quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Bons tempos em que a saúva era o que preocupava o Brasil

64% dos brasileiros acreditam que a corrupção aumentou nos últimos três
anos, ou seja, de cada 10 pessoas, seis acreditam que a corrupção cresceu.
Desde que iniciei este blog, a tag "corrupção" não sai do primeiro lugar. "Dilma" vem logo a seguir, mas também ela é a bola da vez, o foco de todas as luzes, apesar de sempre dar sua contribuição para a outra tag. Ontem, por exemplo, caiu mais um ministro do seu enorme ministério — o sexto em seu primeiro ano de governo, o quinto por denúncia de corrupção — um recorde. Já "corrupção", não dá tréguas; é campeã inconteste dos assuntos tratados aqui e tudo indica  ficará assim por um longo tempo.

Se vocês me acompanham há algum tempo, lembrarão que o mote aqui sempre foi a crítica. Desde o primeiro post, malhamos o ferro mesmo frio. Mais que isso, o que faço aqui é a crítica indignada, porque tenho a clara percepção que os governos Lula e Dilma/Lula passaram dos limites. Chega!, o copo transbordou. Já não basta franzir o cenho quando do coaxar do Sapo Barbudo ou daquela narrativa monocórdia e sem alma da Dilma. Aliás, ela sempre me passa a ideia de outra pessoa falando. Como um boneco de ventríloquo ela empresta a estampa canhestra, os gestos desengonçados e a voz desagradável ao Sapo — sabemos bem quem lhe puxa os cordéis.

O lulo-petismo é como uma Hidra venenosa
Não é de se admirar então que todos os ministros achados em desgraça sejam de sua indicação direta. É bastante inusitado que um ex-presidente indique ao sucessor ministros para o seu Gabinete. É preocupante que desse Gabinete, seis ministros caíram em desgraça em menos de um ano (o primeiro!) de governo — cinco por corrupção e um por insubordinação. Dilma, qual a um cão, se mostra mais fiel ao dono que a si mesma — tocante, não fosse por demais alarmante. É preciso também reconhecer a criatividade do lulo-petismo para "aparelhar" nossas instituições. Em todos os níveis do Poder eles cravaram sua bandeira, em cada repartição existe um tentáculo, como se fosse uma Hidra de muitas cabeças, hálito venenoso e quase impossível de se matar.

Já não é mais possível mudar o canal da TV ou a estação de rádio; deixar de ler jornais ou revistas também não é opção — a corrupção desses governos, o escândalo, a bandidagem oficial insistem em chutar nossa porta, a bater em nossa cara e a nos encher de vergonha. Já é passada a hora de bater de volta, devolver os insultos e retomar um pouco do nosso amor próprio. Eu digo aqui e lá fora, todos os dias, "Não! Não! Não!, vocês não podem! Chega! Basta! Fora!"

O Brasil está entre os países mais corruptos do mundo.
O que me parece é que este estado de indignação vai lentamente tomando conta da população. É verdade que este sentimento não é de todos — "a voz rouca das ruas" ainda é de uma pequena minoria — mas cresce a cada dia. Já promoveram atos públicos contra a corrupção em várias cidades. Apesar do número de pessoas nessas manifestações ser ainda pequeno, seu número cresce a cada dia. Cresce porque vão tomando conhecimento da rapinagem que se pratica lá no Planalto. Cresce porque os tributos que pesam em nossas costas é insuficiente para satisfazer a ganância e a voracidade dos ratos encastelados no Executivo, no Legislativo e no Judiciário; e o pior, quase nada daquilo que nos tiram retorna a nosso favor. Você já pensou o que seria possível fazer com esses 724 bilhões?

Dizem que o movimento contra a corrupção é coisa de uns poucos burgueses, filhinhos de papai e que tais. Pode ser, mas não devia ser. A campanha pelas eleições diretas também começou assim. No início, uns poucos populares em comícios em Abreu e Lima, PE e em Goiânia; algum tempo depois milhões e milhões por todo o Brasil. Quem de vocês não se emocionou ao ver aquelas ruas e avenidas de Belo Horizonte, São Paulo e Rio tomadas pela multidão pedindo Diretas Já! em alto e bom som? Aliás, é bom que se diga que essas eleições diretas se encontram em risco pela proposta do PT e com o aval de Lula e Dilma. O projeto de lei (inconstitucional, é bom que se diga) pelo voto em lista fechada decreta o fim desse mesmo voto direto, o mesmo voto que elegeu Lula, Dilma e a única forma de tirá-los do poder. É por desejarem se perpetuarem lá que eles preparam mais essa violência contra o povo.

"Por este y otras cositas..."
Não falta muito não. Cedo ou tarde acontece aquela coisa inesperada — o elemento catalisador — e o rastilho se acende. No lugar de Lula e Dilma estaria muito preocupado. A força de uma população esbulhada e aviltada contra seu opressor chega às dimensões de uma catástrofe natural. É algo incontrolável. Como num sismo, a montanha que inerte por séculos se movimenta, acendem-se vulcões e entornam-se rios de lava, arrasa-se a superfície e suas entranhas. Os episódios recentes da África e do Oriente Médio são bastante eloquentes. Estará o lulo-petismo disposto e pagar para ver?

Houve um tempo em que a praga dessa terra era a saúva; até se dizia "Ou o Brasil acaba com a saúva, ou a saúva acaba com o Brasil". Pois bem, acabamos com ela, ou melhor, a saúva está sob controle. Ela existe aqui e ali, mas já não destrói nossas plantações nem afeta nossas colheitas. O Brasil venceu aquela saúva, temos outra a vencer.

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