quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Notícias que já não me espantam

Leio há pouco, na edição nacional do Estadão, a notícia de que a planejada visita da presidente ao Ceará fora "abortada". Duas coisas chamaram a minha atenção na manchete: primeira, a obviedade: não há mesmo porque ir aonde não há nada para se fazer. Segunda: o termo "aborta", que me deixou em dúvida. Seria apenas para referenciar a interrupção voluntária ou acidental dos seus planos, ou uma referência ambígua à recém-empossada ministra da Secretaria Nacional de Política para as Mulheres, a ministra Eleonora Menicucci de Oliveira, que substitui a "ex", Iriny? Digo isso sem maledicência, mas porque o uso do termo, neste sentido, ser pouco comum em nosso idioma. Na dúvida, fico com a primeira. Repasso a matéria a vocês e volto em seguida. Grifos meus.

Planalto aborta visita de Dilma a obra da Transnordestina ao constatar abandono

Reportagem do ‘Estado’ flagrou na estrada de Missão Velha, no Ceará, caminhão que transportava as grades utilizadas para palanque; região também é marcada pela paralisia do projeto
Tânia Monteiro, enviada especial de O Estado de S.Paulo

MISSÃO VELHA (CEARÁ) - Grades de proteção para afastar a multidão, toldos e um palanque foram desmontados às pressas na manhã de quarta-feira, 8, depois que a presidente Dilma Rousseff cancelou a viagem a Missão Velha, no sertão do Cariri, divisa do Ceará com Pernambuco, porque o palco da festa fora montado num trecho de obra paralisada da ferrovia Transnordestina. O Planalto abortou a escala da presidente no local para evitar constrangimentos, diante da constatação de abandono da obra.


Na obra da ponte 01 da ferrovia Transnordestina, em
Missão Velha (CE), haviam somente 4 empregados.
(Andre Dusek/AE)
O Estado percorreu alguns trechos da obra em Missão Velha, que seria visitada nesta quinta-feira, 9, por Dilma. As cenas relembram o abandono já constatado pela reportagem do jornal em dezembro, quando percorridos trechos da transposição do Rio São Francisco. Na quarta-feira, ao inspecionar obras do projeto no Nordeste, Dilma afirmou que quer "obras controladas".

Na ponte 01 de Missão Velha, que está sendo construída, apenas quatro empregados foram encontrados trabalhando no local, pouco antes das 10 horas da manhã, 24 horas antes da visita da presidente. O trecho é de responsabilidade da Odebrecht.

No meio do caminho da estrada de terra que liga Juazeiro do Norte a Missão Velha, a reportagem cruzou na quarta-feira com um caminhão que transportava as grades que seriam usadas na montagem do palanque da cerimônia com a presidente Dilma.

Segundo o representante do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Pesada do Ceará (Sintepav) no Cariri, Evandro Pinheiro, dos 813 funcionários que estavam empregados no início de dezembro, nos três trechos de obras da Transnordestina, restam hoje apenas 190.

Nas obras da transposição, no Ceará, a situação é ainda pior: dos 1.525 trabalhadores registrados em novembro restaram só 299 em Mauriti, município visitado por Dilma ontem.

"Nem se percebe que tem gente trabalhando aqui. Eles (os quatro trabalhadores) estão aqui para não dizerem que está tudo parado. Aqui tinha de ter ao menos 40 ou 50 pessoas", disse o presidente do Sintepav-CE, Raimundo Nonato Gomes. "Prova de paralisação é que nem tem mais vigia na obra e o refeitório foi desativado, como vocês podem ver", acrescentou ele.

De "grande administradora e tocadora de obras", ela mostra bem para o que veio: nada! Não que me espante ao constatar o fato, até porque Dilma nunca me enganou e Lula só me enganou uma vez, o que,convenhamos, é mais que o bastante. O que me preocupa é o nada desta administração.

Nada é feito se pensando no País ou no povo, mas apenas na manutenção do status quo, na perenidade do Poder. Assim, os escassos recursos disponíveis para o melhoramento da Nação, especialmente aqueles que se destinariam ao investimento em obras de infraestrutura, educação, saúde e segurança — as únicas responsabilidades reais do Estado e sua razão de existir —, são gastos para iludir o eleitorado ignorante e idiota, mantendo-o fiel aos partidos da nefasta "base aliada" e contrito em seus currais eleitorais — prática comum no Nordeste.

Notem, falo da malversação de recursos oriundos de uma das mais elevadas cargas tributárias do mundo ou de uma dívida — contraída em nosso nome — pela qual se paga a maior taxa de juros de um país investment grade que se tem notícia. A esse dinheiro caro e escasso se dá a destinação que retratada na matéria acima e naquela da transposição do São Francisco, para me limitar a dois casos concretos (?) ocorridos naquela região. Obras que reduziriam o custo Brasil, que nos tornaria mais competitivos e eficientes e que, ao final, beneficiaria a todos; não! Jamais! Só a boa e velha empulhação que manterá este governo à tona e aplainará a volta de Lula "Nosso Guia" em 2019 ou antes. Acho que no quesito burrice (que nos perdoem os asnos) somos também os maiorais.

Dilma tem se prestado bem ao papel de pau mandado. Nunca questiona ordens — como boa trotskista —, em que pese eu nunca ter sabido bem a qual ordenamento esquerdista ela seguia ou servia. O fato é que, fiel à memória de Trotsky, ela parece apologista da "militarização do Estado". E não se enganem, a patente dela é das mais baixas. Não tão baixa assim, já que chuta uma ou outra canela, mas nada que lhe dê autonomia tanto que nem "seu ministério" é dela. Pois é, para quem pensava estar elegendo "a primeira mulher-presidente" dessepaiz, lamento informar que só elegeram um "praça" — uma sargento — para o desespero das feministas e o aviltamento dos praças graduados.

Dilma é Lula 2.0 — o "dois" é por ser a segunda e "zero", bem... zero é o que ela vale.

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