domingo, 25 de setembro de 2011

O Estado: custa muito e não serve de nada

O Estado aqui nos custa uma barbaridade. Assim, num cálculo rápido e grosseiro, o Estado brasileiro custa algo como R$  541,4 bilhões (34,44% do PIB, descontados os 1,6% reinvestidos no País) e o meu glorioso Estado de Minas Gerais consegue ser ainda pior. Pior porque é dos que mais taxa e no qual se presta um dos piores serviços ao cidadão. Exemplo? Segurança pública! A matéria abaixo está em todas as mídias. Texto e imagem reproduzidos do Estado de Minas (grifos meus).
“Deveriam colocar uma faixa alertando para não estacionar carro no Bairro Funcionários”, desabafa o diretor comercial Kleber Alher, 35 anos, que nesta quinta-feira afixou, no cruzamento da Avenida Getúlio Vargas com a Rua Maranhão, uma faixa com apelo numa tentativa de recuperar um terabyte de informações. “Todo o meu backup estava nos dois HDs roubados”, lamenta.

Cidadão espera mais da bandidagem que das autoridades

Kleber conta que na noite da última segunda-feira, por volta das 19h40, estacionou seu carro naquele cruzamento e seguiu até um restaurante, onde se sentou no segundo andar. “Em 20 minutos o garçom veio me avisar que haviam estourado o vidro traseiro do meu carro e levado uma mochila”. Como informa a faixa, ele perdeu um notebook e dois HDs externos.

A primeira atitude do diretor comercial foi acionar a Polícia Militar. “Fiquei no local por duas horas e meia esperando a polícia, que não chegou. Procurei uma delegacia, que estava muito cheia, e não consegui fazer o Boletim de Ocorrência”, conta. No dia seguinte, Kleber foi até a delegacia do Bairro Estoril, onde conseguiu registrar a queixa após duas horas de espera.

“Não há o que fazer e a polícia não vai atrás desses ladrões”, desabafa Kleber destacando a sensação de impotência e impunidade. “As pessoas vieram me falar que eu sou louco de deixar uma mochila no carro estacionado ali, porque é muito alto o índice de furtos de veículos no Funcionários. Isso é um absurdo”, reclama.

Segundo Kleber, a faixa que mandou afixar é mais um protesto que uma tentativa de reaver o que perdeu, embora tenha esperança. "Vai que o ladrão se interesse em receber esse dinheiro. A gente não sabe o que passa nas cabeças das pessoas", pondera. Trabalhando na área de tecnologia em telecomunicações, ele enfatiza o prejuízo das informações que perdeu com o furto dos HDs.
O cidadão esgotou quase todo o tema. Resta-me apenas dar alguns pitacos:
  1. Morei por mais de 15 anos em Belo Horizonte. Eram outras épocas aquelas. Podia-se andar a pé pela cidade, durante as altas horas, sem qualquer incidente. Vez por outra encontrava-se duplas de soldados, apelidados Cosme e Damião, a pé ou a cavalo. Hoje, ou o PM está na caserna, ou atrás de uma mesa ou sentado num banco de carro. Não se vê mas policiais patrulhando as ruas, nem mesmo em áreas nobres como a Savassi (Funcionários). Com tanta moleza, o crime toma conta. E eu estou falando do "pequeno" crime.
  2. Parece que a situação lá consegue ser ainda pior, já que o cidadão não conseguiu nem atendimento nas delegacias. Onde está o enorme (50.000+) efetivo de policiais mineiros? De férias?
  3. Familiares meus que ainda vivem em BH já tiveram casas furtadas e carros roubados. Notem, estou falando de roubo, não furto. Foi com ameaça de armas e por mais de uma vez. E eles nem moram na Zona Sul...
  4. Quando uma dada região é classificada como "alto índice de crimes", espera-se ao menos uma reação da Segurança Pública aumentando-se o policiamento ostensivo no local. Tudo indica que a Savassi tem é policial de menos e ladrão de mais.
  5. Quando uma celebridade ou "autoridade" for a vítima, há possibilidade disso mudar. Até lá, resta evitar "dar moleza" com seus pertences. E prepare-se para negociar com os ladrões, já que o Estado não dará ajuda, nem assistência.
Isso me faz lembrar do Chico Buarque (Julinho da Adelaide) dos meus bons tempos...
Acorda amor
Que o bicho é brabo e não sossega
Se você corre o bicho pega
Se fica não sei não
Atenção
Não demora
Dia desses chega a sua hora
Não discuta à toa não reclame
Clame, chame lá, chame, chame
Chame o ladrão, chame o ladrão, chame o ladrão


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