Não é fácil entender para onde vai a nau. Que não temos timoneiro — todos nós sabemos — não é possível governar o País por controle remoto. Mas é cada vez mais preocupante a questão tributária e a fome do Estado por mais impostos. Passo a vocês parte de matéria publicada na revista Exame.com. Grifos meus. Volto depois para comentar.
Para Dilma, 10% para saúde é "inaceitável"
A estimativa é que essa vinculação represente mais R$ 30 bilhões por ano de recursos na Saúde
Brasília - O governo vai se mobilizar para impedir que o Senado ressuscite no projeto de lei complementar que regulamenta a destinação de recursos para a Saúde - a chamada Emenda 29 - o mecanismo que obriga a aplicação de 10% da receita corrente bruta da União no setor. A estimativa é que essa vinculação represente mais R$ 30 bilhões por ano de recursos na Saúde.
A presidente Dilma Rousseff classificou hoje como "inaceitável" a aprovação pelos senadores dessa proposta. "Temos de trabalhar para impedir que isso passe no Senado", afirmou Dilma, durante reunião hoje pela manhã com a coordenação política do Palácio do Planalto. O governo alega não dispor de recursos para fazer essa vinculação. "É inviável destinar 10% da receita da União para a Saúde. O governo deixou isso bem claro", disse hoje o líder do PMDB na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN). Em 2010, o governo destinou cerca de R$ 60 bilhões para a área de Saúde.
Apesar da posição contrária do Planalto, a Frente Parlamentar da Saúde começa amanhã uma mobilização para tentar convencer os senadores a aprovar o texto do projeto da emenda 29 que obriga o investimento de 10% da receita da União no setor. Integrada por deputados e senadores de todos os partidos, a Frente é contra a criação de um imposto ou uma contribuição para financiar gastos com a Saúde, conforme quer o Palácio do Planalto. "Vamos fazer uma guerrilha no Senado em prol dos 10%. Não há clima para criar imposto", resumiu o deputado Darcísio Perondi (PMDB-RS), presidente da Frente Parlamentar da Saúde. Dizendo ter o apoio de movimentos sociais, ele espera conseguir reunir amanhã cerca de duas mil pessoas em frente ao Congresso para pressionar o Senado a aprovar o texto original do projeto que regulamenta a emenda 29 e estabelece a vinculação.
O líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), prometeu comandar a resistência à aprovação do texto original da Emenda 29, que obriga a União a destinar 10% dos recursos para a saúde. "Não dá para restabelecer o texto original", disse o senador. "É um projeto que o governo não aceita", disse.
Volto para dar meus pitacos:
Só há uma forma de se ler o texto acima: o governo não aceita vincular parte da sua receita tributária (i.e. os impostos que pagamos) em gastos com a Saúde (i.e. conosco). Em outras palavras, quer a arrecadação mas não os compromissos formais com sua distribuição. O governo quer a "liberdade" de aplicar — discricionariamente — os tributos e contribuições, por exemplo, no Bolsa Família, um eficiente programa de compra de votos, mas cujo objetivo inicial "de assegurar o direito humano à alimentação adequada, promovendo a segurança alimentar e nutricional e contribuindo para a conquista da cidadania pela população mais vulnerável à fome" (Ha! Ha! Ha!), ter resultados práticos duvidosos.
Se todo o desvio fosse para o Bolsa Família, ainda seria "bom". O pior é que o grosso do desvio vai para financiar a corrupção, o payback aos muitos financiadores de campanha. É para a "saúde" dessa escumalha que irá seu imposto. "Nunca antes na história dessepaiz" os corruptos se deram tão bem...
Se todo o desvio fosse para o Bolsa Família, ainda seria "bom". O pior é que o grosso do desvio vai para financiar a corrupção, o payback aos muitos financiadores de campanha. É para a "saúde" dessa escumalha que irá seu imposto. "Nunca antes na história dessepaiz" os corruptos se deram tão bem...
No momento em que escrevo essas linhas eu me pergunto quantos tributos nós temos que são diretamente vinculados ao "bem-estar social" e o quanto custam. Assim, sem muito pensar, lembro-me do PIS (Programa de Integração Social), da COFINS (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social), da CSLL ou CSSL (Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido), além da Previdencia Social. Notem, só listei aquelas que têm cunho Social. Somando tudo, o contribuinte brasileiro já recolheu, até agora, R$ 420,5 bilhões (fonte: Impostômetro), e Dª Dilma se espinha por causa de míseros R$ 30 bilhões/ano. Sua ministra — Ideli Salvatti — quer arrecadar mais R$ 45 bilhões com a CPMF-zumbi, montante que nós sabemos, jamais irá para a Saúde.
Assim é o Governo: mistifica a população com promessas de bem-fazer enquanto bate nossa carteira. É preciso dar um basta! De idiota, chega o Jatene. É preciso dizer para este governo:
Assim é o Governo: mistifica a população com promessas de bem-fazer enquanto bate nossa carteira. É preciso dar um basta! De idiota, chega o Jatene. É preciso dizer para este governo:
Não, vocês não podem!!
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Todos os comentários são bem-vindos — inclusive anônimos —, sejam para criticar, corrigir, aplaudir etc. Peço apenas que sejam polidos, pertinentes à postagem e que não contenham agressões ou ofensas.