quarta-feira, 30 de novembro de 2011

A Untada*

Só pode ser matéria paga ou o pessoal da New Yorker anda muito mal informado. Leiam a matéria que saiu na Exame Online — grifos meus.

Revista 'The New Yorker' publica artigo sobre Dilma
A matéria contará a história da presidente, com foco na trajetória econômica-social do País e terá o título "The Anointed", ou seja, "A Ungida", em tradução literal


Na avaliação da publicação, o Brasil tem um "orçamento equilibrado",
"dívida pública baixa", "quase pleno emprego" e "baixa inflação"

São Paulo - A revista norte-americana "The New Yorker" divulgou hoje uma prévia de um artigo sobre a presidente Dilma Rousseff que será publicado em sua edição de dezembro. A matéria contará a história da presidente, com foco na trajetória econômica-social do País e terá o título "The Anointed", ou seja, "A Ungida", em tradução literal.

A prévia do artigo ressalta que, até recentemente, o Brasil poderia ser avaliado como uma nação iletrada1 e economicamente instável. O texto destaca, contudo, que a economia brasileira está crescendo mais do que a economia americana e lembra que, na última década, vinte e oito milhões de brasileiros deixaram o nível da pobreza2.

Na avaliação da publicação, o Brasil tem um "orçamento equilibrado", "dívida pública baixa", "quase pleno emprego" e "baixa inflação"3. A publicação afirma também que a taxa de criminalidade é alta e recorda os problemas em infraestrutura, em estradas e portos.

O texto destaca ainda que o governo brasileiro é mais invasivo que o governo norte-americano e relembra os escândalos de corrupção na atual gestão. O artigo ressalta que ninguém acredita que a presidente está envolvida nas denúncias de corrupção, mas lembra que ela trabalhou por anos, durante o governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com algumas das pessoas que demitiu4. A matéria completa sobre a presidente Dilma relatará, segundo o texto prévio, a trajetória política da presidente Dilma Rousseff, inclusive o seu passado na luta armada.

É muita baboseira junta misturada com uma ou outra verdade. Aliás, todo mundo sabe que a grande mídia adoça a fala conforme o jabá que engole. Fosse um pasquim conservador de Iowa e eu daria mais crédito. Mas vamos lá, comento meus grifos.

  1. Poderia, não! O Brasil é uma nação iletrada e tem até certificado oficial da ONU, o IDH. Se quiser saber mais, leia "IDH na era Lula" e o parágrafo final de "O Paraguai é a nossa China, mas estamos longe de ser os EUA".

  2. Quanto aos 28 milhões que saíram da pobreza para o consumo (eita! palavra mágica), não é uma inverdade, apenas resultado pífio. No governo Médici, no início dos anos 70, mais de 35 milhões deram este salto. Vejamos, naquela época o Brasil tinha 90 milhões de habitantes, então o governo retirou 39% da população da pobreza e o fez com emprego e distribuição de renda de fato.
    Já o governo petista-ufanista — à custa de bolsas-esmolas e assistencialismo explícito —, isto é, dinheiros do Erário Público (nosso dinheiro!), remediou 14,6% da população. Como um programa de compra de votos, um sucesso; como um programa de inclusão social, um reles fracasso.

  3. Orçamento equilibrado, dívida pública baixa, quase pleno emprego e baixa inflação — só pode ser gozação! O orçamento é tão bagunçado que o governo precisa criar novos impostos para fechar a conta. Não fosse a DRU, já estaria no vinagre faz tempo. Dívida baixa? Só a nossa dívida interna se aproxima dos 2 trilhões de reais, aquela que paga juros "módicos" de 11,5% a.a. Quanto ao pleno emprego, só se Lula tivesse cumprido sua promessa de campanha, tanto a do primeiro mandato quanto a do segundo; ficou devendo uns 14 milhões de postos de trabalho para nós, mas inchou a máquina pública com alguns milhares de sinecuras para eles. Finalmente, a inflação, dominada no Governo Itamar e FHC, vem subindo e ganhando velocidade ultimamente. Prodigalidade e PT, tudo a ver.

  4. E para terminar, porque isso já está ficando chato, só um idiota completo acredita que num regime presidencialista o presidente não sabe o que se passa a sua volta. Pô! New Yorker, vocês estadunidenses inventaram o presidencialismo, querem que nós acreditemos nisso? Se o seu editor se chama Lewis Carrol eu aviso: a presidANTA se chama Dilma, não Alice; o Coelho Branco é o Zé Dirceu disfarçado e o Chapeleiro Louco é o louco do Lula, que raspou o cabelo e a barba enquanto trata da saúde.

  5. Ah! quase me esqueço. O Houaiss explica:
    Untada
    n adjetivo
    1. que se untou; que sofreu untadura
    2. suja de gordura; besuntada, gordurenta
     

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