segunda-feira, 29 de outubro de 2018

O hoje depois do ontem

Um dos meus irmãos é um fanático torcedor do Cruzeiro. Vê-lo assistir a uma partida do seu time é um evento em si, nunca vi algo sequer parecido. Como não sou um apreciador do ludopédio sempre me divirto mais em assisti-lo do que à partida, e é com esta imagem em mente que acompanhei, nalgumas mídias, as caras e bocas de diversos "personagens" desta campanha eleitoral que acabou.


Primeiro, é visível o constrangimento, a saia justa em que se meteram muitas das diversas autoridades do establishment. A começar pela presidente do Tribunal Superior Eleitoral — TSE, ministra Rosa Weber, passando pela procuradora geral da república, Raquel Dodge, e outras figuras menores como o ministro da segurança Raul Jungmann. Todos carregam o desavergonhado sorriso amarelo da derrota, o semblante da desfaçatez, o incômodo comichão do "o que eu estou fazendo aqui?", e ainda pior, o verdadeiro pavor do "o que é que eu vou dizer em casa?" neste Armagedom pós 16 anos de PT e seus asseclas.

Eu tomei o cuidado de grafar os cargos das figuras acima em minúsculas para lhes fazer justiça. São pessoas minúsculas, ainda menores que seus cargos, mas não são as únicas. Nesses muitos anos de aparelhamento do Estado, o PT se esmerou em superpopular o estamento burocrático com nulidades. O único requisito para um cargo público era a fidelidade ao partido e ao seu projeto de poder. Postes, paus-mandados, títeres formaram os governos nesses longos 16 anos até o BASTA! dado ontem por uma folgada maioria da população.

Citei poucas personagens do governo porque não me dispus a ver os telejornais dessa manhã, nem mesmo a ouvir às rádios. Os citados foram vistos em declarações oficiais publicadas no YouTube. Lá também está o discurso da vitória de Jair Bolsonaro, o primeiro (que se saiba) feito às redes sociais e não à grande mídia. Este inequívoco "NÃO" à mídia tradicional a tocou profundamente…

A toda poderosa Rede Globo foi de joelhos à residência dos Bolsonaro mendigar uma declaração do vitorioso. Antes, ela exigia exclusivas, nada mais, nada menos. Precisou entrar na fila. Como não lhe dou IBOPE, não vi a cara de pau do Bonner, do Heraldo, da Renata, do Merdal (royalties para o Nery) e toda sua caterva. O set da GloboNews deve estar ainda mais parecido com um velório, até porque é lá a maior concentração de anti-bolsonaristas do planeta. E o Chico Pinheiro do matutino global? Talvez o de hoje tenha sido o mais chocho "Bom Dia Brasil" de todos. Fazer o que?

Nas rádios também foi dia de ressaca para muitos. Na Jovem Pan, Marco Antonio Villa disfarçou bem. Para quem chamava Bolsonaro de fascista, nazista e sei lá mais o quê, fez cara de paisagem e até arriscou um "não estou com medo", como se o Jair fosse tocar "El Degüello" já de manhãzinha. O Villa, historiador que é, e amante da história do México, sabe do que estou falando.

A Vera Magalhães, comentarista da Jovem Pan e do Estadão, estava bastante desconfortável. Seu semblante traía a fala. Tom monocórdio, olhar para o infinito, ela não estava lá no estúdio da Pan. Talvez se sentisse melhor no buraco do lar… Imagino que o mesmo se deu com outras "importantes" jornalistas e comentaristas como Eliane Catanhêde, que eu insisto em chamar de Tacanhêde para lhe fazer justiça, e a Mônica Bergamo, "sobre a qual não há dúvidas, só certezas" (royalties para O Antagonista). A primeira é comentarista do Estadão e da GloboNews; a derradeira da Fôia e da BandNews. Vida dura que segue.

Por fim — e também pelas mídias sociais — o cumprimento de Donald Trump e outros importantes chefes de estado e/ou de governo, que prenunciam um futuro brilhante para nosso País:






Que as recentes páginas negras de nossa História — iniciadas há 16 anos —, sejam postas definitivamente de lado. Mas é importante lembrar o alerta que nos fez o Jornalista Políbio Braga em seu blog: "Pacificação nacional, sim; anistia ou indulto, não."

Que assim seja!

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