quinta-feira, 19 de maio de 2016

Não há dúvidas

Acabo de ler na coluna do Lauro Jardim o seguinte (grifos meus):

Sarney, os índios e os artistas

Ouvindo conselhos entre marimbondos de fogo

A propósito da grita dos artistas contra a extinção do Ministério da Cultura, consta que José Sarney, com suas seis décadas de sabedoria política (???), foi a Michel Temer pedir pela volta da pasta (que ele, Sarney, criou em 1985) com o seguinte argumento:

— Michel, com índio e artista não se mexe, sabia?


Meu pitaco:

Não tenho pretensões de aconselhar o Presidente em Exercício, mas de Sarney eu evitaria até um "bom dia", quanto mais conselhos. Ele deve ter bons motivos para pedir a volta do ministério. Possivelmente foi beneficiado no passado com publicação de livros que ninguém lê, ou reformando o Convento das Mercês para seu mausoléu, mas isso é outra história… Sarney mira o interesse privado financiado por dinheiro público, tal e qual aqueles "artistas" de Aquarius em Cannes, desconhecidos medíocres de um filme do qual jamais ouvi falar até ontem e que nem mesmo sei sobre o que versa. Pouco importa. Não contribuirei voluntariamente para sua bilheteria; deixo para a militância de esquerda.

É para essa gente insípida, inodora e desimportante que o tal ministério vertia bilhões dos nossos impostos, o mesmo dinheiro que faltava aos hospitais públicos, ao SUS, à infraestrutura, ao saneamento básico, à dengue, à chikungunya e à zika. Podemos passar muito bem sem o circo. Há outras prioridades, até mesmo para a Cultura. Vocês sabem me dizer quantas bibliotecas este ministério "patrocinou"? Quantos museus abriu, ampliou ou reformou? Não, né? Eu também não, mas ele soube fazer a riqueza do beautiful people

É preciso acabar com esse vício de se valorizar mais a parte que o todo. Numa democracia manda a maioria. Não me importam os índios ou "artistas" do dinossauro maranhense — não sou politicamente correto —, importam a mim os brasileiros, o povo sem qualquer distinção. Sempre verei minorias como são — coisas menores —, aquelas que cederão lugar quando o todo precisar. Ponto. E para resumir — não há dúvidas —, se Sarney é a favor eu sou contra, se não pela lógica, por princípio.

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