sexta-feira, 24 de julho de 2015

Perguntar não ofende - 3


"O que você faria?" Feita assim de supetão e fora de um contexto, a indagação não faz sentido. Não é nem uma coisa, nem outra — é um NADA. Mas se o assunto que a precedesse fosse, digamos, sobre saúde (e eu venho brigando com uma virose há quase uma semana), aí já há algo a emoldurar. É o que se convencionou chamar de "formar uma opinião" e que chamo aqui de "pitaco", por informal (e pro bono) que seja. Como na antiga marca de sabonete, Vale O Quanto Pesa.


O questionamento me veio à cachola após a leitura do artigo (primoroso!) do Financial Times do dia 22 próximo passado (link abaixo) sob o título "Recession and graft: the growing rot in Brazil" que eu traduzi como "Recessão e propina: aumenta a podridão do Brasil". Outros traduziram diferente, mas não entro no mérito. A palavra graft ainda lembrou-me outra coisa...

O periódico britânico é taxativo: incompetência, arrogância e corrupção, ajudadas pelo fim da alta demanda de nossas commodities, apressaram a queda para o fosso profundo da recessão. Há mais publicações (vide links). Aqui, eu ainda arrisco afirmar que durante o oba-oba que foi o governo Lula, o boom das commodities mascarou o diagnóstico do lulopetismo: incompetente, arrogante e corrupto. Somente a partir do refluxo da maré foi que ficou evidente que O MAL estava instalado em Brasília.

E aqui eu tomo a palavra inglesa graft, usada no título da matéria do FT, por empréstimo. É que uma de suas acepções é de tecido ou órgão transplantado — um enxerto, se preferir — e serve bem para o que vou dizer: "Em 2003 transplantamos um tecido canceroso para Brasília." Instalamos naquele corpo uma doença terrível, fatal, que cresce e se espalha cada vez mais rápido. Enquanto isso, curandeiros se reúnem para discutir a conveniência da amputação, da quimioterapia ou da reza brava. Tempus fugit.

Meu dentista adota uma conduta interessante: contenção imediata dos danos seguida do tratamento restaurativo propriamente dito. Traduzindo, deve se interromper imediatamente TODO o processo degenerativo e cuidar do aspecto estético-funcional somente após. A demora em conter, imediatamente, TODO o dano põe em risco o tratamento e/ou seu sucesso. Eu concordo. Agora aquela pergunta do início faz sentido, não faz? "O que você faria?"


Meu pitaco:
  
  • Remoção imediata do tumor petista: Dilma, Lula e suas metástases.
  • Reforma imediata do Estado, dele extirpando tudo o que não for intrínseco e correlato, ficando apenas o essencial como: relações internacionais, defesa externa e segurança interna, sistemas legislativo, jurídico e tributário. Traduzindo: fim do Estado-paizão, adoção do Estado-mínimo.
  • Incentivar a iniciativa privada (e produtiva) a suprir as demais funções hoje ao cargo do estado-glutão-e-ineficaz, principalmente pela abertura das demandas à concorrência estrangeira, algo no molde do que a União Europeia propôs à Grécia (e à Itália, à Irlanda, a Portugal e à Espanha — os PIIGS na sigla em Inglês).

Pode ter mais, mas eu já me basto com essas três. Sugestões são bem-vindas!


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