Está lá, no Estadão de hoje (grifos meus):
Jovens reeditam embate Serra versus Aécio
AE - Agência Estado
O congresso nacional da Juventude do PSDB, que começa hoje em Goiânia, promete se tornar um microcosmos do racha tucano entre apoiadores do senador Aécio Neves (MG) e do ex-governador de São Paulo José Serra. Ambos são esperados no evento e devem usar suas falas para tentar mobilizar os militantes em seu favor. Os líderes jovens do PSDB estimam que atualmente a maioria dos diretórios estaduais é comandada por aecistas. O afastamento de Serra desta ala do partido teria se intensificado com o bate-boca, em novembro, entre o ex-governador e o presidente da juventude do tucanato paulista, Paulo Mathias. Serra deve aproveitar o discurso de amanhã para elogiar Mathias e diminuir sua rejeição.
Os militantes mais alinhados ao ex-governador de São Paulo, contudo, tentam minimizar a briga entre ele e Mathias. "Não houve briga! Isso já foi resolvido", diz enfaticamente Wesley Goggi, secretário nacional de juventude do PSDB. Ele pertence ao diretório do Espírito Santo, hoje visto como um dos mais serristas. Foi dele o convite para que Serra e Aécio participassem do evento. "Não tem desconforto nenhum", garante, reiterando que o debate sobre o candidato à Presidência só deve ser feito em 2013.
O presidente da Juventude do PSDB, Marcelo Richa - que os outros tucanos veem como um articulador de seu pai, o governador do Paraná, Beto Richa, e alheio à disputa entre Serra e Aécio -, também nega qualquer conflito entre os dois líderes partidários: "A juventude tem batalhado muito pela unidade".
Acho que deu para notar, pelos meus grifos, que não vi nada de bom na notícia acima e não vi mesmo! É impressionante que o PSDB — outrora um grande partido — tenha se transformado num partideco de baixa categoria. Vá lá, ainda tem algum tamanho e influência, mas é um arremedo da sombra que fazia antes.
O partido se enveredou nessa disputa entre Serra e Aécio e ainda não percebeu que só fazem o jogo do PT e do PMDB. Ninguém ainda percebeu que se trata do clássico "dividir para conquistar"? A coisa já está ruim a partir do atual presidente do partido, que nem tem força para enfrentar os grupelhos que se formam aqui e ali. Olhem novamente para a matéria acima e vocês verão que existem "serristas", "aecistas", e pasmem!, "richistas" também. Ora, não há partido que resista a tantas divas; acabará queimado às cinzas nesta fogueira de vaidades.
O que o PSDB precisa é assumir seu papel — como bem ensinou o ex-presidente FHC — e este lugar é a DIREITA. Isso mesmo! Existe um imenso vazio na ala conservadora e o PSDB insiste em arrumar lugar na esquerda entulhada pelo PT e outros partidos da linha esquerdista. Deixem as esquerdas com eles. Tem mais: não se preocupem com o PMDB — ele se alinhará automaticamente com a proposta vencedora. Dito isto, o PSDB, Dem, PSD e, acho, o PPS, devem compor um projeto eleitoral, uma meta a ser perseguida, aliás, como fez o PT. O PSDB herdou o Poder a partir do sucesso do Plano Real do governo Itamar, então, nunca precisou fazer muita força para nada. Agora é diferente.
Definida a meta, selecionar os melhores quadros (pessoas) para o cargos eletivos. Vamos esquecer aqueles pré-requisitos idiotas como "ele é o mais competente", "ela é a melhor preparada" e que tais. Não é isso que ganha votos. Política não é a escolha de um CEO para uma empresa, não é a contratação do melhor funcionário para um cargo. Política é o convencimento do eleitorado. Para uma parte dele, de se ter a melhor proposta; para outra, de ser a melhor resposta; e assim vai. Então, em política ganha quem convence mais e melhor. Simples assim!
Com isso, quero dizer que não importa as qualificações técnicas de um Serra se um Aécio for capaz de arrumar mais votos. Escolher Serra para concorrer a uma eleição seria/é dar um tiro no pé. Como disse uma vez o Juca Chaves, "Tem todas as qualidades que desprezo e nenhum dos vícios que admiro." O eleitorado é mais ou menos assim; não votam olhando o currículo de ninguém, votam olhando sua estampa. Alguém aí se lembra da eleição do Collor? Pois é... Então, se o eleitorado quiser Aécio, dê Aécio a eles, porque se vocês derem Serra vão perder com Serra, novamente, pela terceira vez.
Grosso modo, não é preciso ser um "mauricinho", mas é preciso ter estampa. Também não precisa ser competente, basta falar bem e com desenvoltura. E mais importante: não precisa ser uma unanimidade (posto que são burras), apenas que tenha baixa rejeição. Tudo o mais que faltar ao candidato, os partidos que o apoi(ar)am certamente proverão, não necessariamente com pessoas, mas com boas indicações para os cargos certos. Isto é um projeto de Poder duradouro e vencedor.
Para terminar, a campanha de 2014 começa agora, na campanha de 2012. Se, por exemplo, o PSDB perder São Paulo, dificilmente poderá se lançar para a Presidência da República. Garantir a cidade de São Paulo é uma daquelas metas que falei há pouco. O estado já está com o partido, então manter a cidade é a meta imediata a ser cumprida. Serra é um bom nome, mas se ele não quiser, tem que ser o de um aliado forte, no caso Afif do PSD. Lamentavelmente, o PSDB paulista parece não ver as coisas assim ou simplesmente não vê.
Para terminar, a campanha de 2014 começa agora, na campanha de 2012. Se, por exemplo, o PSDB perder São Paulo, dificilmente poderá se lançar para a Presidência da República. Garantir a cidade de São Paulo é uma daquelas metas que falei há pouco. O estado já está com o partido, então manter a cidade é a meta imediata a ser cumprida. Serra é um bom nome, mas se ele não quiser, tem que ser o de um aliado forte, no caso Afif do PSD. Lamentavelmente, o PSDB paulista parece não ver as coisas assim ou simplesmente não vê.
Eis minha receita para uma campanha vitoriosa. De volta ao Poder, (re)fazer as coisas que o País precisa, como privatizações, investimentos em infraestrutura, educação e saúde; porque, até hoje, o PT ainda não desceu do palanque.
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