sexta-feira, 4 de março de 2016

Leio certas opiniões e me pergunto: 'O que se fuma nas redações?'



A coluna do Ilimar Franco deu às 12:30 a seguinte "análise" para o fato do dia (grifos meus):

A luta política transborda às ruas

A condução coercitiva do ex-presidente Lula para depor na Polícia Federal, inaugura uma nova fase da luta política deflagrada pela operação Lava-Jato. O protesto em Congonhas é um indício de que as forças sociais alinhadas ao petista devem sair às ruas em sua defesa. Tudo indica que os movimentos anti-Lula e a favor de Lula passem a patrocinar pancadarias nas ruas.

O governo Dilma e o PT não mobilizaram a militância de esquerda e dos movimentos sociais e sindicais. A oposição jogou praticamente sozinha até agora (???). Esteve com ela a iniciativa (???). Mas será que a mesma apatia dos afinados com o Pt e o governo, se manterá agora? Lula é um líder popular e a recente pequisa Datafolha mostra que ele tem um piso, de cerca de 20%, numa eleição presidencial. Essas intenções revelam que o petista terá relevância em 2018 e para tirá-lo do jogo só a prisão.

A crise política está longe de acabar. Uma guerra de rua está em horizonte próximo. Confrontos podem ocorrer no dia 13 de março, data em que está sendo convocado (sic) uma manifestação pelo impeachment da presidente Dilma. Esse embate não se encerrará com a destituição da presidente Dilma ou a prisão de Lula. Uma ferida está sendo aberta. A superação da crise econômica implica em ajustes fiscais, redução de gastos públicas que vão afetar os programas sociais. E os movimentos sindicais e sociais que foram tolerantes com os governos petistas devem sair do imobilismo se outros estiverem no poder.


Meu pitaco:

Meu Deus, a coleção de sandices é tanta que todo o texto deveria estar grifado. Mesmo assim, vamos lá:

  1. A condução coercitiva do Lula não inaugura NADA. Ela apenas e tão somente levou um cidadão recalcitrante a dar explicações num inquérito sobre corrupção, prevaricação, lavagem de dinheiro, apropriação indébita, ocultação de patrimônio, tráfico de influência, abuso de poder, isto é, uma tamanha quantidade de crimes que se fossem todos arrolados aqui encheria laudas e laudas de montão. O que se inaugurou foi o fim da impunidade e da imputabilidade de certas figuras (ditas de proa) do estamento burocrático.
  2. Não houve "protesto de Congonhas". O que houve lá foi uma grande, enorme manifestação espontânea de cidadãos ao saberem que Lula lá estava — contra sua vontade — para depor perante a Lava-Jato. Há filmes de montão no Youtube de pessoas cantando e se regozijando porque o Barba está (tudo indica) para ser preso de fato. Os bate-paus do PT, da CUT e do MST chegaram bem depois na tentativa de intimidar a cidadania. Só aí a polícia precisou intervir.
  3. Como é que é?! O governo e o PT NÃO mobilizou?! Só pode ser crack! Este governo e este partido não faz outra coisa além de mobilizar sua militância. O Brasil tem um governo que existe e é mantido por suas MILÍCIAS. Quer que soletre ou você já sabe ler?
  4. A frase "A oposição jogou sozinha até agora, só ela teve a iniciativa" só pode ter saído de um cérebro demente. Serei sucinto: a oposição nunca jogou, nunca teve iniciativa e tenho dúvidas que exista.
  5. A referência ao "confronto de 13 de Março" pareceu-me uma CONVOCAÇÃO AO CONFRONTO, especialmente numa coluna de um jornal que faz o máximo para esconder as manifestações anti-governo. Se acontecerem eu as debitarei na sua conta e na de seu jornal.
  6. Esta ferida, à qual o senhor impropriamente se refere como sendo resultado da aplicação da Lei, está sendo pensada, fechada e curada. O pus que dela ainda jorra tem nome: LULA.
  7. A única coisa que tem algum nexo na verborragia foi o final do último parágrafo. Os "movimentos sindicais e sociais" foram mesmo TOLERANTES para com os governos petistas. Posso sugerir outra palavra? Foram CÚMPLICES!

No mais, se quiserem vir para o pau, que venham. Não faço parte da marcha dos pacíficos do Reinaldo.


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