terça-feira, 19 de junho de 2012

Prag(a)matismo

Deu no Cláudio Humberto ontem...

'Aliança com o PT foi por amor a São Paulo', afirma o deputado Maluf


O deputado Paulo Maluf (PP-SP) afirmou nesta segunda (18) que sua aliança com o PT foi “por amor a São Paulo” e não pela nomeação de um suposto indicado seu ao Ministério das Cidades, a quem ele negou conhecer. "Não conheço ele. Parece que é do Paraná. É do PP do Paraná”, disse. O parlamentar ainda exaltou o pré-candidato à Prefeitura da cidade, Fernando Haddad (PT) justificando a aliança com o PT. "É o nosso candidato porque eu amo São Paulo. (...) eu tenho plena convicção de que São Paulo vai precisar do governo federal para resolver seus problemas”, acrescentou. A aliança foi formalizada hoje na casa de Maluf, com a presença do ex-presidente Lula e do presidente do PT, Rui Falcão, além de malufistas históricos, como o vereador Wadih Mutran (PP).

É como na música... É o amo-o-or...


O Brasil é lindo, o discurso é que não cola

Haja hemorroidas...

Necessário para o PT, para o Lula e para você

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Por que não estou surpreso?

Deu no Estadão, grifos meus:

PP, de Paulo Maluf, homologa apoio a Haddad


Sob o mote de "parceria" e "mudança de rumos", o PP, do deputado federal Paulo Maluf (SP), homologou na tarde desta segunda-feira seu apoio à pré-candidatura do petista Fernando Haddad à Prefeitura de São Paulo. Segundo o presidente nacional do PT, deputado estadual Rui Falcão, a aliança traz para o plano municipal "forças políticas que estão juntas mudando o País".

Em reunião realizada na sede do diretório estadual do partido, Maluf defendeu a aliança afirmando que "quem pode ajudar São Paulo é uma parceria do governo federal e do municipal". E cravou: "Haddad é a pessoa para fazer isso", disse após assinar a homologação.

Haddad recorreu ao argumento da "mudança de rumos" em seu discurso que celebrou a aliança. "Quatro entre cinco paulistanos querem uma mudança de rumos", disse.

A resposta, bem aqui:


Traduzindo: não há "mudança de rumos", só mesmo a "parceria". Vão continuar roubando como sempre, dos mesmos, só que agora adquiriram tecnologia da enguia mais ensaboada que habita este planeta. Nunca mais serão pegos, muito menos presos.

O Brasil é lindo, o discurso é que não cola

Dilma lança PAC do carnê


 

Açúcar de beterraba — Ou: Entre a chantagem e o subsídio

Do Blog do Camarotti peguei esta pérola (grifos meus):

O desabafo de Eduardo Braga para Guido Mantega


Recentemente, o líder do governo no Senado, Eduardo Braga (PMDB-AM), teve uma dura conversa com o ministro da Fazenda, Guido Mantega. E fez um desabafo pelo telefone: “Não sou como outros aliados que surpreendem o governo nas votações. Mas também quero receber tratamento de aliado”.

O líder foi surpreendido com a publicação no decreto da redução de IPI para concentrado de bebidas de 27% para 17%. O decreto afetaria as fábricas de refrigerantes instaladas na Zona Franca de Manaus. Como na Zona Franca há isenção de IPI, essas fábricas perderiam a competitividade.

“Olha Guido, sabe por que Lula teve 81% dos votos no Amazonas? Porque ele soube entender a Zona Franca. A Dilma também teve a maior votação do país no estado. Agora, não dá para ser surpreendido com um decreto, quando tínhamos combinado outra coisa”, avisou Braga.

No outro lado da linha, Guido garantiu que a redução do IPI ficaria em 20% e não mais, em 17%.

Eduardo Braga agora avalia se deixa a liderança do governo para disputar a Prefeitura de Manaus.

Ora, ora... o Brasil é mesmo o país das maravilhas, só não se sabe ao certo quem é a Alice. A Zona Franca de Manaus foi criada há 45 anos (em 1967, no governo militar) para impulsionar o desenvolvimento econômico da Amazônia Ocidental. Sei... Fosse esse impulso aquele de uma lesma manca e a ZFM estaria se movendo a uma velocidade superior à da luz! Eu sei, é impossível, mas depois de quarenta e cinco anos "impulsionando", era para ter dado algum resultado.

Pela dura (ui!) conversa do Braga e pelo recuo estratégico do Mantêga (nunca um sobrenome foi tão apropriado a um ministro tão mole), ainda não deu. É como se faz na França, onde o governo subsidia o açúcar de beterraba ao invés de comprar o nosso de cana, bem mais barato, além de insistirem em nos vender aviões Rafalle. Para ilustrar, somente em termos de produtividade, a cana é 20% mais eficiente que a beterraba; já em termos de safra a diferença sobe à estratosfera.

Mas voltando à ZFM, objeto da celeuma, tanto não deu que neste ano a presidenta Dilma Roussef anunciou que a vigência da zona franca será prorrogada por mais 50 anos! Bestial! Em 45 ela ainda se mostra dependente de subsídios como um guri de mamadeira, e ainda não contribui (ou contribui muito pouco) para o bolo fiscal do país, do estado ou da cidade onde se encontra. A ZFM dá isenção dos impostos de importação (II), de exportação (IE), ICMS (parte), de IPTU, da taxa de licença para funcionamento e da taxa de serviços de limpeza e conservação pública; tudo por 10 anos (ou mais).

Não discuto a necessidade dos subsídios, já que instalar um polo industrial naquelas latitudes exigiria mesmo algum esforço. Mas, convenhamos, passados 45 anos (!) prorrogar por mais 50 (!!) é admissão inconteste de incompetência, e pior, de má fé!

Diz-se sempre que quando uma coisa só existe no Brasil, temos uma jabuticaba. Pois acabamos de descobrir a nossa beterraba. É doce, mas vai custar uma montanha de dinheiro ano a ano por mais meio século. Brasileiro é tão bonzinho...

O Brasil é lindo, o discurso é que não cola

A fome tirou-me as palavras...

 

domingo, 17 de junho de 2012

ΕΥΡΩ ΝΑΙ !

ESQUERDA NÃO !


Quem gosta de pobreza é "inteliquitual"

Este "mea culpa" deve ser visto como um aviso — Ou: Não há país que resista a um oba-oba — Ou: Dinheiro não aceita desaforo

Botar o dedo na ferida dos outros pode parecer maldade, mas não é. Ao menos aqui não; serve de alerta. Nós, brasileiros, já comemos o pão que o Diabo amassou com o rabo, por mais de uma vez, e conseguimos sair dessa. O aperto pelo qual estão passando gregos e espanhóis já foi passado aqui. Ao fundo desse poço já descemos mais de uma vez e hoje estamos em relativa segurança. Estamos?!

O vídeo que mostrarei a seguir é uma versão sintética e bem humorada da crise espanhola, ou o reflexo da crise do Euro na Espanha, ou ainda, na verdade, aquela "marolinha" da qual o Lula fez troça e pouco caso. Esta é a razão das minhas dúvidas. Será que estamos mesmo seguros? O Lula pode achar que sim — pobre diabo — mas não é com a sua carteira que ele está brincando; é com a nossa. Mas vamos ao vídeo. Você, leitor, verá muitos pontos em comum com a nossa realidade aqui. Lá, a razão foi a bolha imobiliária, e aqui? Depois eu comento.


Bom, como você pode ver, não é a bolha imobiliária que está por detrás da crise. A bolha foi apenas o efeito aparente da crise. O que realmente causou o problema foi a farra, a irresponsabilidade de governantes e agentes econômicos (e.g. bancos). Aqui também a coisa vai para o mesmo caminho. Existe, por exemplo, um excessivo protecionismo para com a indústria automobilística — para citar um caso —, além do incentivo desbragado ao consumo, ambos com oferta de crédito farto e endividamento irresponsável da população (ou seria "da população irresponsável?"), especialmente da tão cantada "nova classe média". Que eu saiba, as classes "C", "D" e "E" estão vivendo pelo carnê, enquanto que bancos e lojas fomentadoras do consumo encontram-se em estado pré-falimentar, resultado do aumento sempre crescente da inadimplência.

Será que estamos querendo voltar ao fundo daquele poço? Olha, eu acho que será apenas uma questão de timing. Se Lula acertar seu relógio, é bem provável que venha a ser o próximo presidente do Brasilstão, o país que caminha para a merda. Afinal, a Madri da qual se ri pode estar bem aqui. Ui!

sábado, 16 de junho de 2012

Para Serra não basta ser "mau perdedor"; é preciso ser "mau ganhador" também!

Serra continua surpreendendo. Não contente em furar as "prévias do PSDB" para a candidatura à prefeitura paulista, ele agora distribui chutes e caneladas entre as hostes que o "apoiam". Acho que até o Reinaldo Azevedo — fã declarado do político paulista — terá dificuldades de explicar o inexplicável. Vejam o texto que peguei no Blog do Noblat, grifos meus.

Na primeira encruzilhada, Serra ameaça desistir

Ex-governador exige coligação do PSDB com o PSD do prefeito Kassab; projeções indicam que, assim, tucanos encolheriam na Câmara Municipal, enquanto pessedistas formariam "super bancada"; diretórios estadual e municipal em pé de guerra; sem aliança, Serra diz que pega o boné e volta para casa

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Diante da primeira encruzilhada em que sua candidatura a prefeito se depara nesta campanha, o ex-governador José Serra já apontou para seu partido o caminho que pode seguir: voltar para trás.

Em recados duros que chegaram os ouvidos do governador Geraldo Alckmin, em viagem a Nova York nesta sexta-feira 15, Serra disparou a ameaça de simplesmente desistir de concorrer caso o PSDB não aceite, como ele exige, firmar uma coligação formal com as legendas PSD, DEM e PR.

Com olhos focados na liderança que, pessoalmente, poderá exercer sobre os coligados e no tempo de televisão que poderá dispor com -- e sem -- a soma dos espaços partidários no horário eleitoral gratuito, Serra sustenta que não se vê em condições de enfrentar, com chances, a disputa, caso não conte com o apoio das outras legendas.

O problema, para o partido dos tucanos, é que essa coligação irá resultar no chamado "chapão", em que candidatos a vereador de todas as siglas coligadas disputarão a eleição sob o mesmo guarda-chuva da candidatura Serra, dividindo proporcionalmente o resultado final.

Nas projeções de líderes tucanos como o secretário de Energia José Aníbal, de franca influência nos diretórios palistanos, o chapão teria o efeito de reduzir em cerca de 50% o potencial eleitoral dos postulantes do partido. Assim, em lugar de fazer uma bancada com até 12 vereadores eleitos, os tucanos saíram para a disputa projetando vitórias de apenas 6 ou 7 concorrentes.

A situação ganha complexidade quando se analisa o fechamento em curso da coligação com o PSD do prefeito Gilberto Kassab. Enquanto os tucanos, no último ano, viram oito de seu vereadores bandearem-se para outros partidos, e sua bancada, assim, ficar reduzida a sete edis, os pessedistas se beneficiaram dessa diáspora, com a adesão de três ex-tucanos, chegando a dez vereadores – a segunda maior bancada da Câmara, atrás apenas do PT.

A coligação PSDB-PSD tende a fortalecer ainda mais os filiados ao partido do prefeito, que, além de suas próprias bases, teriam a seu favor o resultado da conta de quociente partidário. O PSD largaria para a disputa com a chance real de formar o que já vai sendo chamada de super bancada, talvez entre 30% e 40% maior que a atual. Os tucanos candidatos temem que esse crescimento se dê sobre o seu definhamento. Serra não vê problema nisso, até porque considera os vereadores do PSD como estando sob a sua chefia.

Com 55 vereadores, a Câmara Municipal de São Paulo formará suas futuras bancadas pelo critério do quociente partidário – número resultante da divisão do número de votos válidos sob a mesma legenda ou coligação pelo quociente eleitoral. Nesse caso, a coligação funciona como um único partido: quem tiver mais votos dentro da coligação, está eleito, independentemente da legenda a que pertença. Aí reside a grande preocupação de parte do PSDB.

Enquanto isso, o PP do ex-governador Paulo Maluf está ameaçando abandonar as negociações de uma coligação com o PSDB. Por meio do secretário-geral da legenda, Jesse Ribeiro, Maluf pede, desde já, maior participação na eventual futura administração Serra, com um naco maior da secretária da Habitação e da Cohab, a companhia estatal que constróe casas populares. Caso não obtenha o que quer, ele ameaça fechar com o candidato do PT, Fernando Haddad.

Sob pressão, o governador Geraldo Alckmin, que nesta sexta-feira 15 está em Nova York, tem a complicada tarefa de administrar essa crise. Ficando ao lado de Serra, pode prejudicar seu próprio partido. Se, no entanto, se posicionar com os vereadores que temem o "chapão", corre o risco de ver Serra concretizar a ameaça de deixar a disputa. Inicialmente, Alckmin, pensando em sua situação de reeleição, em 2014, deverá apoiar as coligações defendidas pelo candidato a prefeito.

Em matéria de democracia partidária, os tucanos paulistanos não estão, neste momento, em condições de dar lições a ninguém. Ali, quem vai decidir a pinimba, serão, mais uma vez, os chefes.

Meu pitaco:

Sou crítico contumaz do Serra, de primeira hora. Acho-o — abusando de minha benevolência —, politicamente incompetente, arrogante e covarde, como já tive oportunidade de dizer aqui e aqui, especificamente no caso das eleições municipais de 2012. Se o leitor pesquisar o blog pela palavra "Serra", certamente encontrará páginas e mais páginas sobre ele, a maioria desabonadora, sinto informar.

 

Chantagear seus próprios companheiros de partido é meio caminho para a derrota. Do alto de sua empáfia, chutando camaradas como quem chuta cachorro morto, Serra faz o jogo de Lula que já cooptou Maluf e seu PP com um cargo de segundo escalão. Mas nào foi só isso não. Como bem lembrou o Thais Arbex (Veja Online) e que Reinaldo Azevedo replicou em seu blog, a saída de Maluf do "chapão" pode inverter o tempo do horário político a favor do Haddad (o PP tem 1' 35"), chegando a ficar até 1' 01" a mais que o tempo do Serra.


Criticam Lula por haver armado um samba do crioulo doido para a disputa paulistana. Eu concordo. Juntar num mesmo palanque Maluf e Erundina é tarefa para um grande articulador político. Ninguém faz uma limonada tão bem com os limões que lhe atiram. Pode-se não gostar do molusco mas é preciso reconhecer que jogo de cintura ele tem. Já o Serra...


O (e)leitor desavisado pode achar estranho, inimigos tão ferrenhos dividindo o mesmo cocho, mas nossa política é assim — o fim justifica os meios — e há muitos votos naquele cocho e muito grana nos cofres da Prefeitura. Cabe ao paulistano escolher quem vai levar o butim.
 
Quanto ao Serra, resta apenas vencer. Na altura desse campeonato — correr ou perder — será o mesmo que suicídio político. E mais: qualquer que seja o resultado em Sampa, acredito, será o canto do cisne para ele. Para mim, ainda bem; já para o Reinaldo será o desperdício de seu excelente latim com quem não merece. A ele, Serra, deixo as palavras de um certo Jurandyr Czaczkes: "Tem todas as qualidades que desprezo e nenhum dos vícios que admiro." Chapeau!

quinta-feira, 14 de junho de 2012

Envergonhando os desavergonhados — Ou: Como os burocratas roubam os contribuintes — Ou: Até parece que vocês não conhecem Banânia...

Uma das minhas publicações favoritas é a revista especializada em economia e negócios The Economist, que acompanho pela versão online. Fica aqui a dica de leitura.

Hoje leio nela uma matéria deliciosa sobre nosso "serviço público", uma das razões pela qual retornam apenas 3% (três por cento) das arrecadações tributárias — uma das maiores do mundo — aos "felizes" habitantes pagadores de impostos de Banânia.

Não é pouco o que se arrecada aqui. Os números oficiais mostram que a fatia de impostos que pagamos monta a 38% (trinta e oito por cento) do PIB, isto é, R$ 1,574 trilhões. Feitas as contas, apenas R$ 0,047 trilhões (ou R$ 472 bilhões) retornam para a sociedade na forma de investimento, daí para baixo, o que é absolutamente insuficiente. Basta olhar ao redor para ver.

A pergunta de R$ 1,527 trilhões (isto é, 1,574 tri menos 0,047 tri) é: o que é feito com o resto dos tributos pagos? Bom, o Estado gasta consigo próprio! É disso que trata a matéria da The Economist, no seu estilo jocoso e característico. Segue um trecho, grifos meus. Íntegra aqui. Versão traduzida (by Google) aqui.

Shaming the unshameable

How the bureaucrats rob the taxpayers


WHEN his time as São Paulo’s mayor finishes at the end of the year, jokes Gilberto Kassab, he will look for work in the garages of the city’s municipal assembly. This month the city’s legislature published, for the first time, the salaries of some of its 2,000 employees. Half the 700 people named, paulistanos were surprised to learn, take home more each month than the assembly’s chairman, who earns 7,223 reais ($3,508) after tax.

As well as parking attendants, the fat cats included press officers and a nurse in charge of a drop-in clinic for municipal workers who earns 18,300 reais a month after tax, 12 times the average private-sector wage. Their pay cheques were boosted by annual increments, long-service bonuses and the practice, standard in Brazil’s public sector, of claiming a large pension in your early 50s and staying on the job.

Publication of the data angered public-sector unions, which claimed it put their members at risk of theft or kidnap. Taxpayers doubtless feel that the robbery has been inflicted on them.

Bom, se você ainda não leu o suficiente, leia a íntegra do original ou a tradução automática pelos links dados acima.


Meu pitaco:


Não vou dizer que o conteúdo da matéria é novidade. Aqui mesmo, na Faxina Política, já desmascarei o esbulho da coisa pública. Chamamos os ladrões para cuidar do Erário, entregamos as galinhas às raposas há muito tempo; não era para se esperar nada diferente. O que chama a atenção é que nossa irresponsabilidade comece a chamar a atenção do pessoal lá fora, os mesmos de cuja mesa desejamos participar, quiçá um dia.

O que me pareceu — pelo texto da matéria — é que eles se darão por satisfeitos em nos atirar um osso ou dois, para que não os incomodemos com olhares de súplica, fome e eterna admiração, até porque a vergonha é toda nossa.

Pior! Eles podem querer participar do butim! Se é assim tão fácil roubar os cordeirinhos de Banânia, por que não eliminar o middle man? E pensar que os sindicatos dos funcionários públicos de São Paulo estão preocupados com o roubo e sequestro dos seus nababos afiliados... Devem se preocupar com a invasão! Eles e nós, enquanto não se fazem as reformas...

quarta-feira, 13 de junho de 2012

Não precisa explicar — eu só queria entender...

O Brasil é realmente surreal. A pantomima da Rio+20 segue entre tropeços e cabeçadas. Mas quando alguma coisa se aproxima da realidade... Vejam se esta notícia da CBN não é para rir.

Chuva prejudica aldeia montada para receber índios durante a Rio+20


Estruturas na Colônia Juliano Moreira, na Zona Oeste do Rio, estão cheias de lama. Aldeia Kari-Oca vai receber 1.200 índios brasileiros e estrangeiros. Os eventos oficiais da conferência já começaram. Mais de 130 chefes de Estado vão debater desenvolvimento econômico e proteção ambiental no Rio até o dia 22.
Ouça a reportagem

Prestenção: montaram uma aldeia indígena para receber os índios que vão participar da pantomima. Até aí, tudo bem, afinal, lugar de índio é na oca — na Kari-Oca (bem original!). São Sebá, o santo padroeiro do Rio, entende mesmo é de flechas, não de ocas, ao que Pedro, guardião das torneiras do Céu, resolve ajudar mandando uma chuva para dar veracidade e cor local à Kari-Oca (realmente, muito original), ou era pra dar. Pois melou tudo, na visão dos silvícolas, organizadores e repórteres. Índio que vai à Rio+20 gosta mesmo é da piscina do Copa e dos salões do Glória. Que oca que nada, ainda mais enlameada!


Vocês ouviram a reportagem? Se não ouviram, ouçam — é bestial, pá! Pela foto dá para ver que a oca ficou bem real (palmas para Pedro), isto é, esta é a imagem que eu tenho de uma oca indígena das tribos que supostamente "vivem" na Amazônia, a maior rain forest do planeta. Ou será que não?!

A reportagem é bem elucidativa: nossos índios precisam de fiação elétrica, pás-carregadeiras —não retro-escavadeiras, como disse a "repórter" —, para limpar a aldeia alargada (sic), além de computadores, Internet, telefones e refeitório. Não é exagero não, até porque aqui ninguém é de ferro, menos ainda nossos índios. O leitor que tire suas conclusões.

terça-feira, 5 de junho de 2012

O inferno flex

Já com algum atraso, repasso a vocês trecho de uma coluna do Celso Ming no Estadão. Grifos meus.

Um pacote para o etanol

A mais importante conclusão que se pode tirar das informações de que se prepara, em Brasília, um pacote de incentivos para estimular o investimento na área de biocombustíveis – especialmente no segmento de açúcar e etanol – é a de que o governo deixou de ver o usineiro como mero aproveitador e oportunista. Passou a considerá-lo agente do crescimento econômico.

No ano passado, quando começou a faltar etanol no mercado, o governo Dilma o tratou como simples especulador com estoques. As duas principais decisões de então foram: reduzir a participação do etanol anidro na mistura com a gasolina (de 25% para 20%); e transferir a política do setor para a Agência Nacional do Petróleo, para que fosse enquadrado à política de combustíveis. Acompanharam as ameaças de confisco sobre exportações de açúcar, para que o usineiro aprendesse a ser responsável pelo suprimento de etanol.

Demorou para o governo ver que o setor não é o jogo de interesses de curto prazo que lhe parecia, mas que enfrenta disparada de custos sem contrapartida de retorno. Qualquer contratempo climático ou queda das cotações globais do açúcar – como as de hoje – pode bastar para derrubar a produção e inibir os investimentos.

No entanto, como já ocorre com o atendimento dado a todo o setor produtivo, o pacote em preparação leva todo o jeito de não passar de novo puxadinho, baseado na redução de alguns impostos, que não ataca os problemas de fundo.

A principal questão imediata, que atinge todo o setor de biocombustíveis e não só o do etanol, é a política de tabelamento dos preços dos derivados de petróleo, sobretudo da gasolina e do óleo diesel. Esse achatamento não debilita apenas a capacidade de investimento da Petrobrás. À medida que deprime também os preços do etanol, bloqueia investimentos tanto na cultura de cana-de-açúcar como na construção de usinas de destilação. E concorre para afundar um segmento altamente promissor da economia brasileira.

Isso significa que não basta distribuir alguma água benta para os usineiros para que seja garantida a recuperação do setor do etanol, hoje atolado em dívidas superiores a US$ 40 bilhões. É preciso que o governo reveja corajosamente a política de preços dos derivados de petróleo.

Mas só o restabelecimento da flutuação dos preços dos derivados do petróleo aos padrões internacionais não devolve competitividade estrutural ao setor sucroalcooleiro. Desdobramentos da crise global também poderiam baixar os preços do petróleo a níveis inferiores aos de hoje, a ponto de justificar o patamar atual dos preços dos combustíveis sem, no entanto, viabilizar o negócio do etanol.

E aí chegamos aos problemas dos altos custos estruturais, que derrubam a competitividade não só da área do açúcar e do álcool, mas também de todo o setor produtivo brasileiro: é a excessiva carga tributária, a precariedade e os custos elevados da infraestrutura, os onerosos encargos trabalhistas, a burocracia e tudo o mais.

Para resumir, ou o governo define claramente o que quer do setor de açúcar e do álcool e desenha uma política de longo alcance ou será responsabilizado pelo definhamento do setor de biocombustíveis – de que o governo Lula tanto se gabou.

Pois é, assim são os governos progressistas que eu prefiro denominar governos de palanque. Enquanto em campanha, desfilam o paraíso sobre a terra que todos nós usufruiremos sob sua batuta. Consumado o engôdo, descobrimos que não passam de um bando de incompetentes, ignorantes e vagabundos.

Uma das grandes conquistas do Plano Real foi a política de preços livres — o mercado dita o preço — que o PT nunca conseguiu entender. Preferiu o rotular de neoliberal e voltar com o velho tabelamento, ainda que velado, como acontece na vizinha Argentina que vai caindo pelas tabelas.

No caso dos derivados de petróleo, duplo ato lesivo: prejudica a Petrobrás e aos seus acionistas (nós no meio) — forçada a vender por preço inferior o produto que importa (e.g. gasolina) — e ao setor sucaro-alcooleiro que compete com preços artificialmente deprimidos, tudo em nome da manutenção do mito do paraíso lulo-petista do bem-estar social. E o que fez o governo? Deu uma ajuda às montadoras para ajudá-las a desovar estoques encalhados, agora que a nova classe média está de volta ao conforto da letra "D"; sem cartão, sem crédito e cheia de dívidas impagáveis. Mentira tem pernas curtas.

Então nos compramos carros flex e o governo sabota-nos deliberadamente. Ao invés de exportarmos etanol para o mundo estamos importando dos EUA aquilo que nos falta. Agora que não existem barreiras tarifárias para a exportação de etanol nós não o temos. Se isso não é um atestado de incompetência, então eu não sei mais o que é.

Investimentos em infraestrutura, redução do esbulho tributário e da "burrocracia" — presença indesejável do Estado na economia —, atitudes que minorariam o esforço para o crescimento produtivo e a geração de riqueza, nem pensar! O lulo-petismo passará à História como o responsável por não apenas deter o nosso avanço para a modernidade e para o crescimento, como nos fará retroceder aos anos pré-Collor, das carroças, do clientelismo e do atraso, tudo em nome do culto a uma personalidade nefasta em cujo dicionário nunca constaram verbetes como trabalho, honestidade, decência e honradez.

Voltando à vizinha Argentina, até mesmo o efeito Orloff a era Lula reinaugurou. Lembra-se do "eu sou você amanhã"? Pois é, não vai demorar para nós entrarmos no mesmo buraco de Cristina Elisabet Fernández de Kirchner. Não há outra razão para os malabarismos do governo a não ser esconder a inflação que já se instalou. Hoje o governo manipula preços e acabará por manipular índices — tudo como no país vizinho —, ambos hábeis em varrer verdades para debaixo dos tapetes.

domingo, 3 de junho de 2012

Lula: 'Não permitirei que um tucano volte a presidir o Brasil' — ou: 'O eleitor é só um detalhe'

Nunca antes na história dessepaiz a Arrogância teve melhor representante. Não há medidas ou limites para o que Lula pode produzir em matéria de desrespeito e escárnio. E não é só contra nós não; ele não respeita nem mesmo seus correligionários, como a presidenta Dilma ora no exercício do Poder. Na sua visão bem particular ela só serve mesmo para manter a cadeira quente.

Em entrevista ao Ratinho — nada mais conveniente que um ratinho para entrevistar um graúdo da espécie — Lula segue fielmente a cartilha Goebbels: mentir repetidamente até fazer da mentira verdade. Abaixo, trechos da entrevista-palanque com grifos meus.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva admitiu nesta quinta-feira pela primeira vez que pode voltar a se candidatar à presidência. Lula disse no Programa do Ratinho, do SBT, que entra na disputa caso a presidenta Dilma Rousseff desista da reeleição com o objetivo de evitar a volta do PSDB ao governo.

“A única hipótese de eu voltar a me candidatar é se ela não quiser. Não vou permitir que um tucano volte a presidir o Brasil”, disse Lula.

A primeira entrevista de Lula depois de diagnosticado o câncer na laringe em outubro do ano passado também serviu de palanque para o candidato do PT à prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad. O ex-ministro da Educação, empacado em 3% nas pesquisas de opinião, foi mostrado duas vezes, identificado como candidato de Lula, convidado a sentar à mesa de entrevista e alvo de fartos elogios.

A pedido de Ratinho, Lula justificou o fato de ter escolhido um nome novo para concorrer. “O prefeito de São Paulo quando começa a nascer qualquer que seja já nasce um pouco velho”, afirmou. Além de Haddad, Lula chegou ao SBT acompanhado do prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho, do deputado Ratinho Jr. (PSC-PR), do vereador José Américo e assessores.

Desde o início do programa Ratinho avisou que não faria perguntas incômodas ao ex-presidente. “Ele não é mais presidente da República e não tem que ser cobrado por nada. Vamos falar da saúde, da recuperação, de política e desse timeco do Corinthians”, avisou. Pouco depois, ao pedir que os telespectadores enviassem perguntas pela Internet, Ratinho foi ainda mais explícito.

“Aí começa todo mundo a mandar email com perguntinha besta mas eu não entro nessa. Vou conversar com o meu amigo Lula”, disse o apresentador. “Se for pergunta boa eu faço. Pergunta ruim não faço”, completou.

Quando faltava um minuto para o final do programa Ratinho citou o episódio com o ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes. “Eu nem ia perguntar sobre essa história do Gilmar Mendes porque o povão não entende muito”, disse o apresentador.

"Não tenho interesse em falar nisso. Quem inventou que prove a história. Quem acreditou nela que continue provando. O tempo se encarrega de arrumar as coisas", afirmou Lula

Ao longo de 44 minutos o ex-presidente foi alvo de elogios e teve o microfone à disposição para, com a voz fraca, atacar os adversários. Ao justificar as falhas no sistema de saúde pública, Lula acusou a oposição de acabar com a CPMF por vingança.

“Eles (adversários) não perceberam que não me prejudicaram mas prejudicaram o povo pobre. Por vingança me tiraram a CPMF que era imposto de rico”, afirmou.

Além de fazer política, Lula falou da vida fora da presidência e do tratamento contra o câncer na laringe. Lula falou das dificuldades do tratamento, da dor e de sua nova rotina. Apesar do assunto delicado, Lula mostrou bom humor ao comentar o terno que estava usando. “Eu brinquei com o Ratinho que este terno aqui comprei quando estava internado no hospital me preparando para por no caixão. Porque com terno velho eu não iria”, disse.

Não há como negar, Lula é um artista. Tal e qual um camelô ele mantêm a plateia mesmerizada com suas prestidigitações verbais, suas frases de efeito. Será que foi por isso que a entrevista foi no SBT? Pode ser, mas pode ser apenas a contra-partida pela "salvação" do Panamericano, isto é, do seu dono Senor Abravanel, mais conhecido como Sílvio.

A plateia vil e ignara adora as macaquices e o que Lula mais tem à sua volta são macacos amestrados. Macacos e macacas. O que os amestrados não sabem (ou fazem por não saber) é que eles nunca passarão de eventuais e necessários tampões, como a presidente em exercício, destituída do cargo no meio do exercício. Bestial!

Interessante notar que Lula "tema" o PSDB. Não sei se ao PSDB mesmo ou se à investida recente de Aécio como postulante ao cargo. Eu sempre disse que o PSDB errou ao enfrentar a candidatura Dilma com Serra. O resultado foi duplamente desastroso. Perdesse com Aécio e ainda ficariam os dedos, dedos que se foram com os anéis. O PSDB entrou no jogo, subestimou o adversário e perdeu fragorosamente. No futebol, analogia tão apreciada pelo vivaldino molusco, diz-se que o time entrou em campo com salto alto para jogar... É bem por aí.


É bom que fique claro, de uma vez por todas, que Lula sabe manejar muito bem o universo político. No seu enfrentamento não deve ser subestimado mas temido. Notaram que ele ainda não largou aquele osso da CPMF? Adivinhem qual imposto vai voltar se ele for eleito. Fosse o Ratinho algo mais que um pau mandado, ele arguiria o "entrevistado" que num país que tem uma das maiores cargas tributárias do mundo, algo aí próximo dos 40% do PIB, apenas míseros 3% retornam na forma de investimento. Em outras palavras, caro leitor, qual seria a parte mais favorecida por uma eventual CPMF? Seriam os tais 3% que cabem à sociedade ou os 97% que cabem ao governo? Acho que você sabe a resposta...

A entrevista-palanque foi um show de marketing político. Perguntas escolhidas a dedo e bolas levantadas para a cortada fatal. Só mesmo numa TV que anda caindo pelas tabelas, tal e qual o apresentador do programa, o ex-presidente podia armar o seu showzinho particular a preço e condições módicas. Nada do imbróglio com o STF e o ministro Gilmar foi tratado, apesar de todo mundo que se deu ao trabalho de assistir à pantomima o ter feito apenas para conhecer sua (dele) versão dos fatos. Que nada!

Mas se tiver que ser Lula — de novo — que seja. Que venha Lula! A Democracia tem algo a ensinar a este que é o mais antidemocrático dos nossos políticos; passados, presentes e futuros. Que caia pelas urnas — se for ele mesmo o candidato em 2014 —, ainda que a julgar por sua aparência, acho que ele poderá acabar mesmo fazendo bom uso daquele terno. Amém!

sábado, 26 de maio de 2012

Da coxia


Vocês verão no texto a seguir que a informação que repasso a vocês é "velha", isto é, já se transcorreu um bom tempo desde que foi escrita. Ainda assim, não deixa de ser interessante lê-la e constatar que há fogo de onde sai a fumaça. Tomei a liberdade de grifar algumas partes.

Depois eu comento.

Até quando?

Será que vamos chegar ao fundo do poço?

Sábado fui ao aniversário de 50 anos do Chico Otávio, repórter do Globo. Lá estavam, entre outros, o Rubens Valente, da Folha, outros “jornalistas investigativos”. Estava também o Wagner Montes, cuja assessora de imprensa na Alerj é amiga do Chico. Soube de informações interessantes:

  1. Coisas mais graves do que as apuradas pela operação Monte Carlo (da PF, criada para investigar Demóstenes e Cachoeira) foram apuradas na operação Las Vegas, que trata de ligações do Cachoeira com a cúpula do Judiciário. Haveria material incriminando (em maior ou menor grau) nove ministros do STJ e quatro do STF. Só que o STF requisitou toda a documentação a respeito, determinando que a PF não ficasse com cópia, e sentou-se em cima da papelada. Isso era sabido não só pelo Chico Otávio (Globo) e pelo Rubens (Folha), mas (pasmem!) pelo Wagner Montes.
  2. Como a área de atuação de Cachoeira é perto de Brasília e ele tem desenvoltura e poder de articulação, ele atua como representante de um pool nacional de contraventores que exploram bingos, caça-níqueis, videopôquer e afins. Não fala só por ele. Daí sua desenvoltura (e seu dinheiro).
  3. Cachoeira é um arquivista compulsivo. Tem gravações telefônicas e em vídeo que comprometem todos os grandes partidos e inclusive gente graúda do governo federal. Tem um vídeo em que dá R$ 1,5 milhão a uma alta figura ligada à campanha da Dilma. O Globo e a Folha tem a informação, mas não sabem quem recebeu o dinheiro. E não têm provas.
  4. O contador de Cachoeira, cuja foto está nos jornais, está em Miami, com cópia de tudo o que ele tem gravado. Se algo acontecer com o patrão, vem tudo à tona.
  5. Cachoeira está chantageando o governo federal. Diz que não vai aceitar a prisão. Diante disso, o PT está pagando os honorários de Márcio Tomaz Bastos (R$ 16 milhões), que o defende e vai de jatinho à penitenciária de segurança máxima de Mossoró, onde Cachoeira está preso.(*) Folha e Globo têm a informação de que é o PT quem paga Márcio, mas não a publicam por falta de provas.

    (*)N.B. Cachoeira foi transferido para o Presídio da Papuda, no Distrito Federal, em 18 de Abril deste ano.


     
  6. Todo mundo está com medo de investigações sobre a Delta. Parece que ela – que contratou Dirceu como “consultor”, o que ele não nega – tem tido uma atuação muito mais agressiva do que as demais empreiteiras e cresceu de forma vertiginosa. Tem “negócios” com PT, PMDB, DEM, PSDB...
  7. Ninguém entendia muito bem porque Lula teria dado força à criação da CPI. Detonar Marconi Perillo parecia pouco para explicar uma CPI que pode abalar a República. Os jornais de hoje já dizem que o PT já pensa em recuar. De qualquer forma, como se vê, a Cosa Nostra chegou aos trópicos.


Meu pitaco:

O Brasil virou mesmo um caso da Máfia.

No seu famoso romance “O Poderoso Chefão”, Mario Puzo retrata como deveria ser “a nova visão do crime” na concepção de Vito Corleone. Para ele, o poder político era a chave e ele tudo faz para consegui-lo.

Don Corleone até mesmo abre mão de excelentes negócios, como o nascente (e promissor) comércio de drogas — rejeita a oferta porque sabe que poderia perder os políticos e juízes que tem no seu bolso — e a trama se inicia daí.

Assim como no livro de Puzo, o que assistimos é a mesma trama novelesca. Jogo, drogas, tráfico de influência, etc, tudo demanda conexões nos três níveis do Poder — Executivo, Legislativo e Judiciário — e Cachoeira está presente em todos eles. Nada mais eloquente que ter para sua defesa o portentoso doutor Márcio, o preferido por dez em dez dos escroques endinheirados de Banânia. Estão entre sua seleta clientela os Lula da Silva, os EbatistaX, além de várias figuras mensalônicas. Pode aposentar-se agora que não consegue queimar seu pé-de-meia.

Será uma cachoeira (e não um rio) que lavará as cavalariças de Brasília? Duvido. A tão cantada república brasileira não nasceu, foi um aborto desde a primeira hora. Uma piada sem graça que contaram para um marechal doente e demente, contada por uma meia-dúzia de “patriotas” insatisfeitos. Seus pés tortos estão podres; balançam sobre o solo instável onde se assentou.

Mas tranquilizem-se, nada acontecerá; nossa república de pés-de-barro está salva. Já se sente ao longe o cheiro do orégano e do molho de tomates, a mozarela tostada faz bolhas; quem talvez não sobreviva ao cardápio sejamos nós.

quinta-feira, 24 de maio de 2012

O mau dos nossos governos é nossa falta de vergonha

Recebi há pouco do Roque Sponholz, aquilo que ele denominou ser um "desabafo" seu, mas que bem poderia ser uma bofetada em nossa cara... Como de hábito, grifos meus.

REDUÇÃO DE IPI; NÃO É POR AÍ !!!


Nenhum país do mundo combate crise econômica vendendo carros, exceto o nosso.

"Estúpida paixão pela máquina de quatro rodas
que substitui duas patas."
Incentivar a compra de veículos para o transporte individual através da redução de impostos e de financiamentos com juros baixos e prazos longos para atender ao lobby de montadoras em detrimento ao transporte coletivo, é medida demagógica, inconseqüente e criminosa com nossas cidades e conseqüentemente com seus cidadãos.

Desde a sua invenção, a propaganda glamourizou o uso do automóvel dando-lhe a falsa conotação com o status social. Daí a estúpida paixão do brasileiro pela máquina de quatro rodas que substitui duas patas.

Hoje o maior problema de nossas cidades é o tráfego. Nossas ruas não mais comportam o excessivo número de veículos que a cada dia nelas são despejados.

Nossas vias interurbanas transformaram-se em campos de batalha onde, a cada ano, morrem mais de quarenta mil brasileiros e outros tantos sofrem danos físicos irreparáveis.

A solução? Uma só: transporte coletivo eficiente, com canaletas exclusivas, com conforto, com rapidez...

Mas priorizá-lo e subsidiá-lo parece não ser a vontade deste governo.

Sua vontade é fazer com que o brasileiro atole-se em dívidas, seja o campeão da inadimplência, deixe de construir um quarto para abrigar um novo filho construindo uma garagem para abrigar um carro novo ou um novo carro.

E ainda falam em "mobilidade urbana". Ora tenham vergonha!!! Pensar momentaneamente e emergencialmente (devido a copa do mundo), em "mobilidade urbana" para meia dúzia de cidades, esquecendo-se das mais de cinco mil e quinhentas outras que também precisam de "mobilidade urbana" é, no mínimo, desrespeito e escárnio.

Enfim, lá vamos nós enfrentar o tráfego nosso de cada dia que o governo nos dá hoje.

Triste país este.

Roque Sponholz - Arquiteto e Urbanista

E pensar que se fala em decretar feriados nos dias de jogos (as férias escolares já estão decretadas — antecipadamente — pela infame "Lei Geral da Copa"), um acinte que só mesmo nossos governos aceitam passivamente. É como disse o Roque, "Triste país este."