segunda-feira, 6 de julho de 2015

A tragédia grega


"Forma dramática cujo fim é excitar o terror ou a piedade, e de funesto fim."


Quando se adjetiva algo como uma "tragédia grega" querem, invariavelmente, salientar a exacerbação patética do fato. Nada a ver com o substantivo — forma dramática ou peça de teatro, em geral solene, cujo fim é excitar o terror ou a piedade, baseada no percurso e no destino do protagonista ou herói, que termina, quase sempre, envolvido num acontecimento funesto. Interessantemente, a Grécia hoje vive seu drama e sofre o adjetivo.

Em Fevereiro de 2012, portanto há mais de três anos, escrevi um artigo sobre o que eu pensava da trilha tomada pela Grécia e de como eu acreditava que aquele era um mau caminho (link 1 abaixo). A escolha da chantagem como saída à pressão dos credores e, pouco depois, a guinada à esquerda, seduzida pelo canto das sereias socialistas, a levariam (como levaram) fatalmente aos escolhos.

Na época em que a Europa virava as costas ao Socialismo e ao seu concomitante fracasso econômico, duas nações resolveram provar mais do mesmo: Grécia e França. Sobre esta última, escrevi em 1º de Maio daquele mesmo ano que o melhor (ou menos pior) seria continuar com Sarkozy, mas sabem quão convidativo é o discurso das sereias. E lá se foi a França para os braços abertos e o sorriso "franco" do Casanova francês (link 2 abaixo), tudo ainda com o beneplácito dos Le Pen.

De volta ao momento atual, o que vemos acontecer? Do lado grego, um país conduzido por um primeiro ministro com as qualificações de um Lindberg Farias, segue com o populismo, com o discurso desafiador, sedutor e irresponsável, com o descontrole financeiro e a bagunça civil. Ironicamente, não muito diferente do que vemos aqui no Brasil, na Argentina, na Venezuela e até no Chile — todos governos socialistas e populistas. E por que seria diferente?

Um artigo do Carlos Alberto Sardenberg em O Globo (link 3 abaixo) mostra que Tsipras tinha muito em comum com Lula e Dilma. Na verdade mais, já que a matéria veiculada insinua que ele foi "orientado" pelo Babalorixá e sua criatura. Não podia dar boa coisa... Notem: a visita do Premier grego ao Brasil se deu em Dezembro de 2012, portanto apenas 10 meses após meu primeiro artigo. Não, não me considero clarividente, mas o cenário da derrocada grega já era tão evidente, tão gritante, que só pode ser demonstração de burrice acreditar que a receita lulo-petista lhes daria o Santo Graal enquanto o resto do Mundo (ou quase) segueria com a cartilha conservadora como um bando de idiotas.

Na mesma Europa de Tsipras, Irlanda, Portugal e Espanha fizeram um duro, duríssimo ajuste fiscal para sanear suas contas públicas. Foram cortes de salários e benefícios, cortes de gastos públicos e mesmo postergação de investimentos, o mesmo receituário preconizado para a Grécia. Desses quatro, só a Grécia não se dispôs ao remédio amargo. Chiadeira houve em todos eles, protestos e reclamações. Eu mesmo vi uma entrevista do ex-Primeiro Ministro socialista português Mário Soares reclamando e vituperando contra a austeridade imposta. Poucos lhe deram bola. Portugal segue em frente enquanto Mário olha para trás por sobre o ombro esquerdo.


Meu pitaco:

Eu poderia dizer "Pobre Tsipras, pobres gregos...", mas não vou. Quem se deixou iludir pelo canto de Lula, o Ogro e de Dilma, a bruxa, só pode ser louco. Não há sereias nessa tragédia grega.

E a Europa — tudo indica — parece ter-se cansado de vez do Socialismo — é o que espero. A França não vê a hora de se livrar do Monsieur Hollande e Portugal já percebeu que um país ajustado é bem melhor que um "país prometido". O mesmo se dá na Irlanda e, ainda que lentamente, também na Espanha. O povo europeu, por toda parte, anda descrente das promessas do "paraíso socialista", aquele em que "anjos" guardam a saída para que dele ninguém fuja.


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