domingo, 13 de setembro de 2015
Não tem preço - 5
quinta-feira, 10 de setembro de 2015
“Der ‘Hauptmann’ von Brasilia”
“Der ‘Hauptmann’ von Brasilia”
O esbulho do Tesouro pela ‘escroque’
Passamos, minha mulher e eu, o final de 2009 e início de 2010 em Berlim, Alemanha. Foi nossa primeira visita àquela capital e nossa segunda ao país. Lá desfrutamos da inestimável companhia de nosso estimado amigo Benjamin que nos descortinou a cidade em seus mínimos detalhes. É de um desses “detalhes”, da miríade dos que formam Berlim, que tomei de empréstimo para emoldurar este artigo.
Berlim nasceu da junção de duas outras cidades menores: Spandau a Oeste e Köpenick a Leste. Entre elas o que existia era uma enorme área pantanosa do Spree e afluentes que foi sendo ocupada e edificada até a conformação atual. Na verdade, Berlim foi ainda maior no período anterior à 2ª Grande Guerra. O fato de ficar dividida entre Aliados e encravada na Alemanha Comunista, contribuíram para sua decadência como grande metrópole. Mas foi desvendando esta maravilhosa cidade que um dia chegamos a Köpenick, último reduto à Leste e bem às margens do Spree. Foi lá, bem defronte ao prédio de tijolos vermelhos da Prefeitura, que fomos apresentados a Herr Friedrich Wilhelm Voigt, ou à sua estátua. Ali estava Der Hauptmann von Köpenick! – o Capitão de Koepenick, numa tradução livre. Friedrich não era oficial e nem mesmo militar. Ele era um escroque. Já havia cumprido pena por pequenos golpes e furtos e, como ex-presidiário, tinha dificuldades em conseguir uma ocupação honesta, um emprego. Bom, ao menos esta foi sua alegada defesa para aquele que deve ter sido seu último crime. |
Desesperado por arrumar algum dinheiro ele obtém um uniforme de oficial prussiano num desses estabelecimentos que fornecem indumentárias para peças teatrais, e, trajado como tal, reúne alguns militares verdadeiros sob seu comando. Neste ponto eu fui lembrado da proverbial disciplina militar germânica. Um soldado ou oficial subalterno jamais questiona uma ordem de um superior. Ele não pergunta se o tal superior é de fato superior ou mesmo se é militar. Se está vestido e se comporta como tal, como tal o é! E lá foi Friedrich com sua pequena força de comandados para Köpenick. Lá chegando, foi à Prefeitura de onde confiscou – por sua ordem – a quantia de 4.002 marcos e 32 pfennigs, pela qual deu recibo! Antes, ele determinara a prisão do prefeito e do seu tesoureiro sob a alegação de fraude fisco contábil.
Durante sua passagem por Köpenick, e antes de desaparecer com o butim, Herr Friedrich foi bastante generoso para com a população local. Distribuiu dinheiros aqui e ali, favoreceu necessitados e granjeou simpatias. Desmascarado e novamente preso, foi condenado a quatro anos de prisão pelos crimes de fraude, personificação de oficial militar e aprisionamento ilegal (do prefeito e do tesoureiro). Curiosamente, foi perdoado pelo Kaiser Wilhelm II. Dizem que o Kaiser ficou impressionado com sua audácia; outros – tese da Defesa – de que ele fora compelido a delinquir pelo insucesso em obter um emprego honesto em razão de ser ex-presidiário. O fato é que ele se transformou numa celebridade e passou a viver da fama até se mudar para Luxemburgo onde exerceu o ofício de sapateiro até sua morte em 1922, aos 72 anos de idade.
O leitor que chegou até a este ponto, deve se perguntar: “E onde é que Brasília entra nesta história?” Ora, entra com Dilma! Ela é a usurpadora do posto de Presidente (que ela insiste em dizer presidenta), confiscou o Tesouro do País e nem deu recibo! Chegou lá a frente de uma súcia de petralhas, e, em lugar do prefeito e seu contador, prendeu todo o povo brasileiro. Aqui e ali ela também distribuiu favores e benesses. Jogou migalhas a uns necessitados e bilhões aos acólitos e puxa-sacos.
Bem, agora que escrevi isso tudo aí, acho que exagerei: Não há “mutatis mutandis” em quantidade suficiente que faça de Dilma sequer parecida com o pitoresco escroque de Köpenick. Ela nunca se arrependeu de seu passado criminoso – se orgulha dele –; nunca procurou ser honesta, ao contrário, aprimorou-se nas suas perversões, e pior, jamais receberá do povo ou de alguém perdão.
Dilma não é “Der ‘Hauptmann’ von Brasilia”, é uma vilã e uma tirana. Der Tyrann von Brasilia – zur letzten Instanz (por último recurso). Agora, sim!
N.B. O conhecimento do autor da língua germânica, sabidamente complicada, é bastante limitado e não pode sequer ser rotulado de "primário". Assim, e antecipadamente, minhas desculpas por qualquer impropriedade nos termos (e suas declinações) acima.
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quarta-feira, 9 de setembro de 2015
O Brasil agora é LIXO
domingo, 6 de setembro de 2015
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- Veja o vídeo "O 7 de Setembro blindado" sobre as barreiras de proteção instaladas para o desfile de amanhã.
- Assista ao hangout "A arte da zueira é a arte da guerra cultural" com o alagoano criador do Pixuleco! É, tem nordestino que detesta Lula, Dilma e o PT.
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sexta-feira, 4 de setembro de 2015
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Botando ordem na orgia
Retaliando o "meu malvado"
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quarta-feira, 26 de agosto de 2015
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Cartas: "Quero te latir (não sei se entendes a linguagem de cachorros) algumas coisas"
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Veríssimo, sem o sax |
Sabemos das preferências políticas do Veríssimo gordinho e de sua aversão aos que defenestram a canalha petralha — sua preferência, fazer o que — mas uma professora, aliás ex-professora das suas filhas, resolveu lhe responder à altura. Nem precisava tanto: o tal gordinho é baixinho, baixinho...
Prezado LF Verissimo:
Na crônica com o título ‘O Vácuo’, comparaste os manifestantes contra o governo aos cachorros vira-latas que, no passado, corriam atrás dos carros, latindo indignados. Dizes que nunca ficou claro o que os cães fariam quando alcançassem um carro, por ser uma raiva sem planejamento. E que os cães de hoje se modernizaram, convenceram-se de seu próprio ridículo, renderam-se ao domínio do automóvel.
Na tua infeliz e triste comparação, os manifestantes de hoje são vira-latas obsoletos sitiando um governo que mais se parece com um Fusca indefeso, que sabem o que NÃO querem – Dilma, Lula, PT – mas não pensaram bem NO QUE querem no seu lugar. Como um velho e obsoleto cachorro vira-lata, quero te latir (não sei se entendes a linguagem de cachorros) algumas coisas:
1. Independentemente das motivações de cada um, tenho certeza de que todos os cachorros na rua correm em busca dos sonhos perdidos, que, em 13 anos, foram sendo atropelados não por um Fusca indefeso, mas por um Land Rover de corrupção, imoralidades, mentiras, alianças políticas espúrias, compras de pessoas, impunidade, incitação à luta de classes, compra de votos com o Bolsa Família , desrespeito e banalização da vida pela falta de segurança e de atendimento digno à saúde, justiça falha, etc, etc.
2. Se os cachorros se modernizaram e pararam de correr atrás do carro, não foi por se convencerem do próprio ridículo. Foi porque não conseguiram nunca alcançar os carros e isso os desmotivou. Falta de planejamento, concordo. Mas os cachorros de agora aprenderam que se correrem juntos, unidos, latindo bastante atrás do carro, cada vez mais e mais, de novo e de novo, chegará uma hora em que o motor vai fundir. Eles vão alcançar o carro. O motorista vai ter que descer do carro e outro assumirá. Pior do que está não vai ficar, embora o conserto vá demorar muito. Não vai ser fácil, mas os vira-latas vão conseguir se organizar, pelo voto. Não pela ditadura.
3. Não é verdade que o latido mais alto entre os cachorros foi o de um chamado Bolsonaro. Acho que estavas na França gozando das delícias de um croissant na beira do Sena (enquanto os vira-latas daqui corriam atrás do osso perdido) e não viste os vídeos das manifestações. Se bem que a TV Globo e o Datafolha também não enxergaram nada. O que mais cresceu na manifestação foi uma certeza, a certeza que vai fazer esse país mudar: com essa Land Rover desgovernada não dá mais. Os cachorros com seus latidos unidos jamais serão vencidos. E sabem que mais dia, menos dia, esse carro vai parar. É assim que começa, pena que eles não acreditem. Não vai ter mais dinheiro pra comprar brioches para o povo. E o número de vira-latas vai aumentar muito. Quem comandará a corrida? Não sei, só sei que prefiro ser um vira-lata à moda antiga do que um vira-lata moderninho que se rende a uma Land Rover.
4. Te enganas quando dizes que os cachorros de antes corriam atrás dos carros porque a luta era outra. Não, a luta é a mesma, o contexto é diferente. Os cachorros não querem um passaporte bolivariano. O vácuo vai ser preenchido, não te preocupes. Por quem for necessário e aceito, desde que não seja pelo exército do Stédile.
5. Em tempo: essa vira-lata que te fala foi professora das tuas filhas no antigo e admirável Instituto de Educação. Lá aprendi que é importante latir não por latir, mas para defender os sonhos possíveis. E tuas filhas devem ter aprendido muita coisa com os meus latidos. Continuo latindo, agora na rua, para derrubar o que acredito ser um mal nesta nação arrasada: a corrupção e, mais do que isso, um governo corrupto, que perdeu totalmente a vergonha. Eles criaram um “vácuo” de imoralidade e de incompetência que vai ser difícil de recuperar. Mas, vamos conseguir!
Atenciosamente, auauau.
ROSÁLIA SARAIVA
Meu pitaco:
Veríssimo é tão baixo que não vale meu latido, mas não poderia deixar de replicar e parabenizar Dona Rosália pela lição dada a ele. Há uns anos ele receberia também umas boas chineladas do pai.