terça-feira, 6 de outubro de 2015

"Petista bom é petista morto", diz panfleto atirado no velório de Eduardo Dutra


A notícia já é velha mas não vou me furtar a comentá-la. Começo por repassar o que li no site do Jornalista Políbio Braga, um dos poucos cuja profissão eu grafo com maiúscula. Lá vai.

Passageiros de um carro jogaram na frente do Funeral House, em Belo Horizonte, onde acontecerá nesta segunda-feira o velório do ex-senador José Eduardo Dutra (PT), panfletos com a frase "Petista bom é petista morto". 

O ex-parlamentar morreu no domingo  na capital mineira, vítima de câncer. 

A polícia vai investigar os responsáveis pelos panfletos, a partir da identificação do veículo usado neste ato.

O grupo também jogou outro panfleto, no qual uma montagem mostra uma foto da presidente Dilma Rousseff (PT) como se estivesse sentada em um vaso sanitário, e a frase "Só faz cagada". Abaixo, o número 7%, referência ao índice de aprovação do governo, e uma imagem do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Dutra morreu na madrugada de domingo em Belo Horizonte, onde estava morando com a mãe. O ex-parlamentar morreu aos 58 anos vítima de câncer. Dutra foi também presidente da Petrobras e do PT nacional.

Dentre os presentes no velório do ex-senador estão o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva que, ao chegar, não falou com a imprensa.


Meu pitaco:

Ai, ai... Eu confesso que é difícil começar. De um lado eu me solidarizo com os parentes e amigos do falecido, especialmente com sua mãe com quem vivia. Pessoas que viam nele apenas o filho, o parente, o amigo e companheiro. Desnecessário dizer, torceram o nariz com asco para o mau gosto da mensagem panfletária — e com razão: pessoas que se prezam relevam os defeitos do ente prezado.

Chamado pela presidenta (carinhosamente?) de Porquinho — ele fazia o trio suíno com Antônio Palocci e José Eduardo Cardozo —, também ocupou a presidência da Petrobrás, a teta gorda de onde saiu (e ainda sai) o leite que engordou e irrigou o PT, ou seja, ele era peça-chave na sua eleição e reeleição. Apesar disso, Dilma não velou seu porquinho mas deve ter mandado um telegrama.

E os panfletários? O que pensam eles? Ora, eles são a imensa maioria do povo brasileiro que trabalha e paga impostos. Eles também pagam uma das gasolinas (combustíveis e demais derivados de petróleo) mais caras co mundo. Eles são as pessoas que viram a Petrobrás transformada de quinta maior petrolífera do mundo na mais endividada do setor. Pela Forbes, a Petrobrás caiu de 30ª para a 416ª posição em uma lista de 2 mil empresas. Em valor de bolsa então, um prodígio: só no governo Dilma a perda de mais de 60% do seu valor de mercado!

O pior, do ponto de vista dos panfletários, é que as "nossas instituições" se mantêm inermes, apáticas. O que eles veem é um ex-presidente que chegou a Brasília com duas malas e saiu de lá com 12 caminhões, dois deles refrigerados para manter a temperatura dos vinhos roubados da adega do Alvorada. Quem morava num apartamento de 40 m² hoje coleciona duplexes, triplexes, fazendas e até uma ilha, além de vultosas participações acionárias em diversas empresas. A Receita Federal, tão zelosa com recibos de médicos e dentistas, NUNCA investigou tamanho prodígio da multiplicação do salário presidencial — aí pela casa dos 30 mil por mês —, ou das "palestras" mais bem pagas da história da humanidade. Com a presidenta não é tão diferente...

Por fim o leitor ainda pode acusá-los — além do mau gosto, volto a repetir — de ódio. Eu concordo. Ódio ao PT e aos petistas foi o que lhes restou. Ódio, aliás, que não é do seu feitio nem índole, mas do feitio e índole de petistas como Marilena Chauí, João Pedro Stédile, Dilma Rousseff e Lula. Também é ódio às "nossas instituições" que só se prestam a acobertar ladrões e canalhas. O brado dos panfletários é só um lamento pela lentidão dos cânceres.


One down, two to go.

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