“Der ‘Hauptmann’ von Brasilia”
O esbulho do Tesouro pela ‘escroque’
Passamos, minha mulher e eu, o final de 2009 e início de 2010 em Berlim, Alemanha. Foi nossa primeira visita àquela capital e nossa segunda ao país. Lá desfrutamos da inestimável companhia de nosso estimado amigo Benjamin que nos descortinou a cidade em seus mínimos detalhes. É de um desses “detalhes”, da miríade dos que formam Berlim, que tomei de empréstimo para emoldurar este artigo.
Berlim nasceu da junção de duas outras cidades menores: Spandau a Oeste e Köpenick a Leste. Entre elas o que existia era uma enorme área pantanosa do Spree e afluentes que foi sendo ocupada e edificada até a conformação atual. Na verdade, Berlim foi ainda maior no período anterior à 2ª Grande Guerra. O fato de ficar dividida entre Aliados e encravada na Alemanha Comunista, contribuíram para sua decadência como grande metrópole. Mas foi desvendando esta maravilhosa cidade que um dia chegamos a Köpenick, último reduto à Leste e bem às margens do Spree. Foi lá, bem defronte ao prédio de tijolos vermelhos da Prefeitura, que fomos apresentados a Herr Friedrich Wilhelm Voigt, ou à sua estátua. Ali estava Der Hauptmann von Köpenick! – o Capitão de Koepenick, numa tradução livre. Friedrich não era oficial e nem mesmo militar. Ele era um escroque. Já havia cumprido pena por pequenos golpes e furtos e, como ex-presidiário, tinha dificuldades em conseguir uma ocupação honesta, um emprego. Bom, ao menos esta foi sua alegada defesa para aquele que deve ter sido seu último crime. |
Desesperado por arrumar algum dinheiro ele obtém um uniforme de oficial prussiano num desses estabelecimentos que fornecem indumentárias para peças teatrais, e, trajado como tal, reúne alguns militares verdadeiros sob seu comando. Neste ponto eu fui lembrado da proverbial disciplina militar germânica. Um soldado ou oficial subalterno jamais questiona uma ordem de um superior. Ele não pergunta se o tal superior é de fato superior ou mesmo se é militar. Se está vestido e se comporta como tal, como tal o é! E lá foi Friedrich com sua pequena força de comandados para Köpenick. Lá chegando, foi à Prefeitura de onde confiscou – por sua ordem – a quantia de 4.002 marcos e 32 pfennigs, pela qual deu recibo! Antes, ele determinara a prisão do prefeito e do seu tesoureiro sob a alegação de fraude fisco contábil.
Durante sua passagem por Köpenick, e antes de desaparecer com o butim, Herr Friedrich foi bastante generoso para com a população local. Distribuiu dinheiros aqui e ali, favoreceu necessitados e granjeou simpatias. Desmascarado e novamente preso, foi condenado a quatro anos de prisão pelos crimes de fraude, personificação de oficial militar e aprisionamento ilegal (do prefeito e do tesoureiro). Curiosamente, foi perdoado pelo Kaiser Wilhelm II. Dizem que o Kaiser ficou impressionado com sua audácia; outros – tese da Defesa – de que ele fora compelido a delinquir pelo insucesso em obter um emprego honesto em razão de ser ex-presidiário. O fato é que ele se transformou numa celebridade e passou a viver da fama até se mudar para Luxemburgo onde exerceu o ofício de sapateiro até sua morte em 1922, aos 72 anos de idade.
O leitor que chegou até a este ponto, deve se perguntar: “E onde é que Brasília entra nesta história?” Ora, entra com Dilma! Ela é a usurpadora do posto de Presidente (que ela insiste em dizer presidenta), confiscou o Tesouro do País e nem deu recibo! Chegou lá a frente de uma súcia de petralhas, e, em lugar do prefeito e seu contador, prendeu todo o povo brasileiro. Aqui e ali ela também distribuiu favores e benesses. Jogou migalhas a uns necessitados e bilhões aos acólitos e puxa-sacos.
Bem, agora que escrevi isso tudo aí, acho que exagerei: Não há “mutatis mutandis” em quantidade suficiente que faça de Dilma sequer parecida com o pitoresco escroque de Köpenick. Ela nunca se arrependeu de seu passado criminoso – se orgulha dele –; nunca procurou ser honesta, ao contrário, aprimorou-se nas suas perversões, e pior, jamais receberá do povo ou de alguém perdão.
Dilma não é “Der ‘Hauptmann’ von Brasilia”, é uma vilã e uma tirana. Der Tyrann von Brasilia – zur letzten Instanz (por último recurso). Agora, sim!
N.B. O conhecimento do autor da língua germânica, sabidamente complicada, é bastante limitado e não pode sequer ser rotulado de "primário". Assim, e antecipadamente, minhas desculpas por qualquer impropriedade nos termos (e suas declinações) acima.
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