terça-feira, 7 de abril de 2015

Por que adiar o inevitável?


Eu tenho comigo que a presidentA ainda não se deu conta da sua atual situação política. Dilma é lenta assim mesmo, diria alguém mais chegado, mas o fato é que ela está sendo fritada, inicialmente à sauté . Mais tarde partirão para o método KFC — alta temperatura e sob pressão — Extra Crispy™. Como se diz lá "do outro lado do Atlântico" (royalties para Lula), America Loves What The Colonel Cooks®. Veja o que diz Lauro Jardim na sua coluna de hoje:

O governo até que tinha começado uma semana em situação menos pior que as últimas, mas a terça-feira nem bem iniciou direito e, pronto, está lá Dilma Rousseff enrolada novamente em problemas políticos.

A recusa de Eliseu Padilha em aceitar o convite para assumir a Secretaria de Relações Institucionais é prova contundente – como se precisassem outras – da fragilidade política do governo.

Dizer “não” a um chamado deste tipo é inusual. Deixar um presidente da República na mão, ainda mais já sendo ministro, menos usual ainda. Mas é a confirmação de que a autoridade de Dilma segue derretendo.

É preciso ressaltar ainda a trapalhada de deixar vazar um convite feito pela própria presidente. E recusado em menos de 24 horas.

O protocolo manda que convites deste tipo sejam precedidos por uma sondagem feita por um auxiliar do presidente, para preservar sua autoridade em caso de um “não”.

Desde ontem, com a cara amarrada de Eduardo Cunha para o convite (leia mais aqui ), o fracasso da operação já se prenunciava.


Meu pitaco:

Já foi dito aqui, mais de uma vez, existem saídas honrosas para Dilma. Tudo vai depender se ela estará disposta a abrir mão dos anéis e talvez alguns dedos (pode ser apenas o mindinho da mão esquerda, isto é, sua arrogância).

Não é segredo. Até as pedras da Praça dos Três Poderes sabem que ela não chegará ao final do 2º mandato. Negociam-se apenas os termos: rendição, sacrifício, acomodação... Enquanto isso Lula joga lenha na fornalha. Ele é o maior (senão o único) fator complicador na equação. Aliás, não há "trapalhada" como a mencionada pelo Lauro Jardim acima. Tanto os "vazamentos" quanto as "recusas" fazem parte do processo "à sauté": primeiro o cozimento e, só depois, a fritura. Dilma é o prato de, no mínimo, três mestres-cucas.

Para continuar só há uma maneira: sem o PT. Dilma sairia do partido e se declararia comprometida unicamente com o País. Isso acalmaria as ruas e desarmaria os partidos. Tudo indica que FHC é o "cuca" por trás dessa receita. O complicador, para Dilma, é que agindo assim ela virará as costas para o Foro de São Paulo, entidade que tem em suas fileiras ao menos duas guerrilhas armadas além do estado-policial de Cuba. Não são inimigos que se queira ter.

As outras alternativas são a renúncia — um ato para o qual a "grandeza" de Dilma deixa a desejar em estatura — e o impeachment, para o qual, a toda hora, surge alguém com mãos de areia para emperrar. Não sei o porquê. Os fatos de hoje são infinitamente mais eloquentes que aqueles da era Collor, então, resta creditar à má fé dos políticos.

Mas eis que estamos na semana que antecede a marcha de 12 de Abril. Qualquer que seja o seu resultado, qual seja o número dos manifestantes desta manifestação, a próxima deve ser marcada para Brasília. Já mostramos que somos capazes de organizar e arregimentar. Agora falta dar o esquenta nos políticos de Brasília, como nas galinhas do coronel Sanders, alta temperatura e pressão.

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