Lendo algumas manchetes esta manhã e correndo os olhos em leituras diagonais por alguns artigos, me pego a pensar novamente nas urnas eletrônicas… Acho que foi o dito do Barão de Itararé ( post anterior) que ligou os pontos.
Refletindo um pouco sobre o tema me pergunto, novamente, a razão para se adotar a urna eletrônica para nosso sistema de votação. As propagandeadas não param em pé por um instante sequer. Vejamos algumas:
- Velocidade — é inconteste. O resultado final chega a nós em poucas horas após o fechamento das urnas. E para que? Afinal, a posse e diplomação dos eleitos ocorrerá, na pior das hipóteses, 65 dias depois. Na melhor, 86 dias. Como se vê há tempo até para um escrutínio com cegos, e assim não creio que a presteza seja um dos motivos.
- Combate à fraude — é outra falácia. É verdade que o escrutínio dos votos em cédula de papel, por sinal o adotado em TODOS os países mais evoluídos do mundo, está sujeito à manipulação do escrutinador. Porém, ela só pode ocorrer de maneira localizada, puntual. No sistema com cédulas a fraude é restringida a cada zona eleitoral, enquanto que no eletrônico ela ocorre na transmissão dos dados feita nos TRE estaduais e na totalização feita no TSE em Brasília. Na última eleição presidencial (2014) a apuração foi feita numa "sala segura" onde apenas vinte e poucas pessoas tinham acesso. Nenhum fiscal de partido foi admitido, nenhum repórter, nenhum observador estrangeiro, nada! O que quer que tenha sido feito lá, lá ficou. O voto eletrônico permitiu a FRAUDE POR ATACADO ao tentar eliminar aquela que era feita no varejo. Outro tiro n'água.
- Segurança — é apenas aparente. Na verdade o sistema eletrônico é muito menos seguro que o antigo sistema escrito em cédulas de papel e escrutinado manualmente, e a razão é bem simples: o sistema eletrônico não permite auditagem de qualquer espécie. Não se pode afirmar que o pleito foi lícito ou fraudado porque não há uma única contra-prova. Todo e qualquer resultado é DUVIDOSO. A recente proposta de impressão do voto para posterior auditagem (Lei nº 13.165/2015), aprovada por ampla maioria do Congresso e inclusive com derrubada do veto da presidente Dilma, foi derrotada pelo STF a pedido da Procuradoria Geral da República. Bestial!
Tamanho esforço em manter este método deve ter uma "boa" razão. E tem!
Meu Pitaco:
O voto eletrônico viabiliza o voto analfabeto .
Junto com o voto obrigatório, expediente de ditaduras, o voto eletrônico viabilizou que a imensa multidão de eleitores analfabetos (eu diria mesmo "a maioria da população") pudessem votar a mando dos senhores dos currais. É apenas por termos o voto eletrônico que os beneficiários do Bolsa Família podem votar nos seus "benfeitores". Não foi com outra coisa que Dilma os ameaçou na eleição de 2014, certo? É com a mesma benesse que os candidatos de 2018 os acena.
Se o voto fosse em cédula, o analfabeto não teria como identificar onde apor o xis ou o número do "seu" candidato, né? Aliás, é bom notar que o sistema de votação numérica foi a primeira tentativa de viabilizar a votação pelos analfabetos, porém com maus resultados já que as tentativas resultavam em votos anulados. Já com a implantação do sistema eletrônico, basta ao iletrado levar uma "cola" com os números na sequência correta que o "voto certo" vai para o candidato conveniente. Barbada!
Não é por outra razão que sempre procuro candidatos que preconizam o fim do voto obrigatório, bem como o retorno ao voto em papel e tinta, infinitamente mais barato que o sistema atual, mais claro, mais lícito, mais democrático e não por outras razões o preferido pelas democracias mais evoluídas do planeta. As alternativas a isto são apenas contrafações, estelionatos ou simplesmente ROUBO.
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