sábado, 28 de abril de 2012

Cotas: A unanimidade burra do Supremo

Estamos em meio a uma crise de qualidade. Para onde quer se olhe, a piora é nítida por mais que os índices de popularidade tentem desmentir.

A coisa começa nas bases, na sociedade mesmo. É preciso ter um mínimo de conhecimento sobre outros povos, outras realidades, para ter a noção do quão atrasados nós estamos. Numa palavra: somos toscos. O brasileiro comum é um misto de profunda ignorância e desprezo pelo conhecimento, arrogância e falsa autossuficiência, individualismo e antissocial. É como se fossemos uma tribo e não um país.

Daí não ser nenhuma surpresa as idiossincrasias de nossa "sociedade", como o alegado "racismo". Eu pus aspas nas duas palavras atrás porque eu não acredito em sociedade nem racismo aqui, não acredito nem mesmo no que alguns ousam chamar de "racismo velado". Quem fala em racismo no Brasil não sabe o que é racismo. Leu sobre racismo em algum lugar e acha que aqui ocorre o mesmo. Balela. Burrice. Ignorância. Miopia.

Eu queria saber quem foi o doente que julgou que um sistema de cotas para negros seria a resposta para um problema de exclusão social. Isso é reducionismo da pior espécie. Tomar o que ocorreu nos Estados Unidos da América — onde o sistema de cotas foi criado —, e copiá-lo aqui, só mostra o tamanho da burrice. Lá existia racismo institucionalizado. Eu, um branco, não podia sentar no mesmo banco de um negro — por lei! Não era questão de opção, era coerção legal, e nossos ministros do Supremo não souberam ver a diferença — bando de imbecis todos eles.

Por unanimidade !

Ao julgar o sistema de cotas constitucional eles cuspiram na Constituição. Se acham tão "supremos" em suas togas, tão acima da patuleia que os sustenta, que relevaram um dos primeiros artigos da Carta Magna. Dentre os Princípios Fundamentais da Constituição, está lá, no art. 3º, IV, "promover o bem de todos sem preconceito de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação." Eu creio que COTAS é um preconceito de raça e cor, uma forma de discriminação — não é necessário toga para saber ler. Mas tem mais!

O Título II da Carta — Dos Direitos E Garantias Fundamentais; reza o art. 5º, caput, que "Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, ..." e a COTA não é outra coisa que uma distinção, uma desigualdade se preferir. Eu já mencionei isto aqui, mas vale a reprise: "entortar a lei para um lado não corrige um feito torto para o outro." Teremos apenas e tão somente dois erros e não um acerto.

O que determina a exclusão do negro é a omissão do Estado. Ao não oferecer educação de base aos menos favorecidos, o Estado agrava sua condição de excluído. O Poder prefere o assistencialismo à solução. Ele dá a esmola e cobra o voto — e tudo se arruma no final. O resultado é espelhado por um dos piores IDH do mundo, graças, principalmente, à péssima qualidade de nossa Educação.

Nossa melhor universidade tem uma colocação de três dígitos — nada elogioso — quando comparada às demais. Como bem disse o jornalista Carlos Alberto Sardenberg, numa palestra aqui em minha cidade, "a Educação é o único equalizador entre o rico e o pobre.", isto é, o único fator que pode dar ao financeiramente menos favorecido igualdade de oportunidades. Não é por outra razão que nos EUA, tantos casos de sucesso brotam — literalmente — de garagens do proletariado classe média. Dois exemplos gritantes — Microsoft e Apple — nasceram assim, de um projeto de garagem para potências mundiais.

E Nélson Rodrigues nos rogou uma praga...
Agora, deem uma olhada no ranking das universidades e verão que os EUA têm 20 entre as 50 primeiras. Então, não é de se admirar que sejam a potência dominante, independentemente dos quesitos usados para a balizar. Mas aqui, como nossa educação básica pública é a pior possível, somente aqueles que podem pagar escolas particulares, ao final, poderão almejar uma universidade menos pior. Agora não, o racismo foi feito legal pelo Supremo e o negro já pode ser aluno da USP, ainda que a dita esteja na 169ª posição do ranking. É como disse lá atrás: "dois erros não fazem um acerto; no mínimo um erro duplo." E ainda querem que o Brasil enfrente o resto do mundo de igual para igual. Pode ser... Um dia alguém tão ignorante quanto nossa corte suprema invente um sistema de cotas para países incompetentes e — talvez assim — possamos gozar um pouco o que essa vida tem de bom.

domingo, 22 de abril de 2012

Parabéns Brasília!

Ontem, 21 de Abril, foi também aniversário de Brasília. Quase ninguém sabe disso já que a efeméride é mais lembrada pelo feriado de Tiradentes ou até pela morte de Tancredo Neves. Mas Brasília está lá — impávida — marco de que o Brasil, afinal, é nosso.

A má fama que a acompanha não é dela — é nossa! São homens que fazem dela o que é, especialmente aqueles por nós eleitos. Não faz tanto tempo, ouvi de Helio Fernandes que "fosse o governo no Rio e os maus governos seriam postos para fora a pontapés." Outro, o Olavo de Carvalho, também disse algo na mesma linha. Ele chegou a dizer que "Getúlio suicidou-se por pressão do público." Ambos aludem à distância de Brasília (do que? de quem?) a impossibilidade ou inexistência de manifestações populares. Duvido muito de ambas afirmações, ou seria admitir que nossas manifestações são uma questão de conforto pessoal, de oportuna localização, não de opinião. Isso posto, e parafraseando Benjamin Franklin aí ao lado "Os que não abrem mão do conforto para obter um pouco de liberdade não merecem nem o conforto nem a liberdade." Falou!

Eu prefiro ficar com os versos do Miguezin de Princesa (abaixo), porque como ele, eu também acredito que Brasília foi turning point e que o Brasil não seria Brasil se ela não fosse plantada, no seu coração, há 52 anos. Parabéns a Brasilília e aos que acreditaram nela.

Versos para a cinquentona

I
Apesar da depressão,
Trazida pela esperteza;
Da politicagem suja,
Repleta de safadeza,
Brasília hoje é uma festa
Rodeada de beleza.

II
E Miguezim de Princesa
Contemplou todo esse brilho,
Cantou com todas as bandas
O verso do estribilho,
Andou no eixão dizendo:
“Brasília, eis aqui seu filho”.

III
Não tem dinheiro na bolsa,
Não há propina na meia
Que possa encobrir o sol
Cheio de luz que te clareia
E não há um corajoso
Para te chamar de feia.

IV
Tuas largas avenidas,
Tua imensa vastidão
Nos faz como JK
Contemplar a imensidão
E sentir pelo cerrado
O futuro da nação.

V
Foi aqui que os operários,
Batalhando pelo pão
(Cimento, pedra e tijolo),
Levantaram a construção,
Com uma lágrima de saudade
E muitos calos nas mãos.

VI
Gente de todos rincões,
Do sertão e da ribeira,
Gente do bolso furado
Ou repleta a algibeira,
Construiu um monumento
Que é a alma brasileira.

VII
Do sonho de São Dom Bosco,
A quem Deus deu a resposta;
Dos traços de Niemeyer,
Do gênio de Lúcio Costa,
Da força dos operários,
A fé ganhou a aposta.

VIII
Brasília é para quem gosta
De ter o céu como mar
E transformar em sua praia
O Lago Paranoá,
Saber que a fé que ergueu
Não vai deixar derrubar.

IX
Nunca vai desmoronar
O sonho de uma geração
Visionária, independente,
Que pensa grande a nação.
E, mesmo que falhe a mente,
Não faltará coração.

X
Terra de grandes artistas,
Do progresso e da bonança,
De sonhos e de conquistas,
Que vão ficar na lembrança,
Brasília é fibra e é luta,
Capital da esperança!

terça-feira, 17 de abril de 2012

Os cartazes são odiosos mas a informação do CH está errada

De vez em quando eu pego uma besteira e me vejo no dever de dirimi-la. Ultimamente, a tal da imprensa está um horror. As TVs estão todas abaixo da crítica; o problema é que não é todo mundo que pode comparar e a porcaria vai ficando como sendo um padrão. Onde se podia ler algo com alguma consistência — a imprensa escrita — tomou o caminho das TVs, uma bobagem maior que a outra. Para resumir, o que se salva são umas poucas rádios de notícias, assim mesmo filtrando.

Eu virei um leitor de colunas, quase que exclusivamente, mas até onde se tinha informação decente os estagiários andam fazendo das suas. Veja o que eu peguei no Cláudio Humberto, grifos meus:

DF: cartaz sobre crime de desacato a servidores públicos será banido

A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara Legislativa do DF (CLDF) aprovou nesta terça (17) o projeto de lei do deputado Cláudio Abrantes (PPS), que proíbe a exibição pública de cartazes advertindo sobre o crime de desacato a servidor público na capital. Segundo ele, o aviso serve como instrumento de intimidação, já que ninguém é obrigado a conhecer a lei. Os membros da CCJ também aprovaram o projeto de lei (118/2011) do distrital Washington Mesquita (PSD), que torna obrigatória a divulgação, pelo GDF, de todos os dados relativos à gestão do sistema de saúde local. "O pleito é dos eleitores", afirmou o deputado na justificação da proposta.

Você já deve ter visto um desses cartazes aí e como já disse no título, são odiosos. Eles não estão lá para informar, mas para intimidar. Até aí, estou 100% afinado com o deputado e seu projeto de lei. O que eu não posso permitir foi o que salientei em vermelho. Tá errado Cláudio Humberto! É o contrário!


O correto dizer é que nenhum cidadão pode alegar o desconhecimento de qualquer lei pelo simples fato de que todas só passam a vigorar depois de dadas a elas publicidade, as tais publicações nos diários oficiais. Avete capito?! Se a bobagem está só no site, menos pior, mas se estiver no projeto de lei, ô deputado, arrume um rábula aí...

sexta-feira, 13 de abril de 2012

Atirando a esmo no que achou que viu

A coluna de hoje do Cláudio Humberto, em geral bastante responsável, destaca (grifos meus):

Na TAM, Rio-Ilhéus custa o mesmo que Rio-Paris


A falta de critério na exploração dos clientes atinge níveis absurdos na aviação civil. Quem mora no Rio e quiser passar o feriadão do Dia do Trabalho em Ilhéus (BA), a 1.002km de distância, terá de pagar à TAM R$ 3.732,52 por passagem ida e volta, mas só se quiser retornar às 9h45. Para voltar às 16h58, o preço sobe a R$ 4.486,52. No mesmo período, paga-se um pouco menos pela passagem Rio-Paris, ida e volta (R$ 3.727,50), ou menos da metade (R$ 1.714,47) Brasília-Miami.

Será também mais barato!
Não há outra leitura possível — “a TAM é uma exploradora do pobre povo brasileiro!” — o que não é verdade. E, acredite, não ganho um tostão da TAM para defendê-la, meu desejo é apenas alertar para o que está por trás do descalabro: falsas profecias. Afinal, ir do Rio a Ilhéus e voltar — um trecho de umas duas horas e meia — não pode custar mais que as onze horas da rota alternativa. Não mesmo!

Mesmo assim, acredite, nem a TAM, nem qualquer outra companhia do gênero, pratica tais preços por exploração. A palavra usada é forte, inapropriada e leviana. Não é a empresa que nos explora, é o País. Como bem disse uma vez o grande economista Roberto Campos, "o governo é o gigolô oficial de todos nós", TAM no meio. Nem me dei ao trabalho de pesquisar, mas vamos considerar alguns itens:
  1. O preço da passagem Brasil-França — por imposição do Brasil — é maior que qualquer França-outro_país de igual distância ou mesmo distância maior. Com a palavra, a ANAC.
  2. O Brasil tem um dos combustíveis de aviação mais caros do mundo. Indo a Paris, chances há de o combustível da volta ser bem mais em conta. ANP e Petrobrás que te expliquem.
  3. O custo de parking (valor cobrado da aeronave pelo uso do pátio — a Faixa Azul dos Boeings e Airbuses) também é dos mais obscenos aqui e certamente maior que o de lá. Mais um desconto por conta da Infraero.
  4. E já que falei no Demônio (aqui tudo é Infraero), ou seja, taxas aeroportuárias fixas, não importa se você vai pousar e decolar para pegar um brazuca ou dois ou duzentos. No outro caso, via de regra, vai gente até no maleiro — economia de escala, maximização dos custos.
  5. Por fim e para não me alongar, dizer que não é lícito comparar uma viagem internacional com uma nacional, procure saber o preço das viagens domésticas nos EUA. Lá se vai de costa a costa, distância maior que a do Rio-Paris, por muito menos que se vai de ônibus de BH a Guarapari.
Resumindo, o problema é tão nosso quanto nosso é o umbigo. Se vamos limpá-lo ou escondê-lo é que é a questão. À coluna do CH meus agradecimentos: já sei onde vou passar meu próximo feriadão. Ha! Ha! Ha!

E independente do destino, tenham todos uma boa viagem! Au 'voir!

quinta-feira, 12 de abril de 2012

Deputado inglês mostra o que espera o Brasil, isto é, como receberemos o resto do mundo

A matéria da Exame Online me fez lembrar dos meus tempos de ginásio, quando estudávamos os investimentos da Corôa Portuguesa na Escola de Sagres, para a formação de navegadores, pilotos, cartógrafos, etc., considerada o pilar central do grande domínio português sobre os mares, descobrimentos e riquezas de além mar — conhecimento como forma de se obter riqueza e poder — uma receita ainda em uso nos dias de hoje e, inexplicavelmente, ignoradas por alguns países, o Brasil entre estes.

O que se pode depreender de tal fato, acontecido ainda no século XV, é que só investimentos em infraestrutura permitem grandes avanços em relação aos competidores diretos e à manutenção dos eventuais ganhos. E mais: não há infraestrutura mais necessária que a educação e o conhecimento, o que me leva a parabenizar o Governo Dilma pelo movimento, ainda que tíbio, à formação de profissionais noutros países, já que aqui nossas escolas vão de mal a pior e as exceções não preenchem os dedos da mão esquerda de Lula. Falta ainda o ensino básico: do maternal ao colegial temos produzido mais analfabetos funcionais que técnicos.

E o resultado dessa imensa massa ignara é o cataclismo que se avizinha, seja via Copa ou Olimpíadas:
  1. Bebidas serão proibidas nos estádios porque a Polícia é incompetente (e temos duas!) para coibir e punir abusos. A nossa daqui chega a proibir duas torcidas em campo — não há atestado de incompetência maior.
  2. Será decretado feriado nos dias dos jogos porque não haverá condições mínimas de se ir e vir — vias públicas congestionadas, transporte de massa inexistente ou claudicante e (mais uma vez) segurança pública ineficaz ou ausente.
  3. Todas as escolas deverão estar em regime de férias — que se danem seus filhos e a sua já parca educação. Se eles não estudassem tanto talvez fossem hoje um Ronaldinho ou um Messi.
  4. Ainda há mais, mas paro aqui. Espero conseguir um local bem longe daqui nessa efemérides, talvez uma ótima oportunidade para voltar aos Estados Unidos da América.
Já no outro mundo...

Deputados britânicos temem caos aéreo durante Olimpíadas

A chegada em massa de atletas e turistas para os Jogos Olímpicos pode causar um colapso em Heathrow, principal aeroporto do Reino Unido
A Qantas Boeing 747-400 (registration unknown) lands over the roofs of Myrtle Avenue at London (Heathrow) Airport. Taken by Adrian Pingstone in August 2004 and released to the public domain.
Aqui resolveremos com "puxadinhos" à brasileira.


As aglomerações nos terminais de Heathrow podem obrigar muitos passageiros a permaneceram por longo tempo dentro dos aviões após aterrissarem

Londres - Um comitê do Congresso britânico alertou nesta quarta-feira que a chegada em massa de atletas e turistas para os Jogos Olímpicos de Londres pode causar um colapso em Heathrow, principal aeroporto do Reino Unido e o de maior tráfego da Europa.

O presidente do Comitê de Cultura, Comunicação e Esportes, John Whittingdale, enviou carta ao ministro britânico de Cultura e Esportes, Jeremy Hunt, no qual fala da possibilidade de se formarem imensas filas nos guichês de controle de passaportes, dificultando o funcionamento do aeroporto.

Na carta, Whittingdale adverte que as aglomerações nos terminais de Heathrow podem obrigar muitos passageiros a permaneceram por longo tempo dentro dos aviões após aterrissarem no Reino Unido. 'A situação obrigaria algumas aeronaves a rodar em círculo sobre o aeroporto, enquanto outras ficariam retidas na pista', afirmou o deputado conservador.

O parlamentar relatou que membros do Comitê participaram de uma reunião com responsáveis pela empresa que administra Heathrow. Para os dirigentes da empresa, o principal desafio será no fim dos Jogos, quando a maioria dos visitantes tiver que deixar Londres em um período de poucos dias.

Contudo, os deputados, 'saíram da reunião sem estar convencidos de que Heathrow esteja preparado para a chegada de atletas, turistas e integrantes da 'família olímpica'', afirmou Whittingdale. Ele ressaltou que são perceptíveis as medidas tomadas para a chegada das pessoas e do material esportivo, mas que as filas de controle de imigração preocupam.

'Parece que se pensou pouco sobre como lidar com essas filas'. Ele ainda afirmou que a Agência de Fronteiras do Reino Unido garantiu que não há garantia de que seja possível abrir todos os guichês durante o período dos Jogos.

Entre as medidas tomadas pela direção do aeroporto, está um terminal provisório destinado exclusivamente ao retorno dos atletas e organizadores dos Jogos, nos dias seguintes a cerimônia de encerramento, no dia 12 de agosto.

O principal aeroporto londrino registrou em março deste ano, tráfego de 5,7 milhões de passageiros. Nos últimos 12 meses foi alcançada pela primeira vez a marca de 70 milhões de viajantes.

E a tal perguntinha de muitos bilhões de dólares: vocês acreditam que nossos eventos internacionais serão mesmo um sucesso? Para quem?

segunda-feira, 9 de abril de 2012

Mais um Samba do Crioulo Doido

O Cláudio Humberto noticiou, grifos meus:

Marina monta ‘seleção’ para disputar o Planalto

Com a pretensão de se candidatar à Presidência da República em 2014, a ex-senadora Marina Silva articula um novo partido após as eleições municipais deste ano. Ela já deu início às conversas e quer montar um time com o senador Pedro Simon (PMDB-RS), os deputados Antônio Reguffe (PDT-DF) e Alessandro Molon (PT-RJ), além do ex-tucano Walter Feldman (SP) e Heloísa Helena (PSOL-AL).

Não deixa de ser tocante o messianismo (ou seria maleita?) de certas pessoas. Como se chamará o partido? Se for pela Heloísa, “Os Rancorosos”; por Simon, “Os Sonhadores”; Feldman votaria por “Os Libertadores”, Molon pelo “Eu Sou Mais Eu” e o Reguffe, eu confesso: ouvi seu nome pela primeira vez hoje, mas por ser do DF escolheria “Os Éticos”. Porém, como tudo no fim se resolve é com dinheiro, vai se chamar mesmo “Bem Estar/Estar Bem”.


sábado, 7 de abril de 2012

Nos tempos do Favre, era Paris; mas chá com Hillary, não tem preço...

Patriota, relaxa e goza...
Deu no blog do Cláudio Humberto que nossa embaixadora em Washington DC será d. Marta Suplicy, prêmio de consolação para que ela abdicasse da prefeitura de São Paulo. Na minha imodesta opinião, um acinte. Afinal, o mais próximo que essa mulher chegou de um cargo diplomático foi quando falava de sexo no TV Mulher, para o desespero e asco das mães da T.F.M. Resumindo: nunca!

O acinte que se avizinha, por Dilma graça e obra, é pelas mãos do patriótico cupincha, digo, Chanceler. Pode ter também um dedinho do “Nosso Guia”, mas ele que não se rendeu aos apelos dela quando habitava o Alvorada, faria agora? Já a Dilma, que parece se ater mais à genitália que o entre-orelhas, não sei... Marta poderá ser útil a Hillary se ela ainda tiver assuntos não resolvidos com o saxofonista do Potomac, o corno mundialmente famoso pelo affair Monica Lewinky — a dear wife who still loves Bill — prato cheio para a sexóloga do PT. Será por aí que reconstruiremos nossas relações com Washington?

Quem não gostou do "boato" foram os colegas do Patriota. Afinal, de que valem os anos de estudo no Rio Branco e a carreira diplomática se uma embaixada do porte da de Washington é moeda de troca política ou compadrio? No CH está assim, grifos meus:

Indignados com Marta embaixadora, diplomatas preveem saída de Patriota


Provocou grande indignação entre diplomatas a escolha, dada como certa, da senadora Marta Suplicy (PT-SP) para o cargo de embaixadora do Brasil em Washington. A indicação mostra que a presidenta Dilma soterrou uma das mais acalentadas conquistas do Itamaraty, de confiar postos no exterior apenas a profissionais da diplomacia. "A notícia é uma bomba", admite um embaixador brasileiro na América Latina, irritado com a "atitude acovardada" do chanceler Antonio Patriota. "Num paralelo com o meio militar, tal decisão equivaleria a nomear um civil (ou senadora) para o comando do Primeiro Exército, tamanha a desmoralização para a Casa." O precedente preocupa diplomatas mais experientes. "Se uma embaixada como a de Washington pode ser chefiada por alguém fora da carreira, qualquer outra poderia. Está aberta - aliás, escancarada - a porteira. Vai ser uma festa.", diz um integrante cúpula do Ministério das Relações Exteriores, em Brasília. De uma maneira geral, os diplomatas estão entre incrédulos, esperando que a presidenta Dilma pense melhor no assunto, e aqueles que acham que o chanceler Antonio Patriota não tem alternativa senão encaminhar seu pedido de exoneração junto com a indicação de Marta Suplicy. E até ironizam, afirmando que, nas atuais circunstâncias talvez fosse até melhor que a senadora substituísse o próprio ministro Patriota - que, ao contrário do antecessor, "não luta, nem resiste".

Acho que quem está certo mesmo é o José Simão, colega da Marta dos tempos de TV Mulher: "A Dilma não tem ministério; tem um periquitério.", que além de desmerecer o gênero, afronta a todos nós...

...mas se tiver que ser, que seja. Espera-se, ao menos, que Marta leve o mala do Supla.

sexta-feira, 6 de abril de 2012

Falar é fácil, já fazer...

Do alto dos seus 77% de aprovação, Dilma resolveu rosnar para o mundo o que me fez lembrar do filme "O Rato Que Ruge", com Peter Sellers. Eu confesso, não sei como fabricam esses números maravilhosos de popularidade, mas já se ensinou que a Estatística é a maior das mentiras — tudo depende de quem vai comprar e o brasileiro compra qualquer porcaria  — mas o que não se deve perder de vista (como nos mostra o filme) é que um rato continua a ser um rato mesmo quando ruge — uma impossibilidade natural. Em outras palavras, pode até causar espanto, estranheza, mas um rato não passa de um rato.

Tergiversar como preâmbulo é um perigo, mas não resisto. Todo o parágrafo acima é para emoldurar uma matéria publicada em Exame Online, que repasso a seguir, grifos meus.

Dilma diz que governo não vai abandonar a indústria

Para a presidente, o lançamento de medidas de incentivo à indústria é uma reação aos impactos da crise e ao protecionismo adotado por alguns países desenvolvidos

Dilma: “meu governo estará sempre ao lado do
desenvolvimento com a proteção da indústria e emprego.”


Brasília - A presidente Dilma Rousseff ressaltou hoje (3) que o lançamento de medidas de incentivo à indústria é uma reação aos impactos da crise econômica internacional e ao protecionismo adotado por alguns países desenvolvidos. Para ela, é possível garantir o estímulo ao setor industrial, o aquecimento da economia, sem adotar ações que prejudiquem os trabalhadores brasileiros. Dilma disse ainda que no modelo de desenvolvimento econômico brasileiro exige uma indústria forte e inovadora.

“A melhor saída para a crise não está na velha receita da recessão e da precarização do trabalho. Essa tem sido para nós a fórmula do fracasso”, disse Dilma, sem se referir diretamente às medidas adotadas por alguns países europeus.

Em seguida, a presidente ressaltou que o Brasil tem demonstrado que não existe incompatibilidade entre cortar gastos e permitir o crescimento econômico. “É possível gastar com parcimônia”, disse. “O governo não vai abandonar a indústria brasileira”, completou.

Dilma destacou que o governo tem os “instrumentos” necessários para garantir os incentivos à produção interna e que “não vai deixar” de usá-los. A presidente pediu o apoio dos 19 conselhos formados por empresários, trabalhadores e integrantes do governo que representam 11 setores da produção nacional.

“Esse grande conjunto está orientado por um grande propósito: estimular o desenvolvimento produtivo no Brasil. Vamos estimular as exportações para que as empresas invistam e ganhem produtividade. País rico é o que investe, cria empregos e se torna cada vez mais competitivo”, destacou a presidente.

Segundo Dilma, para executar medidas estruturais é necessário colocá-las em prática por etapas, sem açodamento. A presidente reiterou que os efeitos da crise econômica internacional são acompanhados “atentamente” pelo governo. Ela lembrou que as medidas adotadas de forma pontual são mais eficientes, pois a economia é dinâmica.

“[Temos de] utilizar [nossa] capacidade de um acompanhamento sistemático porque a economia é dinâmica e requer do governo ações constantes”, destacou a presidente, cobrando de todos os presentes no lançamento das medidas, que fazem parte do Plano Brasil Maior, empenho na execução. “Meu governo estará sempre ao lado do desenvolvimento com a proteção da indústria e emprego.”

Para um texto tão curto como o da matéria acima, é impressionante a quantidade de contraposições e repetição de obviedades. Não há como sair algo que preste de um discurso fabricado por frases soltas de livros de pensadores econômicos entremeadas com arrotos de Marx, Engels e Gramsci. Se é daí que virá a salvação da lavoura, digo, da indústria, então ela que se cuide.

Porque o que mantém a indústria e todo o resto do setor produtivo brasileiro no freezer é o Governo, ninguém mais, já que todo empresário persegue o sucesso do próprio negócio. Mas quando se olha para o passado, é fácil notar que os últimos movimentos à frente de governos foram o Desenvolvimentismo de JK e o Milagre Brasileiro do Regime Militar. Evito incluir aí a industrialização no governo Vargas porque aquilo foi mais um escambo entre ele e Roosevelt pelo reposicionamento do Brasil em relação à 2ª Grande Guerra e não uma política de governo.

De lá para cá, setores produtivos do País têm sido espoliados sistematicamente em todos os níveis, além de não poder contar sequer com uma infraestrutura decente que os permita transformar seu produto em divisas. Assim, perde-se algo como 30% das safras apenas no caminho entre as regiões produtoras e os portos de embarque, portos esses considerados dos piores do mundo, sejam por suas instalações, pessoal, eficiência e burocracia. Para a industria é um pouco menos pior, já que não se perdem veículos e parafusos como se perdem feijões pelo caminho, mas é só um pouco menos...

Carga tributária extorsiva, burocracia, juros elevadíssimos, falta de infraestrutura mínima, baixo ou nenhum investimento oficial e outros mais, como justificativa para o clientelismo, a cooptação, o corporativismo e a corrupção. Não serão discursos vazios e caras-feias — óbvia redundância — que colocarão ordem na Casa. Também não adiantará atirar impropérios aos subalternos que são muitos: só de ministérios chegamos à quarta dezena, o que não dizer da miríade de bocas famélicas a grasnar pelo dinheiro do Tesouro nos escalões inferiores, no Congresso e no Judiciário, o Poder da Dama Cega.

Como tornar competitiva uma Indústria? Olhe a animação na coluna à direita — aquela do Movimento por um Brasil Eficiente — e veja como nossos preços se comparam aos de fora. É... não dá pra competir nesses termos e note que o mote ali são "apenas" os impostos.

Dilma acusa os "outros" de protecionismo, mas o que faz ela? No momento (e para citar um caso) estabelece cotas de importação de veículos mexicanos — unilateralmente — descumprindo o acordo automotivo firmado com aquele país. Ela também culpa a sobrevalorização do Real em relação às demais moedas, uma clara MENTIRA, já que o México "padece" do mesmo mal e ainda se mostra competitivo em relação a nós. O influxo de moeda estrangeira é, em grande parte, devido aos maiores juros do mundo, uma variável cujo controle é EXCLUSIVIDADE do governo.

A presidenta também escarnece quando diz que vai reduzir custos. Custos foi o que não parou de crescer desde que o lulo-petismo assumiu a governança. Resolveram acabar com a fome distribuindo esmolas ou invés de criar os tais 20 milhões de empregos (10 em cada mandato). Acho que criaram apenas a quinta parte disso. E pensar que o "temível" Garrastazu Médici criou 35 milhões nos anos 70 — o equivalente a 39% da nossa população — sem os impostos escorchantes de hoje (o maior ICM era de 6%) e investindo em infraestrutura. O esquerdismo não passa de uma mentira repetida muitas vezes.

É com esse Tutu Marambá que o Planalto pretende enfrentar a crise, aquela marolinha tão desdenhada pelo "Nosso Guia", outro campeão de popularidade. Impressionante é que entidades como FIESP e que tais se prestem a bajular uma ignorante e seu bando de acólitos só para não perder as migalhas que cairão eventualmente do seu prato. Eu começo a acreditar que eles torcem pela volta da inflação e do caos, porque naquela época uma FIESP ditava os rumos do Governo e hoje apenas ganem de satisfação se a patroa lhes atira um osso, aquele osso que sai dos nossos salários.

quinta-feira, 5 de abril de 2012

quarta-feira, 4 de abril de 2012

Falando de coisa séria

O candidato a candidato (coisa nossa) Mitt Romney parece mesmo ser a aposta republicana contra a reeleição de Obama. Como já disse um brasileiro residente naquelas plagas, "os Estados Unidos da América estão se brasilianizando rapidamente." Sob essa ótica, passei a observar os principais contentores republicanos — Romney e Santorum. Guardadas as proporções, Romney seria um Obama menos bronzeado e o Santorum um José Serra mais jovial, mas com a mesma capacidade deste de "amalgamar" o eleitorado em torno de si, isto é, nenhuma.

As chances dos republicanos estão mais no reconhecimento da inelegibilidade do Obama do que nas urnas — tão fracos são os contentores. Sinal dos tempos? É possível. Com a crise da "marolinha" que insiste em não refluir, a classe média americana se concentra em pagar os débitos do cartão de crédito e a hipoteca da casa, deixando o futuro político do país para o futuro mesmo — o clássico "empurrar com a barriga".

Muita coisa pode acontecer, inclusive a desistência de Obama em concorrer. Isto abriria o caminho para Mrs. Clinton, a segunda na linha de comando. Na verdade, dizem que é ela quem manda — Obama assina — e eu tendo a creditar. Advogada hábil e política articulada, Hillary é bem mais que uma Secretária de Estado, se não for o Estado ela própria. Huumm, aí tem coisa...

Voltando aos Elefantes e deixando os Burros em paz, está na hora sentar-se para o calumet, porque os embates até o final do ano serão longos e é preciso aplainar as propostas de Mitt.