quinta-feira, 28 de maio de 2015

Vergonhoso e constrangedor - 5


Certas coisas são tão vergonhosas, tão pusilânimes, que eu sinto vergonha não por mim, mas pelos outros. O que se segue é uma dessas...

Leio no blog do Rodrigo Constantino algo que vai atrapalhar meu almoço de hoje, mas não me furtarei de dar minha opinião a respeito. O caso em questão se passou na biblioteca do Colégio Estadual Dom José de Haas, no município de Araçuaí, Minas Gerais; gravado em vídeo — acredito — por apoiadores do achacador.


Não sei as razões que levaram o "aluno" a tal comportamento. Quais fossem, não se justificariam. Ponto.

Não faz assim tanto tempo, fui convidado a lecionar. Convites me foram feitos, e não só de faculdades, a maioria por ex-professores. E foi justamente por considerar minha reação a cenas como as do vídeo acima que me demoveram da empreitada. Um biltre como aquele do vídeo não riria jamais na minha cara, jamais me dirigiria tais impropérios, jamais sequer me tocaria; não impunemente. E digo isso a despeito da malta "politicamente correta" que patrulha gente como esta professora ou a mim.

Eu sou de um tempo em que alunos se levantavam quando um professor(a) adentrava a sala de aula. Este ritual se repetia a cada um deles, sempre em sinal de respeito. Também era comum fazer uma prece, especialmente na aula de abertura do dia de estudos. Sei que muitos podem torcer o nariz para tais rituais, mas minha geração que cresceu e estudou assim pode dizer que ofertou gente muito melhor para a nossa sociedade. E não pensem que digo isto com orgulho ou saudosismo — digo-o com TRISTEZA.

O Estatuto da Criança e do Adolescente, vulgo ECA, grande formador legal de CRIMINOSOS juvenis, é um dos responsáveis por este estado de coisas em que se tornou a escola de hoje. Antes de concordar ou discordar desta minha afirmação, eu gostaria que cada um de vocês se colocassem no lugar daquela professora e se perguntassem como reagiriam àqueles achaques. Tenho vizinhas que são professoras e sei muito bem pelo que passam todos os dias e pergunto: É JUSTO?

Mas e agora? Qual seria a atitude em relação a este caso? Ora, sabemos que o "de menor" é intocável, mas não são os seus pais, em última análise os responsáveis pelo monstrengo, da feitura à formação. Eu moveria contra eles uma queixa crime. Aliás, o Ministério Público tem este dever! Suspender o "aluno" das aulas, transferi-lo para outra escola, NÃO RESOLVERÁ O PROBLEMA! Ele continuará a achacar professores e professoras por onde passar, até porque GANHA NOTORIEDADE COM ISTO, tem plateia a aplaudi-lo e a aprová-lo.

Aquela professora do vídeo — nota-se pelo seu semblante — estava no terrível dilema de dar ao sacripanta umas boas BOFETADAS, e assim agindo, em defesa da sua HONRA e DIGNIDADE, acabar de vez com sua vida profissional, a fonte do seu sustento, muito possivelmente do sustento de sua família. O que ela tem não é um emprego mas ESCRAVIDÃO IMPOSTA PELO ESTADO E PELA LEI.

NÃO HÁ PEJORATIVOS SUFICIENTES para qualificar o Estado de Minas Gerais, o Ministério Público Estadual, a Instituição de Ensino, a Câmara de Vereadores e a Prefeitura de Araçuaí-MG por não dar a esta PROFESSORA o devido reparo sofrido por tamanha IGNOMÍNIA E HUMILHAÇÃO, e não se limitar a isto: também PENALIZAR OS PAIS daquele sacripanta com os rigores da LEI.

É PRECISO DAR FIM AO ECA!
E JÁ!



Meu pitaco:

Precisamos acabar com essa BURRICE antes que as pessoas comecem a TOMAR A LEI pelas próprias mãos.

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