Mostrando postagens com marcador MST. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador MST. Mostrar todas as postagens

terça-feira, 19 de junho de 2012

Banditismo

Publicado no Blog do Noblat, ontem, em plena vigência da Rio+20. Eu me pergunto se essas notícias entram na pauta do dia daqueles desocupados que desperdiçam nosso dinheiro sob o pretexto de "salvar o planeta de nós mesmos". Grifos meus.

Quebradeira em escritório de Belo Monte foi ato espiritual indígena


Indígenas foram os responsáveis pela depredação de vários equipamentos - computadores, cadeiras e mesas - do escritório central da Norte Energia, consórcio construtor da hidrelétrica de Belo Monte, em Altamira, no Sudoeste do Pará, no sábado.

A informação é do departamento de comunicação do movimento Xingu Vivo, ao explicar que os indígenas têm uma visão diferente das depredações. A iniciativa para os indígenas significou "um ato espiritual". Eles estariam impondo uma dor à empresa da mesma forma que eles estão sofrendo com a construção da hidrelétrica naquela região.

Segundo nota do movimento Xingu Vivo divulgada domingo, no sábado os participantes do evento Xingu+23 foram ao canteiro de obras de Belo Monte para denunciar as violações ambientais e sociais da usina. Liderada pelos indígenas, a manifestação incluiu uma pajelança no canteiro, um pronunciamento de um padre e declarações de protesto.

Ainda segundo a nota, "indignados com as violações de direitos humanos, o desrespeito com os atingidos e os danos ambientais da obra, e principalmente a ausência de consulta às populações tradicionais e indígenas e o silêncio dos empreendedores, um dos indígenas decidiu se manifestar nas dependências da empresa". O Movimento disse que eram 30 indígenas, mas a empresa fala em cerca de 80.

Meu pitaco:

Conversa fiada à parte, o ato não passou de banditismo explícito — e pior — patrocinado com dinheiro público. ONGs como essa Xingu Vivo, picaretas na sua maioria, só existem para angariar fortunas através do desvio criminoso de verbas públicas para bolsos privados. Há muito esse descalabro devia acabar.

Não é diferente do que ocorre com o MST, sendo que com este é ainda pior, já que o MST nem mesmo existe de fato, apesar de também receber verbas públicas, só que de forma indireta. Pergunta-se: onde está o Ministério Público Federal que não investiga tais "entidades"?

Banditismo "espiritual"
Pajelanças (palavras deles) como essa, patrocinada pela Xingu Vivo, além de malversar os dinheiros públicos angariados por eles próprios, dão prejuízo real às empresas envolvidas, além do proprio Fisco, já que tal prejuízo será lançado como redutor de eventuais impostos devidos pelas instituições. Traduzindo, estamos pagando a esses picaretas para que nos chutem o próprio rabo.

O que eu, como contribuinte, espero, é que o MPF ponha esses meliantes na cadeia — índios inclusive. Aliás, há muito esses índios deixaram de ser "silvícolas". Seu comportamento político já os autoriza a entrar para o rol dos brasileiros comuns, isto é, daqueles que pagam impostos e têm responsabilidades pelo seu sustento e responsabilidade pelos seus atos. Não os vejo como incapazes que necessitam da tutela do Estado, apenas bandidos que merecem a justa pena pela prática do banditismo.

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Moonwalking 1 - IDH na Era Lula

Eu espero que vocês tenham aproveitado o feriado de ontem. Comigo, como acontece quase sempre, dia de feriado é dia de trabalho dobrado, boa parte dedicada à pesquisa de temas para este blog.
N.B. a partir deste artigo deixarei de grafar em itálico certos termos como blog, site, link e outros, por julgar que os mesmos já foram incorporados ao idioma corrente.
A pesquisa de temas ficou muito facilitada pelo uso da Internet — o material é farto e de fácil obtenção — entretanto, há muito mais trabalho envolvido como "fatiar" trechos de programas de rádio ou de vídeo e selecionar textos. Dá um certo trabalho, toma boa parte do meu tempo, mas o final é um artigo do qual se pode obter mais proveito. É bom deixar claro que não faço qualquer edição no material, isto é, nenhuma além de recortar a parte sobre a qual pretendo discorrer.

Hoje eu quero lançar uma nova série de artigos sob o título Moonwalking. O nome foi tirado de moonwalk, o passo de dança celebrizado por Michael Jackson, aquele que dá a impressão de se andar para a frente quando, na realidade, se move para trás. Assim — e sob esse título —, eu pretendo desmascarar certos "movimentos à frente" que na realidade foram (ou estão se revelando) retrocessos. Para esta série não pretendo me ater a nenhuma ordem que seja: se andou para trás quando devia ir à frente, cai no Moonwalking. Hoje falaremos sobre a divulgação do último IDH e começamos com um trecho de áudio veiculado pela CBN.


Uma rápida pesquisa no site do PNUD — Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, descobri alguns números interessantes:
  1. Em 2002, último ano do governo FHC, o Brasil ostentava a 73ª posição no ranking, com um IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) de 0,757. Apesar de listado entre os "melhores" depois da mudança na metodologia de cálculo, ainda era muita distância para o 1º lugar — a Noruega. Até a mudança o Brasil ocupava o grupo dos IDHs medianos.
  2. Ao final do primeiro mandato de Lula, o Brasil aparece na 69ª posição no ranking do IDH 2006. É preciso explicar que, apesar da mudança de metodologia, posição é posição. Comparativamente a FHC, Lula melhorou (apenas) quatro posições, pouco para quem não teve crises e outros percalços, só vento a favor.
  3. Finalmente, findo os oito anos de governo "progressista", eis que o Brasil se mostra na 85ª posição, 12 posições abaixo do patamar de 2002 e 16 do de 2006!
  4. O IDH 2011, divulgado há pouco, põe o Brasil na 84ª posição, minúscula melhora em relação ao ano anterior. De nada adiantaram os bilhões gastos pelos programas assistencialistas do governo, nem a explosão do consumo alimentada pelo crédito fácil, nada: a montanha pariu um rato. Nesse "ganho" de um ponto, é mais fácil acreditar que alguém caiu do que acreditar que o Brasil subiu.
A despeito de toda a popularidade de Lula e dos altos brados com que é ovacionado nos palanques, o IDH mostra bem o que foi produzido nesses mais de oito anos: um moonwalking — andamos para trás a despeito do imenso gasto de tempo, energia e recursos. Dói, não?

Diz a reportagem que "a desigualdade entre ricos e pobres foi o fator preponderante para a queda, a despeito dos programas de redistribuição de renda". Mas isso só mostra que os tais "programas assistencialistas" desses governos só queimam recursos e rendem votos — não resolvem em nada a situação. Emprego e oportunidades de negócios (microempresas, financiamento para agronegócio, etc.) dariam as condições reais para o crescimento da renda e inserção dos mais pobres no economia formal. Nada foi feito nessa seara. Não existe crescimento fora do Capitalismo — só retórica.

Fosse mesmo Progressista (uso pê maiúsculo e dispenso as aspas), estes governos criariam os 20 milhões de empregos (10 para cada mandato) — promessa de campanha —, desonerando a produção, cortando o custeio da máquina pública e incentivando a pesquisa e o desenvolvimento. A melhor das estimativas fala de uns 6 milhões nos oito anos — resultado pífio. Para o campo, sua única contribuição foi o MST, com invasões de terras produtivas, prédios públicos e privados, além da destruição de patrimônio alheio.

E como puderam notar na reportagem da CBN, a Educação (ah! Haddad, seu passado, presente e futuro o condenam) foi um dos itens que mais nos puxou para baixo. Ironicamente, o que impediu nosso IDH de despencar para níveis africanos foi a teimosia do brasileiro que insiste em viver mais — teima em não morrer —, até porque há contas e mais contas a pagar. O brasileiro é teimoso (como um burro) e não desiste nunca!

sábado, 10 de setembro de 2011

Muito dinheiro no bolso

Gostei muito desse texto que li no blog do Reinaldo Azevedo, tanto que ele me inspirou um outro próprio que publicarei a seguir. A imagem é emblemática; o texto também. Vale conferir...

Cidadãos indignados, de todas as idades, protestam em Brasília.
Foto de Eraldo Peres, da AP


No dia em que milhares de brasileiros saíram às ruas para protestar contra a corrupção, a UNE não saiu, não!
É que a UNE estava contando dinheiro.
O governo petista já repassou aos pelegos mais de R$ 10 milhões e vai dar outros R$ 40 milhões para eles construírem uma sede de 13 andares, que serão ocupados pelo seu vazio de idéias, pelo seu vazio moral, pelo seu vazio ético.

No dia em que milhares de brasileiros saíram às ruas para protestar contra a corrupção, a CUT não saiu, não!
É que a CUT estava contando dinheiro.
O governo petista decidiu repassar para as centrais sindicais uma parte do indecoroso imposto cobrado mesmo de trabalhadores não-sindicalizados. Além disso, boa parte dos quadros das centrais exerce cargos de confiança na máquina federal.

No dia em que milhares de brasileiros saíram às ruas para protestar contra a corrupção, o MST não saiu, não!
É que o MST estava contando dinheiro.
O movimento só existe porque o governo o mantém com recursos públicos. Preferiu fazer protestos contra a modernização da agricultura.

No dia em que milhares de brasileiros saíram às ruas para protestar contra a corrupção, os ditos movimentos sociais não saíram, não!
É que os ditos movimentos sociais estavam contando dinheiro.
Preferiram insistir no seu estranho protesto a favor, chamado “Grito dos Excluídos”. Na verdade, são os “incluídos” da ordem petista.

Os milhares que saíram às ruas, com raras exceções, não têm partido, não pertencem a grupos, não reconhecem um líder, não seguem a manada, não se comportam como bando, não brandem bandeiras vermelhas, não cultuam cadáveres de falsos mártires nem se encantam com profetas pés-de-chinelo.

Os milhares que saíram às ruas estudam, trabalham, pagam impostos, têm sonhos, querem um país melhor, estão enfarados da roubalheira, repudiam a ignorância, a pilantragem, lutam por uma vida melhor e sabem que a verdadeira conquista é a que se dá pelo esforço.

Os milhares que saíram às ruas não agüentam mais o conchavo, têm asco dos vigaristas que tomaram de assalto o país, não acreditam mais na propaganda oficial, repudiam a política como exercício da mentira, chamam de farsantes os que, em nome do combate à pobreza, pilham o país, dedicam-se a negociatas, metem-se em maquinações políticas que passam longe do interesse público.


Uma parte parte da minha infância, toda a minha adolescência e início da minha vida adulta passou-se na ditadura. É bom que se diga que sofríamos restrições como a censura prévia, vigilância oficial a órgãos como UNE, DAs e DCEs, a deduramento eventual de infiltrados e coisas assim, mas tocava-se a vida com normalidade, isto é, estudávamos, divertíamos, praticávamos esportes, íamos a teatros, shows, cinema... Havia os festivais de música e a MPB bombava a 1000. Posso confessar, era demais!

Ser "rebelde" ou "subversivo" — que era como os militares se referiam a qualquer um não conforme — era uma arte. Na verdade, era tudo muito romântico. O negócio era criar um ar de rebeldia — muito eficiente para os namoros — e ficar naquela de falar mal do governo, cantar músicas, tocar violão e namorar. Passávamos o tempo entre cantorias, bebedeiras, bitocas e amassos; um misto de mise en scène e de joie de vivre.

Os subversivos mesmo eram uns porra-loucas que invadiam quartéis e delegacias para roubar armas, praticavam assaltos a bancos e sequestros, jogavam bombas em quartéis, matavam e morriam; geralmente açodados por um porra-louca-esperto que nunca punha a cara de fora para não queimar os bigodes. Não me pergunte sobre essa gente porque nunca fui dessa turma.


O nosso negócio mesmo era cantar "músicas de protesto", a forma como disseminávamos nossa inconformidade e formávamos opiniões. Como eram geniais as composições de Chico, Vandré, Elis, MPB4, Milton, Capinam, Edu Lobo, Caetano e Gil... Ah, saudades do Gil daqueles tempos, porque o Gil de hoje devia estar contando dinheiro.