terça-feira, 14 de agosto de 2018

Pitacos nas Eleições 2018 #10


A Mídia em Desespero

Passando os olhos rapidamente pelos noticiosos eu me deparo com este editorial do Estadão de hoje do qual grifo algumas partes que comentarei a seguir:

Um voto irracional

Uma parte da elite empresarial do País começa a declarar publicamente sua intenção de voto em Jair Bolsonaro (PSL) para a Presidência da República

O Estado de S.Paulo 14 Agosto 2018 | 03h00

Uma parte da elite empresarial do País começa a declarar publicamente sua intenção de voto em Jair Bolsonaro (PSL) para a Presidência da República. O que antes era um apoio silencioso e um tanto envergonhado vai ganhando porta-vozes desinibidos. A unir esses empresários está não o liberalismo postiço de Bolsonaro, inventado somente para tornar menos difícil declarar voto em quem é tão identificado com o estatismo, o nacionalismo e a repressão que marcaram a ditadura militar, mas a presunção de que o ex-capitão, por ser quem é, será capaz de implodir o atual sistema político. (Vide 1)

Para os empresários que se dizem bolsonaristas, é preciso acabar com o presidencialismo de coalizão, em que o presidente precisa fazer acordos muitas vezes fisiológicos com diversos partidos para conseguir votos. Fosse o candidato do PSL capaz desta proeza, mereceria o apoio dos brasileiros de boa-fé. (Vide 2)

Que o deplorável presidencialismo de coalizão é o sintoma mais evidente da submissão da política a interesses paroquiais não se discute. A distribuição de verbas e cargos para angariar apoio no Congresso torna praticamente impossível que o Executivo forme um Ministério com os melhores nomes possíveis, devido ao loteamento entre os apaniguados de partidos aliados. Ademais, a governabilidade fica sempre na dependência da habilidade do presidente de manter a capacidade de barganha. (Vide 3)

Não admira que esse sistema, levado a extremos nos governos do PT, cujos escândalos do mensalão e do petrolão foram seu corolário, tenha causado tanta revolta - especialmente entre os que trabalham e pagam impostos. O processo que levou ao impeachment da presidente Dilma Rousseff, embora baseado nas criminosas “pedaladas fiscais”, foi politicamente impulsionado pela sensação, compartilhada por milhões de brasileiros que foram às ruas protestar, de que o País estava sendo tomado de assalto por uma quadrilha política. (Vide 4)

O afastamento da petista acendeu a esperança de que o sistema fosse afinal se regenerar, mas, para uma parte considerável da opinião pública - na qual se encontram os empresários bolsonaristas -, os desdobramentos foram frustrantes. Generalizou-se a sensação de que todos os políticos são corruptos, entre outros fatores, pela imprudência de alguns dos integrantes da Operação Lava Jato, que trataram tênues suspeitas como provas cabais, e pela lamentável atuação da Procuradoria-Geral da República especialmente no caso das denúncias ineptas, porém escandalosas, contra o presidente Michel Temer. (Vide 5)

Diante da percepção de que o sistema é de difícil regeneração - pois exige uma ampla reforma política que, entra ano, sai ano, ninguém consegue fazer -, gente como Bolsonaro passou a ser vista a sério como opção, por ser identificado como alguém avesso a fazer os conchavos políticos que a maioria da população não compreende e repudia. Sua candidatura desligada dos grandes partidos e relacionada a uma nostalgia da ditadura - idealizada como um tempo de “ordem” garantida por militares incorruptíveis - ganhou ares de alternativa viável para os que consideram que o sistema é irremediavelmente corrupto e indiferente ao destino do País. (Vide 6)

O trágico é que alguns desses empresários que declaram voto em Bolsonaro admitem que o ex-capitão não tem mesmo capacidade para ser presidente da República. Mas, para eles, isso não é importante. O importante é que a eventual vitória de Bolsonaro representaria a ruptura com “o modelo que está aí”, nas palavras de um dos empresários desse movimento, cuja crescente mobilização foi noticiada pelo Estado. (Vide 7)

Até onde se tem conhecimento, nenhum desses empresários parece saber ao certo o que virá depois dessa projetada ruptura. Mas não é difícil imaginar. Sem partido, com um discurso desagregador e antidemocrático, adepto de soluções que privilegiam a violência e - o que ele mesmo admite - um rematado ignorante dos principais problemas econômicos do País, Bolsonaro criaria tal confusão e tensão que o ambiente de negócios, já muito difícil, se tornaria totalmente hostil. Donde se conclui que esse movimento de empresários em favor de tal ruptura carece absolutamente de racionalidade. Pois Bolsonaro não tem como fazer a reforma política e muito menos como sanear as finanças públicas e reativar a economia. (Vide 8)

 

Meu pitaco:

O Brasil já tem seu "Oráculo de Delphos" e ele se chama Estadão. A empáfia, a arrogância e a prepotência das assunções deste editorial são tamanhas que fico a me perguntar onde esteve este jornal todo esse tempo? Ora, está claro que eles não apenas sabem quais são os nossos problemas como detêm todas as soluções. Basta ler para ver. Nosso erro, está implícito, é não comprar o diário nas bancas. Doravante, quando quisermos afirmar que este ou aquele acontecimento era inevitável, repetiremos mesmerizados "Estava escrito no Estadão." em lugar de "…nas estrelas."

Seguem os comentários dos meus grifos, pela ordem:

  1. Interessante notar que todos os qualificadores da frase grifada, apenas dois seriam elogiosos em minha opinião: liberalismo e nacionalista. O primeiro veio adereçado de "postiço", o segundo claramente derrogatório, como se o compromisso com a Nação fosse um defeito. E os demais? Ora, Bolsonaro tem tanto a ver com o regime militar quanto eu. Comparando nossas idades, ele teria uns 15 anos no tempo do governo Médici e assuntos como guerrilha armada, sequestros e atentados não estavam entre suas prioridades, certamente não nas minhas. Assim posto, os empresários apenas veem nele a ÚNICA chance de romper com o status quo, até porque os demais candidatos ou são favoráveis ao establishment ou não têm chances de vir a combatê-lo.
  2. Nossas mazelas vieram com a Constituição de 88. Gestada para um estado parlamentarista, parida por deputados e senadores, ela foi feita para servir aos interesses destes "senhores", nunca ao povo. "Traídos" pelo plebiscito que definiu a forma de governo presidencialista, virou um Frankenstein. Temos nela todos os defeitos do parlamentarismo — e do presidencialismo — sem os seus benefícios. Uma jabuticaba. Esta situação é extremamente maléfica para os negócios, para a iniciativa privada, e não há meio-termo, não há meia-sola para este sapato. A solução é jogar fora o velho e fazer um novo e para tal não há alternativa melhor que os culhões do Capitão.
  3. Aqui há pouco o que se comentar. Uma frase que justifica a governabilidade com a capacidade de barganha do presidente é auto-explicativa. Uma tal política não deveria ser afeita a um governo de um país, mas à gestão de gangues que é exatamente o que temos lá.
  4. A ira da sociedade manifesta nos protestos populares que levaram MILHÕES de brasileiros às ruas, por todas as cidades do país, das metrópoles até a menor das vilas, SÓ FOI OUVIDA por Bolsonaro. Ele é o único dos candidatos que deu ouvidos ao clamor popular. TODOS os demais têm suas teorias sobre bulas e ampolas, mas foi o Jair que resolveu dar ouvidos ao paciente. Será por isso que ele está em 1º nas pesquisas?
  5. Imprudências da Lava-Jato? O Estadão resolveu culpar a Lava-Jato pelo maior caso de corrupção da História da Humanidade? Mas que porcaria de imprensa é essa? Não fosse a Lava-Jato, a Polícia Federal, o Ministério Público Federal e gente como Sérgio Moro, e hoje Lula estaria praticamente eleito para presidir o país que se tornaria em breve na nova Venezuela do Sul. E sim, em linhas gerais, TODOS os políticos são corruptos sim, com raríssimas e honradíssimas exceções. Dobre a língua bífida, Estadão!
  6. E "gente como Bolsonaro" é levada a sério por gente séria que veem sendo tapeada há anos por espertalhões como vocês da mídia. Não temos outros interesses como tem o Estadão, a Folha e o Globo. Nossas necessidades nem são tão grandes assim. Queremos poder sair de casa sem o risco de sermos assaltados e mortos por conta de um celular de 500 reais; queremos poder investir em um negócio que proverá nosso sustento, quiçá nossa riqueza, e que ainda possa dar emprego e renda para outros de nossa comunidade; queremos a certeza que nossa propriedade será respeitada, livre dos riscos de uma invasão e do vandalismo do MST, do MTST e outros grupos terroristas. Novamente, o único que subscreveu esta pauta atende pelo nome de Bolsonaro.
  7. E não há tragédia alguma em se duvidar da capacidade do Capitão. Aliás, ele é o primeiro a reconhecer que não é nenhum MESSIAS, apesar do nome. Os outros candidatos, bem ao contrário, têm a receita certa e infalível para nosso caos. TODOS os seus antecessores TAMBÉM tinham, mas nenhum deles deu resultado, ou dará. O melhor, o correto e o HONESTO é dizer a verdade de saída. "NÃO SEI, mas vou por uma pessoa que sabe para fazer" , que é o que está convencendo o país a votar nele. Humildade também conta, e muito.
  8. O último vaticínio do Estadão é patético. Nada, nada mesmo, de tudo o que está no Editorial aponta para aquela conclusão. Aliás, todo o Editorial não passa de devaneios e achismos — conversa de botequim. O texto nem mesmo se presta à desconstrução do candidato já que não dispõe de um único fato em que possa se apoiar. Bem ao contrário, por sinal, pois os argumentos derrogatórios foram todos, a meu ver, elogiosos. O Estadão está deveras perdido.

 

Conclusão:

Este choro patético do Estadão, essa birra da mídia, só vem mostrar que já não são o Quarto Poder. O mundo deu voltas e a mídia como a conhecemos já não é mais a mesma. O candidato líder nas pesquisas é de um partido nanico, sem verba e sem tempo de TV e rádio, e pasmem, não está nem aí. O candidato do establishment — Alckmin —, com todo o tempo, verbas e a capilaridade partidária do Centrão ainda está empacado nos 9%. O que está a acontecer aqui nem é novidade. No grande país do Norte, mutatis mutandis, deu-se o mesmo.

Quando disse há coisa de um mês que Bolsonaro parecia ser o nosso Trump, não me referia ao poder econômico ou partidário dele. Eu me referia à luta que o Trump precisou travar para chegar aonde chegou. Trump lutou não apenas contra o governo Obama e o Partido Democrata, mas lutou até mesmo contra os Republicanos, seu próprio partido. Não fosse o bastante, ele lutou empedernidamente contra a imprensa, contra a mídia que lhe era amplamente desfavorável. Ele lutou e venceu porque sabia que tinha a população ao seu lado, que no fim é o que conta. Hoje, seus detratores estão contritos, cabisbaixos e com o rabo entre as pernas a mendigar uma atenção do Presidente. Já sabem que ele se reelegerá e muito provavelmente fará seu sucessor. Trump trumpou a todos, mas sua maior vitória foi contra a mídia!

Aqui as coisas não parecem ser diferentes e não há nada de irracional neste voto. O povo cansou e quer mudar. Cansamos dos conselhos dessa imprensa servil, sabuja; cansamos das suas fake news e opiniões de almanaque. Uma após outra, essas falsas Cassandras quebram a cara na vã tentativa de influenciar os destinos da Nação. Só lhes restou A FRAUDE. Números de pesquisas ligadas aos informativos mostram-se claramente manipulados e inconsistentes. Jornalistas são pegos em tietagem explícita de candidatos anti-bolsonaro e matérias como esta do Estadão pipocam em revistas, jornais, rádios e TVs sem eco. A Veja, joia da coroa da Abril, está falida. O grupo está demitindo mais de 500 jornalistas e encerrando uma dezena de publicações. Não é diferente com jornais, TVs e rádios. É o dernier cri da mídia que morre, o último grito de um falso poder em desespero.


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