sábado, 5 de novembro de 2011

Lula está doente

Eu tinha prometido que não iria tocar no assunto da doença de Lula, mas não deu. Em todo lugar que se olha, cada palavra dita ou escrita, sempre vem a referência ao seu câncer. Pois bem, hoje eu achei um excelente texto do Augusto Nunes da Veja que repasso na íntegra para vocês (grifos meus):

Lula pode internar-se onde quiser, desde que pare de mentir sobre o sistema de saúde

Em abril de 2006, em Porto Alegre, o presidente Lula gabou-se de outra proeza hiperbólica: “Eu acho que não está longe da gente atingir a perfeição no tratamento de saúde neste país”. (Passados cinco anos e meio, pode-se presumir que esteja mais que perfeito.) Em novembro de 2009, condoído com as carências do sistema de saúde americano, presenteou o colega da Casa Branca com a solução: “Obama, faça o SUS”. Em janeiro de 2010, ao inaugurar no Recife uma Unidade de Pronto Atendimento, reafirmou que fizera em nove anos o que todos os outros não fizeram em 500: “Eu tava visitando a UPA, e eu tava dizendo que ela tá tão bem organizada, ela tá tão bem estruturada, que dá até vontade de a gente ficar doente para ser atendido aqui”, garantiu. Neste fim de outubro, surpreendido por um câncer, tratou de internar-se no Sírio-Libanês.

Tenho pouco a acrescentar ao excelente resumo da ópera feito por Reinaldo Azevedo. Integrante da reduzidíssima elite de brasileiros providos de muito dinheiro e plano de saúde cinco estrelas, Lula tem o direito de recorrer aos serviços dos melhores hospitais da rede privada. Ao consumar tal opção, contudo, confere a todos os pagadores de impostos o direito de exigir que pare de tentar enganá-los com bravatas, lorotas ou mentiras deslavadas sobre o sistema de saúde. Há bons hospitais e profissionais admiráveis, mas até as golas dos jalecos sabem que os deslumbramentos celebrados por Lula só existem no Brasil Maravilha registrado em cartório. No país real, a busca de socorro na rede pública acaba, com desoladora frequência, na morte sem atendimento.
Este é o cara! Passou por tudo: eleições, mensalões, escândalos e as mais variadas formas de corrupção. Nada disso colou nele (ou no seu verniz de teflon). Bom, já que aqui entre os mortais não há quem lhe faça sombra, penso então que Alguém achou oportuno lhe pregar uma peça. Que lhe sirva de lição, reduza sua arrogância e o melhore como homem. A Natureza é assim mesma, sempre no estilo "não há bem que sempre dure nem mal que nunca se acabe". Pegue o substantivo que lhe aprouver.

Lula só me enganou uma vez e foi o bastante. Não me arrependo nem me envergonho de ter sido enganado, afinal, o erro é inerente ao ser humano. Mas procuro seguir ensinamentos como os de George Santayana (está aí nas pensatas ao lado): "Aqueles que não aprenderam com os erros da História estão condenados a repeti-los."

Eu aprendi!

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