sexta-feira, 1 de abril de 2016

Não é "muro"; é drama de consciência ou síndrome de pânico


O PSDB não se emenda. Quando parece que eles estão prontos para assumirem alguma forma de protagonismo político, bate uma nóia nos seus caciques e eles correm para o colinho confortador de FHC. É patético.

Lá é assim: alterna-se entre o drama de consciência em ver-se esquerda e saber que o pensamento de esquerda não funciona, nem para o campo social, nem para o econômico — só se presta para o campo político e não pelas melhores razões —,; e a síndrome do pânico, que inevitavelmente chega junto com a possibilidade de governar .

Afinal, farão ou não farão as mesmas besteiras do lulo-petismo? Não fosse a associação com o PFL, hoje Democratas, e sua agenda liberal, tenho dúvidas se os governos FHC teriam sucedido.

A matéria abaixo, publicada no blog do Josias de Souza, mostra bem a tibieza dos líderes tucanos, alguns de velha plumagem como Tasso Jereissati e Aloysio Ferreira, e outros mais jovens como Aécio Neves (ainda presidente), Ricardo Ferraço e Cássio Cunha Lima.

José Serra certamente estaria no primeiro grupo de desesperados não estivesse dizendo bobagens fora do país. Já Alckmin, preservou-se. Ele se prepara para assumir o lugar do guru quando este se for, ou se aposentar de vez. É o único tucano com alguma espinha já que o resto — Aécio à frente — são contritos genuflexos diante de FHC.

Para complementar meu pitaco, intercalo alguns comentários curtos no texto do Josias.

PSDB ainda não dá o impeachment como certo

| 03:03 | Josias de Souza |


Senadores tucanos encontram FHC para afinar discurso sobre impeachment e suas consequências (Foto: Bruno Santos)


O PSDB constituiu um grupo de senadores para avaliar a conjuntura política e esboçar a posição a ser adotada pela legenda. Esse grupo ainda não dá como favas contadas o impedimento de Dilma Rousseff. Seus integrantes receiam que o arrastão fisiológico do Planalto dificulte a obtenção dos 342 votos necessários à aprovação do impeachment na Câmara.

Tomadas de decisão por "comissões" é típico da esquerda. É a forma "correta" para todos se sentirem vitoriosos em caso de acerto, e de ninguém se sentir culpado em caso de derrota. Detalhe: em comissões de iguais não há líderes, muito menos responsáveis. Não esperem nada dessa turma.

Nesta sexta-feira, integrantes do grupo voarão até São Paulo para ouvir as opiniões de Fernando Henrique Cardoso, presidente de honra e principal liderança da legenda. Participarão da conversa os senadores Tasso Jereissati (CE), Cássio Cunha Lima (PB), Ricardo Ferraço (ES) e Aloysio Nunes Ferreira (SP). Aécio Neves (MG), presidente do partido, não estará presente. Encontra-se no exterior. Duas posições parecem unificar o grupo:

É o culto à personalidade. De um lado, um narcisista egocêntrico; do outro, seus acólitos. Troca-se FHC por Lula e o PSDB vira PT.

1) com ou sem impeachment, o PSDB não abrirá mão dos processos que move na Justiça Eleitoral. São quatro. No mais relevante, o TSE analisa os vínculos existentes entre as arcas da campanha à reeleição de Dilma e as propinas já admitidas por empresários que suaram o dedo na Lava Jato. Havendo condenação, Dilma não vai à guilhotina sozinha. Também o mandato de Temer será passado na lâmina.

Só faltava essa. É claro que não! Tudo bem que são esquerdistas, mas nem todos são idiotas.

2) na hipótese de o Congresso mandar Dilma para casa mais cedo, o apoio do PSDB a um eventual governo chefiado por Michel Temer não será automático. Em privado, os tucanos revelam-se receosos de que Temer faça um governo loteado e convencional se a Presidência lhe cair no colo. Sob holofotes, dizem que não aceitarão cargos numa hipotética administração do PMDB. E afirmam que condicionarão o apoio ao programa de governo e à disposição de Temer de compor uma equipe que o distancie de velhas práticas.

Será automático. E tem mais: se os tucanos pensam que Temer entregará o governo daqui a dois anos, enganam-se. Se o TSE não abraçar as teses do PSDB e cassar a chapa Dilma-Temer, ele será candidatíssimo à reeleição em 2018. Este sim é o temor de Lula e de FHC: é dificílimo vencer um candidato que tem a caneta e o Diário Oficial na mão .

Quem sobreviver, verá!


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