sábado, 22 de setembro de 2018

Pitacos nas Eleições 2018 #19 — Fraude nas urnas?


Bolsonaro só teme a fraude das urnas eletrônicas

E ele sabe disso há anos. Aliás, foi o único parlamentar a apresentar um projeto de lei para dar um mínimo de credibilidade a esta estrovenga. Leiam este curto artigo d'O Antagonista que reproduzo na íntegra (grifos meus).

TSE nega pedido do PT para retirar vídeo de Bolsonaro sobre urnas eletrônicas
22.09.18 12:41
Carlos Horbach, do TSE, negou pedidos da coligação do PT de direito de resposta e de retirada da internet de um vídeo de Jair Bolsonaro com críticas às urnas eletrônicas.
Para o ministro, embora as declarações do presidenciável do PSL sejam “questionáveis”, elas refletem o pensamento de grupos “contrários ao avanço tecnológico das urnas”.
No vídeo, Bolsonaro diz que as eleições podem resultar em “fraude” por causa da ausência do voto impresso.

Esse assunto das urnas eletrônicas já foi muito além do que se poderia chamar de um debate razoável. Elas são francamente ILEGAIS. Não deveriam ser permitidas ou sequer existir. Simples assim.

O primeiro fato que depõe contra nosso sistema de votação eletrônica é que as urnas não são auditáveis. Em outras palavras, não se pode afirmar que uma dada eleição foi lícita ou ilícita. Se você votou em e a urna registrou o voto para Mané, não há como provar. Claro, o mesmo vale se votou em e a urna registrou o voto para . O resultado entregue pela urna, o tal do BU , é o que vale. O seu voto, o ato político e cívico do cidadão é apenas um mero detalhe.

O pior, no entanto, nem é a insegurança que a impossibilidade de recontagem pelo voto impresso, pela simples impossibilidade de auditagem do conteúdo da urna. O pior é que quem faz a contagem dos votos, o escrutínio da vontade popular é a própria máquina. É a máquina que imprime o BU ou Boletim de Urna. E a máquina faz isto secretamente! Acontece que a lei manda que o escrutínio dos votos seja PÚBLICO e isto NUNCA ACONTECE ou jamais aconteceu.

Você quer dizer que TODAS as eleições feitas em urnas eletrônicas foram fraudulentas? SIM! Absolutamente fraudulentas e não apenas isso. Elas foram também ILEGAIS POR VÍCIO DE ORIGEM.

Graças à nossa PGR — Raquel Dodge —, cujo estúpido argumento de que a impressão dos votos "comprometeria a sua segurança", somada à corja de ministros do STF, exceto por dois, vamos para mais uma outra eleição sob o signo da incerteza e o fantasma da fraude. Concordaram com Dodge os ministros Alexandre de Moraes, Edson Fachin, Luís Roberto Barroso, Marco Aurélio Mello, Rosa Weber, Ricardo Lewandowski, Celso de Mello e a presidente do tribunal, Cármen Lúcia. Discordaram dela, pasmem, apenas os ministros Gilmar Mendes e Dias Toffoli, mas por motivos outros.

Nunca é demais lembrar que a chamada Lei do Voto Impresso foi aprovada por ampla maioria na Câmara e no Senado. Vetada pela presidenta Dilma, teve o veto derrubado por ambas as casas. O que o STF fez com esta Lei e com os desígnios das nossas duas casas legislativas — vontade do povo —, foi um ACINTE. Ele, o STF, repete um dos maiores facínoras da História da Humanidade — Joseph Stalin — quando este disse "Quem vota e como vota não conta nada; quem conta os votos é que realmente importa." No Brasil, quem conta os votos é um caixotinho grotesco que lembra uma torradeira, aliás, formato bem apropriado.

Certamente, alguns de vocês podem pensar que eu me esquecerei do que escrevi acima se meu candidato ganhar. Não mudo uma única vírgula! Se meu candidato ganhar pedirei pelo imediato sucateamento dessas urnas e o retorno ao papel e tinta, a instituição do voto facultativo e a proibição do voto ao analfabeto, não para o penalizar, mas para protegê-lo.

A seguir eu sugiro que vocês assistam ao curto vídeo da peroração do Procurador do Mato Grosso do Sul à Comissão de Constituição e Justiça do Senado, Felipe Marcelo Gimenez, cuja argumentação contra o voto eletrônico e contra o escrutínio secreto eu considerei mais técnico e insofismável.




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