sábado, 31 de março de 2012

Oportunismo

Eu normalmente não emitiria opinião sobre esse assunto, mas é que estamos começando a imitar uma das piores pragas que existe na sociedade dos Estados Unidos da América — as ações jurídicas indiscriminadas.

Vejamos um desses casos, ocorrido na filial tupiniquim, imitando a matriz. Grifos meus.

Mulher deve ser indenizada por pelo de rato em Cheetos

A empresa não foi encontrada para comentar a ação de danos morais
A consumidora também pediu indenização da padaria onde comprou o pacote de Cheetos

São Paulo - O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) determinou que a Pepsico do Brasil indenize uma mulher em R$ 7 mil por ter encontrado pelos de rato em um pacote do salgadinho Cheetos, da Elma Chips. A empresa não foi encontrada para comentar a ação de danos morais.

Na primeira instância, a Justiça determinou o pagamento de R$ 3 mil, mas Maria de Fátima Thomas e a Pepsico recorreram da ação. Nesta nova decisão, o juiz Flávio Citro Vieira de Melo, relator da ação da 4ª Turma Recursal, aumentou o valor da indenização.

Segundo o TJ-RJ, Maria de Fátima identificou os pelos do animal antes que ela ou a filha engolissem, mas que ambas chegaram a comer um pouco do salgadinho. Um laudo do Instituto de Criminalística identificou e comprovou a existência dos corpos estranhos no pacote.

A consumidora também pediu indenização da padaria onde comprou o pacote de Cheetos, mas o juiz julgou o pedido improcedente.

Íntegra aqui.
Não tenho procuração da Pepsico para defendê-la, mas a coisa cheira a oportunismo e fraude:
  • Se o meretríssimo julgou improcedente a ação contra a padaria, então está sendo parcial já que a contaminação pode ter ocorrido lá também. Em outras palavras, a queixosa não pode afirmar onde ela ocorreu: se na Pepsico, na padaria, na sua casa e mesmo no Instituto de Criminalística.
  • A presença de elementos estranhos em alimentos é coisa corriqueira. O leitor ficaria impressionado se soubesse as quantidades consideradas aceitáveis de pelos de roedores, insetos, fezes e outras coisas consideradas indesejáveis e/ou nojentas em produtos nobres como o cacau, o café, milho, arroz, feijão e soja. É por se aceitar que tais "contaminantes" não podem ser removidos de todo que nós torramos uns e cozemos outros antes de consumir.
  • Um excelente relatório que nenhum dos juízes leu está disponível na Internet. Trata-se da ANÁLISE DE RISCOS NA INDÚSTRIA DE ALIMENTOS, de José Benício Paes Chaves, Ph.D., Professor Titular – DTA/UFV. Está lá: "Insetos e seus fragmentos, pelos de roedores e penas de aves – A presença desses materiais em alimentos, embora não constitua risco direto à saúde do consumidor (reservadas as exceções) pode ser repugnante." O documento, na íntegra, pode ser consultado aqui.

O problema em questão é que nosso sistema judiciário não existe para promover a Justiça; existe apenas para produzir sentenças. Assim viciado, serve sempre ao mais conveniente, como se torcer uma lei para um lado pudesse compensar a vez em que ele foi torcida para o outro. Isso não é Justiça, é justiciamento.

A senhora enojada acima, que espera receber um agrado de uma multinacional, muito possivelmente admoestada pelo quadro cor-de-rosa pintado por um rábula espertalhão, vai evoluindo em seus sonhos de consumo, usando o sistema legal que se presta ao papel. É bastante possível que ela não saiba, mas há mais fezes de insetos e ácaros na fronha do travesseiro em que baba toda noite, do que em todo o estoque de Cheetos e demais porcarias produzidas pela Pepsico. A idiota prestou atenção ao pelo de rato inócuo enquanto se empanturrava da porcaria que são esses "salgadinhos", porcaria que aliás deu à filha. Dona, a senhora pode muito bem ser enquadrada no Estatuto da Criança e do Adolescente, porque aberração com aberração se paga.

quarta-feira, 28 de março de 2012

segunda-feira, 26 de março de 2012

Ninguém merece

Tem gente que gosta. Reinaldo Azevedo gosta. Mas depois de ler esta reportagem do Estadão, é para se perguntar se o paulistano merece "tudo" isso. Grifos meus.

José Serra: ‘No nosso partido não tem dedaço'

Pré-canditado destaca o apoio do prefeito Gilberto Kassab à sua candidatura
SÃO PAULO - José Serra afirma que a democracia interna pode ocorrer com ou sem prévia, mas que no PSDB não há "dedaço". Ele destaca o apoio de Gilberto Kassab (PSD) à sua candidatura.

O sr. acredita que a prévia zelou pela democracia interna?
Um partido pode ter democracia interna com ou sem prévias. No PSDB, nunca ninguém deu um golpe de Estado ou baixou alguma autoridade suprema para dizer quem seria "o" candidato. No nosso partido, não há dedaço. Sempre foi um processo negociado, com democracia interna. Realizar prévias é uma das formas do exercício democrático. Dois pré-candidatos desistiram (Covas e Mattarazzo) porque consideraram que a minha postulação satisfazia suas proposições.

O governador Geraldo Alckmin teve papel isento no processo?
Foi e é isento como governador.

É importante receber o apoio do prefeito Gilberto Kassab?
É importante e estou satisfeito com isso. Aliás, pelo visto, o PT também achava importante. Tanto é que tentou obter o apoio do prefeito.

Entre três temas abordados com frequência em campanhas - educação, saúde e transportes - qual seria o mais relevante?
Os três. Não existe essa hierarquia. Você não usa ônibus em sala de aula, não alfabetiza em hospital nem cura as pessoas no transporte coletivo. É como indagar se água é mais importante do que comida ou se ambas são mais importantes do que a liberdade. Quem escolher ou água ou comida está escolhendo se morre de sede ou de fome. Quem escolher as duas e renunciar à liberdade, vai comer mal e beber mal numa masmorra.

Haverá polarização entre o PT e o PSDB na eleição de SP?
Quem decide é o eleitor.

A eleição, exemplo da de 2010, será marcada por uma discussão sobre costumes, como aborto?
Isso é tolice. Em 2010, esses foram temas inventados por meus adversários. Alguém leu ou ouviu alguma declaração minha a respeito neste ano? Quem não fala em outra coisa são os petistas. Têm receio desse assunto e atribuem aos outros uma ação que é deles. Estão muito preocupados. Eu não. Não tenho de esconder as minhas opiniões. Não tenho a ambição autoritária de dizer o que as pessoas podem ou não debater.
Na minha modesta opinião, o Serra surtou e voltou aos seus tempos de UNE. O que é isso companheiro?! Vamos lá:
  1. Todo mundo sabe que o o que mais existe no PSDB é "dedaço". Dizem até que são três: o do FHC, o do Aécio e o do... do... do Serra mesmo.
  2. O Covas e o Matarazzo retiraram suas candidaturas por força de "dedaços" do governador Alckmin.
  3. Alckmin nunca foi isento; nem como governador, nem como Alckmin.
  4. Claro que existe hierarquia, porque não se pode fazer tudo a um só tempo. Falar que educação, saúde e transportes são igualmente importantes é repetir o óbvio. Sabemos que quem fala assim acaba por fazer nada, então, inteligente é dizer o que se vai fazer, quando e com o que. Serra, onde foi que você comprou seu diploma de economista? Já o resto da sua resposta cheira a cânhamo, como na UNE.
  5. "Ambição autoritária?!" Não há no mundo quantidade suficiente desse material que satisfaça à necessidade de Serra. Mentiroso e palanqueiro como o Lula.
Pois é, o paulistano vai ter que coçar a moleira para escolher seu prefeito. Entre o Serra e o Haddad, quem começa a ficar palatável é o Chalita. Ô sina...

sexta-feira, 23 de março de 2012

Contrariando a contradição

Um blog que eu costumava frequentar e que, invariavelmente, me presenteava com grandes análises políticas, agora mostra-se tomado (ou seria cooptado?) por "progressistas", razão pela qual minhas passagens por lá acontecem quase que por acidente.

Numa dessas efemérides, encontrei mais uma pérola sobre a derrocada do Capitalismo, talvez uma daquelas que não se deveria atirar aos porcos, como nos foi ensinado no Sermão da Montanha. Segue o texto publicado aqui, grifos meus.

O grande desemprego e a contradição do capitalismo

Welinton Naveira e Silva
O desemprego que segue rapidamente aumentando em todo o mundo é fruto de uma das muitas contradições do sistema capitalista. Das contradições, essa é a mais séria, mortal e insolúvel. Está empurrando o sistema capitalista para a bancarrota final.
É simples perceber que o desemprego na sociedade tecnológica avançada tende a ser cada dia maior, por conta dos mais variados recursos visando substituir o trabalho humano, em todas as áreas da produção de riquezas, aceleradamente excluindo a mão de obra braçal e intelectual, sem exceção alguma, em desenfreada busca de maior agilidade produtiva, sofisticados e complexos produtos, em quantidades e qualidades jamais pensadas.
As vantagens da substituição do trabalhador por máquinas são inúmeras, incontáveis e indiscutíveis, além da obtenção de produtos com alto grau de padronização, confiabilidades e de baixos custos, qualidades essas, extremamente importantes para não perder o poder de concorrência, cada vez mais feroz, em todo o mundo. Assim sendo, cedo ou tarde, o trabalhador acaba indo para o olho da rua. Fica desempregado e perde o poder de consumo.
Por outro lado, as consequências do desemprego no sistema capitalista são devastadoras. Pois que este sistema possui dois pólos. Um deles, na condição de pólo produtor (indústria, serviços e comércio) e o outro, na condição de pólo consumidor, constituído de milhares de trabalhadores comprando e consumindo tudo que é produzido pelo pólo produtor. Para viabilizar o sistema, surge o dinheiro girando entre esses pólos, conferindo grande liquidez ao sistema.
A existência de um dos pólos está condicionada a existência do outro. Se extinguir um dos pólos, o outro desaba, implodindo o sistema capitalista. Assim, como o pólo consumidor vai sendo aceleradamente reduzido em todo o mundo, decorrente do desemprego tecnológico, o sistema capitalista está com data marcada para falir. A grande pergunta é quando isso vai acontecer, bem como as imediatas consequências logo após a falência súbita e global do sistema. Poderá precipitar uma guerra nuclear? Ninguém sabe, só Deus.
Se o lado racional do homem prevalecer, será então possível iniciar a construção de um mundo mais justo, fraterno, seguro e mais limpo, para toda a humanidade. As mais sofisticadas tecnologias já estão prontas para a solução de praticamente todos os males que ainda afligem o homem. Quem está em estado terminal é o sistema capitalista, não a humanidade. Muito menos a tecnologia. Que Deus nos ilumine.

Raras vezes pude presenciar tamanha quantidade de sandices, mas não me espanta que a pessoa que as gestou não tenha pudores de as expor publicamente, afinal, está aí o lulo-petismo a fazer misérias por quase uma década.

É interessante notar as inúmeras vezes em que o autor se contradisse no texto, especialmente quando ele tenta explicar o "fracasso" do Capitalismo com o sucesso do Capitalismo. São as tais pérolas...

O mercado hoje é francamente empregador, salvo nos casos do candidato à vaga não possuir qualquer expertise. Diga-se, a título de galhofa, faltam até peões de curral para as fazendas, o que não se dirá de engenheiros, técnicos e que tais. Algo está errado na equação socio-econômica publicada no texto. Senão, vejamos, a mecanização aumentou em muito a produtividade na indústria e no campo, o que permitiu bens duráveis e alimentos mais baratos, gerando consumo e emprego. A utilização de máquinas e robôs certamente eliminou postos de trabalho — nunca o emprego — mas o fez entre aqueles que, via de regra, exigem pouca ou nenhuma acuidade mental e/ou são altamente insalubres. O know-how e o intelecto continuam a ser mercadoria valiosa. Assim, não há vantagem em se substituir trabalhadores se suas tarefas envolvem o pensar e não apenas o fazer — tiro no pé é pouco capitalista.

Fatores de produção (e não "pólos" (sic), como no texto) são os building blocks da Economia e, por que não, do Capitalismo. Este é um sistema simples, auto-regulável e que se mostra eficaz há séculos. Mas como nada é perfeito, ele tem detratores. Marx, possivelmente o maior deles, surgiu com os devaneios do socialismo, a solução para todos os males. Sabemos todos onde foram dar os devaneios de Marx, tanto que seus apologistas "abraçam" a economia de mercado com a ânsia dos afogados. Está aí, se existe um perigo para o Capitalismo, ele está nesse "abraço-dos-afogados".

A "economia marxista", se é que tal coisa existe, de tão eficaz produziu umas das maiores pobrezas do mundo. Cuba e Coreia do Norte são exemplos do marxismo dogmático, a Venezuela corre atrás do modelo, ao menos enquanto o timoneiro for Chávez. China e Vietnã querem economia de mercado com estado forte, isto é, fascismo; enquanto alguns países europeus, que brincaram com o distributivismo estatal, estão às turras com rombos orçamentários — única coisa em que os comunistas são experts em produzir —, além da corrupção, é claro. O socialismo já passou do estado terminal, é de cujus.

Pegando o gancho do final do texto em crítica, "se o lado racional prevalecer", jogaremos esta corja fora, limparemos sua sujeira e continuaremos a construir nosso presente e futuro sob os mesmos paradigmas de séculos de capitalismo, com dignidade para todos, sob o império da Lei, da Ordem, e porque também não, sob Deus.

quinta-feira, 22 de março de 2012

O amor é lindo...

Só mesmo a BBC para publicar uma matéria assim. Repasso a vocês e volto depois. Grifos meus.

Israelenses e iranianos declaram amor mútuo em campanha no Facebook

A campanha de um casal israelense com o blog "Israel ama o Irã" já conquistou o apoio de milhares de internautas ao redor do mundo e ganha popularidade agora no Facebook.

Ronny Edry e sua mulher Michal Tamir criaram um cartaz na escola Pushpin Mehina, que oferece cursos de iniciação a pessoas que querem estudar design gráfico.

A imagem dos dois ganhou os dizeres "Iranianos, nós nunca vamos bombardear seu país" e abaixo a frase "nós amamos vocês", com um coração.

No blog, algumas das imagens postadas contêm ainda uma mensagem que resume a intenção da campanha.

"Ao povo iraniano, a todos os pais, mães, crianças, irmãos e irmãs, porque para haver uma guerra entre nós, primeiro nós precisamos ter medo uns dos outros, nós precisamos nos odiar. Eu não tenho medo de vocês, eu não odeio vocês. Eu nem conheço vocês. Nenhum iraniano jamais me fez mal".

Diálogo

Embora tenha sido criticado inicialmente, o casal manteve a iniciativa com o objetivo de difundir a ideia entre israelenses mas também tentar um diálogo com iranianos.

"Nunca imaginei que dentro de 48 horas já estaria conversando com o outro lado", disse Edry ao jornal israelense Haaretz.

O blog e o grupo criado no Facebook começaram a receber manifestações de iranianos e já contam com mais de 3 mil membros.

"A maior parte dos israelenses se opõe a uma aventura deste tipo que pode ter consequências catastróficas. Muitos especialistas alertam sobre os efeitos de um ataque contra o Irã e o que uma declaração de guerra deste tipo poderia causar. A expectativa é que o Irã revide, o que implicaria em muitas mortes de israelenses", disse o casal ao Haaretz, citando Meir Dagan, ex-chefe do Mossad, o serviço secreto de Israel, que também se opõe a um potencial ataque contra a República Islâmica.

Nas últimas semanas, aumentou a tensão entre os governos de Israel e Irã. O premiê israelense, Binyamin Netanyahu, vêm cogitando a possibilidade de um ataque preventivo contra instalações nucleares do país persa.

Teerã levanta suspeitas entre as potências ocidentais sobre os objetivos de seu programa nuclear. Para a comunidade internacional, o governo iraniano busca a tecnologia usada na fabricação da bomba atômica. O país nega e afirma que os fins são pacíficos.

Pois é, o amor é lindo mas ele nunca deve nortear relações entre países, ainda mais quando um deles diz que vai "varrer o outro país do mapa", algo bem mais perigoso que fazer beicinho. O fato narrado acima me fez lembrar dos Bed-In's de John Lennon e Yoko Ono, em protesto contra a Guerra do Vietnã. Além dos jovens israelenses não terem sido originais, é pouco provável que os governos de Jerusalém e Teerã os levem a sério, mesma deferência dada aos originais John & Yoko.

A infantilidade do gesto político — o que não ofusca sua beleza e candura — mostra o quão afastada da população estão os governos e vice-versa. É imperioso destacar que, fizéssemos hoje um plebiscito em Israel, a maioria esmagadora seria pela celebração da paz com os países vizinhos, fronteiriços ou não; afirmação que não se pode ser estendida aos não-israelenses, isto é, às populações dos demais países do Oriente Médio, por mais injusta que possa parecer tal afirmação; visto que seus governos juram, abertamente, a destruição do estado judeu. E tem mais: infelizmente, Israel é a única democracia naquela região, sendo o restante dos países formado por tiranias das mais variadas cores, regimes e tendências. Ponto.

Mas vamos nos ater ao Irã. O país vem enriquecendo urânio — ao arrepio da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) — que estima, já que não pode comprovar, que o país esteja enriquecendo urânio acima de 20%. Ora, para os fins aos quais o programa iraniano se propõe, índices de 12% a 20% seriam aceitáveis ou desejáveis. Mas quando o presidente Mahmoud Ahmadinejad vem a público anunciar que adicionou outras 3 mil centrífugas modernas às 6 mil existentes, e de que agora eles já podem enriquecer urânio além dos 20%, eu acredito. E mais, acredito também que seu objetivo é, obviamente, militar.

Fossem outros a proferir tal frase, eu diria "tudo bem", mas vindo de um fundamentalista do porte e "estatura" de Mahmoud, cautela é recomendada. Eu digo "cautela" na falta de palavra melhor, porque as armas nucleares foram feitas para não serem usadas, ou melhor, chegaram a esta conclusão depois que a usaram no Japão por duas únicas vezes. Desde então, elas são mais um instrumento de dissuasão que uma arma de fato. Eram...

Imagine um povo (ou povos) em cujo meio há gente capaz de amarrar bombas aos corpos para se explodirem entre seus pretensos inimigos. Eles não o fazem por um ideal patriótico, um último gesto em favor da pátria como o fizeram os pilotos kamikases japoneses na II Guerra Mundial. Eles o fazem pela promessa de uma vida eterna no paraíso onde os aguardam dezenas de virgens, promessa de algum sheikh ou dos seus representantes. Sei...

Importante notar que nunca se soube de um desses líderes espirituais que tenha dado o "bom exemplo" de se explodir para matar, nem pelas virgens, nem por nada: há sempre um "bucha de canhão" que se preste ao papel. Então, a pergunta que não quer calar: você acha que um desses "buchas" se prestaria ao papel de se explodir com um artefato nuclear, digamos, em Nova York, Londres ou Paris? Hein?!

No ataque às torres gêmeas do World Trade Center, ocorrido no 11 de Setembro de 2001, dezenove (19) terroristas suicidas sequestraram quatro jatos comerciais de passageiros e os usaram como armas de destruição. No episódio, morreram umas 3 mil pessoas e os custos materiais da tragédia se medem em trilhões de dólares, sendo que os efeitos do atentado se fazem sentir até hoje. Pois bem, neste momento eu acredito que vocês devem estar fazendo as contas do que poderia ter acontecido, se ao invés de aviões a Al-Qaeda dispusesse de uma "pequena" arma nuclear, porque eu sei que eles têm a "coragem" de a usar. Pois é, aquela bombinha do Mahmoud fica cada vez mais perigosa...

Volto aos pombinhos judeus, que parecem não terem aprendido nada com a sua própria história. Eles são daquelas pessoas de bom coração, cheios das melhores intenções que pavimentam as estradas para os infernos, exatamente como aquelas que há algum tempo ficaram a esperar que Hitler, Stalin e Mao fizessem o primeiro movimento. É sempre assim. Esperam... esperam... até que fique tarde.

A volta dos que não foram

Após um bom tempo longe do blog, estou de volta!

Entre outros problemas pessoais, uma cirurgia na boca me deixou com extremo mau humor. Como já sou de hábito mau humorado com governos, políticos e que tais, achei por bem evitar escrever, até porque é extremamente difícil pensar com os dentes doendo, isto é, ao menos para mim.

No mais, volto à lide ainda com a ajuda de analgésicos. ;^)

sexta-feira, 9 de março de 2012

Mais pontapés; quando se dará o troco?

Para uma pessoa que não gosta de futebol, eu já estou abusando neste caso do se donner un coup de pied aux fesses proferido pelo Jérôme Valcke. Convenhamos, chega a ser até divertido acompanhar o desenrolar dos fatos. Agora, leio a coluna do Carlos Chagas sobre o assunto. Repasso parte dela a vocês, grifos meus:

Estão chutando o nosso traseiro

Carlos Chagas
Em termos da Lei da Copa está o governo Dilma Rousseff pendurado no pincel, sem escada. Obriga-se a presidente a sancionar o texto a ser em breve aprovado no Congresso, quase todo de acordo com as imposições da Fifa. Vetos não são previstos, apesar de possíveis, por razão muito simples: foi tudo aprovado pelo Lula, quando no poder, depois de explosões de euforia pela escolha do Brasil para sediar a Copa do Mundo de Futebol.

Naquela manhã festiva, na Suíça, nenhum assessor lembrou-se de alertar o presidente da República para as exigências descabidas constantes do protocolo por ele assinado.

Agora, salvo milagre, bebidas alcoólicas estão liberadas nos estádios: uísque nas áreas VIPS, cerveja para a plebe discriminada, com o [sic] agravante de que apenas uma marca poderá ser comprada nas arquibancadas, por coincidência aquela que patrocina a entidade internacional.

Da mesma forma, nas ruas e avenidas que demandam os estádios, os estabelecimentos comerciais ficam proibidos de expor em suas vitrinas e de fazer propaganda de produtos concorrentes aos apresentados pelos patrocinadores da Copa. Não só de bebidas, mas de material esportivo e até de alimentos.

Tem mais: o governo brasileiro compromete-se a rasgar a Constituição e a proibir greves e paralisações nas capitais onde se realizarão os jogos, desconsiderando o inalienável direito do trabalhador. A meia entrada estará proibida para os estudantes, assim como o tesouro nacional compromete-se a indenizar eventuais prejuízos causados às bilheterias da Fifa, até por fenômenos da natureza.

Estamos ou não sendo chutados no traseiro? A Fifa sabe muito bem que os estádios em obras ficarão prontos até o início do certame, constituindo-se em balão de ensaio as críticas a respeito do atraso. A pressão se faz, mesmo, para a aprovação pelo Congresso das regras draconianas em péssimo momento aceitas pelo Lula. Como depois dos deputados, cabe aos senadores pronunciar-se, e à presidente Dilma sancionar ou vetar a lei, convém aguardar…

Vender bebida alcoólica nos estádios nem pode ser considerado "um problema". Não é! O problema é que o Estado, reconhecendo sua incapacidade e incompetência em manter a ordem pública, usa e abusa da proibição. Mutatis mutandi, é como se usasse um band aid para curar uma perna gangrenada. O que acontece hoje é que as torcidas organizadas já se embebedam antes de entrar no estádio, onde continuam a barbarizar o torcedor normal, seja do time adversário ou até do seu próprio. Proibir a venda de bebidas alcoólicas nos estádios nunca resolveu o problema, apenas o empurrou com a barriga e lhe fizeram sombra com peneiras. Até aí não vejo problemas desde que o policiamento e a vigilância nos estádios sejam como na Europa ou nos EUA, onde todos comem e bebem à vontade.

Entretanto, quando se lê a totalidade das exigências da FIFA, vê-se que o tal protocolo só poderia ter sido assinado por um energúmeno apedeuta como o Lula. O termos do protocolo são, no mínimo, aviltantes (vide o texto do Chagas).

Do bucéfalo de Garanhuns, desculpas antecipadas a todos os equinos, muares e que tais dessepaiz, deveria se esperar ao menos que pedisse a alguém do seu séquito de puxa-sacos (não vale o Marco Aurélio "Top-Top" Garcia porque é mais ignorante que o dono) para ler o tal papelucho antes de o assinar, já que tudo o que aquela mula fez ou deixou de fazer desde 2003 nos afetou — e ainda nos afeta — diretamente.

Ao Congresso, à Dilma — e em última instância — à Justiça, restará o dever de RECUSAR cada uma dessas exigências descabidas ou ao próprio protocolo in totum. Se isto desagradará à FIFA, ela pode ir realizar seu torneio em qualquer outro lugar, aquele onde julgar ser mais conveniente, onde, certamente, tais exigências absurdas também serão recusadas, posto que são inaceitáveis sob qualquer ótica. Afinal, nem todo governante ou país se prestará ao papel de capacho de uma instituição privada como têm se prestado os governos do lulo-petismo, mesmo quando essa instituição é a FIFA.

Por mais poderosa que seja a FIFA, ainda é inferior ao menor e mais pobre dos países desse mundo.

quinta-feira, 8 de março de 2012

Livre-mercado, uma ova!

Cada vez mais fica claro que o brasileiro é um "cidadão" de segunda-classe, um eterno tutelado do Estado, não importa em qual esfera. Somos tutelados como seres inferiores, eternas crianças com cérebros de pulga e QI de uma ameba. É revoltante. Um bom exemplo é o imbróglio da greve/lockout dos transportadores de combustível de São Paulo. Está assim no site da Quatro Rodas, grifos meus:

Aumento abusivo no preço do combustível deve ser denunciado

Segundo o Procon, prática pode levar a multa que varia entre R$ 400 e R$ 6 milhões

Por Vanessa Barbosa, de Exame.com | 07/03/2012

Os motoristas paulistanos precisam redobrar a atenção nos próximos dias para evitar pagar caro pelo combustível. Segundo o Procon-SP, os consumidores que se depararem com aumentos abusivos nos preços da gasolina e do álcool devem registrar denúncia.

De acordo com o Código de Defesa do Consumidor, é considerada como prática abusiva “elevar sem justa causa o preço de produtos ou serviços”. A definição cabe aos postos que aumentaram o valor dos combustíveis cobrado do consumidor no segundo dia de paralisação dos transportadores do produto.

O Procon lembra que é muito importante que o consumidor exija a nota fiscal e denuncie. Na Capital a denúncia pode ser feita pelo telefone 151. De acordo com o diretor executivo do órgão, Paulo Arthur Góes, as denúncias serão investigadas pelo “se confirmada a conduta, o posto será multado e o caso encaminhado ao Ministério Público, para análise da questão criminal”. O valor da multa varia entre R$ 400 a R$ 6 milhões.

Na página do Procon no Facebook, consumidores registram indignação com a alta dos preços em alguns postos, que já passam dos R$ 3,80 para gasolina comum, segundo alguns relatos, valor 40% maior que o comumente praticado, em torno de R$2,70, como ilustra a imagem acima.

Acompanho pela mídia que, em razão de uma greve (lockout) dos transportadores de combustíveis de São Paulo, proibidos de trafegar por certas vias em determinados horários, diversos postos de gasolina se viram sem estoques dos produtos ou na iminência de vê-los sem a devida reposição. Bom, isso é passado, mas não é sobre isso que eu quero falar.

Alguns postos de combustível, cientes de que o desabastecimento aconteceria inevitavelmente, aumentaram os preços de venda dos produtos que ainda tinham em estoque. Obviamente, consumidores acostumados a pagar um determinado valor, viram-se "esbulhados" (aspas necessárias, o termo é uma hipérbole) ao serem apresentados a um preço bem maior.

Ninguém gosta de ser surpreendido por um valor tão maior; mas o mercado é assim — se a mercadoria se escasseia, o preço sobe — a tal da lei não escrita da oferta e da procura. Se o consumidor fica revoltado com essa medida, o proprietário do posto se encontra em situação muito pior: além de não faturar por não ter o que vender, ainda terá de arcar com os custos fixos do seu negócio, isto é, o pagamento da folha, dos encargos sobre folha, aluguéis, água, luz, impostos, etc. Dada a margem ínfima de ganho sobre a venda de combustíveis, é bem provável que o prejuízo advindo desse "protesto democrático" precise ser diluído em um ou mais meses de vendas normais, necessários para amortizar lucros cessantes. Afinal, não estamos em regime de preços livres há quase duas décadas?!

O Estado, que em última análise é o responsável pela necessidade do cidadão usar transporte individual para o seu dia-a-dia, especialmente por não provê-lo de alternativas mínimas de transporte público de qualidade; é também responsável pelas vias terrestres sempre congestionadas, rodízios e horários de tráfego diferenciado e, finalmente, por intervir — sempre de forma atabalhoada — para terminar com a greves/lockouts ou para punir empresários, ambos, a meu ver, vítimas da sua ação ou omissão.

Na visão do Estado, o empresário deve vender seu produto escasso e depois se endividar para pagar suas obrigações. Os caminhoneiros deverão trafegar nos horários de conveniência do Estado e assumir os prejuízos de não trabalhar, se endividando para pagar seus custos e o financiamento do caminhão, entre outros. Reparem, o Estado demoniza a ambos e se exime de sua responsabilidade — não seria o caso do Procom fiscalizar os impostos extorsivos e o desvio das verbas do erário? Ah, isso não! O Procom não pode agir contra nenhum órgão de Estado, ou seja, em outras palavras, não presta para nada, ou presta para muito pouco!

Para terminar: a greve já acabou mas seus efeitos ainda se farão sentir por uns seis, sete dias. Volto a perguntar: se você fosse dono de um posto de combustíveis em Sampa, consideraria "abusivo" reajustar o preço dos produtos em seu estoque em 40,74%, como mostrado na matéria acima, ou seria apenas mais um patriotário?

quarta-feira, 7 de março de 2012

Pediram desculpas; antes deram o chute

Deu hoje no BBC Brasil:

Lei da Copa vence primeiro obstáculo em semana turbulenta

Jefferson Puff - BBC Brasil


A Comissão Especial que cuida dos assuntos do Mundial de 2014 aprovou nesta terça-feira o texto base e alguns destaques polêmicos do projeto da Lei Geral da Copa, como o que permite a venda de bebidas alcoólicas nos estádios e a venda de meia entrada para idosos.

O texto avança no Congresso em meio a polêmica causada pelas declarações do secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, que na última sexta-feira disse que os organizadores brasileiros deveriam levar um "chute no traseiro" para agilizar os preparativos do mundial.

Após reação do governo, o presidente da Fifa, Joseph Blatter, pediu encontro com a presidente Dilma Rousseff.

O projeto aguarda agora o aval do plenário da Câmara. A expectativa é que o texto seja aprovado nesta quarta-feira. Leia a íntegra aqui.

Em que pese ser pessoa suspeita para dar tal conselho, ainda acho que o melhor seria abrir mão do torneio e investir capital e recursos nas coisas que são realmente necessárias ao País. Como bem lembrou Roberto Pompeu de Toledo, no artigo "Cara presidente", publicado na Veja de 4 de maio de 2011, que começa com "Não foi a senhora que inventou essa história de sediar a Copa do Mundo. Foi o Outro." e termina com "Senhora presidente, ainda lhe sobra espaço político para agir. Tal qual estão postas as coisas, as alternativas são colapso absoluto, fiasco total e fiasco parcial." Leitura indispensável da íntegra aqui.

Para um texto que já está perto de completar um ano, ele ainda se mostra atual e cada vez mais profético. O grande problema não é a permissão de bebidas alcoólicas nos estádios, nem o absurdo de se decretar feriados nos dias de jogos e antecipar férias escolares — exemplo eloquente da importância que nós damos à educação — mas o imenso dispêndio de recursos escassos com a promoção de um torneio de futebol patrocinado por uma entidade privada.

Não apenas a lei espúria é ruim; também a Copa aqui, agora.
É ainda mais absurdo que se pavoneiem por aí dizendo que "a realização da Copa trará visibilidade ao Brasil". Ora, idiotas, o Brasil é um dos países mais "visíveis" do mundo; o que nós não precisamos é sermos expostos ao ridículo pela incompetência e arrogância de alguns. Não há demérito algum em se mostrar responsável!

segunda-feira, 5 de março de 2012

Chute nos fundilhos não será suficiente


A FIFA acha que o Brasil de hoje é o mesmo dos tempos de Havelange ou mesmo aquele de 1950. Não é! O Brasil de hoje é o Brasil da corrupção, do empreguismo, do aparelhamento do Estado e dos conchavos mantenedores da base-aliada. A ameaça de se donner un coup de pied aux fesses não fará com que as coisas venham a acontecer em prazo hábil: estamos a poucos anos de passar pelo maior fiasco internacional da história dessepaiz. É necessário que se diga ao Valcke e à FIFA que fazer não é um verbo constante do dicionário lulo-petista; eles conjugam melhor o verbo falar.

Não deixa de ser impressionante como o País se deixa afetar por um esporte, mesmo quando este esporte é o futebol. Por mais representativo que seja ele NUNCA será uma questão de Estado. Então, não é o caso  do ministreco Rebelo se encher de dedos e brios porque sentiu na própria bunda o pé do Valcke. Não deveria SE ele se ativesse à liturgia do cargo. O problema que ministério no governo Dilma é coisa tão prosaica que ele não deve se sentir mais importante que um contínuo, um office boy.

Mas a derrapada verbal do secretário da FIFA encontrou eco nos corredores palacianos. O zum-zum nervoso do Marco Aurélio "Top-Top" Garcia e a coletiva do ministro Rebelo chegaram até a FIFA, onde alguns aspones resolveram procurar por toalhas quentes umedecidas. Bobagem! Vocês da FIFA deveriam ter se informado melhor quando acreditaram que a Copa aqui seria um bom negócio. Acreditaram no futebolez — uma variante do lulês — do Nosso Guia e nem se deram ao trabalho de passar aqui e ver o estado de abandono em que se encontra o País. Podem começar a procurar por outra sede porque se os jogos forem aqui o Pais trava!

Minha sugestão: assumam o prejuízo (até junho nem entra grana) e vão fazer essa copa noutro lugar. Quer uma dica? Façam nos EUA! Não fica longe daqui e é bem possível que fique até mais barato para nós. Os brasileiros pagadores de impostos e o Obama, penhoradamente agradecem.