Ontem assisti a um pequeno trecho do programa "Painel" de William Waak, pela GloboNews. Participaram do programa Márcio Pochmann, professor de economia da Unicamp (PT); Sérgio Fausto, cientista político e diretor-executivo do Instituto Fernando Henrique Cardoso (PSDB); e Eduardo Giannetti, economista que colaborou com o programa de Marina Silva.
No pouco que pude ver do programa — assisto à TV cada dia menos, e ganho muito com isto —, PT e PSDB se esmeraram na arte de mistificar e turvar a visão, os ouvidos e a compreensão do cidadão comum. Frases como a de Márcio Pochmann ao afirmar que "a economia aqui está ruim porque está ruim em todo o mundo" deveriam lhe valer a perda da cadeira de "professor" na Unicamp, o que sabemos não acontecerá. E ele ainda foi além. Afirmou que por conta dessa "crise econômica mundial os Estados Unidos SÓ cresceram 3%", na verdade 3,5%. Apesar dos muitos títulos catedráticos que ostenta, Márcio parece não sabe avaliar grandezas, algo frugal para qualquer subginasiano. Três por cento de uma economia de mais de 17,5 trilhões de dólares é um crescimento impressionante. Aliás, é bom salientar, os Estados Unidos da América só cresceram 3% porque vêm de uma recuperação da queda que tiveram com a "crise da marolinha" de 2008, daí taxa tão expressiva.
Pochmann também errou ao afirmar que a economia americana cresceu apenas 30% do que crescia antes de 2008. "Menas" verdade. Na década de 1999 a 2008, o maior crescimento do PIB americano foi de 4,8% (1999) e a média de crescimento ficou por volta de 2,5%. Não sei onde Pochmann retira seus dados. Os do Banco Mundial são facilmente obtidos pela Internet. Malversar números parece ser mesmo uma qualidade petista.
Grandes economias como as dos EUA, Japão e parte da Europa têm crescimento vegetativo. Isto ocorre pelo simples fato de que o que há por lá fazer já foi feito ou está muito próximo de sê-lo. Num mundo cada vez mais globalizado as trocas geram poucas transferências reais de riqueza. Somos nós que precisamos, por razões opostas àquelas, crescer a taxas superiores a 5%, quiçá 10%, o que malgrado não estamos conseguindo nem mesmo nos nossos sonhos. Apesar das "pedaladas" e da criatividade manteguiana, conseguimos a proeza de encolher. Tamanho feito econômico nos intitula para a Grande Medalha do Mérito Petista, o "Nobel" da incompetência.
E o PSDB, digo, o efeagacista Sérgio Fausto? Bom, quem pensou "ficou no muro", acertou. Uma cadeira vazia seria mais eloquente que o tucano. Sua mais enfática contribuição foi em defesa do PT. É isso mesmo! O PSDB só se afirma com veemência em defesa do PT. Sérgio marcou "uma certa posição" contra a "setores minoritários que têm vocalizado a frase 'extinguir o PT', pelos erros que cometeu por intermédio de suas lideranças" e blá, blá, blá. Ora, é a Lei que diz que partidos NÃO PODEM estar vinculados a organizações internacionais (e.g. Foro de São Paulo), assim como NÃO PODEM ser financiados por dinheiro estrangeiro (e.g. SBM Offshore, FARC, Venezuela e Cuba), dois casos emblemáticos que estrelam o currículo do PT. Sérgio deveria consultar a lei antes de marcar posição.
Fato não tratado na entrevista — apesar de Pochmann acusar a "oposição" de não aceitar o resultado das urnas —, foi JUSTAMENTE O OPOSTO. O PSDB aceitou! E o fez bovinamente: aceitou como válido o resultado de uma eleição FRAUDADA. O simples fato da apuração (dos votos contidos nas urnas "não-auditáveis", é bom salientar) ter sido feita em sala fechada, sem a presença de fiscais de nenhum partido, e à qual somente 27 pessoas indicadas pelo ministro do TSE Dias Toffoli — o ex-advogado do PT — tiveram acesso, já é suficiente para a suspeição do resultado, qualquer fosse ele.
A conclusão a que se chega — e Waak chegou a sugerir isso no programa —, é o estado de inviabilidade político-econômico a que o país foi levado nesses 13 anos sob a gestão e influência lulo-petista. PT e PSDB podem se digladiar à vontade sobre quem tem razão e/ou competência para tal tarefa, mas a verdade é que estaríamos bem melhor sem ambos. Nem PT, nem PSDB! O Brasil precisa, urgentemente, de algo novo, novo e honesto.
Não ia falar sobre o Giannetti porque quase não houve nada de relevante para falar, mas vamos lá. Ele pensa que os acontecimentos atuais e passados não são suficientes para se instaurar um processo de impeachment — não haveria fato concreto —, mas ilustra com o último (e longamente esperado) balanço da Petrobrás onde a empresa admitiu 6 bilhões de reais em perdas por CORRUPÇÃO, sem mencionar perdas ainda maiores (15,6 bilhões) por pura MÁ ADMINISTRAÇÃO.
Ora, sabendo-se que da presidência até certos postos de gerência da estatal, e de todo o Conselho, FORAM e SÃO preenchidos por indicação política da governanta, do seu ministério, ou dos capos dos partidos DA BASE de apoio do governo, não seria TAMBÉM DELES A RESPONSABILIDADE pelos maus resultados?
Para uma empresa que apresentava lucros sucessivos de mais de 20 bilhões/ano, por mais de 5 anos, um resultado negativo de 21,6 bilhões é indício de FRAUDE, MÁ GESTÃO e MÁ FÉ PÚBLICA, razão pela qual a SEC dos Estados Unidos a está investigando, e a nave vai para o abismo. Giannetti não vê fato relevante algum. Enquanto todo mundo olha abismado para o maior caso de corrupção da História da Humanidade, Giannetti ainda procura por um Fiat Elba. Bem que desconfiei dos seus óculos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Todos os comentários são bem-vindos — inclusive anônimos —, sejam para criticar, corrigir, aplaudir etc. Peço apenas que sejam polidos, pertinentes à postagem e que não contenham agressões ou ofensas.