sábado, 19 de novembro de 2011

Criminoso: governo incentiva endividamento pessoal para fomentar consumo

Acabo de ler a matéria no Estadão. Só mesmo num curral de ovelhinhas, pastoreadas por lobos, tal ignomínia seria possível. É justamente essa a imagem que me vem à cabeça: 200 milhões de ovelhinhas branquinhas a balir satisfeitas no curral do abatedouro. Leiam alguns trechos (grifos meus):
BC incentiva crédito no momento em que dívida de brasileiro bate recorde
Desde a crise de 2008, a dívida total dos brasileiros saltou 80,7% e o valor das parcelas pagas mensalmente cresceu 60%


BRASÍLIA - O governo volta a incentivar o crédito para o consumo em um momento que, teoricamente, tem ingredientes arriscados: brasileiros nunca deveram tanto e nunca comprometeram parcela tão grande do salário para pagar as dívidas. Desde a crise de 2008, quando o governo aumentou a oferta de crédito para manter a economia aquecida, a dívida total dos brasileiros saltou 80,7% e o valor das parcelas pagas mensalmente cresceu 60%. Enquanto isso, o salário aumentou bem menos: 33,3%.

Dados do Banco Central revelam que o endividamento das famílias está no nível mais alto da história: pessoas físicas devem cerca de R$ 715,19 bilhões aos bancos em operações das mais simples, como o microcrédito e o cheque especial, até financiamentos longos, como o imobiliário e de veículos, passando pelo caro cartão de crédito.

Segundo o BC, cada brasileiro deve atualmente 41,8% da soma dos salários de um ano inteiro, um recorde. Há pouco mais de três anos, quando começou a crise de 2008, brasileiros deviam o correspondente a 32,2% de sua renda de 12 meses.

Pela metodologia usada nesses cálculos, o endividamento é o total das dívidas de uma família em relação à sua renda somada em um ano.

Como pode ser possível, que às portas de uma crise global de grandes dimensões, onde a Europa (ou boa parte dela) pode ir para o vinagre em questão de meses — e com ela o resto do mundo —, nosso (des)governo tome uma atitude dessas para poder arrotar sua empáfia nos fóruns internacionais como aconteceu com Dilma no último encontro do G-20 em Nice, França. É absurdo que se jogue a economia de um país e o futuro do seu povo no lixo apenas para adornar a própria arrogância.

Notem que a situação periclitante da economia das famílias brasileiras é perfeitamente conhecida pelo Banco Central, consequentemente pelo governo. Fossem eles minimamente responsáveis, estariam pedindo à população cautela, especialmente quando se aproxima uma época de consumo desenfreado — o Natal. Tudo indica que será um daqueles Natais em que os "financiadores de campanhas políticas" (banqueiros, grandes lojistas e industriais) farão a festa e as "ovelhinhas" pagarão a conta.

Quando é que haverá uma — ainda que ínfima — reação a esses desmandos? Não dá para esperar as próximas eleições. Alguém precisa subir numa tribuna do Congresso e denunciar mais esse crime.

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