domingo, 22 de março de 2015

Cartas: "Você conhece o PMB?"

Prezado Amigo,

Tudo bem aí? E a Patroa? Espero que todos estejam bem; minhas recomendações a ela. Que negócio é esse de enciclopédia? Sou apenas um mero curioso que não tem medo de dar pitacos e que quase sempre queima a língua. ;-)

Olha, eu tomei conhecimento desse PMB - Partido Militar Brasileiro, acredito, no ano passado, e não dei muita importância não. Até porque o Brasil está precisando de homens, de líderes, não de partidos. Partidos temos às pampas e precisamos reduzi-los ao mínimo dos mínimos, não aumentá-los, até porque nos custam muito dinheiro.

Eu costumo dizer que a melhor coisa que o regime militar nos presenteou foi o bipartidarismo, que a Constituição de 88, uma das piores das muitas que este país já teve, achou por bem terminar. Mas como no livro do Roger Scruton que estou lendo (How to be a conservative), o conceito bipartidário é coisa de países de língua inglesa...

Assim, não é de se admirar que o militar de maior proeminência no meio político, o Bolsonaro, não cerre fileiras com o PMB. Também é de se destacar que partidos "representativos" de classes em geral não as representam. Existe sempre um quê de burrice quando se limita ostensivamente seu público, correto?

Na minha particular visão, partidos deveriam ser essencialmente organizações privadas, criadas e financiadas por seus simpatizantes e nada mais. Assim, ao assinar uma lista para a criação de um partido, o signatário se obrigaria também a custeá-lo, digamos, por no mínimo um par de anos. Hoje, um idiota assina a criação de um partideco qualquer e repassa parte de ônus para mim e para você. Não só isto não é justo como é amoral.

Horário político gratuito é outra grosseira aberração. Faz de mim, por exemplo, financiador do PT, PSOL, PCdoB, PSTU, PCO e por aí vai. Para ser honesto, nem PSDB mereceria meu suporte, talvez o DEM ou o PMDB de outros tempos. Mas se a "estatização da política" cria, por um lado, um ônus que não me cabe, por outro, cria falsas representações: que partido se rebelará contra tal estado de coisas que lhes convém.

Terminar com tal excrescência sanearia nossa política em coisa de um par de anos. Poderíamos ter feito isso na última constituinte, mas a cegueira política da oposição que tomava o Poder criou esse aleijão que aí está.

Tenha um bom Domingo!
Euler




N.B.: A série "Cartas" que se inicia hoje será a transcrição, tão literal quanto possível, de cartas (em geral e-mails) para pessoas de meu relacionamento. Evidentemente, nomes serão sempre omitidos ou alterados para preservar o anonimato dos meus correspondentes. O intuito aqui é o de divulgar ideias e opiniões, nada mais.

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