domingo, 1 de outubro de 2017

Redução de 2/3 dos senadores


Senadores serão os Vices do Executivo Federal e Estadual.
Esta proposta está baseada num artigo escrito por Stephen Kanitz — "Precisamos de Três Senadores? Basta Um, o Vice-Governador" (link abaixo). Achei-o primoroso! Raciocínio brilhante! Se concordar comigo, conto com seu VOTO!
Nos Estados Unidos é mais ou menos assim. Lá o Vice-Presidente da República é o Presidente do Congresso, como também já foi aqui, constitucionalmente, até o advento do regime militar. Naquela Carta Magna, "o Presidente do Congresso", isto é, o Vice-Presidente, era o primeiro na linha sucessória da chefia do Executivo.
Cabe uma explicação adicional para que se adote tal modelo em lugar do atual. Senadores não são representantes do povo — a casa representativa do povo é a Câmara dos Deputados. Senadores são representantes do Estado Federado junto à União. Eles devem representar o seu governo estadual, seus interesses, sua política administrativa, seus investimentos etc. O que temos hoje em vigor é uma corruptela da Câmara, quiçá uma câmara com esteroides. Como Kanitz salienta em seu artigo, na maioria das vezes não há sequer compromisso dos senadores com o governo do seu Estado, para não dizer que muitas vezes são opositores. A essência da representatividade senatorial é perdida e o cargo se transforma num fim em si próprio. A medida não visa redução de custos, embora isto seja inevitável. Ela impõe a Federação ao modelo centralista atual, isto é, teremos finalmente Estados-Membros em lugar de Estados-Servos.
De volta à proposta, a Presidência do Senado/Congresso seria do Vice-Presidente da República. A ele caberia a articulação política junto ao Legislativo, sem a necessidade de ministérios e lideranças de governo. A medida não é apenas genial — mérito do Kanitz —, mas é também profilática. Dá sentido ao cargo de vice, alinha a política estadual à federal, cria vínculos entre o titular e seu vice em lugar de disputas e conspirações palacianas, corta gastos, aumenta a eficiência etc. Os estados-membros da União passarão a ser representados por políticos alinhados, o que quase sempre é o contrário. Vice não seria apenas um estepe, um mero substituto, mas um partícipe do jogo político, e nós todos teríamos muito a ganhar com isso.
Há que se perguntar: "O que fazer quando um vice assume o lugar do titular?" Nossa atual Constituição desenha uma linha sucessória que, apesar de parecer justa e honesta, no fim se mostra absurda. Dar um posto executivo a um chefe do legislativo ou do judiciário pode parecer justo e honesto, mas é apenas e tão somente absurdo. A título de exemplo, não se dá a presidência de uma empresa ao diretor de RH ou ao diretor jurídico, mesmo que sejam íntegros, probos e de extrema confiança. Não se dá porque eles não se prestam ao cargo, não é da sua área de atuação. Serão, se assumirem, maus presidentes. Não quero sugerir (ainda) quem seria o novo Vice-Presidente quando este assumir a titularidade do cargo, mas nos Estados Unidos da América, o recém empossado escolhe uma pessoa de sua confiança e ele (ou ela) é empossado. Simples assim. Na verdade, dá-se o mesmo antes da campanha eleitoral. O candidato a presidente escolhe seu vice.
Finalmente, a proposta acima descrita seria também estendida aos governos de cada Unidade da Federação, com a diferença que os vices seriam Senadores em Brasília (1 por UF), que poderiam retornar ao seu estado para assumir o cargo executivo em caso de vacância. Também nesse caso os recém empossados indicariam um novo Vice para assumir seu posto como Senador e primeiro (e único) na linha sucessória.
Àqueles que possam estar equivocadamente indignados com o fato do novo vice não ter sido "votado" pelo povo, volto a lembrar-lhes que Senadores não são representantes do povo, mas dos Estados. Eles seriam como "Ministros das Relações Exteriores" de cada um dos estados membros e com a responsabilidade da substituição eventual do titular.
 
Links:

quinta-feira, 13 de abril de 2017

Manifesto à Nação


Impõe-se a mobilização da sociedade por uma Constituinte originária e independente

Modesto Carvalhosa, Flávio Bierrenbach e José Carlos Dias
O Estado de S.Paulo
09 Abril 2017 | 05h00

Os constantes escândalos comprovam a inviabilidade do vigente sistema político-constitucional. Ele representa um modelo obsoleto, oligarca, intervencionista, cartorial, corporativista e anti-isonômico, que concede supersalários, foros privilegiados e muitos outros benefícios a um pequeno grupo de agentes públicos e políticos, enquanto o resto da população não tem meios para superar a ineficiência do Estado e exercer seus direitos mais básicos.

A Constituição de 1988 transformou a burocracia num obstáculo perverso ao exercício da cidadania. Ela é fruto de um momento histórico bastante peculiar, o fim de um regime de exceção, que não corresponde mais à realidade do Brasil; representa um conjunto de interesses e modelos que já em 1988 estavam em franca deterioração no mundo civilizado.

domingo, 2 de abril de 2017

O avesso do avesso, ou: 'FHC é mais do mesmo'


Quando menos se espera ele aparece e ataca. Com aquele jeito meigo e terno de colomba bianca e alma de carcará, FHC não perde a oportunidade de desenterrar o defunto político do esquerdismo e do globalismo.

Hoje, bem cedo, abro os jornais e deparo com sua coluna publicada tanto n'O Globo quanto no Estadão. Está lá para quem quiser ver e ler um longo e tedioso texto sobre mais do mesmo. Não, não vou reproduzi-la aqui. Tomaria quase todo o meu espaço e, certamente, toda a paciência do leitor. Vou limitar-me a excertos entre os quais entremearei meus pitacos. Aos de muita paciência publicarei os links para a íntegra nos dois jornais. O texto e o título são os mesmos, mudam-se apenas os sub-títulos.

Assim arrulhou a colomba bianca (o crocitar do carcará está nas entrelinhas) — grifos meus:

quarta-feira, 29 de março de 2017

A Carne Fraca e a desonestidade intelectual


Eu já disse aqui — e por mais de uma vez — que apoio a Polícia Federal 100%, especialmente depois da narrativa grotesca que boa parte da mídia nacional adotou. Resumidamente, essa mídia tratou a Operação Carne Fraca como "espetaculosa", "autoritária", "desmesurada", "inábil" etc. Não concordo com nenhum desses depreciativos e volto a repetir: A PF cumpriu seu papel. Se tal cumprimento afetou os mercados internacionais de carnes é por culpa exclusiva das más práticas de frigoríficos exportadores. Ponto.

sábado, 25 de março de 2017

Diferenciando escroques


Li no jornal Valor de 24 de Março a seguinte nota (grifos meus):

'Temos que responder quanto custa a democracia e quem paga', diz FHC

sexta-feira, 24 de março de 2017

Até quando pagaremos a conta?


Acabo de ler o seguinte editorial de O Globo que repasso a vocês (grifos meus):
Volta-se ao erro de mais impostos para evitar cortes
A possibilidade de aumento de impostos já tinha sido mencionada, mas, diante da esperada — e correta — reação negativa, foi recolhido o balão de ensaio. O próprio presidente Michel Temer admite a inconveniência, assim como o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles. “A decisão de aumentar impostos no Brasil não é trivial, a carga (tributária) brasileira é muito alta", reconhece o ministro.

A charge do Amarildo — A resposta de Janot

Ele pode até ser lerdo na lida…


quinta-feira, 23 de março de 2017

Eu queria falar sobre o atentado de Londres, mas…

Ontem eu fui irônico ao criticar o jornalismo de modo geral e o jornalismo de opinião, em particular, porque acredito que jornalismo e opinião são coisas bem distintas ainda que este último possa vir a ser consequência do primeiro. Se posso me explicar melhor, não cabe ao jornalista dar ao público sua opinião sobre uma notícia. Ponto. Quem deve fazer juízo de valor sobre a coisa informada é o público e ninguém mais. Opinião dada por quem dá a notícia e igual a elogio em boca própria: vitupério! Equivale a dizer ao público "vocês são muito burrinhos para entender, então vou explicar", ou algo assim. Como piada explicada, não tem graça.


quarta-feira, 22 de março de 2017

Pelo "Estatuto do Desmicrofonamento"


Sempre me implicou a leviandade com que "repórteres", ou "jornalistas", ou "colunistas" abusam dos meios de comunicação de massa. Não, eu não estou me referindo à mídia impressa, já que o mal causado por este meio está circunscrito a uma minoria que sabe ler e escrever — e quero com isso me referir a pessoas que conseguem entender o que foi escrito —, não apenas "ler de carreirinha" como queria Zeca Diabo e como fazem os milhões de analfabetos funcionais, todos diplomados pelo MEC.

segunda-feira, 20 de março de 2017

Carne fraca e sem vergonha


Acho que não preciso explicar o que vem a ser a Operação Carne Fraca da Polícia Federal. O assunto não é outro há vários dias, então vamos economizar palavras. Na Internet também não há outro assunto, seja no WhatsApp, nas redes sociais, nas listas de e-mail ou na mídia eletrônica, não há um só dia sem referência à operação da PF.

sábado, 18 de março de 2017

Minhas impressões sobre a eleição presidencial na França


Confesso que me encontro afastado dos assuntos europeus. Minha última opinião, salvo falha de memória, foi em relação ao Brexit. Mas hoje, uma manchete do jornal Valor — equivocada a meu ver — assinalava uma aproximação do candidato Macron em relação à Marine Le Pen, a candidata que tira o sono da elite globalista europeia.

Resolvi escovar meu claudicante Francês e passei os olhos pelo Le Monde, Le Figaro e por algumas publicações alternativas. Do primeiro uma interessante lista alfabética (pelo sobrenome) dos onze candidatos, duas mulheres e nove homens que disputam o trono francês.

N. B.: as classificações de viés político são minhas, e não aquelas eventualmente declaradas pelos candidatos. (grifos meus)

sexta-feira, 17 de março de 2017

Lista fechada e financiamento público são inconstitucionais


Existe muita conversa e pouca substância legal nas alegações de que estaria sendo urdido no Congresso um movimento para se legalizar o financiamento público exclusivo de campanhas eleitorais, em resposta à proibição, pelo Supremo, do financiamento privado de pessoas jurídicas, isto é, de empresas.

É preciso, antes de mais nada, explicar as razões que levaram o STF a proibir o financiamento por empresas. Empresas não são pessoas e uma eleição nada mais é que a manifestação expressa de pessoas físicas que detêm o direito de votar e serem votadas. Essas pessoas também são conhecidas como cidadãos de plenos direitos