A verdade é que a puxada do tapete onde se encontrava o governador de Pernambuco pegou muito mal para ele. É que nesses tempos modernos exige-se que os presidentes de partido tenham seus filiados em rédea curta — "éguas" xucras como Erundina não podem ser toleradas, nem "éguas", nem "potros". Lula, por exemplo, soube como por a liça na Marta, já Dudu...

Num post abaixo eu já exortava Erundina ao imediato rompimento com o conchavão. Tudo indicava que — enquanto eu escrevia aquelas linhas — ela chutava o pau da barraca. Bem feito! E não há motivos para Dudu Campos se melindrar porque as razões de Erundina são históricas — ela fez justiça ao seu passado, seu presente e seu futuro. O que eles nunca deveriam ter feito é pôr Erundina e Maluf na mesma baia. Aí já é demais, né? Campos tomou chumbo na asa — nada diferente do que ele fez com Aécio em Minas — o que é um consolo, afinal, "chumbo trocado não dói!"

Para terminar, eu sei que o minuto e meio de Maluf na TV não são de se desprezar, mas há limites. Existe uma tênue linha que separa o desejável do condenável e Lula e o PT perderam essa noção após os mais de oito anos no poder. É como no dito: "O poder corrompe; o poder absoluto corrompe absolutamente." Não é assim tão difícil entendê-los...


Aliás, a dica de leitura na charge do Sponholz é perfeita. Nem é assim tão nova — eu mesmo venho indicando a obra de Orwell desde os primeiros anos do primeiro governo Lula — tamanhas são as coincidências entre ambos. E minha opinião ainda não mudou. Nada explica melhor o lulo-petismo que "A Revolução dos Bichos" (Animal Farm) de George Orwell. É um livrinho pequenininho, pode ser lido em poucas horas, mas mostra bem o "pensamento" por detrás disso que está aí. Boa leitura!

Três dedos

Do Estadão eu peguei um trecho de reportagem que referencia o recente episódio Lula-Maluf e que repasso a vocês; depois solto meu pitaco. Grifos meus.

Marina alfineta Lula sobre aliança com Maluf

'Vale misturar água e óleo para ter tempo de TV', disse a senadora durante discurso na Rio+20; acordo rendeu 1min35s à propaganda eleitoral de Haddad
RIO - Em um discurso na Cúpula dos Povos nesta terça-feira, dia 19, Marina Silva alfinetou a aliança entre o PT de São Paulo e o ex-prefeito Paulo Maluf. Segundo a ex-senadora, para alguns políticos “vale misturar água e óleo para ter tempo de TV.” A fala, feita em uma das principais plenárias da Cúpula, foi aplaudida de pé pelo público que mais uma vez ovacionou Marina Silva e seu posicionamento contrário aos rumos do documento oficial da Rio+20.

“Eles acreditam que só existe a política do pragmatismo, acreditam que vale misturar água e óleo apenas para ganhar mais tempo na televisão sem nem saber sobre o que propor”, afirmou Marina Silva, que foi ministra do meio-ambiente durante o governo Lula. Nessa segunda, 18, o ex-presidente anunciou aliança com Paulo Maluf em apoio à candidatura de Fernando Haddad à prefeitura de São Paulo. O anúncio causou desconforto entre os próprios petistas e ameaça a permanência da deputada Luiza Erundina (PSB) como vice na chapa.

Meu pitaco:

As vestais sempre me impressionaram negativamente. Quando alguém se apresenta assim muito certinha, muito pura, muito verde, muito... eu desconfio. E com Marina não foi diferente. Desde a primeira hora eu a vi falsa como uma nota de três — e não me enganei.

Diz um ditado que quando se aponta o dedo para alguém outros três ficam apontados para você. É uma forma de imitar com gestos a mensagem contida naquela célebre frase, na qual, segundo a Bíblia, Jesus disse aos apedrejadores de Maria Madalena: "Quem nunca pecou que atire a primeira pedra." Diz a Bíblia que ninguém se atreveu a lapidar Madalena e que foram embora com o rabo entre as pernas.

O mesmo acontece com nossos dedos. Estão lá três a nos lembrar que somos tão pecadores quando aqueles aos quais queremos imputar uma falta, um crime, talvez até mais que o próprio criminoso. Assim é Marina, criminosa à sua maneira, mas posando de vestal pura e límpida enquanto aponta com seu dedo o desafeto. Vá lá, Lula é gente da pior espécie, mas Marina foi da sua patota por tanto tempo que — com absoluta certeza — também se lambuzou na mesma lama, sujou-se nas mesmas fezes.

Dona Marina é toda verde. Luta pelos animais, plantas e povos da floresta. Ecologista de fama internacional, não há lugar no mundo rico onde não seria reconhecida. Já no terceiro mundo, não sei. Acredito até que em seu estado natal ela não é nem tão conhecida assim. Já no Brasil que conta, não, é a grande redentora da natureza, das ONGs e dos ecologistas. Para eles Marina é dez, mas não devia...

Marina é dada a arroubos tão lulescos quanto os do próprio babalorixá. Para registrar um único votinho insignificante na campanha presidencial em que concorreu, voou num jatinho particular de São Paulo a Rio Branco (AC), votou, deu uma entrevista e embarcou no mesmo jatinho de volta para São Paulo para acompanhar a apuração. Chico Mendes ficaria orgulhoso do feito, já que usou o meio de transporte mais poluidor que se tem notícia nesse planeta. É bem provável que em toda a sua vida ela não consiga apagar o footprint de carbono que esta viagem gerou, footprint que ela, com sua voz de tísica, vai acusar você de ter feito e que debitará em sua conta. Tirando isso, é verde! Verde-petróleo, verde-dólar.

Lembre-se Marina: nota de três, três dedos... E me atrevendo a parafrasear Saint-Exupéry, eu diria a você: "Tu te tornas imputável pelas pessoas que acusa."

terça-feira, 19 de junho de 2012

Larga essa m*, Luíza!

O Camarotti escreveu no seu blog, grifos meus:

PSB não quer ficar refém de Luiza Erundina

A cúpula do PSB avalia que não pode ficar refém da deputada Luiza Erundina, escolhida como vice do petista Fernando Haddad para concorrer à Prefeitura de São Paulo.

Erundina deu declaração de que deve continuar como vice, mas que vai questionar a aliança com Paulo Maluf (PP), de quem é inimiga histórica.

Um integrante do comando do PSB disse ao blog que a cúpula está incomodada com o fato de saber pelos jornais das posições políticas de Erundina. O PSB está preocupado com a postura independente da deputada sem consulta ao comando partidário.

Isso será dito à deputada durante conversa marcada para esta tarde. O governador Eduardo Campos, presidente nacional da sigla, está a caminho de Brasília para uma reunião que avaliará o quadro da eleição em São Paulo. Erundina e o vice-presidente do PSB já estão em Brasília.

Meu pitaco:

Qual o quê, Erundina! Primeiro, você nem deveria ter aceitado o "convite" de Lula. Afinal, ele a expulsou do PT apenas por você aceitar ser ministra do Itamar. Isso vai muito além do pragmatismo; está mais para pragamatismo.

Prestenção: era o Governo Itamar, não o de Fernando Collor, de quem Lulla é hoje amigo do peito, de copo e do bolso. Tome tento porque ele ainda faz o PSB expulsá-la do partido.

Boa política, uma questão de limpeza.
PSB que já foi cooptado, na fonte — aquela de Pernambuco —, de onde veio a ordem para vocês se alinharem com o PT paulista, voltando as costas ao governador Alckmin e ao PSDB, de cujo cocho no governo desfrutavam. E não foi a primeira vez não. A vocação de Judas do PSB começou aqui em Minas, com o prefeito de BH. Eu, hein!

Então, o melhor para você, Erundina, é se preservar — por um mínimo de coerência —, já que não há como se aproximar de Maluf (e de Lulla) sem se sujar. E já que estamos no tema, sua amiga Marta Suplicy deve estar às gargalhadas em casa, isto é, rindo das trapalhadas e aliviada por não estar no meio dessa merda que suja a todos e cheira muito mal.

Prag(a)matismo

Deu no Cláudio Humberto ontem...

'Aliança com o PT foi por amor a São Paulo', afirma o deputado Maluf


O deputado Paulo Maluf (PP-SP) afirmou nesta segunda (18) que sua aliança com o PT foi “por amor a São Paulo” e não pela nomeação de um suposto indicado seu ao Ministério das Cidades, a quem ele negou conhecer. "Não conheço ele. Parece que é do Paraná. É do PP do Paraná”, disse. O parlamentar ainda exaltou o pré-candidato à Prefeitura da cidade, Fernando Haddad (PT) justificando a aliança com o PT. "É o nosso candidato porque eu amo São Paulo. (...) eu tenho plena convicção de que São Paulo vai precisar do governo federal para resolver seus problemas”, acrescentou. A aliança foi formalizada hoje na casa de Maluf, com a presença do ex-presidente Lula e do presidente do PT, Rui Falcão, além de malufistas históricos, como o vereador Wadih Mutran (PP).

É como na música... É o amo-o-or...


segunda-feira, 18 de junho de 2012

Por que não estou surpreso?

Deu no Estadão, grifos meus:

PP, de Paulo Maluf, homologa apoio a Haddad


Sob o mote de "parceria" e "mudança de rumos", o PP, do deputado federal Paulo Maluf (SP), homologou na tarde desta segunda-feira seu apoio à pré-candidatura do petista Fernando Haddad à Prefeitura de São Paulo. Segundo o presidente nacional do PT, deputado estadual Rui Falcão, a aliança traz para o plano municipal "forças políticas que estão juntas mudando o País".

Em reunião realizada na sede do diretório estadual do partido, Maluf defendeu a aliança afirmando que "quem pode ajudar São Paulo é uma parceria do governo federal e do municipal". E cravou: "Haddad é a pessoa para fazer isso", disse após assinar a homologação.

Haddad recorreu ao argumento da "mudança de rumos" em seu discurso que celebrou a aliança. "Quatro entre cinco paulistanos querem uma mudança de rumos", disse.

A resposta, bem aqui:


Traduzindo: não há "mudança de rumos", só mesmo a "parceria". Vão continuar roubando como sempre, dos mesmos, só que agora adquiriram tecnologia da enguia mais ensaboada que habita este planeta. Nunca mais serão pegos, muito menos presos.

sábado, 16 de junho de 2012

Para Serra não basta ser "mau perdedor"; é preciso ser "mau ganhador" também!

Serra continua surpreendendo. Não contente em furar as "prévias do PSDB" para a candidatura à prefeitura paulista, ele agora distribui chutes e caneladas entre as hostes que o "apoiam". Acho que até o Reinaldo Azevedo — fã declarado do político paulista — terá dificuldades de explicar o inexplicável. Vejam o texto que peguei no Blog do Noblat, grifos meus.

Na primeira encruzilhada, Serra ameaça desistir

Ex-governador exige coligação do PSDB com o PSD do prefeito Kassab; projeções indicam que, assim, tucanos encolheriam na Câmara Municipal, enquanto pessedistas formariam "super bancada"; diretórios estadual e municipal em pé de guerra; sem aliança, Serra diz que pega o boné e volta para casa

247

Diante da primeira encruzilhada em que sua candidatura a prefeito se depara nesta campanha, o ex-governador José Serra já apontou para seu partido o caminho que pode seguir: voltar para trás.

Em recados duros que chegaram os ouvidos do governador Geraldo Alckmin, em viagem a Nova York nesta sexta-feira 15, Serra disparou a ameaça de simplesmente desistir de concorrer caso o PSDB não aceite, como ele exige, firmar uma coligação formal com as legendas PSD, DEM e PR.

Com olhos focados na liderança que, pessoalmente, poderá exercer sobre os coligados e no tempo de televisão que poderá dispor com -- e sem -- a soma dos espaços partidários no horário eleitoral gratuito, Serra sustenta que não se vê em condições de enfrentar, com chances, a disputa, caso não conte com o apoio das outras legendas.

O problema, para o partido dos tucanos, é que essa coligação irá resultar no chamado "chapão", em que candidatos a vereador de todas as siglas coligadas disputarão a eleição sob o mesmo guarda-chuva da candidatura Serra, dividindo proporcionalmente o resultado final.

Nas projeções de líderes tucanos como o secretário de Energia José Aníbal, de franca influência nos diretórios palistanos, o chapão teria o efeito de reduzir em cerca de 50% o potencial eleitoral dos postulantes do partido. Assim, em lugar de fazer uma bancada com até 12 vereadores eleitos, os tucanos saíram para a disputa projetando vitórias de apenas 6 ou 7 concorrentes.

A situação ganha complexidade quando se analisa o fechamento em curso da coligação com o PSD do prefeito Gilberto Kassab. Enquanto os tucanos, no último ano, viram oito de seu vereadores bandearem-se para outros partidos, e sua bancada, assim, ficar reduzida a sete edis, os pessedistas se beneficiaram dessa diáspora, com a adesão de três ex-tucanos, chegando a dez vereadores – a segunda maior bancada da Câmara, atrás apenas do PT.

A coligação PSDB-PSD tende a fortalecer ainda mais os filiados ao partido do prefeito, que, além de suas próprias bases, teriam a seu favor o resultado da conta de quociente partidário. O PSD largaria para a disputa com a chance real de formar o que já vai sendo chamada de super bancada, talvez entre 30% e 40% maior que a atual. Os tucanos candidatos temem que esse crescimento se dê sobre o seu definhamento. Serra não vê problema nisso, até porque considera os vereadores do PSD como estando sob a sua chefia.

Com 55 vereadores, a Câmara Municipal de São Paulo formará suas futuras bancadas pelo critério do quociente partidário – número resultante da divisão do número de votos válidos sob a mesma legenda ou coligação pelo quociente eleitoral. Nesse caso, a coligação funciona como um único partido: quem tiver mais votos dentro da coligação, está eleito, independentemente da legenda a que pertença. Aí reside a grande preocupação de parte do PSDB.

Enquanto isso, o PP do ex-governador Paulo Maluf está ameaçando abandonar as negociações de uma coligação com o PSDB. Por meio do secretário-geral da legenda, Jesse Ribeiro, Maluf pede, desde já, maior participação na eventual futura administração Serra, com um naco maior da secretária da Habitação e da Cohab, a companhia estatal que constróe casas populares. Caso não obtenha o que quer, ele ameaça fechar com o candidato do PT, Fernando Haddad.

Sob pressão, o governador Geraldo Alckmin, que nesta sexta-feira 15 está em Nova York, tem a complicada tarefa de administrar essa crise. Ficando ao lado de Serra, pode prejudicar seu próprio partido. Se, no entanto, se posicionar com os vereadores que temem o "chapão", corre o risco de ver Serra concretizar a ameaça de deixar a disputa. Inicialmente, Alckmin, pensando em sua situação de reeleição, em 2014, deverá apoiar as coligações defendidas pelo candidato a prefeito.

Em matéria de democracia partidária, os tucanos paulistanos não estão, neste momento, em condições de dar lições a ninguém. Ali, quem vai decidir a pinimba, serão, mais uma vez, os chefes.

Meu pitaco:

Sou crítico contumaz do Serra, de primeira hora. Acho-o — abusando de minha benevolência —, politicamente incompetente, arrogante e covarde, como já tive oportunidade de dizer aqui e aqui, especificamente no caso das eleições municipais de 2012. Se o leitor pesquisar o blog pela palavra "Serra", certamente encontrará páginas e mais páginas sobre ele, a maioria desabonadora, sinto informar.

 

Chantagear seus próprios companheiros de partido é meio caminho para a derrota. Do alto de sua empáfia, chutando camaradas como quem chuta cachorro morto, Serra faz o jogo de Lula que já cooptou Maluf e seu PP com um cargo de segundo escalão. Mas nào foi só isso não. Como bem lembrou o Thais Arbex (Veja Online) e que Reinaldo Azevedo replicou em seu blog, a saída de Maluf do "chapão" pode inverter o tempo do horário político a favor do Haddad (o PP tem 1' 35"), chegando a ficar até 1' 01" a mais que o tempo do Serra.


Criticam Lula por haver armado um samba do crioulo doido para a disputa paulistana. Eu concordo. Juntar num mesmo palanque Maluf e Erundina é tarefa para um grande articulador político. Ninguém faz uma limonada tão bem com os limões que lhe atiram. Pode-se não gostar do molusco mas é preciso reconhecer que jogo de cintura ele tem. Já o Serra...


O (e)leitor desavisado pode achar estranho, inimigos tão ferrenhos dividindo o mesmo cocho, mas nossa política é assim — o fim justifica os meios — e há muitos votos naquele cocho e muito grana nos cofres da Prefeitura. Cabe ao paulistano escolher quem vai levar o butim.
 
Quanto ao Serra, resta apenas vencer. Na altura desse campeonato — correr ou perder — será o mesmo que suicídio político. E mais: qualquer que seja o resultado em Sampa, acredito, será o canto do cisne para ele. Para mim, ainda bem; já para o Reinaldo será o desperdício de seu excelente latim com quem não merece. A ele, Serra, deixo as palavras de um certo Jurandyr Czaczkes: "Tem todas as qualidades que desprezo e nenhum dos vícios que admiro." Chapeau!

quinta-feira, 14 de junho de 2012

Envergonhando os desavergonhados — Ou: Como os burocratas roubam os contribuintes — Ou: Até parece que vocês não conhecem Banânia...

Uma das minhas publicações favoritas é a revista especializada em economia e negócios The Economist, que acompanho pela versão online. Fica aqui a dica de leitura.

Hoje leio nela uma matéria deliciosa sobre nosso "serviço público", uma das razões pela qual retornam apenas 3% (três por cento) das arrecadações tributárias — uma das maiores do mundo — aos "felizes" habitantes pagadores de impostos de Banânia.

Não é pouco o que se arrecada aqui. Os números oficiais mostram que a fatia de impostos que pagamos monta a 38% (trinta e oito por cento) do PIB, isto é, R$ 1,574 trilhões. Feitas as contas, apenas R$ 0,047 trilhões (ou R$ 472 bilhões) retornam para a sociedade na forma de investimento, daí para baixo, o que é absolutamente insuficiente. Basta olhar ao redor para ver.

A pergunta de R$ 1,527 trilhões (isto é, 1,574 tri menos 0,047 tri) é: o que é feito com o resto dos tributos pagos? Bom, o Estado gasta consigo próprio! É disso que trata a matéria da The Economist, no seu estilo jocoso e característico. Segue um trecho, grifos meus. Íntegra aqui. Versão traduzida (by Google) aqui.

Shaming the unshameable

How the bureaucrats rob the taxpayers


WHEN his time as São Paulo’s mayor finishes at the end of the year, jokes Gilberto Kassab, he will look for work in the garages of the city’s municipal assembly. This month the city’s legislature published, for the first time, the salaries of some of its 2,000 employees. Half the 700 people named, paulistanos were surprised to learn, take home more each month than the assembly’s chairman, who earns 7,223 reais ($3,508) after tax.

As well as parking attendants, the fat cats included press officers and a nurse in charge of a drop-in clinic for municipal workers who earns 18,300 reais a month after tax, 12 times the average private-sector wage. Their pay cheques were boosted by annual increments, long-service bonuses and the practice, standard in Brazil’s public sector, of claiming a large pension in your early 50s and staying on the job.

Publication of the data angered public-sector unions, which claimed it put their members at risk of theft or kidnap. Taxpayers doubtless feel that the robbery has been inflicted on them.

Bom, se você ainda não leu o suficiente, leia a íntegra do original ou a tradução automática pelos links dados acima.


Meu pitaco:


Não vou dizer que o conteúdo da matéria é novidade. Aqui mesmo, na Faxina Política, já desmascarei o esbulho da coisa pública. Chamamos os ladrões para cuidar do Erário, entregamos as galinhas às raposas há muito tempo; não era para se esperar nada diferente. O que chama a atenção é que nossa irresponsabilidade comece a chamar a atenção do pessoal lá fora, os mesmos de cuja mesa desejamos participar, quiçá um dia.

O que me pareceu — pelo texto da matéria — é que eles se darão por satisfeitos em nos atirar um osso ou dois, para que não os incomodemos com olhares de súplica, fome e eterna admiração, até porque a vergonha é toda nossa.

Pior! Eles podem querer participar do butim! Se é assim tão fácil roubar os cordeirinhos de Banânia, por que não eliminar o middle man? E pensar que os sindicatos dos funcionários públicos de São Paulo estão preocupados com o roubo e sequestro dos seus nababos afiliados... Devem se preocupar com a invasão! Eles e nós, enquanto não se fazem as reformas...

sábado, 26 de maio de 2012

Da coxia


Vocês verão no texto a seguir que a informação que repasso a vocês é "velha", isto é, já se transcorreu um bom tempo desde que foi escrita. Ainda assim, não deixa de ser interessante lê-la e constatar que há fogo de onde sai a fumaça. Tomei a liberdade de grifar algumas partes.

Depois eu comento.

Até quando?

Será que vamos chegar ao fundo do poço?

Sábado fui ao aniversário de 50 anos do Chico Otávio, repórter do Globo. Lá estavam, entre outros, o Rubens Valente, da Folha, outros “jornalistas investigativos”. Estava também o Wagner Montes, cuja assessora de imprensa na Alerj é amiga do Chico. Soube de informações interessantes:

  1. Coisas mais graves do que as apuradas pela operação Monte Carlo (da PF, criada para investigar Demóstenes e Cachoeira) foram apuradas na operação Las Vegas, que trata de ligações do Cachoeira com a cúpula do Judiciário. Haveria material incriminando (em maior ou menor grau) nove ministros do STJ e quatro do STF. Só que o STF requisitou toda a documentação a respeito, determinando que a PF não ficasse com cópia, e sentou-se em cima da papelada. Isso era sabido não só pelo Chico Otávio (Globo) e pelo Rubens (Folha), mas (pasmem!) pelo Wagner Montes.
  2. Como a área de atuação de Cachoeira é perto de Brasília e ele tem desenvoltura e poder de articulação, ele atua como representante de um pool nacional de contraventores que exploram bingos, caça-níqueis, videopôquer e afins. Não fala só por ele. Daí sua desenvoltura (e seu dinheiro).
  3. Cachoeira é um arquivista compulsivo. Tem gravações telefônicas e em vídeo que comprometem todos os grandes partidos e inclusive gente graúda do governo federal. Tem um vídeo em que dá R$ 1,5 milhão a uma alta figura ligada à campanha da Dilma. O Globo e a Folha tem a informação, mas não sabem quem recebeu o dinheiro. E não têm provas.
  4. O contador de Cachoeira, cuja foto está nos jornais, está em Miami, com cópia de tudo o que ele tem gravado. Se algo acontecer com o patrão, vem tudo à tona.
  5. Cachoeira está chantageando o governo federal. Diz que não vai aceitar a prisão. Diante disso, o PT está pagando os honorários de Márcio Tomaz Bastos (R$ 16 milhões), que o defende e vai de jatinho à penitenciária de segurança máxima de Mossoró, onde Cachoeira está preso.(*) Folha e Globo têm a informação de que é o PT quem paga Márcio, mas não a publicam por falta de provas.

    (*)N.B. Cachoeira foi transferido para o Presídio da Papuda, no Distrito Federal, em 18 de Abril deste ano.


     
  6. Todo mundo está com medo de investigações sobre a Delta. Parece que ela – que contratou Dirceu como “consultor”, o que ele não nega – tem tido uma atuação muito mais agressiva do que as demais empreiteiras e cresceu de forma vertiginosa. Tem “negócios” com PT, PMDB, DEM, PSDB...
  7. Ninguém entendia muito bem porque Lula teria dado força à criação da CPI. Detonar Marconi Perillo parecia pouco para explicar uma CPI que pode abalar a República. Os jornais de hoje já dizem que o PT já pensa em recuar. De qualquer forma, como se vê, a Cosa Nostra chegou aos trópicos.


Meu pitaco:

O Brasil virou mesmo um caso da Máfia.

No seu famoso romance “O Poderoso Chefão”, Mario Puzo retrata como deveria ser “a nova visão do crime” na concepção de Vito Corleone. Para ele, o poder político era a chave e ele tudo faz para consegui-lo.

Don Corleone até mesmo abre mão de excelentes negócios, como o nascente (e promissor) comércio de drogas — rejeita a oferta porque sabe que poderia perder os políticos e juízes que tem no seu bolso — e a trama se inicia daí.

Assim como no livro de Puzo, o que assistimos é a mesma trama novelesca. Jogo, drogas, tráfico de influência, etc, tudo demanda conexões nos três níveis do Poder — Executivo, Legislativo e Judiciário — e Cachoeira está presente em todos eles. Nada mais eloquente que ter para sua defesa o portentoso doutor Márcio, o preferido por dez em dez dos escroques endinheirados de Banânia. Estão entre sua seleta clientela os Lula da Silva, os EbatistaX, além de várias figuras mensalônicas. Pode aposentar-se agora que não consegue queimar seu pé-de-meia.

Será uma cachoeira (e não um rio) que lavará as cavalariças de Brasília? Duvido. A tão cantada república brasileira não nasceu, foi um aborto desde a primeira hora. Uma piada sem graça que contaram para um marechal doente e demente, contada por uma meia-dúzia de “patriotas” insatisfeitos. Seus pés tortos estão podres; balançam sobre o solo instável onde se assentou.

Mas tranquilizem-se, nada acontecerá; nossa república de pés-de-barro está salva. Já se sente ao longe o cheiro do orégano e do molho de tomates, a mozarela tostada faz bolhas; quem talvez não sobreviva ao cardápio sejamos nós.

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Nunca antes na história "dessepaiz" o Brasil havia superado os Estados Unidos

Pois é, com Lula e Dilma superou. Vocês podem comprovar na revista Exame ou no Estadão. Grifos meus.

Custo de vida do Brasil supera o dos Estados Unidos

Dado é considerado preocupante para um país emergente



Rio - O custo de vida do Brasil superou o dos Estados Unidos em 2011, quando medido em dólares, segundo dados do Fundo Monetário Internacional (FMI) sobre o PIB dos 187 países-membros. Este fato é extremamente anormal para um país emergente. Em uma lista do FMI de 150 países em desenvolvimento, o Brasil é praticamente o único cujo custo de vida supera o americano em 2011, o que significa dizer que é o mais caro em dólares de todo o mundo emergente.

Na verdade, há outros quatro casos semelhantes, mas referentes a São Vicente e Granadinas, um arquipélago minúsculo; Zimbábue, país cheio de distorções, onde a hiperinflação acabou com a moeda nacional; e Emirados Árabes Unidos e Kuwait, de população muito pequena, gigantesca produção de petróleo e renda per capita de país rico.

Considerando economias diversificadas como o Brasil, contam-se nos dedos, desde 1980, os episódios em que qualquer um de mais de cem países emergentes apresentasse, em qualquer ano, um custo de vida (convertido para dólares) superior ao dos Estados Unidos.

Há uma explicação para isso. O preço da maioria dos produtos industriais tende a convergir nos diferentes países, descontadas as tarifas de importação. Isso ocorre porque eles podem ser negociados no mercado internacional, e, caso estejam caros demais em um país, há a possibilidade de importar. Mas a maioria dos serviços, de corte de cabelo a educação e saúde, não fazem parte do comércio exterior. Assim, eles divergem muito em preço entre os países.

Em nações ricas, com salários altos, os serviços geralmente são muito mais caros do que nos emergentes. Isso se explica tanto pelo fato de que a renda maior tende a puxá-los para cima, como pelo fato de que a mão de obra empregada no setor de serviços recebe muito mais e representa um custo maior. Dessa forma, é principalmente o setor de serviços que faz com que o custo de vida seja mais alto no mundo avançado. Na comparação com os Estados Unidos, os países emergentes são quase sempre mais baratos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Eu só tenho este comentário: o Brasil tem a maior carga tributária do mundo emergente; tem o maior custo de produção do mundo emergente (o Custo Brasil); o pior IDH do mundo emergente e também a pior educação. Tudo isso e também o governo mais incompetente e mais corrupto do tal grupo de emergentes; daí o resultado. Queriam o que?!!

A patuleia pode continuar acreditando no Nosso Guia mas a coisa só vai piorar. Escrevam aí: inflação, desemprego, inadimplência... tudo isso vai aumentar. O Brasil é agora uma república sindicalista. Você que é trabalhador, pode me dizer o que foi que já recebeu do seu sindicato ou da sua central sindical? Hein?!

sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

O que se queria eram os votos — a água foi a isca

As espertezas com a [falta de] água no Nordeste já ocorrem de longa data e sempre pelo mesmo motivo: a apropriação da enorme quantidade de votos disponíveis na região. Naturalmente propensa a pouca precipitação pluviométrica, culpa atribuída ao regime de ventos resultado da zona de alta pressão entre a América do Sul e a África, a região nordestina ainda teve sua situação agravada pelo péssimo manejo florestal, como o do ciclo da cana.

A cobertura vegetal é a principal responsável pela infiltração da água no solo, consequentemente fundamental para a formação de aquíferos e mananciais. O maior problema do Nordeste nem tanto é a baixa precipitação pluviométrica, mas a falta de perenidade de seus rios. A barragem de Orós (Barragem Presidente Juscelino Kubitschek de Oliveira) tinha como principal função perenizar o rio Jaguaribe. Estudos sobre a obra se iniciaram ainda no século XIX, durante o Império, mas só foi construída no governo Juscelino Kubitschek e inaugurada em Janeiro de 1961. Nesse ínterim, Orós foi objeto de uso político naquela região, ajudando a eleger dinastias inteiras de vereadores, prefeitos, deputados, senadores e governadores. Hoje é a transposição do São Francisco que faz este papel. Repasso matéria de Marta Salomon publicada no Estadão, grifos meus:

Transposição do Rio São Francisco esbarra em preço da tarifa de água


Projeto exige modificações que podem tornar preço da água um dos mais altos do País


BRASÍLIA - Com dificuldades para completar as obras da transposição do Rio São Francisco, cujo custo já explodiu, o governo analisa como cobrar do consumidor do semiárido nordestino o alto preço da água. Para vencer o relevo da região, as águas desviadas do rio terão de ser bombeadas até uma altura de 300 metros. O trabalho consumirá muita energia elétrica e esse custo será repassado, pelo menos em parte, à tarifa de água, que ficará entre as mais caras do País.

O mato cresce entre as placas de concreto...
...enquanto a caravana, digo, as cabras passam.
Estimativas preliminares apontaram custo de R$ 0,13 por metro cúbico de água (mil litros) apenas para o bombeamento no eixo este, entre a tomada da água do São Francisco, no município de Floresta (PE), até a divisa com o a Paraíba. Nesse percurso, haverá cinco estações de bombeamento, para elevar as águas até uma altura maior do que o Empire State, em Nova York, ou do tamanho da Torre Eiffel, em Paris, ou ainda 96 metros menor do que o Pão de Açúcar, no Rio de Janeiro. O maior arranha-céu de São Paulo nem chega perto.

A estimativa de custo do bombeamento da água no eixo leste foi feita pelo Ministério da Integração Nacional e projetava o início do funcionamento dessa parte da transposição ainda em 2010. Como a obra só deve começar a operar completamente em dezembro de 2015, conforme a última previsão do ministério, o custo deverá aumentar.

Sem revisão, o valor já representa mais de seis vezes o custo médio da água no País. Novo estudo sobre o custo foi encomendado à Fundação Getúlio Vargas.

Imbróglio. Trata-se de uma equação não resolvida. O governo federal se comprometeu a bancar o custo total da obra, estimado inicialmente em R$ 5 bilhões e que deverá alcançar R$ 6,9 bilhões, mas não definiu como financiar a operação do projeto, com a manutenção dos canais e o consumo de energia para o bombeamento.

O custo da construção já inclui a estimativa de gasto de mais R$ 1,2 bilhão para concluir um saldo de obras entregues a consórcios privados que não conseguirão entregar o trabalho, como revelou o Estado na edição de ontem.

O Ministério da Integração Nacional, responsável pela obra, não se manifesta, por ora, sobre a concessão de subsídio à água a ser desviada do Rio São Francisco para abastecimento humano e também para projetos de irrigação e industriais, segundo informa o último Relato de situação do projeto da transposição.

Como podem ver, "levar a água ao semiárido" era só uma desculpa, apenas um detalhe. O que sempre se buscou foram "os votos do semiárido", mas isto não podia ser dito sob pena da não-eleição da Dilma e a descontinuidade do Projeto de Poder lulo-petista. Conquistados os votos da patuleia, a transposição começou a fazer água, isto é, água não! Secou de vez, e a despeito da montanha de dinheiro despejado lá.

Dizem que atualmente só os lotes tocados pela Engenharia Militar é que ainda não pararam. Deve ser mesmo verdade, porque os militares sempre fizeram muito pelo Brasil, mais pelo que são pagos, muito mais ainda pelo que este País merece. Quero mesmo é saber aonde vão acabar as "obras do PAC", mais um grande estelionato eleitoral com a chancela do PT.

Em tempo: o ministério que cuida desta e outras obras é o da Integração Nacional. O atual ministro é o Sr. Fernando Bezerra Coelho e esta é a sua agenda. Notícias oficiais sobre o "bom" andamento da transposição podem ser lidas aqui, mas eu prefiro ler mesmo nos jornais, mesmo com risco de ler matéria comprada.

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Muita esperteza

Aqui em Minas se usa dizer que "esperteza quando é muita vira bicho e come o esperto". Dizem que quem gostava muito da frase era o finado Tancredo Neves, avô e mentor do hoje senador Aécio Neves, virtual candidato à Presidência da República em 2014. Lendo a matéria publicada no Estadão, tenho dúvidas se Aécio ouviu a tal frase do avô. Repasso trechos, grifos meus.

Aécio fala em aliança com PSB em 2014

Embora reconheça que sigla seja aliada do governo federal petista, senador tucano diz que 'as coisas podem estar diferentes' até a eleição

MARCELO PORTELA, BELO HORIZONTE

O senador Aécio Neves (PSDB-MG) admitiu ontem a possibilidade de o partido tentar uma aproximação com o PSB para a corrida pela Presidência da República em 2014. Cotado como um dos principais nomes do tucanato para disputar a sucessão presidencial, o senador lembrou que os socialistas atualmente integram a base do governo, mas ressaltou que "em 2013 ou em 2014 as coisas podem estar diferentes".

[...]

Aécio ressaltou que é preciso "respeitar a posição" do PSB, hoje um partido aliado do Palácio do Planalto, mas lembrou que o PSDB já tem proximidade com os socialistas em várias cidades, como em Belo Horizonte, onde os tucanos devem reeditar a coligação em torno da reeleição do prefeito Marcio Lacerda (PSB), cuja vitória em 2008 também teve apoio do PT. Para expandir essa aliança ao cenário nacional, porém, o senador acredita que os tucanos precisam apresentar "um projeto que signifique expectativa de poder, um modelo novo para o Brasil".

"Vamos definir cinco ou seis grandes bandeiras que vão emoldurar as nossas candidaturas, inclusive nas eleições municipais", afirmou Aécio. "O PSDB tem que ir definindo, clareando essas suas ideias e, em 2013, vamos ver aqueles que queiram se unir em torno desse projeto. E o PSB tem conosco relações importantes em vários Estados. Temos de dar tempo ao tempo. O PSB hoje participa da base de governo, mas em 2013 ou em 2014 as coisas podem estar diferentes", observou.

O tucano voltou a defender a realização de prévias para a escolha do nome que disputará a Presidência pelo PSDB, daqui a menos de três anos. "Ninguém é candidato de si próprio. Acho que o PSDB tem nomes colocados e, lá na frente, vamos definir quem é o melhor."

[...]
Após encontro com o governador de Minas, Antonio Anastasia (PSDB), na manhã de ontem, Aécio afirmou que adotará a mesma posição em relação à sucessão na capital mineira. Apesar de classificar como "natural" a reedição da aliança com o PSB de Lacerda, o senador disse que a "negociação vai ser conduzida pela direção municipal" do partido, já que a parte majoritária do PT mineiro, que também defende a coligação com os tucanos em torno do socialista, reivindica a indicação do vice, como ocorreu em 2008.

Aécio é político hábil e sagaz, isto é inquestionável, mas acho que ele pode estar julgando o PSB nacional pelo PSB de Márcio Lacerda, atual prefeito de Belo Horizonte e pessoa de seu relacionamento. Não é não — e digo mais — Aécio não devia se sentir tão à vontade em meio aos socialistas — esse pessoal "de esquerda" tem uma forma bem peculiar de fazer alianças e de "cobrar" contrapartidas —, basta ver no balcão de negócios que se transformou o governo petista.

O PSDB foi bastante feliz na aliança celebrada com o antigo PFL — hoje o Dem — e juntos criaram um governo sério, comprometido com a higidez fiscal, o investimento produtivo (ainda que pequeno para o tamanho e a necessidade do país) e claramente favorável à livre iniciativa, à redução da interferência estatal na economia e à redução de impostos (infelizmente, o maior esforço foi feito na desoneração das exportações, quando podia ter sido mais amplo).

Tudo posto à mesa, é de se perguntar se não é passada a hora de um governo de direita assumir o Brasil. Fala-se da "direita" como se fosse o outro nome do Demônio e isso após 9 anos de governos "de esquerda" cuja maior façanha foi a produção de escândalos, a formação de quadrilhas, o aparelhamento do Estado e da coisa pública para seus interesses privados. Se eu sou contra tudo isso, então sou "de direita", não há porque ter vergonha, pelo contrário, é motivo de orgulho ser reto, probo e honesto.

E como imagens valem por mil palavras, passo a vocês uma boa imagem do que é a esquerda e o que é a direita. As imagens falam por si, eloquentes. Abaixo de cada uma delas um breve texto explicativo.

As duas Coreias, a do Norte (em vermelho) acima e a do Sul (verde) abaixo


As Coreias vistas à noite por satélite
Só pelo uso de energia elétrica sabe-se quem é "de direita"


Tira-teima: montagem das duas imagens

Voltando ao tema, é preciso perguntar ao cidadão brasileiro o que ele deseja ver acontecer aqui, porque o projeto político das esquerdas — em qualquer lugar do mundo onde ocorreu — é um projeto de Poder, nunca um projeto político que vise o bem estar social, o progresso e o crescimento, como pregam. Aécio devia se perguntar com qual discurso venderá seu peixe, porque esse peixe "das esquerdas" já tem discurso e vendedor, o PSB entre eles.

domingo, 25 de dezembro de 2011

Os fatos desmentem a retórica

Dilma, a representante ad hoc do lulo-petismo, bradou do alto do seu palanque virtual que o Brasil cresceria 5% no ano que se avizinha. Aqui mesmo, eu disse que o único crescimento na sua gestão tem sido nos índices de corrupção — e isso em relação àqueles do governo anterior — já pródigo na roubalheira e na maracutaia.

Para que não pensem que é perseguição minha, vejam o que nos reporta o Celso Ming no Estadão (grifos meus):

Fazer escolhas

Dilma, inflação e recessão não têm medo de cara feia
A equipe econômica do governo Dilma já não insiste, como até há algumas semanas, em projetar o avanço do PIB em 2012 em 5%. Já trabalha com números mais modestos, ao redor dos 4%. No entanto, o Banco Central, bem mais realista, apontou quinta-feira, no seu Relatório Trimestral de Inflação, um crescimento do PIB de apenas 3,5%.

O que se pode dizer é que, num quadro de estagnação global, as tendências mais realistas para 2012 são de uma expansão mais modesto (sic) da economia brasileira, equivalente ao que se obterá neste ano.

O problema não é apenas esse, mas também o de que, além de enfrentar uma atividade econômica mais fraca, sobe o risco de que, em 2012, o governo Dilma também não consiga empurrar a inflação para o centro da meta (de 4,5%), como vem insistentemente prometendo e como está nos documentos oficiais do Banco Central. Leia a íntegra aqui.

O que se nota é um governo perdido entre maus resultados em ano pré-eleitoral. O pior disso tudo é que o governo abrirá ainda mais as burras para corromper o pleito eleitoral que se avizinha. É a velha receita lulo-petista: quem não tem competência para fazer compra o resultado das urnas, à vista e com dinheiro público.

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Quando a hienas riem

Algo separa o país que trabalha do país que governa. Vejam esta matéria da Exame (grifos meus):

Se geração de emprego melhorar 'estraga', diz Mantega
Para ele, "a população brasileira nunca esteve tão bem servida de emprego"
Quando os governantes começam a rir
é chegada a hora do povo se preocupar.

Mesmo com a desaceleração do ritmo de contratações neste ano, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse hoje que a geração do emprego foi muito boa e que "se melhorar, estraga". Ele acrescentou ainda que se o desempenho do emprego fosse igual ao verificado em 2010, faltaria mão de obra.

Para ele, "a população brasileira nunca esteve tão bem servida de emprego". "Dois mil e doze vai ser melhor do que 2011", frisou. "A população pode confiar que vai ter emprego", acrescentou. O ministro destacou ainda que normalmente nos meses de dezembro existe um número maior de demissões por conta da contratação de temporários.

Mantega comentou ainda a taxa de desemprego do IBGE, que chegou a 5,2% em dezembro - a menor da série histórica. "Talvez seja o melhor atributo de um país". Isso porque, países como Estados Unidos e os europeus estão convivendo com elevadas taxas de desemprego. Para Mantega, "2011" foi excepcional na geração de empregos.

No último dia 20 eu publiquei uma matéria sobre a queda no nível de emprego com base nos dados do CAGED, cujo eloquente gráfico reproduzo aqui mais uma vez:


Ministro, largue o "baseado" e caia na real: há muito para ser feito e os únicos empregos que seu governo tem criado são aqueles na Esplanada: 39 ministérios e crescendo! Era a esses empregos que você se referia, não é?!