sexta-feira, 13 de maio de 2016

"To Vice or not to Vice"

Começo com uma boa charge do Amarildo. Dou meu pitaco depois:

Desconfiança…

Meu pitaco:

Não é de hoje que os chargistas pegam no pé do Temer, dele e de outros vices. É que existe aqui a crença de que o Vice não faz outra coisa a
não ser conspirar contra o titular da pasta. Pode acontecer, mas que eu saiba não foi este o caso do Temer.

Apesar de se apresentar como uma pessoa bastante discreta, falam dele como se fosse um Cunha, este sim um homem de "bulas e ampolas",como dizia o "Justo Veríssimo", aquele político personagem do Chico Anysio.

Temer até que ajudou muito à Dilma. Ela é que na sua burrice, prepotência e arrogância infinitas (para deixar barato), sempre dispensou ajuda. Do Vice à camareira, Dilma sempre atirou impropérios e cabides. Convenhamos, pelo seu "bom humor", ela até que durou muito.

Mas voltemos ao Vice. Ficar esperando pela vacância do cargo não era a única função dele. Já houve um tempo em que a Presidência do Congresso e a do Senado era exercida por ele. Se não me falha a memória foi assim até o governo Jânio Quadros, quando o Vice era, inclusive, eleito separadamente. Votava-se para Presidente e para Vice-Presidente separadamente. Não era exatamente como nos EUA, mas bem parecido. Lá se elege a chapa (Presidente e Vice), mas é o Vice que preside o Senado e o Congresso (o conjunto das Casas).

Era por isso que se dizia antes que o primeiro na linha de sucessão do Presidente era o Presidente do Congresso, isto é, o Vice. Hoje não. Hoje o Vice é como um estepe guardado no Jaburu. Fica lá como um lectus decorativo. Às vezes chamam-no para assumir um ministério, outras para funcionar como um interlocutor do Congresso, e quando o "pneu" fura (ou explode, como no caso Dilma), vem a Imprensa e o rotula de conspirador. Nossa imprensa vai da falta de cultura ao simples oportunismo, num átimo.

Sou muito mais pela adoção do modelo americano. Que o Vice presida Senado e Congresso e que seja o primeiro a suceder o titular do Executivo. Um detalhe: nos EUA, havendo renúncia do Vice, é o Presidente que escolhe discricionariamente uma pessoa de sua confiança para o cargo. Foi assim que Francis Underwood* assumiu a Presidência sem um único voto!


* - da série de TV "House of Cards".

Um comentário:

irene disse...

Você já viu vice ter nome de rua?
Já dizia Jô Soares

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