quinta-feira, 22 de março de 2012

O amor é lindo...

Só mesmo a BBC para publicar uma matéria assim. Repasso a vocês e volto depois. Grifos meus.

Israelenses e iranianos declaram amor mútuo em campanha no Facebook

A campanha de um casal israelense com o blog "Israel ama o Irã" já conquistou o apoio de milhares de internautas ao redor do mundo e ganha popularidade agora no Facebook.

Ronny Edry e sua mulher Michal Tamir criaram um cartaz na escola Pushpin Mehina, que oferece cursos de iniciação a pessoas que querem estudar design gráfico.

A imagem dos dois ganhou os dizeres "Iranianos, nós nunca vamos bombardear seu país" e abaixo a frase "nós amamos vocês", com um coração.

No blog, algumas das imagens postadas contêm ainda uma mensagem que resume a intenção da campanha.

"Ao povo iraniano, a todos os pais, mães, crianças, irmãos e irmãs, porque para haver uma guerra entre nós, primeiro nós precisamos ter medo uns dos outros, nós precisamos nos odiar. Eu não tenho medo de vocês, eu não odeio vocês. Eu nem conheço vocês. Nenhum iraniano jamais me fez mal".

Diálogo

Embora tenha sido criticado inicialmente, o casal manteve a iniciativa com o objetivo de difundir a ideia entre israelenses mas também tentar um diálogo com iranianos.

"Nunca imaginei que dentro de 48 horas já estaria conversando com o outro lado", disse Edry ao jornal israelense Haaretz.

O blog e o grupo criado no Facebook começaram a receber manifestações de iranianos e já contam com mais de 3 mil membros.

"A maior parte dos israelenses se opõe a uma aventura deste tipo que pode ter consequências catastróficas. Muitos especialistas alertam sobre os efeitos de um ataque contra o Irã e o que uma declaração de guerra deste tipo poderia causar. A expectativa é que o Irã revide, o que implicaria em muitas mortes de israelenses", disse o casal ao Haaretz, citando Meir Dagan, ex-chefe do Mossad, o serviço secreto de Israel, que também se opõe a um potencial ataque contra a República Islâmica.

Nas últimas semanas, aumentou a tensão entre os governos de Israel e Irã. O premiê israelense, Binyamin Netanyahu, vêm cogitando a possibilidade de um ataque preventivo contra instalações nucleares do país persa.

Teerã levanta suspeitas entre as potências ocidentais sobre os objetivos de seu programa nuclear. Para a comunidade internacional, o governo iraniano busca a tecnologia usada na fabricação da bomba atômica. O país nega e afirma que os fins são pacíficos.

Pois é, o amor é lindo mas ele nunca deve nortear relações entre países, ainda mais quando um deles diz que vai "varrer o outro país do mapa", algo bem mais perigoso que fazer beicinho. O fato narrado acima me fez lembrar dos Bed-In's de John Lennon e Yoko Ono, em protesto contra a Guerra do Vietnã. Além dos jovens israelenses não terem sido originais, é pouco provável que os governos de Jerusalém e Teerã os levem a sério, mesma deferência dada aos originais John & Yoko.

A infantilidade do gesto político — o que não ofusca sua beleza e candura — mostra o quão afastada da população estão os governos e vice-versa. É imperioso destacar que, fizéssemos hoje um plebiscito em Israel, a maioria esmagadora seria pela celebração da paz com os países vizinhos, fronteiriços ou não; afirmação que não se pode ser estendida aos não-israelenses, isto é, às populações dos demais países do Oriente Médio, por mais injusta que possa parecer tal afirmação; visto que seus governos juram, abertamente, a destruição do estado judeu. E tem mais: infelizmente, Israel é a única democracia naquela região, sendo o restante dos países formado por tiranias das mais variadas cores, regimes e tendências. Ponto.

Mas vamos nos ater ao Irã. O país vem enriquecendo urânio — ao arrepio da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) — que estima, já que não pode comprovar, que o país esteja enriquecendo urânio acima de 20%. Ora, para os fins aos quais o programa iraniano se propõe, índices de 12% a 20% seriam aceitáveis ou desejáveis. Mas quando o presidente Mahmoud Ahmadinejad vem a público anunciar que adicionou outras 3 mil centrífugas modernas às 6 mil existentes, e de que agora eles já podem enriquecer urânio além dos 20%, eu acredito. E mais, acredito também que seu objetivo é, obviamente, militar.

Fossem outros a proferir tal frase, eu diria "tudo bem", mas vindo de um fundamentalista do porte e "estatura" de Mahmoud, cautela é recomendada. Eu digo "cautela" na falta de palavra melhor, porque as armas nucleares foram feitas para não serem usadas, ou melhor, chegaram a esta conclusão depois que a usaram no Japão por duas únicas vezes. Desde então, elas são mais um instrumento de dissuasão que uma arma de fato. Eram...

Imagine um povo (ou povos) em cujo meio há gente capaz de amarrar bombas aos corpos para se explodirem entre seus pretensos inimigos. Eles não o fazem por um ideal patriótico, um último gesto em favor da pátria como o fizeram os pilotos kamikases japoneses na II Guerra Mundial. Eles o fazem pela promessa de uma vida eterna no paraíso onde os aguardam dezenas de virgens, promessa de algum sheikh ou dos seus representantes. Sei...

Importante notar que nunca se soube de um desses líderes espirituais que tenha dado o "bom exemplo" de se explodir para matar, nem pelas virgens, nem por nada: há sempre um "bucha de canhão" que se preste ao papel. Então, a pergunta que não quer calar: você acha que um desses "buchas" se prestaria ao papel de se explodir com um artefato nuclear, digamos, em Nova York, Londres ou Paris? Hein?!

No ataque às torres gêmeas do World Trade Center, ocorrido no 11 de Setembro de 2001, dezenove (19) terroristas suicidas sequestraram quatro jatos comerciais de passageiros e os usaram como armas de destruição. No episódio, morreram umas 3 mil pessoas e os custos materiais da tragédia se medem em trilhões de dólares, sendo que os efeitos do atentado se fazem sentir até hoje. Pois bem, neste momento eu acredito que vocês devem estar fazendo as contas do que poderia ter acontecido, se ao invés de aviões a Al-Qaeda dispusesse de uma "pequena" arma nuclear, porque eu sei que eles têm a "coragem" de a usar. Pois é, aquela bombinha do Mahmoud fica cada vez mais perigosa...

Volto aos pombinhos judeus, que parecem não terem aprendido nada com a sua própria história. Eles são daquelas pessoas de bom coração, cheios das melhores intenções que pavimentam as estradas para os infernos, exatamente como aquelas que há algum tempo ficaram a esperar que Hitler, Stalin e Mao fizessem o primeiro movimento. É sempre assim. Esperam... esperam... até que fique tarde.

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