domingo, 3 de junho de 2012

Lula: 'Não permitirei que um tucano volte a presidir o Brasil' — ou: 'O eleitor é só um detalhe'

Nunca antes na história dessepaiz a Arrogância teve melhor representante. Não há medidas ou limites para o que Lula pode produzir em matéria de desrespeito e escárnio. E não é só contra nós não; ele não respeita nem mesmo seus correligionários, como a presidenta Dilma ora no exercício do Poder. Na sua visão bem particular ela só serve mesmo para manter a cadeira quente.

Em entrevista ao Ratinho — nada mais conveniente que um ratinho para entrevistar um graúdo da espécie — Lula segue fielmente a cartilha Goebbels: mentir repetidamente até fazer da mentira verdade. Abaixo, trechos da entrevista-palanque com grifos meus.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva admitiu nesta quinta-feira pela primeira vez que pode voltar a se candidatar à presidência. Lula disse no Programa do Ratinho, do SBT, que entra na disputa caso a presidenta Dilma Rousseff desista da reeleição com o objetivo de evitar a volta do PSDB ao governo.

“A única hipótese de eu voltar a me candidatar é se ela não quiser. Não vou permitir que um tucano volte a presidir o Brasil”, disse Lula.

A primeira entrevista de Lula depois de diagnosticado o câncer na laringe em outubro do ano passado também serviu de palanque para o candidato do PT à prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad. O ex-ministro da Educação, empacado em 3% nas pesquisas de opinião, foi mostrado duas vezes, identificado como candidato de Lula, convidado a sentar à mesa de entrevista e alvo de fartos elogios.

A pedido de Ratinho, Lula justificou o fato de ter escolhido um nome novo para concorrer. “O prefeito de São Paulo quando começa a nascer qualquer que seja já nasce um pouco velho”, afirmou. Além de Haddad, Lula chegou ao SBT acompanhado do prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho, do deputado Ratinho Jr. (PSC-PR), do vereador José Américo e assessores.

Desde o início do programa Ratinho avisou que não faria perguntas incômodas ao ex-presidente. “Ele não é mais presidente da República e não tem que ser cobrado por nada. Vamos falar da saúde, da recuperação, de política e desse timeco do Corinthians”, avisou. Pouco depois, ao pedir que os telespectadores enviassem perguntas pela Internet, Ratinho foi ainda mais explícito.

“Aí começa todo mundo a mandar email com perguntinha besta mas eu não entro nessa. Vou conversar com o meu amigo Lula”, disse o apresentador. “Se for pergunta boa eu faço. Pergunta ruim não faço”, completou.

Quando faltava um minuto para o final do programa Ratinho citou o episódio com o ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes. “Eu nem ia perguntar sobre essa história do Gilmar Mendes porque o povão não entende muito”, disse o apresentador.

"Não tenho interesse em falar nisso. Quem inventou que prove a história. Quem acreditou nela que continue provando. O tempo se encarrega de arrumar as coisas", afirmou Lula

Ao longo de 44 minutos o ex-presidente foi alvo de elogios e teve o microfone à disposição para, com a voz fraca, atacar os adversários. Ao justificar as falhas no sistema de saúde pública, Lula acusou a oposição de acabar com a CPMF por vingança.

“Eles (adversários) não perceberam que não me prejudicaram mas prejudicaram o povo pobre. Por vingança me tiraram a CPMF que era imposto de rico”, afirmou.

Além de fazer política, Lula falou da vida fora da presidência e do tratamento contra o câncer na laringe. Lula falou das dificuldades do tratamento, da dor e de sua nova rotina. Apesar do assunto delicado, Lula mostrou bom humor ao comentar o terno que estava usando. “Eu brinquei com o Ratinho que este terno aqui comprei quando estava internado no hospital me preparando para por no caixão. Porque com terno velho eu não iria”, disse.

Não há como negar, Lula é um artista. Tal e qual um camelô ele mantêm a plateia mesmerizada com suas prestidigitações verbais, suas frases de efeito. Será que foi por isso que a entrevista foi no SBT? Pode ser, mas pode ser apenas a contra-partida pela "salvação" do Panamericano, isto é, do seu dono Senor Abravanel, mais conhecido como Sílvio.

A plateia vil e ignara adora as macaquices e o que Lula mais tem à sua volta são macacos amestrados. Macacos e macacas. O que os amestrados não sabem (ou fazem por não saber) é que eles nunca passarão de eventuais e necessários tampões, como a presidente em exercício, destituída do cargo no meio do exercício. Bestial!

Interessante notar que Lula "tema" o PSDB. Não sei se ao PSDB mesmo ou se à investida recente de Aécio como postulante ao cargo. Eu sempre disse que o PSDB errou ao enfrentar a candidatura Dilma com Serra. O resultado foi duplamente desastroso. Perdesse com Aécio e ainda ficariam os dedos, dedos que se foram com os anéis. O PSDB entrou no jogo, subestimou o adversário e perdeu fragorosamente. No futebol, analogia tão apreciada pelo vivaldino molusco, diz-se que o time entrou em campo com salto alto para jogar... É bem por aí.


É bom que fique claro, de uma vez por todas, que Lula sabe manejar muito bem o universo político. No seu enfrentamento não deve ser subestimado mas temido. Notaram que ele ainda não largou aquele osso da CPMF? Adivinhem qual imposto vai voltar se ele for eleito. Fosse o Ratinho algo mais que um pau mandado, ele arguiria o "entrevistado" que num país que tem uma das maiores cargas tributárias do mundo, algo aí próximo dos 40% do PIB, apenas míseros 3% retornam na forma de investimento. Em outras palavras, caro leitor, qual seria a parte mais favorecida por uma eventual CPMF? Seriam os tais 3% que cabem à sociedade ou os 97% que cabem ao governo? Acho que você sabe a resposta...

A entrevista-palanque foi um show de marketing político. Perguntas escolhidas a dedo e bolas levantadas para a cortada fatal. Só mesmo numa TV que anda caindo pelas tabelas, tal e qual o apresentador do programa, o ex-presidente podia armar o seu showzinho particular a preço e condições módicas. Nada do imbróglio com o STF e o ministro Gilmar foi tratado, apesar de todo mundo que se deu ao trabalho de assistir à pantomima o ter feito apenas para conhecer sua (dele) versão dos fatos. Que nada!

Mas se tiver que ser Lula — de novo — que seja. Que venha Lula! A Democracia tem algo a ensinar a este que é o mais antidemocrático dos nossos políticos; passados, presentes e futuros. Que caia pelas urnas — se for ele mesmo o candidato em 2014 —, ainda que a julgar por sua aparência, acho que ele poderá acabar mesmo fazendo bom uso daquele terno. Amém!

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