sexta-feira, 27 de julho de 2018

Pitacos nas Eleições 2018 #01


Com a aproximação das eleições, resolvi publicar novamente meus Pitacos tanto no blog Faxina Política quanto através da minha lista de e-mails e do WhatsApp, nesta última apenas o link para o blog.
Lendo esta manhã um post d'O Antagonista, percebo como está equivocada a leitura do momento político. Diz o post:
O poste de Lula em segundo lugar
A pesquisa encomendada pela XP traz o seguinte resultado:
  • Jair Bolsonaro: 23%
  • Marina Silva: 12%
  • Geraldo Alckmin: 10%
  • Ciro Gomes: 10%
  • Álvaro Dias: 5%
  • Fernando Haddad: 2%
Quando Fernando Haddad foi apresentado como candidato do Lula, os números mudaram:
  • Jair Bolsonaro: 22%
  • Fernando Haddad: 12%
  • Marina Silva: 10%
  • Geraldo Alckmin: 9%
  • Ciro Gomes: 9%
Prosseguindo…
Que a entrada de Lula (através de seu poste) venha a retirar votos de Marina, Ciro, Álvaro Dias (omitido no segundo cenário) e mesmo de Alckmin, é compreensível. Entretanto, o que levaria 1% de eleitores do Bolsonaro a abandoná-lo em favor de Haddad somente porque o babalorixá presidiário ungiu um poste (Haddad) com suas essências corporais? Nada! É claro o erro na metodologia estatística da pesquisa.
Descartando a perda de Bolsonaro e a de Dias, podemos inferir que a maior parcela dos votos transferidos veio dentre os Nenhum-Deles ou dos Não-Sei, isto é, votos Brancos e Nulos. Considerando que este universo é incontestavelmente o de maior número dentre o eleitorado, podemos assumir que Lula está politicamente morto. A fé inabalável na figura do ídolo por alguns próceres do seu partido apenas abreviará a derrota inevitável da legenda. Deus nos ouça.
De tudo o que aí está, o que se faz bastante claro é que a única candidatura que pode se traduzir como uma ruptura do establishment político — aquilo que Raymundo Faoro chamou de "Estamento Burocrático" em sua obra "Os Donos do Poder" —, é a de Jair Bolsonaro , nem mais, nem menos. Nem mesmo candidaturas libertárias como as de João Amoêdo (Novo), pela qual eu tenho simpatia, ou a natimorta de Flávio Rocha (PRB), se mostram suficientemente revolucionárias para quebrar nosso distorcido modelo político.
E não apenas o modelo político se apresenta como razão de nossos males. O grande mantenedor do atual sistema é a mídia mainstream. Por trás de cada manchete derrogatória contra Bolsonaro está o grito de socorro do veículo noticioso que vê seu poder de influenciar a população minguar dia após dia. Só por este viés a publicação da "pesquisa" acima se justificaria, já que a mesma não encontra qualquer sustentação lógica ou política — é reles desinformação, mistificação.
O grupo editorial da maior revista semanal (Veja) está sob nova direção e a do Grupo Globo (Época) em vias de se tornar apenas eletrônica em breve tempo. Jornalões como Estadão, Folha, O Globo etc. estarão fora das bancas dentro de uma década ou até bem menos. Ao mesmo fim estão condenadas as TVs já que sua programação não se ajusta aos dispositivos móveis. E visto por este ângulo, fica claro que a recente censura do Facebook contra 196 páginas e 87 perfis de sua rede social nada tem a ver com o conteúdo lá veiculado. Foi apenas a remoção de concorrentes do oligopólio informativo "oficial", ainda que por pouco tempo.
Assim posto, e ainda que a figura um tanto tosca do candidato dê engulhos em alguns de nós, é ele quem nos oferece uma tênue chance de mudança. Nenhum outro apresentou propostas para se alterar o status quo vigente e são muitas e prementes as modificações necessárias. Não estou falando de "remendos" como foram as recentes reformas trabalhista, previdenciária e política. Precisamos desesperadamente de uma nova Constituição, de um novo ordenamento para o País, e não vejo outra palha a boiar no mar conturbado que é o Brasil.

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