terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Krugman é "oba-oba-Obama" desde menininho

É preciso ser no mínimo atrevido para criticar um laureado pelo Nobel, mas nunca dei muita bola para títulos e comendas, ainda mais para o Nobel. Então, não restam dúvidas quanto a minha impertinência em criticar Paul Krugman, economista e colunista do Estadão. Leio suas colunas com frequência, as versões traduzidas e as originais em Inglês, ambas igualmente insípidas e superficiais — Krugman deve ser melhor fazendo outra coisa. Abaixo, sua última coluna no Estadão, grifos meus.

A exposição dos Estados Unidos à Europa

Paul Krugman


Hoje é fato aceito que o destino da economia dos Estados Unidos nos próximos três trimestres – e também as chances de reeleição de Obama – dependem dos eventos na Europa. Portanto, talvez seja um bom momento para expressar um certo ceticismo.

O mapa acima – tirado daqui – nos revela que no total, as exportações para a Europa representam apenas 2% do Produto Interno Bruto (PIB). Alguns Estados, particularmente a Carolina do Sul, estão mais expostos (possivelmente por causa de fábricas de montadoras europeias instaladas lá). Mas, de qualquer maneira, Obama não vencerá na Carolina do Sul. E num sentido mais amplo, mesmo uma queda brusca das exportações para a Europa só terá um pequeno impacto direto sobre a demanda.

OK, um alerta: a medida acima é apenas das exportações de produtos, e devemos aumentar a porcentagem talvez em 25% para levar em conta os serviços. Além disso, as exportações não são o único canal: se a situação na Europa provocar um evento tipo Lehman, transtornando os mercados financeiros em todo o mundo, tudo muda completamente.

E preciso dizer que existe um quebra-cabeça antigo envolvendo os ciclos econômicos em todo o mundo – as economias funcionam em sintonia mais do que é explicado pelos vínculos concretos em forma de exportações.

Com tudo isso, no entanto, ainda é bastante duvidoso se a iminente recessão na Europa terá realmente um impacto muito negativo aqui. Uma desvinculação não se sustentou em 2008-2009, mas foi um desastre memorável. Desta vez pode ser diferente.

Fiquei com clara impressão desse artigo ser uma opinião tendenciosa do autor sobre o assunto tratado — a crise europeia —, mas pode ser apenas uma impressão. Na minha imodesta opinião, Krugman erra ao separar a crise iniciada pela falência do Lehman Brothers (2008-2009) da atual. Na verdade, a crise europeia atual é a extensão da outra, ou ainda melhor, consequência dela.

Isto porque a Europa (leia-se bancos europeus) está entre os principais credores dos títulos da dívida imobiliária americana (i.e. subprime). Na mesma linha, ainda existem muitas dúvidas na, digamos, pseudo-estatização da Fanny Mae e da Freddy Mac, as principais operadoras do mercado imobiliário americano, salvas da falência — dizem algumas línguas — por influência direta da administração Obama. Se a Europa anda no fio da navalha, então os EUA deveriam se preocupar sim senhor, até porque não há China que chegue para todos.

Fica, então, um travo de oportunismo eleitoreiro no ar ao se ler o artigo. Na opinião das tais línguas mencionadas no parágrafo anterior, e na minha, os Estados Unidos da América estão cada vez mais a cara do Brasil... Eu, hein! Seria a obamização da América igual a lulalização do Brasil? Se for, eles então sífu (royalties para "Nosso Guia"), que nem nós aqui.

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