quinta-feira, 16 de agosto de 2018

Pitacos nas Eleições 2018 #12


No meu último artigo eu fiz uma análise da última pesquisa do Instituto Paraná (TSE nº BR-02891/2018), comparando-a com a pesquisa anterior do mesmo instituto (TSE nº BR-00884/2018). Gosto das pesquisas deste instituto porque são as mais técnicas e isentas disponíveis. IBOPE, DataFolha, Vox Populi, entre outros, são abertamente tendenciosos, variando apenas o grau de desvio, daí minha preferência pela empresa do Murilo Hidalgo.


Independente do que nos indicam as pesquisas, a pergunta que todos se fazem é "O que vai acontecer se (nome do seu palpite) se eleger?" Bom, ao menos esta é a pergunta que eu me faço todos os dias…


Avaliando as opções

As pessoas irão às urnas em Outubro e não é difícil imaginar quais seriam os candidatos passíveis de vencer o pleito, não importando se no 1º ou 2º turno. Seria um desses 4 (pela ordem) aos quais adicionei o candidato-poste do PT:

 

  1. Jair Bolsonaro
  2. Marina Silva
  3. Ciro Gomes
  4. Geraldo Alckmin
  5. Fernando Haddad


Independentemente dos índices de aprovação de cada um, podemos intuir o que cada um deles faria no exercício do poder. Haddad seria uma Dilma de calças, nada além. Sua gestão à frente da Prefeitura de São Paulo me autoriza a fazer esta afirmação sem medo de errar. Aliás, não foi por sua "boa gestão" que ele foi destroçado por um outsider (João Dória) logo no 1º turno. O recado da população paulistana foi claro: "Não queremos você!"


Continuando com este raciocínio, eu também acredito que a população brasileira minimamente informada também quer algo diferente, um novo corte no baralho. Já está claro que Haddad não é este nome. Como candidato-poste ele só receberá o voto ideológico e/ou o voto idiotizado, aquele produto do assistencialismo estatal petista.


Alckmin e Ciro não são novidades, bem ao contrário. Alckmin governou São Paulo por quase 14 anos (não consecutivos). Não foi um desastre, bem ao contrário, mas deixou o governo com apenas 36% de aprovação, denúncias de corrupção e sob investigação. Ciro participa do governo federal desde Itamar, de quem foi ministro-tampão da Fazenda e também ministro no governo Lula. Também foi governador e prefeito no seu estado, o Ceará. Guardando as proporções, ambos têm currículo para o cargo, porém serão mais do mesmo que aí está, isto é, nenhuma mudança.


E chegamos à Marina. Se há um candidato que ninguém pode tecer qualquer afirmação, por mínima que seja, é ela. Ela própria se define como sonhática, então já a vejo subindo a rampa do Planalto ao som de Imagine, tocada e cantada pelo próprio John Lennon reencarnado especialmente para a efeméride, claro, na eventualidade da sua eleição. Ela será certamente uma novidade, nenhuma dúvida quanto a isso, atenderá aos anseios de uma boa parcela do voto ideológico de esquerda e do eco-voto, mas nem mesmo seus mais fieis seguidores saberão dizer quais são suas propostas e soluções para os problemas do país. Marina é isso, fátua, pura fumaça.


Por fim, Bolsonaro. Você pode não gostar dele , achá-lo tosco, despreparado, mas depois de 27 anos de vida pública não há um único processo ou denúncia contra ele por corrupção, prevaricação, concussão ou outros crimes afins ao serviço público. Então ele pode não agradar à primeira vista, mas a despeito da aparência, você não vai se sujar se encostar nele. Quais dentre os outros candidatos, com chances de disputar o cargo, podem oferecer o mesmo?


E a governabilidade?

Esta falácia da governabilidade vem desde os governos FHC. Foi ele quem criou essa mentira de que todo governo precisa de maioria no Congresso para poder governar. Repito, é mentira! Por exemplo, Itamar não tinha maioria e não apenas governou mas conseguiu aprovar o Plano Real e iniciar as privatizações em seu curto governo de dois anos. Seu segredo foi tornar público os projetos e ações do seu governo, deixando claro a todos que a consecução daquelas ações de interesse público dependia da aprovação do Congresso. Em outras palavras, se nada acontecesse não seria por sua falta, por sua inação, mas pela omissão do Legislativo e se há uma classe que não quer ser responsabilizada por nada ruim é a classe dos fazedores de leis.


O "presidencialismo de coalizão", cujo resultado direto seria a tal "governabilidade", foi gestado apenas como pretexto para a compra de votos por FHC para a emenda constitucional da reeleição do Executivo, ou seja, para se dar o direito (ilegítimo, no seu caso particular) de se reeleger, FHC criou a tal falácia. O pior é que a mentira pegou. Todos morrem de medo do futuro governante não ter maioria ou diálogo com o Legislativo. Balela!


ATENÇÃO PESSOAL! NÓS NÃO ESTAMOS NUM PARLAMENTARISMO! Tudo bem que nosso presidencialismo é meio mambembe, como tudo mais aqui, mas graças ao bom Deus nós não somos parlamentaristas. Nosso modelo é o dos três poderes. Um governa, outro legisla e o terceiro julga, cada um no seu quadrado como se usa dizer. Quando um poder se amazia com outro, a tal coalizão, NASCE A CORRUPÇÃO! Lula pode ser o político mais corrupto da História, mas o Pai da Corrupção tem nome e sigla: Fernando Henrique Cardoso — FHC.


Assim dito e explicado, Bolsonaro já não fica tão feio. Eu também confesso que ele nunca foi minha primeira opção, mas aquelas que foram não ensaiaram sequer um voo de galinha. Não por culpa delas, bem entendido, mas pelas circunstâncias. O fato é que ele representa uma firme determinação em mudar o status quo e seus apoiadores o avalizam graciosamente.


Ele também soube reconhecer o que apertava o calo dos brasileiros como nenhum outro. Foi direto e reto, como no caso da segurança pública que uso como exemplo aqui. Não adianta ficar enganando a população com promessas que nunca serão cumpridas. Não adianta prometer segurança ao homem do campo sabendo que não há a menor chance de defendê-lo no caso de uma invasão. E o que ele propõe? "Armem-se e aguentem até a polícia poder chegar com o socorro" . Vale o mesmo para o citadino. Raciocínio simples e perfeito, até porque hoje a polícia só comparece para contar as vítimas da bandidagem. Eu sou pela mudança e não acredito que isto possa por em risco uma pretensa governabilidade idiota.


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