terça-feira, 11 de setembro de 2018

Pitacos nas Eleições 2018 #17


Pesquisas e análises: Eurasia e BTG

Como vocês já sabem, estive fora por alguns dias durante o feriado. Fui visitar minhas irmãs e afilhados que residem em Brasília, DF. Foi lá que fiquei sabendo do atentado contra o candidato front-runner Bolsonaro.

Ainda é cedo para saber os desdobramentos deste ato, mas a maioria das pessoas que votariam em outros candidatos de fora do establishment, como Amoêdo (para citar um), já demonstraram que mudarão o voto para Bolsonaro (candidato 17, o mesmo número desta edição dos Pitacos nas Eleições 2018).

Acabo de saber pelo Antagonista que ele cresceu apenas 2% pela pesquisa Datafolha — que eu prefiro cognominar Datafalha 1 —, o que é nada mais, nada menos, que a repetição do que fizeram com o filho do Capitão na eleição para a Prefeitura do Rio de Janeiro. Eles inflaram os números de Ciro para forçar a concentração do voto de esquerda num único candidato viável que é mesmo o Ciro. Atenção! Este é o candidato das esquerdas a se temer porque o projeto dele é claro: transformar o Brasil numa Venezuela. Foi ele quem disse e eu não tenho razões para duvidar das palavras dele.

Feito o introito, vamos às pesquisas e às análises sérias para ver qual é o cenário que se apresenta para o dias que se seguem.
 
Eurasia
É uma da agências de análises mais conceituadas do mundo. É o farol que grandes empresas e investidores olham antes de enviar ou retirar seus capitais de praças off borders. O texto a seguir foi obtido do site do jornalista Políbio Braga. Grifos meus.

A consultoria Eurasia divulgou um relatório em que prevê chance "de 60 a 70%" de Bolsonaro alcançar o 2º turno, dois dias depois do ataque contra o candidato em Juiz de Fora.
De acordo com a consultoria, o evento "reforça as chances" do candidato do PSL. "Como tal, estamos aumentando as chances dele de chegar a um segundo turno de 60% a 70%", analisa.
O texto continua, alegando que Bolsonaro já apresentava bons números nos estágios iniciais da campanha e que, ao contrário do previsto, seu apoio não derreteu após o início da campanha na televisão: ao contrário, manteve-se estável nos 22% de acordo com levantamento da XP Investimentos.
"O ataque, no entanto, reforçará a posição de Bolsonaro em algumas frentes diferentes. Primeiro, aprofundará um ambiente político já altamente polarizado, caracterizado por níveis profundos de desconfiança pública em relação às principais instituições políticas, incluindo a mídia (…). Este evento irá atuar para mobilizar ainda mais sua base", diz o relatório.
Alckmin perde
A Eurasia cita ainda dois outros grandes motivos para aumentar as chances de Bolsonaro. O primeiro deles seria a exposição midiática da figura do candidato, tempo que compensaria os parcos 8 segundos no horário eleitoral. O segundo é a incapacidade de Geraldo Alckmin — que luta por votos importantes no mesmo espectro ideológico do capitão — em desconstruir e criticar o candidato, ao menos enquanto ele estiver internado.
"Como resultado, a probabilidade de Bolsonaro vencer em nossa escala de chances aumenta de 26% para 31%, e as chances de vitória de Alckmin caem para 13%. Isso também altera as chances de nossa categoria de candidatos", avalia a Eurasia.
Haddad pode perder 2º turno
A Eurasia avalia que o candidato Fernando Haddad — atualmente vice na chapa encabeçada por Lula — ainda mantém 60% de chegar ao 2º turno das eleições. A consultora considera que "os níveis de identificação do eleitor com o PT estão em alta, os números de Lula são fortes, então a estrada para ele [Haddad] crescer dentro da base do PT provavelmente não será impactada tão fortemente (…)". Contudo, o ataque a Bolsonaro muda o cenário de um segundo turno entre os dois candidatos.
"Em vez de entrar no segundo turno com uma taxa maior de rejeição, Bolsonaro pode estar em uma posição mais forte para enfrentar o PT em um 2º turno se ele não tivesse sido atacado. (…) Dado o tempo até o segundo turno e o fato de o PT ter se fortalecido nas pesquisas no mês passado, porém, seria prematuro levantar as chances de Bolsonaro nesse jogo", conclui a análise.

 
BTG
O banco BTG-Pactual, em conjunto com o Instituto FSB Pesquisa, disponibilizaram uma pesquisa muito bem detalhada e elaborada. O documento que chegou-me às mãos contém 46 páginas de tabelas, gráficos e análises bastantes consistentes.

Resolvi ater-me apenas aos números das pesquisas espontânea e da estimulada, comparando resultados entre os resultados desta pesquisa do dia 8-9/Set com a anterior (1-2/Set). Notem que na pesquisa espontânea tanto Lula quanto Haddad disputam as preferências. Já na estimulada, o cadeiante é posto de lado e podemos ver como "seus" votos migram para os demais.

Vejam minha tabela abaixo.



Neste quesito, é importante notar que os votos-Lula podem migrar para qualquer um e não apenas para candidatos de esquerda. Este é um comportamento que não foi tabulado pelos "especialistas". Nossos pundits se equivocaram grosseiramente com o voto menos qualificado. O eleitor que vota com a barriga tende a votar no front-runner, isto é, não existe essa coisa de barriga vazia de esquerda ou de direita. Barriga vazia é barriga vazia e pronto. O mesmo não se dá com o eleitor que vota com o fígado, entenda "fígado" como achar melhor. A soma desses fatores deram um impulso quase avassalador para o Bolsonaro e o recente atentado à sua vida colocará alguns grãos de mostarda na opinião de muita gente.
 
Conclusão
Apesar de ninguém ainda se arriscar a tal palpite, o cenário atual desenhado por essas duas avaliações apontam para uma vitória no 1º turno do candidato Bolsonaro ou, na pior das hipóteses, uma vitória dele no 2º turno independente quem seja seu oponente. Vejam esses gráficos retirados da pesquisa BTG-FSB abaixo.

 

A visão gráfica dos números apresenta a clássica "boca de jacaré" entre Bolsonaro e — pasmem — Lula, na espontânea e Nenhum, na estimulada! Notem, a maior transferência para ele não foi dos indecisos mas daqueles que não queriam nenhum dos postulantes. Lula despencou, Ciro herdou algo dele e de outros nanicos de esquerda, mas não vai muito além de onde está. Sua maior façanha será provocar um 2º turno que acabou de levar uma facada.

Eu confesso que minhas análises podem ser confundidas com wishful thinking, desejo de vitória de um candidato. Não são! Bolsonaro nunca foi minha primeira escolha e nem mesmo a segunda. O problema é que aqueles a quem pensei dar meu voto têm se mostrado tão inábeis, tão trapalhões, que não restou ao eleitorado outra opção. Rezo para que o Jair aguente a parada. Eu não pegaria essa merda — desculpem-me o linguajar, mas não há outra palavra melhor — por nada nesse mundo. Que Deus o ilumine com muitos lumens e o presenteie com um belo porrete! O Brasil precisa entrar na Era do Big Stick 2 .
 
Final
Para finalizar, até porque este post já se alongou demais, é preciso desconfiar da mídia mainstream. Ela não é segura ou mesmo verossímil. Telejornais, revistas, jornais — em suma, veículos de grande circulação — tornaram-se extremamente dependentes das verbas governamentais e dessa forma deixam de ser veículos de notícias, de investigação e de opinião para serem apenas veículos chapa-branca de desinformação, amasiados que estão com o Estado, com o estamento burocrático, sindicatos e correntes políticas, inclusive internacionais como a Open Society (do infame George Soros) ou o Grupo Bilderberg, todos patrocinadores do globalista. Esta é a razão — somente a título de exemplo — para que o assassinato da vereadora Marielle, negra, lésbica, socialista etc… tenha ainda mais cobertura da mídia que a tentativa de assassinato do candidato front-runner à Presidência da República Jair Bolsonaro, branco, hétero, nacionalista, moralista e de direita. Fosse ele morto e só ouviríamos uns suspiros de alívio desses veículos, dentre os quais os mais evidentes seriam os da Míriam Leitão e o do Marco Antonio Villa.

  1. Como saliento no último parágrafo deste longo post , a mídia mainstream não é confiável e o DataFalha é o braço estatístico, o "Instituto de Pesquisa" do jornal Folha de São Paulo. Assim como acontece com o IBOPE, uma franja do Grupo Globo, vejo sempre os resultados publicados com reservas.
  2. Big stick ideology, big stick diplomacy, or big stick policy refers to U.S. President Theodore Roosevelt’s foreign policy: "speak softly and carry a big stick." Roosevelt described his style of foreign policy as "the exercise of intelligent forethought and of decisive action sufficiently far in advance of any likely crisis."
    Isto sim é wishful thinking .







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