quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Moonwalking 1 - IDH na Era Lula

Eu espero que vocês tenham aproveitado o feriado de ontem. Comigo, como acontece quase sempre, dia de feriado é dia de trabalho dobrado, boa parte dedicada à pesquisa de temas para este blog.
N.B. a partir deste artigo deixarei de grafar em itálico certos termos como blog, site, link e outros, por julgar que os mesmos já foram incorporados ao idioma corrente.
A pesquisa de temas ficou muito facilitada pelo uso da Internet — o material é farto e de fácil obtenção — entretanto, há muito mais trabalho envolvido como "fatiar" trechos de programas de rádio ou de vídeo e selecionar textos. Dá um certo trabalho, toma boa parte do meu tempo, mas o final é um artigo do qual se pode obter mais proveito. É bom deixar claro que não faço qualquer edição no material, isto é, nenhuma além de recortar a parte sobre a qual pretendo discorrer.

Hoje eu quero lançar uma nova série de artigos sob o título Moonwalking. O nome foi tirado de moonwalk, o passo de dança celebrizado por Michael Jackson, aquele que dá a impressão de se andar para a frente quando, na realidade, se move para trás. Assim — e sob esse título —, eu pretendo desmascarar certos "movimentos à frente" que na realidade foram (ou estão se revelando) retrocessos. Para esta série não pretendo me ater a nenhuma ordem que seja: se andou para trás quando devia ir à frente, cai no Moonwalking. Hoje falaremos sobre a divulgação do último IDH e começamos com um trecho de áudio veiculado pela CBN.


Uma rápida pesquisa no site do PNUD — Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, descobri alguns números interessantes:
  1. Em 2002, último ano do governo FHC, o Brasil ostentava a 73ª posição no ranking, com um IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) de 0,757. Apesar de listado entre os "melhores" depois da mudança na metodologia de cálculo, ainda era muita distância para o 1º lugar — a Noruega. Até a mudança o Brasil ocupava o grupo dos IDHs medianos.
  2. Ao final do primeiro mandato de Lula, o Brasil aparece na 69ª posição no ranking do IDH 2006. É preciso explicar que, apesar da mudança de metodologia, posição é posição. Comparativamente a FHC, Lula melhorou (apenas) quatro posições, pouco para quem não teve crises e outros percalços, só vento a favor.
  3. Finalmente, findo os oito anos de governo "progressista", eis que o Brasil se mostra na 85ª posição, 12 posições abaixo do patamar de 2002 e 16 do de 2006!
  4. O IDH 2011, divulgado há pouco, põe o Brasil na 84ª posição, minúscula melhora em relação ao ano anterior. De nada adiantaram os bilhões gastos pelos programas assistencialistas do governo, nem a explosão do consumo alimentada pelo crédito fácil, nada: a montanha pariu um rato. Nesse "ganho" de um ponto, é mais fácil acreditar que alguém caiu do que acreditar que o Brasil subiu.
A despeito de toda a popularidade de Lula e dos altos brados com que é ovacionado nos palanques, o IDH mostra bem o que foi produzido nesses mais de oito anos: um moonwalking — andamos para trás a despeito do imenso gasto de tempo, energia e recursos. Dói, não?

Diz a reportagem que "a desigualdade entre ricos e pobres foi o fator preponderante para a queda, a despeito dos programas de redistribuição de renda". Mas isso só mostra que os tais "programas assistencialistas" desses governos só queimam recursos e rendem votos — não resolvem em nada a situação. Emprego e oportunidades de negócios (microempresas, financiamento para agronegócio, etc.) dariam as condições reais para o crescimento da renda e inserção dos mais pobres no economia formal. Nada foi feito nessa seara. Não existe crescimento fora do Capitalismo — só retórica.

Fosse mesmo Progressista (uso pê maiúsculo e dispenso as aspas), estes governos criariam os 20 milhões de empregos (10 para cada mandato) — promessa de campanha —, desonerando a produção, cortando o custeio da máquina pública e incentivando a pesquisa e o desenvolvimento. A melhor das estimativas fala de uns 6 milhões nos oito anos — resultado pífio. Para o campo, sua única contribuição foi o MST, com invasões de terras produtivas, prédios públicos e privados, além da destruição de patrimônio alheio.

E como puderam notar na reportagem da CBN, a Educação (ah! Haddad, seu passado, presente e futuro o condenam) foi um dos itens que mais nos puxou para baixo. Ironicamente, o que impediu nosso IDH de despencar para níveis africanos foi a teimosia do brasileiro que insiste em viver mais — teima em não morrer —, até porque há contas e mais contas a pagar. O brasileiro é teimoso (como um burro) e não desiste nunca!

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