sexta-feira, 9 de março de 2012

Mais pontapés; quando se dará o troco?

Para uma pessoa que não gosta de futebol, eu já estou abusando neste caso do se donner un coup de pied aux fesses proferido pelo Jérôme Valcke. Convenhamos, chega a ser até divertido acompanhar o desenrolar dos fatos. Agora, leio a coluna do Carlos Chagas sobre o assunto. Repasso parte dela a vocês, grifos meus:

Estão chutando o nosso traseiro

Carlos Chagas
Em termos da Lei da Copa está o governo Dilma Rousseff pendurado no pincel, sem escada. Obriga-se a presidente a sancionar o texto a ser em breve aprovado no Congresso, quase todo de acordo com as imposições da Fifa. Vetos não são previstos, apesar de possíveis, por razão muito simples: foi tudo aprovado pelo Lula, quando no poder, depois de explosões de euforia pela escolha do Brasil para sediar a Copa do Mundo de Futebol.

Naquela manhã festiva, na Suíça, nenhum assessor lembrou-se de alertar o presidente da República para as exigências descabidas constantes do protocolo por ele assinado.

Agora, salvo milagre, bebidas alcoólicas estão liberadas nos estádios: uísque nas áreas VIPS, cerveja para a plebe discriminada, com o [sic] agravante de que apenas uma marca poderá ser comprada nas arquibancadas, por coincidência aquela que patrocina a entidade internacional.

Da mesma forma, nas ruas e avenidas que demandam os estádios, os estabelecimentos comerciais ficam proibidos de expor em suas vitrinas e de fazer propaganda de produtos concorrentes aos apresentados pelos patrocinadores da Copa. Não só de bebidas, mas de material esportivo e até de alimentos.

Tem mais: o governo brasileiro compromete-se a rasgar a Constituição e a proibir greves e paralisações nas capitais onde se realizarão os jogos, desconsiderando o inalienável direito do trabalhador. A meia entrada estará proibida para os estudantes, assim como o tesouro nacional compromete-se a indenizar eventuais prejuízos causados às bilheterias da Fifa, até por fenômenos da natureza.

Estamos ou não sendo chutados no traseiro? A Fifa sabe muito bem que os estádios em obras ficarão prontos até o início do certame, constituindo-se em balão de ensaio as críticas a respeito do atraso. A pressão se faz, mesmo, para a aprovação pelo Congresso das regras draconianas em péssimo momento aceitas pelo Lula. Como depois dos deputados, cabe aos senadores pronunciar-se, e à presidente Dilma sancionar ou vetar a lei, convém aguardar…

Vender bebida alcoólica nos estádios nem pode ser considerado "um problema". Não é! O problema é que o Estado, reconhecendo sua incapacidade e incompetência em manter a ordem pública, usa e abusa da proibição. Mutatis mutandi, é como se usasse um band aid para curar uma perna gangrenada. O que acontece hoje é que as torcidas organizadas já se embebedam antes de entrar no estádio, onde continuam a barbarizar o torcedor normal, seja do time adversário ou até do seu próprio. Proibir a venda de bebidas alcoólicas nos estádios nunca resolveu o problema, apenas o empurrou com a barriga e lhe fizeram sombra com peneiras. Até aí não vejo problemas desde que o policiamento e a vigilância nos estádios sejam como na Europa ou nos EUA, onde todos comem e bebem à vontade.

Entretanto, quando se lê a totalidade das exigências da FIFA, vê-se que o tal protocolo só poderia ter sido assinado por um energúmeno apedeuta como o Lula. O termos do protocolo são, no mínimo, aviltantes (vide o texto do Chagas).

Do bucéfalo de Garanhuns, desculpas antecipadas a todos os equinos, muares e que tais dessepaiz, deveria se esperar ao menos que pedisse a alguém do seu séquito de puxa-sacos (não vale o Marco Aurélio "Top-Top" Garcia porque é mais ignorante que o dono) para ler o tal papelucho antes de o assinar, já que tudo o que aquela mula fez ou deixou de fazer desde 2003 nos afetou — e ainda nos afeta — diretamente.

Ao Congresso, à Dilma — e em última instância — à Justiça, restará o dever de RECUSAR cada uma dessas exigências descabidas ou ao próprio protocolo in totum. Se isto desagradará à FIFA, ela pode ir realizar seu torneio em qualquer outro lugar, aquele onde julgar ser mais conveniente, onde, certamente, tais exigências absurdas também serão recusadas, posto que são inaceitáveis sob qualquer ótica. Afinal, nem todo governante ou país se prestará ao papel de capacho de uma instituição privada como têm se prestado os governos do lulo-petismo, mesmo quando essa instituição é a FIFA.

Por mais poderosa que seja a FIFA, ainda é inferior ao menor e mais pobre dos países desse mundo.

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