sábado, 31 de dezembro de 2016

2016 — Uma palavra de encorajamento

Estou para escrever alguma coisa que seja há dias e não encontro as palavras. Minha casa está em obras, faz muito calor, o ano de 2016 a horas de acabar e nada. Talvez não tenha nada de importante a dizer.

Este foi um ano esquisito: teve o impeachment da Dilma, a cassação e posterior indiciamento e prisão do Cunha, Renan finalmente tornado réu (restam ainda uma dúzia de processos contra ele em aberto), Lula — o penta-réu —, outro que também tem um caminhão de processos na fila e que também incluem os da Justiça Americana e da Justiça Suíça. Ele, Dilma et caterva logo, logo farão companhia a Paulo Maluf nas listas de Procurados pela Interpol e pelo FBI. Para quem o sonho maior seria a Secretaria-Geral da ONU, ou o Nobel da Paz, não deixa de ser um grande reconhecimento internacional. Há chances de que ele venha a ser conhecido como Inimigo Público #1 da Humanidade .
Este foi um ano para se consagrar ao sarcasmo, à pilhéria, à galhofa. As redes sociais, quais sejam, estão cheias de piadas e memes, brincadeiras tanto inocentes quanto inócuas. Depois de milhões irem às ruas, ganhamos um Temer. O Brasil é mesmo uma piada.
O ponto fora da curva foi (e ainda é) a Lava Jato. Claro, não foi o único, mas Moro, Dallagnol e sua turma foram aqueles que espremeram o furúnculo, os que expuseram ao mundo e a nós mesmos a podridão da coisa pública. Do mais medíocre vereador de Vila Nhocunhé (royalties para Olavo) ao Babalorixá de Banânia (idem, Reinaldo), Moro, a Polícia Federal, os Ministérios Públicos Estadual e Federal vêm desmontando todo o aparato criminoso, aquilo que o Financial Times, timidamente (eles se referiam apenas à Odebrecht), chamou de "Máquina de Propina" .
Assim é o Brasil. É como hoje somos conhecidos lá fora. Já se vai longe o tempo em que éramos "O País do Futebol", algo que já me deixava profundamente envergonhado. Ser reconhecido por saber chutar uma bola, convenhamos, é muito pouco. Que eu saiba, nem a Argentina se rebaixou por tão pouco. E o pior é ter de reconhecer que aqueles foram bons tempos. Hoje não passamos de um país de criminosos e marginais de sarjeta.
Não me lembro quem disse a frase, mas um big shot disse algo, não faz assim tanto tempo, que "O Brasil insiste em continuar cavando mesmo depois de bater no fundo do poço." Duro, não é? Foi aí que me deparei com essa tirinha do meu finado guru Charles M. Schulz:


Acho que todos nós podemos nos beneficiar de uma palavra de encorajamento , ainda que temperada com algum sarcasmo. Vá lá…

Feliz Ano Novo! (e guarde seus 5¢ )
  

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