sexta-feira, 30 de setembro de 2011

O Poder e o que ele faz às pessoas

Depois que alcançam o Poder as pessoas mudam. Não é uma fatalidade — regras têm sempre exceções — mas pode-se dizer que ninguém é imune. Alguém aí se lembra de FHC antes de exercer o poder? E Lula então? Lembram-se como ele era antes? Eu me lembro bem de como eram ambos e como ficaram depois — basta olhar para comprovar. Eles se tornaram pessoas completamente diferentes e não foi só na cor dos cabelos.

Peguei Lula e FHC porque são exemplos mais recentes, mas podemos ir bem longe nessa argumentação. Ouvi hoje, pela manhã, o Jabor dizer que existe no Youtube um vídeo do Glauber Rocha sobre a posse do Sarney no Maranhão, há 45 anos! Quem vê o vídeo pode se enganar e até pensar "o Sarney já foi gente boa"... Pode? Acreditem, pode. Se estiverem interessados, procurem por Maranhão 66 no Youtube ou no Google. É fácil achar. Só não ponho aqui porque o Sarney é por demais abjeto para eu me dar esse trabalho. Também não gosto do Glauber, fazer o que.

O próprio Glauber, dizem, era um entusiasta do Sarney. Achava o cara o máximo, um progressista (ai, ai... lá vem a palavra maldita de novo) que poderia salvar o Maranhão da miséria e do atraso. Não só não salvou como manteve o Maranhão como há 45 anos — miserável e atrasado — só que com ele e a famiglia no comando. Aquilo lá virou um feudo. Eu ainda vou postar aqui um artigo do The Economist sobre o Sarney e que eu traduzi. É a biografia de um estado e seu governador em duas páginas A4. A diferença é que o Sarney não pode fazer com o The Economist o que os seus juízes de bolso de colete fizeram com o Estadão.

"O poder corrompe. O poder absoluto corrompe absolutamente." A frase de John Emerich Edward Dalberg-Acton serve como uma luva aqui. A corrupção no Poder nunca foi tão endêmica e absoluta como agora. E pensar que ela ocorre justamente sob a égide da Democracia. Não nos limitemos apenas ao Executivo e ao Legislativo — casas onde a corriola, sabemos, é solta — mas o Judiciário balança suas togas e mostra sua cara. Não são só morosos e gastadores; muitos deles são bandidos que se acoitam nos bolsos de colete de figurões como os Sarneys, Dantas e que tais. É revoltante; aviltante.

Há dias em que eu preciso vomitar minha indignação, meu sofrimento e revolta. Peço, por isso, desculpas. O texto fica pesado e difícil de ler. Acredite, é ainda pior de se escrever. Mas deixo a imaginação viajar e vejo o dia em que brasileiros saídos de algum lugar deixarão suas casas e famílias; tomarão paus e pedras, bastões e forcados, aquilo mais que estiver à mão e rumarão para Brasília. Eu os imagino cantando algo assim:
Allons ! Enfants de la Patrie !
Le jour de gloire est arrivé !
Contre nous de la tyrannie,
L'étendard sanglant est levé ! (bis)
Entendez-vous dans nos campagnes
Mugir ces féroces soldats?
Ils viennent jusque dans vos bras.
Égorger vos fils, vos compagnes !

    Aux armes, citoyens !
    Formez vos bataillons !
    Marchez, marchez !
    Qu'un sang impur
    Abreuve nos sillons !

    Aux armes, citoyens !
    Formez nos bataillons !
    Marchons, marchons !
    Qu'un sang impur
    Abreuve nos sillons !

Que o sangue impuro desses crápulas acabe com a aridez do planalto central. Agora eu entendo melhor o porquê da Campanha Nacional do Desarmamento...

Aux armes, citoyens !


quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Dentre os 40 ministérios de Dilma, um para soutiens e calcinhas

É bem possível que você tenha visto a propaganda da Hope para sua lingerie, aquela com Gisele Bündchen. Se não viu, abaixo você pode acessar um vídeo para ver como os comerciais foram bem recebidos nos EUA. O vídeo contém trechos dos três spots da campanha. Achei melhor usar este que um da propaganda inteira.


Aí vocês me perguntam: "o que um comercial de lingerie tem a ver com política, ministérios e o governo?" No Brasil? Tudo! Escute este podcast da CBN, da coluna Meio e Mensagem de hoje. Eu volto depois.


Vocês perceberam? A propaganda "chamou a atenção da Secretaria de Política para as Mulheres da Presidência da República, um dos muitos ministérios ou secretarias-com-status-de-ministério criados pelo governo — mantidos as nossas expensas — para acomodar os parasitas que compõem a base aliada, a maioria parlamentar que dá sustentação ao governo. Neste momento, já são 40, faltando apenas a posse da titular do Ministério "Magazine Luíza".

Como puderam ouvir, seis mocreias, digo, seis pessoas inconformadas com sua sorte resolveram ligar para a secretaria da Mulher para se queixar que a propaganda é sexista. Pela definição que eu tenho de "sexista" e de "sexismo", acho que não. Sensual, certamente, mas nunca sexista. Não há lá qualquer ideia misogínica ou misândrica (vocês vão ter que olhar no dicionário, ré, ré, ré), o que nunca foi empecilho para seis boçais que sabem o telefone da ouvidoria daquele ministério. Eu? Eu não sei nem quem é o(a) ministro(a). A tal secretaria, então, notifica o CONAR (Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária) para que eles autoregulamentem a campanha. Eita! Isso sim é que é boa aplicação de dinheiro público.

A moral da história é que estamos gastando verbas públicas (impostos que nós pagamos) para que um bando de desocupados de um governo de imbecis discutam como deve ser uma propaganda de calcinhas e soutiens. Isso! Ponham a Gisele de vestida de capa de chuva e galochas que todas as mulheres comprarão os soutiens da Hope. É cada uma...

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

O Estado: ineficiente, injusto e com fome

Não é fácil entender para onde vai a nau. Que não temos timoneiro — todos nós sabemos — não é possível governar o País por controle remoto. Mas é cada vez mais preocupante a questão tributária e a fome do Estado por mais impostos. Passo a vocês parte de matéria publicada na revista Exame.com. Grifos meus. Volto depois para comentar.

Para Dilma, 10% para saúde é "inaceitável"
A estimativa é que essa vinculação represente mais R$ 30 bilhões por ano de recursos na Saúde

Brasília - O governo vai se mobilizar para impedir que o Senado ressuscite no projeto de lei complementar que regulamenta a destinação de recursos para a Saúde - a chamada Emenda 29 - o mecanismo que obriga a aplicação de 10% da receita corrente bruta da União no setor. A estimativa é que essa vinculação represente mais R$ 30 bilhões por ano de recursos na Saúde.

A presidente Dilma Rousseff classificou hoje como "inaceitável" a aprovação pelos senadores dessa proposta. "Temos de trabalhar para impedir que isso passe no Senado", afirmou Dilma, durante reunião hoje pela manhã com a coordenação política do Palácio do Planalto. O governo alega não dispor de recursos para fazer essa vinculação. "É inviável destinar 10% da receita da União para a Saúde. O governo deixou isso bem claro", disse hoje o líder do PMDB na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN). Em 2010, o governo destinou cerca de R$ 60 bilhões para a área de Saúde.

Apesar da posição contrária do Planalto, a Frente Parlamentar da Saúde começa amanhã uma mobilização para tentar convencer os senadores a aprovar o texto do projeto da emenda 29 que obriga o investimento de 10% da receita da União no setor. Integrada por deputados e senadores de todos os partidos, a Frente é contra a criação de um imposto ou uma contribuição para financiar gastos com a Saúde, conforme quer o Palácio do Planalto. "Vamos fazer uma guerrilha no Senado em prol dos 10%. Não há clima para criar imposto", resumiu o deputado Darcísio Perondi (PMDB-RS), presidente da Frente Parlamentar da Saúde. Dizendo ter o apoio de movimentos sociais, ele espera conseguir reunir amanhã cerca de duas mil pessoas em frente ao Congresso para pressionar o Senado a aprovar o texto original do projeto que regulamenta a emenda 29 e estabelece a vinculação.

O líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), prometeu comandar a resistência à aprovação do texto original da Emenda 29, que obriga a União a destinar 10% dos recursos para a saúde. "Não dá para restabelecer o texto original", disse o senador. "É um projeto que o governo não aceita", disse.

Volto para dar meus pitacos:

Só há uma forma de se ler o texto acima: o governo não aceita vincular parte da sua receita tributária (i.e. os impostos que pagamos) em gastos com a Saúde (i.e. conosco). Em outras palavras, quer a arrecadação mas não os compromissos formais com sua distribuição. O governo quer a "liberdade" de aplicar — discricionariamente — os tributos e contribuições, por exemplo, no Bolsa Família, um eficiente programa de compra de votos, mas cujo objetivo inicial "de assegurar o direito humano à alimentação adequada, promovendo a segurança alimentar e nutricional e contribuindo para a conquista da cidadania pela população mais vulnerável à fome" (Ha! Ha! Ha!), ter resultados práticos duvidosos.

Se todo o desvio fosse para o Bolsa Família, ainda seria "bom". O pior é que o grosso do desvio vai para financiar a corrupção, o payback aos muitos financiadores de campanha. É para a "saúde" dessa escumalha que irá seu imposto. "Nunca antes na história dessepaiz" os corruptos se deram tão bem...

Que tal mais uma CPMF de R$ 45 bilhões/ano?

No momento em que escrevo essas linhas eu me pergunto quantos tributos nós temos que são diretamente vinculados ao "bem-estar social" e o quanto custam. Assim, sem muito pensar, lembro-me do PIS (Programa de Integração Social), da COFINS (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social), da CSLL ou CSSL (Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido), além da Previdencia Social. Notem, só listei aquelas que têm cunho Social. Somando tudo, o contribuinte brasileiro já recolheu, até agora, R$ 420,5 bilhões (fonte: Impostômetro), e Dª Dilma se espinha por causa de míseros R$ 30 bilhões/ano. Sua ministra — Ideli Salvatti — quer arrecadar mais R$ 45 bilhões com a CPMF-zumbi, montante que nós sabemos, jamais irá para a Saúde.

Assim é o Governo: mistifica a população com promessas de bem-fazer enquanto bate nossa carteira. É preciso dar um basta! De idiota, chega o Jatene. É preciso dizer para este governo:

Não, vocês não podem!!

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Nossa justiça é lenta e cara

Que é lenta, eu já sabia. O que eu não sabia era o motivo. Ha! Ha! Ha!


P.S. Isso é só o STF. Se fosse para arrolar todo o aparato judiciário, não caberia aqui. No Brasil há juízo para todos os gostos e usos. Temos até "jabuticabas" como a Justiça Eleitoral e a do Trabalho, mas o importante lembrar é que são TODAS pagas (e muito bem pagas!) com os impostos de todos nós...

Quer saber mais? Você pode ouvir o que diz a Lúcia Hipollito no seu podcast de hoje. Dica: preste bem atenção na fala a partir dos 2 minutos. Clique no player abaixo.

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

A "nova" CPMF foi aprovada!

Ao contrário daquilo que foi noticiado — e repercutido aqui — a "nova" CPMF, ou CSS, foi aprovada pela Câmara Federal. Apenas, "nossos" representantes não estabeleceram a alíquota do esbulho, digo, contribuição. Simples assim. Os larápios inventaram mais esta.

Como sempre, a cantilena do governo é que o novo imposto é necessário, imprescindível, para a melhoria do serviço público de saúde. Ora, ninguém acredita nisso, principalmente aqueles que dependem diretamente da saúde pública. Ontem, o noticioso Fantástico da Rede Globo denunciou o mau uso que os governos fazem do dinheiro destinado à Saúde. Se eles já esperdiçam a escassa (nas alegações deles) verba da saúde assim, o que não farão se receberem mais este butim da CSS... Vejam o vídeo.


É isso aí, mas teve mais gente que não gostou. O empresário Jorge Gerdau foi um, e foi muito direto: "é preciso melhorar a gestão antes de recorrer à criação de outro imposto." Êita! Se tivesse gente como Seu Jorge no Governo... Mas, peraí, ele é um dos conselheiros da Dª Dilma! Olha o que saiu no Estadão (grifos meus):

Monteiro Neto e Gerdau criticam aprovação da CSS 
ROSANA DE CASSIA E BETH MOREIRA - Agencia Estado

O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Armando Monteiro Neto, que integra a base aliada do governo, como deputado do PTB de Pernambuco, lamentou a aprovação, pela Câmara dos Deputados, da Contribuição Social para a Saúde (CSS). "Não há mais razão para se elevar a carga tributária no Brasil. E não vamos resolver os problemas das áreas críticas, como a da saúde, pura e simplesmente criando tributos", afirmou o deputado, ressaltando a necessidade de se aumentar a eficiência do gasto público.
Por meio de nota divulgada por sua assessoria, Monteiro Neto observou que, apesar de aprovada pelo plenário da Câmara, a batalha ainda não está perdida, porque depende de votação do Senado. "Há a esperança de que o Senado Federal possa finalmente vir a derrubar essa recriação da CPMF. É com essa expectativa que nós trabalhamos",afirmou Monteiro Neto, que defende a urgência de uma reforma tributária.

Gerdau

O empresário Jorge Gerdau Johannpeter, conselheiro do Grupo Gerdau, considerou "um absurdo" a aprovação da CSS na Câmara. Segundo o empresário, que participa hoje do Congresso da Indústria 2008, organizado pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), é contraditório que, enquanto o governo trabalhe em um projeto de reforma tributária para unificar os impostos, haja a criação da contribuição de um novo encargo. "O que o Brasil precisa para elevar sua competitividade é acabar com as novas contribuições, porque a carga tributária hoje já é extremamente elevada", declarou.
Na opinião de Gerdau, a nova contribuição não deverá passar no Senado. De acordo com ele, quando a nação tomar consciência da criação do novo imposto, "haverá uma pressão para que ele não seja aprovado no Senado".
Ele lembrou ainda que há uma discussão jurídica sobre o tema, que questiona se o imposto poderia ser aprovado dessa forma. O executivo citou ainda que a proposta do empresariado é de que haja maior transparência na cobrança dos impostos, de modo que a nação saiba o que está pagando.

Pois bem, o Senado pode derrubar essa CPMF — já o fez uma vez — mas, naquela ocasião, o Governo era minoria lá. Hoje, além do Governo deter a maioria daquela Casa, existe a moção de um bando de governadores canalhas que trabalham pela volta do novo imposto, inclusive alguns da oposição! Olha, não acredito muito na atuação desse Senado não, mas é sempre bom lembrar que o ano que vem é ano eleitoral e este blog será um dos veículos que vai divulgar quem votou em quê.

Para terminar, repasso dois podcasts da CBN, o primeiro do Sardenberg e o segundo do Merval, que abordam o assunto da reportagem do Fantástico. Ambos tecem comentários contundentes sobre a má gestão dos recursos atuais, do seu desperdício, além do imposto e seu provável destino. Vale a pena ouvir a ambos.


Bom, eu faço a minha parte e continuarei a fazer, mas é preciso que vocês também se manifestem contra essa súcia que só quer roubar nosso dinheiro. É como eu disse noutro artigo; basta um leve cochilo e eles voltam. Ô! e como volta...

domingo, 25 de setembro de 2011

O Estado: custa muito e não serve de nada

O Estado aqui nos custa uma barbaridade. Assim, num cálculo rápido e grosseiro, o Estado brasileiro custa algo como R$  541,4 bilhões (34,44% do PIB, descontados os 1,6% reinvestidos no País) e o meu glorioso Estado de Minas Gerais consegue ser ainda pior. Pior porque é dos que mais taxa e no qual se presta um dos piores serviços ao cidadão. Exemplo? Segurança pública! A matéria abaixo está em todas as mídias. Texto e imagem reproduzidos do Estado de Minas (grifos meus).
“Deveriam colocar uma faixa alertando para não estacionar carro no Bairro Funcionários”, desabafa o diretor comercial Kleber Alher, 35 anos, que nesta quinta-feira afixou, no cruzamento da Avenida Getúlio Vargas com a Rua Maranhão, uma faixa com apelo numa tentativa de recuperar um terabyte de informações. “Todo o meu backup estava nos dois HDs roubados”, lamenta.

Cidadão espera mais da bandidagem que das autoridades

Kleber conta que na noite da última segunda-feira, por volta das 19h40, estacionou seu carro naquele cruzamento e seguiu até um restaurante, onde se sentou no segundo andar. “Em 20 minutos o garçom veio me avisar que haviam estourado o vidro traseiro do meu carro e levado uma mochila”. Como informa a faixa, ele perdeu um notebook e dois HDs externos.

A primeira atitude do diretor comercial foi acionar a Polícia Militar. “Fiquei no local por duas horas e meia esperando a polícia, que não chegou. Procurei uma delegacia, que estava muito cheia, e não consegui fazer o Boletim de Ocorrência”, conta. No dia seguinte, Kleber foi até a delegacia do Bairro Estoril, onde conseguiu registrar a queixa após duas horas de espera.

“Não há o que fazer e a polícia não vai atrás desses ladrões”, desabafa Kleber destacando a sensação de impotência e impunidade. “As pessoas vieram me falar que eu sou louco de deixar uma mochila no carro estacionado ali, porque é muito alto o índice de furtos de veículos no Funcionários. Isso é um absurdo”, reclama.

Segundo Kleber, a faixa que mandou afixar é mais um protesto que uma tentativa de reaver o que perdeu, embora tenha esperança. "Vai que o ladrão se interesse em receber esse dinheiro. A gente não sabe o que passa nas cabeças das pessoas", pondera. Trabalhando na área de tecnologia em telecomunicações, ele enfatiza o prejuízo das informações que perdeu com o furto dos HDs.
O cidadão esgotou quase todo o tema. Resta-me apenas dar alguns pitacos:
  1. Morei por mais de 15 anos em Belo Horizonte. Eram outras épocas aquelas. Podia-se andar a pé pela cidade, durante as altas horas, sem qualquer incidente. Vez por outra encontrava-se duplas de soldados, apelidados Cosme e Damião, a pé ou a cavalo. Hoje, ou o PM está na caserna, ou atrás de uma mesa ou sentado num banco de carro. Não se vê mas policiais patrulhando as ruas, nem mesmo em áreas nobres como a Savassi (Funcionários). Com tanta moleza, o crime toma conta. E eu estou falando do "pequeno" crime.
  2. Parece que a situação lá consegue ser ainda pior, já que o cidadão não conseguiu nem atendimento nas delegacias. Onde está o enorme (50.000+) efetivo de policiais mineiros? De férias?
  3. Familiares meus que ainda vivem em BH já tiveram casas furtadas e carros roubados. Notem, estou falando de roubo, não furto. Foi com ameaça de armas e por mais de uma vez. E eles nem moram na Zona Sul...
  4. Quando uma dada região é classificada como "alto índice de crimes", espera-se ao menos uma reação da Segurança Pública aumentando-se o policiamento ostensivo no local. Tudo indica que a Savassi tem é policial de menos e ladrão de mais.
  5. Quando uma celebridade ou "autoridade" for a vítima, há possibilidade disso mudar. Até lá, resta evitar "dar moleza" com seus pertences. E prepare-se para negociar com os ladrões, já que o Estado não dará ajuda, nem assistência.
Isso me faz lembrar do Chico Buarque (Julinho da Adelaide) dos meus bons tempos...
Acorda amor
Que o bicho é brabo e não sossega
Se você corre o bicho pega
Se fica não sei não
Atenção
Não demora
Dia desses chega a sua hora
Não discuta à toa não reclame
Clame, chame lá, chame, chame
Chame o ladrão, chame o ladrão, chame o ladrão


sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Inflação, decepção: a volta depois do oba-oba

Diz o dito popular que "alegria de pobre dura pouco". Isto é uma meia-verdade ou meia-mentira, como queiram, mas pobreza não tem nada a ver com isso. Irresponsabilidade e ignorância, sim.

O país fez um esforço imenso, por várias vezes, e finalmente venceu a inflação. Onde todos os outros fracassaram, o Plano Real vingou. Não foi barato nem fácil, mas deu certo. Saímos daquele círculo vicioso, paramos de correr atrás do próprio rabo. Começamos um novo ciclo de crescimento econômico, agora com moeda de verdade. Os resultados conquistados eram palpáveis, não mais o lucro fátuo de antigamente. O dinheiro podia voltar a ficar na carteira ao invés do overnight. No início, foi com surpresa que notamos que os preços das compras não mais subiam a cada dia, cada semana. E pasmem, os preços estavam (e estão) livres! Não havia nenhuma lei proibindo a remarcação — vivíamos a "utopia" do livre mercado, da estabilidade.

Dentre as muitas distorções causadas pela inflação, a principal e mais evidente é na distribuição de renda, já que assalariados não têm a mesma facilidade para repassar seus "aumentos de custos" como o empresariado e os governos. Para quem podia "jogar o jogo", especialmente os bancos, um bom negócio. O ônus do festim ia para os burros de carga da sociedade, geralmente os trabalhadores de baixa qualificação e os pobres. Acabar com a inflação foi o maior ato de justiça para com a classe operária e para com os pobres nestepaiz. Ponto. Estranhamente, havia gente contra. Muitos dos chamados "partidos progressistas" — PT à frente — repudiaram a novidade. Alguns petistas foram sumariamente expulsos do partido por se alinhar com Itamar ou FHC.

Moeda forte e inflação controlada, o país precisou se ajustar. Lei de Responsabilidade Fiscal, Regime de Metas de Inflação e Câmbio Flutuante foram alguns ajustes. Novamente, PT e "progressistas" foram contra. Como no chavão anarquista: "Si hay gobierno, soy contra!". Por anos rimos deles, até Lula chegar ao poder. Estranhamente, e contrário ao que dizia na sua "Carta ao Povo Brasileiro", o governo Lula foi bastante conservador. Para lhe fazer justiça, nada é mais conservador que Henrique Meirelles — um tucano — na presidência do Banco Central. O ministro da Fazenda, Antonio Palocci, conseguiu ser mais conservador que seu antecessor, Pedro Malan. Mas eu os desafio a ler a carta novamente para constatar o que foi cumprido daquilo que foi dito. Lula dizia na "carta" que no governo FHC:
  1. "economia não cresceu" — verdade, cresceu pouco, especialmente por enfrentar várias crises internacionais, inclusive aquelas especulativas contra a moeda.
  2. "corrupção em alta" — brincadeira, quando se compara com os níveis que a corrupção atingiu nestepaiz; primor de eficiência do lolupetismo.
  3. "crise social e a insegurança tornaram-se assustadoras" — outra brincadeira, já que agora se matam juízes na rua e explodem ATMs de bancos aos montes.
  4. "fracasso do atual modelo" — modelo este mantido por Lula e sua equipe; onde enfiaram o tal "alternativo"?
  5. "o enorme endividamento público acumulado no governo FHC" — uma pérola; trocamos dívida externa (R$295 bilhões) a juros de 5% a.a. por uma dívida interna (R$892,4 bilhões para R$1,5 trilhões) a uma taxa média de 15 a.a. (26,5 a 11,25) nos seus 8 anos — explicando: comprou-se uma dívida de 295 bi, que pagava 14,8 bi de serviço, por um adicional de 607,6 bi na dívida interna que pagava 91 bi de serviço — negoção!
  6. "reforma tributária que banisse o caráter regressivo e cumulativo dos impostos" — será que eu preciso comentar a maior carga tributária da história destepaiz?
  7. "Compromisso pela Produção, pelo emprego e por justiça social" — ele ainda está devendo parte dos 10 milhões de empregos dos primeiros 4 anos e todos os 10 do segundo mandato; a produção cresceu porque o mercado mundial cresceu (i.e. cresceu para todos e até para nós, apesar de Lula) e fez justiça social comprando votos com o Bolsa Família, criando uma nova classe de párias da sociedade.

Passado o oba-oba, vem a cobrança implacável. Nossa indústria se mostra incapaz de competir com o mercado externo, ao ponto de precisar de uma ajudinha (i.e. sobretaxa) de 30% sobre produtos de alguns concorrentes asiáticos. A inflação retorna, já teria explodido em nossa cara não fosse o governo manter o preço da gasolina artificialmente baixo — a Petrobrás chega a perder 30 centavos em cada litro de gasolina importada —, dentre outras chicanas. Sucesso mesmo, só na corrupção e no aparelhamento do estado. A canalha, encastelada em todas as esferas do poder, não dá sinais de cansaço. Se deixarmos eles vão ficando, ficando, ficando...

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Basta um leve cochilo e ela volta

Há alguns dias, o jornalista Celso Ming do Estadão escreveu um belo artigo sobre a iminente volta da CPMF, dessa vez travestida de CSS. Claro e elucidativo, Ming aborda as várias facetas desse imposto, destroça suas "virtudes" e expõe seus vícios. Reproduzo o artigo na íntegra, grifos e links meus.

P.S. Faltou dizer apenas uma coisa: é imperativo REDUZIR a carga tributária e o gasto de custeio da máquina pública. A aumentar — o investimento —, a razão pela qual pagamos impostos.
Imposto zumbi

No Brasil existe um defunto que teima em sair de sua sepultura e em atazanar os vivos. Trata-se da CPMF, o imposto do cheque.

Embora tenha sido enterrado pelo Congresso em dezembro de 2007, um punhado de viúvas lideradas pelo governador do Rio, Sérgio Cabral, insiste em trazê-lo de volta, sempre para financiar a Saúde.

Cabral. Desenterrando a CPMF (FOTO: FABIO MOTTA/AE)

Essa é uma história velha de guerra. Desde que surgiu, em 1997, em consequência da insistência do então ministro da Saúde, Adib Jatene, esse imposto está sendo justificado como imprescindível para dar cobertura às despesas do setor. E, no entanto, enquanto existiu, sua arrecadação desembocou sempre no caixa geral do governo, de onde se espera cobertura para todas as despesas de custeio da União.

As verbas para a Saúde não são menos essenciais do que as destinadas à Educação, à Segurança, à Previdência Social ou ao pagamento dos salários dos funcionários públicos. É no Orçamento da União que devem estar previstas as verbas para ela, sem insistir demais na observação de que, antes de inventar um novo imposto, o governo deveria cuidar de que sejam mais racionalmente empregadas as verbas para a Saúde.

Essas pressões dos políticos são tanto mais absurdas quando se leva em conta que, tão logo foi obrigado a revogar a CPMF, o governo federal compensou a perda de arrecadação com aumentos correspondentes do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), como mostra o gráfico do Confira. Ou seja, não houve perdas de verbas. Ao contrário, de lá para cá, a arrecadação só fez aumentar.

Os políticos adoram a CPMF por ser o imposto mais fácil de arrecadar. Não precisa de coletoria nem de fiscais da Receita. O tributo pinga automaticamente na conta do Tesouro a cada movimentação da conta bancária. Se é assim, por que então não substituir impostos tão ineficientes e tão complicados de arrecadar, como o ICMS, o IPI e o Imposto de Renda, por essa moleza tributária que poderia vir a ser chamada Imposto sobre Movimentação Financeira (IMF)?

Seu principal vício é ser um imposto cumulativo. Ou seja, incide em cascata ao longo de toda a cadeia produtiva, elevando os custos de produção. A fabricação de um par de meias, por exemplo, gera imposto desde o momento em que o agricultor compra óleo diesel para arar a terra, semear o algodão, tratá-lo com fertilizantes e defensivos. E segue gerando na hora da colheita, do descaroçamento, na fiação, na confecção e no comércio. No final da linha, esse par de meias é um aglomerado de IMF. Como esse imposto não existe em país nenhum, na hora de exportar não há nada que dê competitividade ao produto nacional.

A alegação recorrente de que a Receita Federal precisa desse imposto para correr atrás de sonegação é conversa furadíssima. Em nenhum país o organismo arrecadador carece de um imposto assim para flagrar sonegação.

Também desta vez, a presidente Dilma Rousseff vetou a volta da CPMF, com que nome viesse. Mas este continua sendo um imposto zumbi, sempre à espera de uma cochilada da opinião nacional para voltar e fazer os estragos já conhecidos entre os vivos.

CONFIRA

Não há o que chegue. O gráfico mostra que a extinção da CPMF, em 2007, não reduziu a arrecadação, porque o governo tratou de reforçá-la com o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) e com a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) das empresas.

A estupidez é infinita e universal

O título acima foi inspirado numa fala de Einstein. Dentre seus muitos pensamentos, existe um em que ele diz:
Two things are infinite: the universe and human stupidity; and I'm not sure about the universe.
que nós traduzimos assim: "[Existem] duas coisas infinitas: o universo e a estupidez humana; e eu não estou [absolutamente] certo sobre o universo." Pois bem, ficou meio literal mas, na essência, é isso aí. Na visão do gênio, a estupidez consegue ser ainda maior que o universo. Acho que agora entendo melhor o Dr. Jatene.

Eu fiz este preâmbulo porque acabo de ler uma matéria na Deutsche Welle que reporta a vitória do Partido Pirata (Piraten Partei) para a Câmara Estadual de Berlim, algo como nossa Assembleia Distrital do DF. Com 9,8% dos votos, o Partido Pirata Alemão certamente terá bom número de representantes. A eleição, entretanto [ainda bem], foi vencida pelo Partido Social Democrata (28,3%) enquanto que o partido da Chanceler Merkel, a Democracia Cristã, fez 23,4%. É necessário um mínimo de 5% dos votos para obter direito a assento no parlamento, então os 9,8% dos Piratas deve render duas cadeiras lá, ou mais.

A Europa tem dessas coisas. Vez por outra surge um movimento com novas ideias e nasce mais um partido "progressista". Deve ser o tédio. Foi assim com os Verdes, assim será com os Piratas. Enquanto os Verdes defendem a ecologia, o meio ambiente, a exploração sustentável de recursos naturais, combatem o aquecimento global, e que tais, qual é a proposta dos Piratas? Ora, a pirataria!, o que mais?

Lendo a entrevista que Sebastian Nerz — o grande vencedor da eleição — deu a Silvia Engels da Deutschlandfunk, é para ficar pensando seriamente naquilo que Einstein falou. Cito partes (minha tradução):
Deutschlandfunk: Transparência, isto é, tornar toda a informação pública e dar acesso livre e gratuito à Internet são as principais bandeiras dos Piratas. O que mais vocês têm a oferecer?
Sebastian Nerz: Primeiro, e mais importante, o Partido Pirata é pelos direitos fundamentais. Nós nos focamos nos direitos civis porque é uma área negligenciada pelos políticos.
DF: Isso é um tanto vago — todo partido democrático está comprometido com direitos fundamentais. Onde você acha que eles são negligentes?
SN: Em tudo! Nos últimos anos [pós 11/Set/2001] novas leis de segurança e vigilância foram aprovadas à custa dos direitos individuais; algumas aprovadas sem discussão real ou debate. A pergunta é, as leis atuais são razoáveis. O debate atual é sobre retenção de dados, com aprovação da maioria dos parlamentares do Bundestag [Parlamento Nacional Alemão] — sem se perguntarem se é uma boa ideia.
DF: Existem demandas que não estão no programa nacional do partido, por exemplo o transporte público gratuito em Berlim, a garantia incondicional de uma renda mínima [e.g. Bolsa Família] e a liberação do consumo de maconha. Como os Piratas planejam levar tais propostas para o plano nacional?
SN: É [será] um grande desafio. No plano nacional já concordamos com o ReSET, ou a garantia incondicional de uma renda mínima para todos. O transporte público gratuito também pode ser parte disso. Poder se locomover livremente pela Alemanha é um direito básico, mesmo quando é limitado por tarifas extorsivas. Se você vir quanto dinheiro é gasto no controle de bilhetes de transporte, verá que transporte público não é assim tão mau.
DF: Não, isso não soa mau, mas em vista do déficit orçamentário de Berlim, é bem ingênuo.
SN: Certamente o transporte público gratuito seria relativamente caro no início. Mas veja quanto o Estado joga no transporte individual, por exemplo quando constrói estradas, e se você considerar que as pessoas já estão pagando pelo transporte público — comprando passagens e pagando impostos — eu não acho que nossa proposta seja fora de propósito.
DF: Vários partidos de protesto se tornaram grandes decepções quando confrontados com a realidade. Como vocês pretendem evitar isso?
SN: Nós vamos continuar fazendo o que sempre fizemos. Nós tentamos criar estruturas abertas e transparentes e, nas reuniões do partido, nós discutimos intensamente sobre aquilo que fazemos. Agora mesmo estamos lutando para não sermos varridos. Se conseguirmos, não vejo porque não possamos ser um sucesso.
Resumindo o pensamento do pirata, uma colossal bobagem, um besteirol. Proselitismo barato e sem sentido, nonsense. Notem que o discurso é "tudo de bom para vocês". "Nós abriremos o cofre e repartiremos as riquezas entre os povos". Palmas, palmas, palmas! Quando o dinheiro acabar, acontece aquilo que a repórter da Deutschlandfunk bem salientou: "tornam-se uma grande decepção". O sujeito diz que "estradas são feitas para transporte individual" e quero crer que ele estava sob o efeito do último baseado para proferir tamanha estultice. E mais, cabe uma palavra sobre "tarifas de transporte extorsivas e controle de bilhetes": a tarifa é bastante módica e cobre todos os quatro sistemas de transporte. O tempo de espera médio é de 10 minutos e a tarifa mais barata cobre uma área equivalente à Grande BH. E mais, não há roleta! Você entra nos transportes e espera-se que esteja com o bilhete. Se um fiscal te pedir e ele não estiver, bem... você será preso! Nos mais de 20 dias que passei por lá, nunca me pediram, mas sempre o tive comigo. Cidadania começa nas pequenas coisas.

Eu não quero forçar a barra — reparem que nem mesmo grifei trechos da entrevista — mas parece que já ouvi essa história noutros lugares e noutras épocas. Nem vou citar nosso próprio balacobaco, mas notem como "certas propostas" dessas já foram ouvidas em Cuba, Venezuela, Bolívia, Equador... Os primeiros da lista já estão na fase da "grande decepção", os demais logo seguirão. Não há progresso possível com os "progressistas" pelo simples fato de que o maná não cai dos céus. Eles sempre falam em "distribuir riquezas", nunca em produzi-las antes de distribuí-las.

Para fechar, algumas palavras sobre o nosso próprio quintal: esse tipo de retórica também existe aqui. Por oito anos o lulopetismo surfou alegremente num Brasil com inflação debelada, um estado razoavelmente saneado — mas com muito ainda por fazer —, estatais privatizadas que pagam impostos e geram empregos ao invés de sacar fundos do Tesouro e fabricar "cabides", e um imenso potencial para crescer. É bom dizer que tudo isso foi conseguido em meio a quatro grandes crises internacionais no período entre os governos Collor-Itamar e FHC, período este em que o PT foi sempre CONTRA.

Pois bem, Lula teve oito anos com céu de brigadeiro, a economia mundial a pleno vapor, cofres cheios e tal. O país cresceu. Mas cresceu também a corrupção, o clientelismo, o roubo descarado do estado, o completo escárnio para com a opinião pública. Tal e qual um Rei Aúgias, ele criou seus bois imortais sem se preocupar com o acúmulo de excremento nos estábulos. Na bonança, Lula só produziu esterco, e o pior, não existe no Planalto um rio que possa ser desviado para limpá-los. Troque bois por votos, troque estábulos por curral eleitoral; o cheiro e a sujeira são iguais.

Contrário ao common sense, pouco ou nada foi feito em infraestrutura. As cidades estão atulhadas de carros e engarrafadas, o transporte público piorou, não há metrôs nem trens. Faltam-nos também estradas, ferrovias, portos, aeroportos... As obras do PAC ficaram no papel ou por terminar; de fato mesmo só o Bolsa Família, programa criado por FHC e desvirtuado por Lula para comprar votos e que o pirata alemão quer copiar.

Berlim, a cidade do pirata Nerz, tem dois sistemas de metrô independentes (um deles é privado), ônibus double-deckers e bondes, todos moderníssimos. São quatro sistemas de transporte público numa única cidade, tudo interligado e com bilhete único! É tão bom que é raro ver táxis nas suas ruas. A infraestrutura de transportes na Alemanha é exemplo para o mundo, nada que um pirata com discurso manco não possa destruir. Felizmente para os alemães, excrescências como esse Partido Pirata são como voos de galinha — feéricos e curtos — logo sobrevêm queda e decepção. Para mim, o PT é uma grande decepção e já deveria ter caído, mas Lula comprou todos os votos de que precisa.

O PT — como os piratas de lá — não construíram nada, estão destruindo o pouco que temos. Na Europa se elegem "Tiriricas" por bazófia ou tédio; nós por credo. Pois bem, saudemos nosso Pirata Lula, você não está só. Por todo esse universo há espertalhões como você e idiotas como nós. A estupidez humana é mesmo a maior grandeza do Universo.

Não haverá Justiça enquanto nos faltarem juízes

Há alguns dias foi noticiado, nas mais variadas mídias, que todas as provas reunidas contra Fernando Sarney — filho e braço direito do nosso Darth Vader —, sua mulher e empresas da famiglia, obtidas através de escutas judicialmente autorizadas, foram declaradas ilegais pelo Superior Tribunal de Justiça e anuladas. Segundo o STJ, nossa Polícia Federal cometeu um erro. Huuummm, deve ter sido um baita erro, embora a pulga atrás da minha orelha tenha dúvidas.

Segundo matéria publicada no Portal G1, esta é a versão do advogado dos Sarneys (grifos meus):
O advogado Eduardo Ferrão, que defende a família Sarney, a decisão que anulou as provas "em momento algum implica em impunidade". "O tribunal anulou as provas, mas deixou claro que as investigações devem prosseguir. (...) Os investigados têm maior interesse que as apurações continuem", disse Ferrão.

Conforme o advogado, o STJ considerou que as decisões que autorizaram as quebras de sigilo não foram "bem fundamentadas".

"Não pode haver uma devassa indiscriminada e por isso o STJ considerou que as decisões não estavam fundamentadas."

Ferrão lembrou que não se trata de decisão inédita, uma vez que já foram anuladas provas obtidas pela Polícia Federal em outras ações, como a Operação Satiagraha, que investigou o banqueiro Daniel Dantas, dono do Opportunity, e a Operação Castelo de Areia, que apurou supostas irregularidades relacionadas à atuação da Construtora Camargo Corrêa.
Verdade! quando a "justiça" livra um dos poderosos, não há nada de inétito. Inédito seria o contrário. É do Daniel Dantas, citado acima pelo advogado dos Sarneys, a frase:
“Só tenho medo da polícia e da primeira instância. Lá em cima eu resolvo.”
A frase acima foi tirada do artigo "Daniel Dantas: o homem que não erra nem mente", texto do brilhante jornalista Helio Fernandes que eu os convido a ler. No fim, o resultado foi o mesmo. "Lá em cima" esse pessoal resolve tudo. A polícia é manietada, os ladrões soltos e o [nosso] dinheiro roubado nunca é recuperado. Mas atenção: esta mamata não é pra qualquer um não. Justiça "boa" assim, só para quem pode pagar; não é "pra cidadão qualquer", como disse Sarney. É preciso muito dinheiro, tempo e influência para comprar a fidelidade de uma penca de togas. Muitas delas ganharam suas sinecuras pela interferência direta de gente como Sarney e Dantas, isso para me limitar aos dois.

O que mais me espanta são as razões alegadas pela "justiça colegiada" para detonar com todas as provas obtidas. A Agência Estadão relata:
A Polícia Federal informou que vai tentar refazer todas as provas levantadas contra o empresário Fernando Sarney, filho do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), na operação Faktor (ex-Boi Barrica) que foram anuladas pela Justiça.
O órgão ainda não tomou conhecimento das falhas apontadas pela Justiça, mas segundo o diretor executivo Luiz Pontel de Souza, irá seguir a decisão judicial:
- Não nos cabe questionar, mas cumprir integralmente a decisão judicial. Se for o caso, todo o inquérito será refeito.
O procedimento será idêntico ao adotado pela PF em várias investigações relevantes, entre as quais a Operação Satiagraha.
A anulação de parte da Boi Barrica ocorreu porque as provas foram baseadas na interceptação de e-mails de funcionários do Grupo Mirante, da família Sarney, que não eram alvo da investigação. Pelo menos dez mil correspondências teriam sido interceptadas.
Segundo a PF, todos os dados, inclusive as interceptações de e-mails, foram obtidos com autorização judicial.
Eu confesso que fiquei confuso. Em qualquer lugar do Brasil, atos ou omissões de funcionários de uma empresas são atos ou omissões DA EMPRESA. Se funcionários do Grupo Mirante tiveram seus e-mails interceptados — por ordem judicial, diga-se — era porque trabalhavam para a empresa da famiglia que estava sendo investigada. Não houve abuso, apenas diligência; apenas os juízes do STF entenderam que era hora de proteger o patrono. Na visão de Suas Excelências, só se poderia grampear e-mails enviados pela empresa... e eu fico imaginando como seria "Dona Mirante" — uma ficção jurídica — apertando a tecla ENTER. É cada uma...

Obedece quem pode, manda quem tem juízes

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Onde nasce a corrupção?

Como tudo que há de bom e ruim no mundo ela nasce de nós. Não adianta muito apontar um dedo, sempre haverão outros três apontados para nós mesmos. Resumindo: nós somos os culpados. E já que os somos, cabe a nós encontrar soluções. Vejamos alguns exemplos de causas e efeitos:

Obras no Maracanã pagariam três Itaquerões (Cláudio Humberto - 19/Set/2011)
Os sucessivos governos do Rio descobriram um campo fértil para torrar o dinheiro público em obras para empreiteiras amigas. O Maracanã passa pela terceira reforma geral em apenas dez anos, com custos que já somam R$ 1,1 bilhão, suficientes para construir três estádios novos do Corinthians (R$ 470 milhões cada), o Itaquerão. A Odebrecht papou duas reformas nesse jogo, nos governos Rosinha e Cabral.

Hum, a Odebrecht que "papou" duas reformas do Maracanã, é também a empreiteira que constrói o Itaquerão. Voltaremos a ela mais tarde. Agora faremos algumas comparações por ordem de grandeza:
  • Só esta reforma do Maracanã daria para construir mas de uma Alianz Arena (1,37 para ser mais exato), talvez o mais belo estádio do mundo. Se somássemos com as outras duas reformas já feitas — e que não serviram para nada —, além do custo de construção do Engenhão, acho que poderíamos fazer todos os jogos da Copa no Rio de Janeiro mesmo.
  • O Itaquerão, orçado acima por "módicos" meio-bilhão de reais, já é dado como inadequado pela FIFA. É que o projeto orçado foi para um estádio para 45 mil torcedores (para serem chamados espectadores eu exijo antes um teste de conforto) e a FIFA exige o mínimo de 65 mil. Ôpa! Para fazer esse puxadinho a Odebrecht quer um adicional e a obra vai aí para o 1 bilhão de reais. São só mais 530 milhões. O puxadinho é mais caro que a obra toda! Bestial, pá!
  • Outro exemplo, o Engenhão, também construído pela Odebrecht, custou a ninharia de R$ 380 milhões — 6 (seis!) vezes mais que o valor original orçado — para uma plateia de 46 mil torcedores. Dizem que será reformado para comportar 60 mil até as Olimpíadas. Alguém arrisca o nome da empreiteira?
  • E pensar que aqueles alemães primeiro-mundistas gastaram só 802 milhões de reais para fazer a Allianz Arena... E não fizeram em Itaquera não! É preciso voar por sobre aquele estádio para se ter uma real noção do que estou falando.
Bom, acho que deu para passar a ideia por trás dessas obras, nossas e deles. A questão é, por que elas são tão mais caras aqui? Note que eu "nem mencionei que elas são de pior qualidade também, só disse "mais caras". Se você disse "corrupção", acertou. Corrupção custa caro. Boa parte daqueles custos é dinheiro que foi, é ou será desviado para outras funções menos nobres como, por exemplo, financiamento de campanhas políticas e pagamento de palestras de ex-presidentes. Nossa Odebrecht, por exemplo, é a maior contratante das milionárias palestras de um tal de Luíz Inácio. Tem uma orelha minha à frente dessa pulga...

Mas Lula não é o único culpado; é só mais um. As campanhas políticas, por exemplo, são absurdamente caras aqui no Brasil, um país de dimensões continentais. Grandes também são os estados. Minas Gerais, por exemplo, tem aproximadamente o mesmo tamanho da França, o que não dizer de outros ainda maiores. É aí que o voto distrital pode ajudar e muito. Abaixo eu cito trecho de um artigo do Reinaldo Azevedo.

Voto distrital
A única — ÚNICA!!!—- maneira de baratear a eleição e, de fato, diminuir o peso do dinheiro (e, pois, as chances de corrupção) é o voto distrital. Por quê? Cada partido escolheria UM ÚNICO candidato em cada distrito. O país tem 513 deputados e, creio, terá em 2014 uns 127 milhões de eleitores. Grosso modo, cada distrito teria pouco mais de 247 mil eleitores. Em vez de ter de disputar eleição no estado inteiro, o candidato se concentraria naquela que é a sua área. A campanha ficaria mais barata, necessariamente — corrupção a menos. Não só isso: ele faria uma espécie de campanha majoritária; teria de convencer os eleitores e de ter efetiva representação numa determinada área. Cai a chance de um mero porta-voz de uma corporação ou de um lobby sair vencedor.

Outra medida saneadora — e que só vi citada aqui neste blog — é a proibição de doações para campanhas ou partidos políticos oriundas de pessoas jurídicas (i.e. empresas). Empresas, instituições, fundações e que tais NÃO VOTAM, então não há porque interferirem numa eleição com seu vultoso financiamento. E nós sabemos que as empresas, como a empreiteira mencionada acima (todas as empresas fazem o mesmo — só não as citei para economizar espaço e tempo), não jogam para perder. "Doam" para todos, à direita, à esquerda e ao centro, sem distinção. Não importa quem venha a ganhar, a "gentil doadora" saberá que tem como e onde cobrar. Nós, os contribuintes, pagaremos a conta no final.

Façamos assim então: removemos do processo de financiamento todos os intermediários, isto é, quaisquer formas de pessoas jurídicas. Também não é preciso qualquer Financiamento Público, como defende o PT. É só mais um intermediário para o nosso bolso. Retirados os middlemen, faríamos doações a quem nos aprouvesse, por sua simpatia, lábia ou, em última análise, por suas propostas. Erros e acertos por nossa conta, tudo ficaria bem mais barato. Nos EUA empresas não podem contribuir e mesmo as pessoas físicas têm um teto de contribuição. Se com todo esse cuidado eles ainda têm corrupção, imaginem se lá fosse como aqui. Deu até medo...

Olhando a coisa assim, não é de se admirar que paguemos tanto e obtemos tão pouco. Cada vez mais, ano após ano, campanha após campanha, a corrupção suga nossos recursos e nossas esperanças. Não é à toa que Millôr Fernandes disse uma vez "O Brasil é uma sucessão de governos médios; o atual pior que o que passou, mas ainda melhor que aquele que está por vir."

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Eu pensava que era inocência, mas é só burrice

O festival de besteiras nesta sexta-feira está de matar. Quando eu penso que vou poder descansar, surge uma estultice ainda maior. Agora é o pai da CPMF defendendo a volta da CPMF. Já estou até tomando café porque a noite será longa. A matéria está no Portal Terra, reportagem de Dayanne Sousa. Os grifos são meus.

Jatene: Carga tributária do Brasil é insuficiente para saúde

Ministro da Saúde nos governos de Fernando Collor e Fernando Henrique Cardoso, o médico Adib Jatene defende a necessidade de uma nova fonte de recursos para a saúde. Principal nome por trás da extinta CPMF, ele afirma que a carga tributária brasileira não é exagerada.

"Os gastos pra saúde são absolutamente insuficientes", disse o cirurgião cardiovascular a Terra Magazine. Nesta quinta-feira (15), ele esteve no lançamento do livro 40 anos de medicina: o que mudou?. A publicação traz entrevistas de Jatene e do atual ministro Alexandre Padilha.

Para Jatene, a possibilidade de criação de um novo imposto que gere recursos para a saúde não pesa sobre a carga tributária do país.

- Não é verdade que a carga tributaria é alta demais. Não é verdade que ela é de 35%. Porque essa conta inclui a Previdência Social e isso não é dinheiro do governo, é dinheiro dos aposentados. Se você tirar isso, fica com uma carga tributaria que é de 20% ou 22%, o que é absolutamente insuficiente.

Para quem quiser ler a íntegra, clique aqui. Tem mais besteiras do Jatene lá.

Jatene, eu vou participar da próxima cirurgia cardiovascular que fizer. Se for no ministro Padilha, será melhor ainda. Agora, sem mais brincadeiras porque não sou irresponsável como você: vá catar coquinhos!

Este boçal nos legou o mais injusto dos impostos por 13 anos (com breves lapsos), não comprou uma única aspirina para melhoria da Saúde, e agora quer reviver o defunto e dar aulas de política tributária. O que foi, cara-pálida? Operaram o seu cérebro para dizer que a carga não é escorchante? Ou foi isso ou você está capitaneando a esquadrilha da fumaça da PUC-SP.

Tem gente que tem cheiro de...

Vou adotar o grito de guerra do Reinaldo:  Não, vocês não podem!

Hein?!

Alguém me belisque! Será que eu li direito a Exame?
Companhia japonesa exportará etanol dos EUA ao Brasil
Itochu planeja começar a operação no início de 2012.
Segundo a empresa, a oferta de etanol no Brasil
não acompanha a alta da demanda
Tóquio - A companhia japonesa Itochu planeja começar a comprar etanol dos Estados Unidos para exportar ao Brasil, segundo informou o jornal The Nikkei em sua edição de sábado. O objetivo é iniciar o projeto até o início do ano que vem. O etanol importado dos Estados Unidos será fornecido ao mercado por meio de rotas de venda com que a operadora japonesa já trabalha no Brasil.

Íntegra aqui
Bestial, pá! E eu ainda me lembro que o Lula reclamava com o Bush e o Obama por conta da sobretaxa ao etanol nacional exportado para lá. Vai ver ele falava de outro álcool ou estava sob seus efeitos. Ele é o cara! Êita!

Lupi comemora aumento de IPI para veículos

Pois na minha modesta opinião, o ministro do Trabalho e Emprego (um dia alguém ainda vai me explicar o porquê dos dois nomes) deveria ficar preocupado. Aumento de imposto sempre produziu desemprego, mas isso deve ser apenas um detalhe para aquele ministério. Diz a reportagem da Exame (grifos meus):
Na opinião de Lupi, a melhor forma de se evitar o contágio da crise internacional no Brasil é por meio da proteção ao mercado interno.
Explicando o inexplicável
O ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi, comemorou a decisão do governo de adotar medidas para proteger a indústria nacional de produção de automóveis. "A decisão foi acertada, pois está privilegiando emprego e renda no Brasil", avaliou o ministro, segundo informou sua assessoria. Na opinião de Lupi, a melhor forma de se evitar o contágio da crise internacional no Brasil é por meio da proteção ao mercado interno.

Íntegra aqui.
Esse pessoal do governo devia ser mandado de volta para o século IXX. Não existe mais isso de "indústria nacional". Toda indústria automobilística é GLOBAL. Carros nacionais são feitos com componentes importados e vice-versa. O que incomoda à indústria local são os carros chineses e coreanos que estão chegando aqui a preço de carro popular e estampa de topo de linha.

Fica também difícil explicar para a população brasileira por que lá fora se produzem carros tão melhores e tão mais baratos. E nem se pode usar a mentira de que "a China usa mão de obra escrava", porque é sabido que a Coreia não usa e eles estão ali, pau a pau.

Das duas, uma: a indústria "nacional" devia explicar que não consegue produzir carros melhores e mais baratos por conta do Custo Brasil (impostos excessivos, excesso de encargos empregatícios, custos logísticos proibitivos, corrupção, burocracia, etc.) e, portanto, precisa de um subsídio adicional de 23%, ou o governo devia reconhecer que não está aqui para fazer reformas, resolver problemas de infraestrutura, reduzir impostos e o arrocho sobre a população, e sim para meter a mão no bolso do contribuinte.

Nenhum posto de trabalho será perdido ou criado. Pensando bem, é bem provável que se percam alguns na rede de concessionárias daqueles veículos importados. É bem sabido que uma montadora gera muito mais empregos indiretos que diretos, mas o Lupi e o MTE devem estar se lixando pra isso.

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Darth Vader existe e usa bigodes

Lembro-me, como se fosse hoje, o início da saga "Guerra nas Estrelas" (Star Wars) de George Lucas. Eu estava a caminho para a UCMG (hoje PUC-MG) onde cursava Engenharia Mecânica. Estava lá, enorme, lindo, o outdoor que anunciava o filme. Contei os dias até a estreia, assisti aos episódios várias vezes...

Sempre gostei de sci-fi (ficção científica), não importa se em livros, filmes, séries de TV ou desenhos animados. Até então, o ápice tinha sido a série "Star Trek" na TV (assisti a série toda, várias vezes) e minha coleção de livros Perry Rhodan (várias centenas de livros de bolso) que acabei por doar à Biblioteca Municipal, mas Guerra nas Estrelas foi um caso à parte, principalmente por seu vilão — Darth Vader — a essência da maldade, da crueldade, do desprezo e da arrogância. Não bastasse tanto mal assim numa só "pessoa", tanto ódio, ele ainda era muito poderoso. Seu poder era imbatível; sua força, inigualável. Ele era um Cavaleiro Jedi que abraçara o "Lado Negro da Força"; tornou-se um Sith.

Nunca uma definição foi tão apropriada

Dizem que a vida imita a arte, ou seria o contrário? Não importa. A mensagem por trás da história de George Lucas é que A Força está aí, para ser usada para o Bem ou para o Mal. Aqueles que têm o dom ou acesso a ela fazem a escolha. Aqui também é assim — a muitos foi dada a Força — pena que foram poucos que fizeram algo bom. Infelizmente, para nós, faltam-nos heróis, sobram-nos vilões.

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

O DNA da corrupção

Por que não estou surpreso com mais este escândalo?

Porque não há nada de novo no que fez Pedro Novais. Ele, e muitos outros antes dele, fizeram, fazem e farão. Vai muito além das suas forças (deles), está no DNA. Mas o que fez Pedro? Segundo matéria da Folha de terça-feira (13), o ministro foi denunciado por suposto uso indevido de dinheiro público. Novais pagou uma governanta com recursos da Câmara dos Deputados (i.e. nossos dinheiros) durante sete anos! O mesmo informativo publica hoje que a mulher de Novais usaria como motorista particular um funcionário lotado no gabinete de um aliado de Novais, o deputado Francisco Escórcio (PMDB-MA), sabe-se lá por quanto tempo. Doeu?!

O ministro do Turismo, Pedro Novais: fim da linha ( Roberto Stuckert Filho/PR)

Mas "fim da linha" só?! Devia-se mandar prender o pilantra, sua mulher, o motorista e aquele deputado "aliado", todos por peculato. E isso só para começar, porque se olharem com cuidado, vão encontrar muito mais sujeira sob aquele tapete.

Vida de deputado não deve ser muito fácil. Uma pesquisa rápida pela Internet me revelou o quanto custa por mês ao erário, que é como chamam nosso bolso, uma figura abjeta dessas:
  1. Salários (último reajuste foi de 61,7%): R$ 26.700,00
  2. 13º, 14º e 15º salários (3 × 26.700,00 ÷ 12): R$ 6.675,00
  3. Auxílio moradia (deputado = sem teto): R$ 3.000,00
  4. Cota telefônica: R$ 4.000,00
  5. Passagens: R$ 9.000,00
  6. Jornais e revistas: R$ 1.000,00
  7. Assistência médica: R$ 8.000,00
  8. Verba indenizatória: R$ 15.000,00
  9. Verba de gabinete (i.e. aquela que pagou a doméstica e o motorista): R$ 60.000,00
In totum, sai por módicos R$ 133.375,00 e os ilustres representantes (Ha! Ha! Ha!) só pagam imposto de renda sobre o "salário". É bom deixar claro que nem todos os valores acima são exatos, mas são suficientemente próximos para lhes passar a ideia.

Então, se é este o custo mensal de cada um dos 513 "ilustres", somente a Câmara Baixa consome R$ 68.421.375,00 por mês. Notem, este custo é apenas o dos ilustres deputados. Anualizado, o saque ao Tesouro monta a estratosféricos R$ 821.056.500,00. Mas quanto nos custaria o Congresso? Um estudo da ONG Transparência Brasil, com dados de 2007 (estranhamente não se encontra nada mais recente) diz que o Congresso consumiu R$ 6.068.072.181,00 naquele ano. Ora, isso são valores bem antes do aumento de 61,7% — que é bom dizer — aplica-se aos parlamentares e aos funcionários daquelas Casas. Deixo a matemática com vocês, mas uma cifra dessas é tão alta que deve ser expressa como percentagem do PIB.

Eu não quero ficar com picuinhas. Deputado, Senador — não importa —, merecem receber justo pagamento pelo seu tempo. Todo trabalho merece paga. Ponto. O que incomoda a todos nós, estou bem certo disso, são os adereços do salário que cada um deles leva. Se os ilustríssimos precisam de todos aqueles badulaques, COMPREM-NOS COM SEU PRÓPRIO DINHEIRO, não com o nosso. O nosso, senhores, custa muito para ser ganho.

É justo que um parlamentar receba seu salário de R$ 26,7 mil mais o 13º e as férias. Um bom plano de saúde também é lícito, mas não precisa ser um que custe R$ 8 mil por mês. Se quiser UTI aérea que pague do seu bolso. Digamos que cubra o atendimento em Brasília, que é onde o ilustríssimo é esperado para trabalhar. Para outras praças, use o próprio bolso. Resumindo, uns R$ 30 mil por mês cobriria TUDO muito bem. Se Vossas Excelências acham pouco, largue para lá essa coisa de ser parlamentar e abram uma consultoria — o Palocci pode dar dicas. Ficou bem melhor assim, bem mais republicano. Dos atuais R$ 133.375,00 mensais para "módicos" R$ 30 mil, uma economia de 77,51%. Belo exemplo!

Mas o que estou dizendo? Tudo isso aí são conjecturas. O cerne da questão não é nem o custo absurdo daquela casa. O real problema é a CONIVÊNCIA de todos que a habitam quando o negócio é roubá-la. São TODOS cúmplices — sem exceção — ou querem que eu acredite que o "colega deputado", o garçom do cafezinho, a moça do xerox e o ascensorista daquela casa, não sabiam que a "doméstica" do Novais e o motorista da mulher do Novais estavam na mesma folha de pagamento deles. Muitos sabiam e se calaram. A começar pela "doméstica" e pelo motorista, muitos se calaram para manter a conveniência das migalhas que caíam — por sete anos ou mais — do cocho dos Novais.

O crime é tanto por ação ou omissão. Somos um país de criminosos, ou de omissos quando muito. Ou isto muda ou está em nosso DNA.

terça-feira, 13 de setembro de 2011

A Beócia é aqui!

Já falei noutro artigo sobre os beócios, denominação dos naturais da Beócia, etc. Os beócios eram tidos em baixíssima conta pelos atenienses que os qualificavam como "de espírito pouco cultivado, indiferentes à cultura; grosseiros, boçais" (Houaiss). A má fama desses povos atravessou os milênios e seu nome hoje serve para adjetivar, via de regra, os toscos, ignorantes, grosseiros e boçais.

Tratar mal assim um povo, convenhamos, só podia ser mesmo coisa de atenienses, a zelite da Grécia na época. Eram de lá os sábios e os grandes filósofos; foi de lá que brotaram grandes ideias, como uma tal de Democracia. Na Grécia tinha também outro grande povo, os espartanos, cujo nome também atravessou os milênios para adjetivar as virtudes da austeridade, do rigor e do patriotismo (Houaiss). À sua moda, Esparta também tinha sua zelite, nada tão refinado como em Atenas, mas ainda assim, zelite. Diz a lenda que espartanos "não-conformes" eram atirados do penhasco ao mar. Rude, mas eficaz.

Berço da cultura, sabedoria, da austeridade, do rigor e do patriotismo, a Grécia podia nos poupar dos beócios. Mas não, o pacote veio completo. Está por conta do destinatário separar o joio do trigo. Assim, em alguns lugares, a maioria dos cidadãos são honestos, procuram se aprimorar pelo estudo e pela boa prática, são austeros com seus recursos e ainda mais austeros com os recursos alheios, usados com parcimônia e rigor para obtenção do bem comum. Exemplos simples, patrióticos, de como deve ser uma Nação.

E a Democracia? outro presente grego. A Democracia tem um defeito. Para dar certo, ela precisa que a grande maioria de uma sociedade seja de homens de bem, que cultivem bons valores como a educação, a cultura, as ciências. Que sejam gente honesta e proba, legião de trabalhadores. Temos esse "material" aqui, falta-nos a quantidade. Não é suficiente que sejam uma coisa ou outra — é preciso ser tudo.


Não é de se admirar que nosso País esteja vivendo tamanha crise de valores tal é a quantidade de escândalos, de malfeitos e malfeitores. Não é possível existir uma "Democracia de Boçais", ao menos não uma que funcione e viceje. Ou mudamos a qualidade do povo ou continuaremos República da Beócia.

País rico é país sem pobreza


Quando já se pensava que estava morto, descobre-se que está morto mesmo

O histriônico ex-Ciro vez por outra arruma espaço na areia da mídia para latir à caravana que passa. É de ontem a nota publicada na coluna do Cláudio Humberto:
Ciro Gomes critica política monetária
O ex-deputado federal Ciro Gomes (PSB-CE) comentou nesta segunda  (12) a política monetária do governo da presidenta Dilma Rousseff.  Durante um evento e com a presença de mais de cinco mil pessoas, em  Fortaleza (CE), Gomes classificou a política cambial de “estúpida” e a  monetária de “criminosa”. "O grande problema brasileiro é a  descoordenação absoluta, uma política de câmbio completamente estúpida,  provocada por uma política monetária criminosa, porque o mundo inteiro  está com taxa de juros negativa e o Banco Central brasileiro  administrando a mais alta taxa de juros do mundo”, criticou.
Como de hábito, ex-Ciro nos assalta com sua contumaz verborragia ininteligível, inconsequente e irresponsável. Ele adora apertar o gatilho da sua metralhadora, não importa o alvo. Quer fazer barulho para que saibam que está vivo. Está?!

Ele fala, fala... e não diz nada. Não apresenta soluções, nem alternativas; não aponta culpados. Nada! Talvez porque seja um nada mesmo. Na sua visão patética, "a política cambial é estúpida". Ora, é mesma política estúpida adotada por todo o mundo desenvolvido. Para Ciro, errado é o mundo, desnecessário dizer quem é o certo. Estará a defender aquelas políticas do atraso (lembrem-se que ele é de um partido "progressista"), como as de câmbio fixo e portos fechados? Nada como uma "reserva de mercado" para privilegiar seus "financiadores"...

E a política monetária então? Preciso lembrar ex-Ciro de que ele já foi Ministro da Fazenda? Foi só por quatro meses — não fez nada —, mas conseguiu manter quente a cadeira até o início do governo FHC. De lá pra cá ex-Ciro não fez e não faz. Ninguém nem liga muito para ele. E pensar que já esteve "na ponta" da corrida para a presidência. O Brasil não é nem um pouco sério...

Assim como existem pessoas que não acreditam que o Homem já foi à Lua, também existem aqueles que acham que a taxa Selic só existe para encher as burras dos banqueiros. Não me admiraria de ver ex-Ciro entre elas. Mas a Selic, atualmente em 12% a.a. está neste patamar porque os governos precisam se financiar. É a velha e batida Lei dos Mercados — oferta e procura.

Num outro artigo eu falei sobre tributação excessiva e insuficiente. Basta se informar sobre Custo Brasil que vocês saberão sobre o que estou falando. Apesar de "garfar" 40% do PIB, via tributos, o Estado Brasileiro precisa se "financiar" com a agiotagem. Razões para isso? São muitas, mas nomearei duas: CORRUPÇÃO e INCOMPETÊNCIA. Se resolvermos a primeira, a segunda se resolve.

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Acredite se quiser...

Emenda 29 evitará desvios da saúde feitos por governadores e prefeitos

Ha! Ha! Ha!  Agora conta outra...

Eu só queria entender...

Deu no Cláudio Humberto de hoje:
CPMF para quê?
Uma “limpa” nos devedores da Previdência bastaria para livrar o Brasil de novo imposto: a dívida ativa previdenciária atinge R$ 146 bilhões. O Estado do Rio deve R$ 405 milhões. Volks e Bunge devem mais de R$ 100 mi. Protela, paga um pouco ou joga o “podre” em nova empresa.
Em outras palavras, a Previdência tem dinheiros a receber, e mais, de quem pode pagar. Por exemplo, o Estado do Rio de Janeiro recebe uma nota preta em royalties do petróleo. Basta interromper o pagamento desses royalties até a quitação da dívida. A Volks e o Grupo Bunge, idem. Basta confiscar suas remessas de lucros, por exemplo. E ao contrário do que muitos pensam, não é in dubio pro reo. Aqui cabe in dubio pro fiscum! Infelizmente, o Estado ainda prefere nosso bolso. Somos mansos e dóceis. Tem até um ditado que nos cai bem: "Quem muito se abaixa, a bunda aparece." Ô!

Em tempo: Serginho Cabralzinho, o governadorzinho, é um dos CANALHAS que advogam o retorno da CPMF. Nas suas palavras, "o fim da CPMF foi uma covardia contra a população". Canalha, mentiroso e cara-de-pau. Pagar o que ele deve, não quer — desconversa — enquanto bate a nossa carteira.


Mas ainda tem mais. No CH de ontem, tem Dona Dilma falando do imposto nefasto:
Dilma: 'Eu nunca dei nada sem querer'


DILMA DIZ SER CONTRA A CPMF (ABr)

Durante entrevista ao Fantástico, da Rede Globo, a presidenta Dilma Rousseff negou ter sido forçada a atender exigências de aliados. "Eu nunca dei nada a ninguém que eu não quisesse". Ao ser questionada sobre pressões dos partidos de sustentação do governo, Dilma respondeu que não se sente refém das bancadas aliadas no Congresso. Sobre a corrupção ela disse que "jamais se encerra" e que não gostaria de trocar mais ministros, depois da saída de quatro deles em apenas três meses. Dilma também rejeitou o termo faxina para as ações contra os escândalos do seu governo. "Faxina começa às 6h da manhã e, às 8h, ela já acabou", comparou. Sobre a CPMF Dilma disse que é "um engodo", por não ter destinado recursos para a saúde, e se disse contra o imposto. Lembrou, no entanto, que o País terá que encontrar uma nova fonte para suprir o "inexorável" aumento de gastos no setor. [...]

Pois bem, Dona Dilma, está aí a sugestão do CH e que eu endosso. Mande o seu Ministro da Previdência cobrar as Dívidas Ativas e depois a gente conversa...

Aqui, nem todo mundo é otário.

sábado, 10 de setembro de 2011

Antes de arrumar a casa é preciso ter a casa


Ano após ano e a coisa se repete: o Brasil é uma eterna casa desarrumada. É uma bagunça, uma esculhambação. Quase tudo está por fazer. Eu digo “quase” por pura preguiça de pesquisar. Fosse a fundo – sem exageros – eu afirmaria que “tudo” está por fazer, mas deixo o “quase” pelo benefício da dúvida e pela macunaímica preguiça de todos nós.

Passou-se o 7 de setembro, nossa maior data nacional, e a imprensa noticiou protestos contra a corrupção em todas as principais cidades do País, Brasília inclusive. Dizem até que lá a presidente saiu mais cedo para evitar os protestos e, quem sabe, as vaias. Tenho minhas dúvidas que fora este o motivo, afinal, Dilma faz bem o tipo do “bateu-levou”; o mesmo não se pode dizer da sua base-aliada, ministros e que tais. O fato registrado – entretanto – foi que “Dilma bateu em retirada”. Para mim, pegou muito mal, mas não sou eu naquelas saias.

Mas voltemos aos protestos. Protestar contra a corrupção, a roubalheira, a cretinice, o crime, o jogo, a pedofilia, os homófobos, xenófobos, políticos, sem-terra, com-terra e por aí vai, tem a mesma eficácia de protestar contra o mosquito da dengue. É isso mesmo! Você pode não gostar do mosquito, pode até temê-lo, pode gritar contra ele e ameaçá-lo de morte, mas se você não arrumar sua casa, e mais, se o seus vizinhos também não o fizerem, o ædes ægypti aparecerá para chupar seu sangue. E se for só sangue, está de bom tamanho, porque ele também poderá inocular vírus de ao menos duas doenças letais: dengue e febre amarela. Feito o silogismo, o resultado prático é um zero redondinho.

Existem soluções? Claro! Ao menos uma solução existe e, no nosso caso, tem defeito sério de nascença. Chama-se democracia representativa, mas falar de representação no Brasil é o mesmo que contar uma piada de mau gosto. Vamos nos ater aos regimes pós-ditadura que começam com a eleição de Tancredo e a posse de Sarney. Eu sempre achei que houve ali alguma sorte de prestidigitação, mas era tal a vontade popular de eleger e empossar um Presidente que fizeram vistas grossas. Digamos que empossar Sarney não tenha sido muito fiel às regras do jogo, ipsis verbis virgulisquæ.

Parte dos males vêm do nosso ordenamento jurídico: “se não está escrito, então não existe.” Este positivismo exacerbado faz da Lei aquilo que quase sempre é: letra morta. Juízes são meros leitores de códigos; não possuem liberdade nem mesmo para aplicar a pena. Tudo tem que estar escrito, letra a letra, vírgula a vírgula. Não se pode fazer Justiça assim, de forma absoluta, posto que é valor relativo. Da mesma forma que é o dolo que faz do ato violento crime, é a justa pena que lhe dá reparação. Nós sabemos que isto não acontece; nunca acontece.

Não digo que democracia é ruim, mas aqui é. Aqui ela não é nem representativa, nem proporcional. Pelos condões do nosso sistema político esdrúxulo, não somos representados nem por nossos vereadores, teoricamente cidadãos da mesma urbe. Você sabe: vota-se num, elegem-se outros. Se assim é, não há qualquer vínculo, compromisso, nada. O mandato é fátuo, uma falcatrua.

Já disse aqui que sou pelo voto distrital, já seria um bom começo, mas ainda é preciso algo mais. Nós precisamos de uma reforma completa – uma nova casa –, porque a que está aí é impossível de se arrumar. Não dá para continuar a fazer “puxadinhos”, remendos e embondos. É caso de derrubar e fazer certo desde o chão. Não precisa inventar algo totalmente novo. Foi querendo ser “original” que fizemos o monstrengo que aí está. Existem boas “plantas” aí que podem ser copiadas. Eu gosto muito de usar uma como exemplo: a “casa” dos Estados Unidos da América. Territorialmente, é muito parecida com a nossa. Ambas são da mesma idade; mesmo material de fabricação (imigrantes) e são divididas em cômodos autônomos (estados [con]federados). A diferença essencial está no projeto arquitetônico. Vejamos algumas diferenças:

  1. Os EUA são uma confederação de estados independentes. O Brasil é uma federação de estados dependentes. Grosso modo, lá, cada estado cuida de si – arrecadam e aplicam seus tributos in loco –, recorrem à União naquilo que lhes falta. Aqui, tributos são enviados para a União e aquilo que lhes falta (ou seja, quase tudo) precisa ser “garimpado” pelos nossos representantes (deputados, senadores, lobistas e até governadores), um beija-mão como nas antigas cortes monárquicas.
  2. Nos EUA o número de representantes (deputados) é fixo. São 435 cadeiras com mandato de dois anos. Cada um dos estados tem direito a um mínimo de 1 (uma) cadeira. Como são 50 estados (territórios e protetorados têm um representante sem direito a voto), as demais 385 cadeiras (435   50) são distribuídas proporcionalmente à população de cada estado e ajustadas conforme censo decenal. E no Brasil? Bom, aqui é o seguinte: cada estado tem o mínimo de 8 e o máximo de 70 representantes, sendo o número de cadeiras determinado pela população de cada estado. Não há limite para o total de deputados. Vamos tentar explicar as diferenças do sistema representativo de cada um.
    1. Nos EUA, a eventual criação de um novo estado não cria mais cadeiras na Câmara Baixa. As mesmas 435 deverão ser redistribuídas. No Brasil, um estado cuja população for de 8 pessoas (estou exagerando), todas as oito serão deputadas federais. A Câmara passará de 513 deputados para 521, com todos os ônus.
    2. Nos EUA, pelo último censo, 709.760 habitantes são representados por um deputado, em média. Na verdade, o maior número é de 999.243/deputado (Montana, com 1 deputado) e o menor, 526.284/deputado (Rhode Island, com 2 deputados). A razão do maior pelo menor é de 1,9. Traduzindo, um voto de Montana vale aproximadamente a metade de um de Rhode Island. Aqui já é um “pouco” diferente. Cada deputado deveria representar a 362.013 habitantes, mas estado a estado, razão e proporção chegam a ser ridículos. O estado mais populoso, São Paulo, tem 70 representantes (o máximo), o que dá 570.344/deputado. O menor, Roraima, tem 8 deputados (o mínimo), cada um representando 53.175 habitantes. A razão do maior pelo menor é de 10,73. Traduzindo, os cidadãos de São Paulo têm, proporcionalmente, menos representantes na casa legislativa que os de Roraima (70 ÷ 10,73  6). Surpreso?! Não conheço prova mais cabal da nossa democracia não-representativa. Se quiser saber mais, dê uma olhada aqui.
  3. Eu ia entrar fundo no Senado, mas o texto já está longo demais. Vou resumir assim: nos EUA são apenas 2 (dois) senadores por unidade da federação e não existe aberração da suplência, nem senador para o DC. Total: 100 senadores com mandato de 6 (seis) anos. Aqui é um pouco “melhor”: são três por estado (mantiveram a aberração do biônico da ditadura) e mais três para o DF, outra aberração. Total: 81 senadores com mandato de 8 (oito) anos.
Uma mudança tão radical passa por ampla consulta à população. Mais até. Passa pela melhoria desta mesma população, o que envolve educação, informação, debate. Precisamos crescer como NAÇÃO, como país já somos grandes. É preciso dar um basta a esta tutela do estado – não somos mais crianças. Cuidamos tão bem de nós próprios, como não seremos capazes de cuidar do nosso País, da nossa Casa? É hora de começar a conscientizar o povo que não está tudo tão bem assim. É preciso dizer-lhes que uma mentira repetida muitas vezes não se torna verdade, e de que aquele cara – aquele que se acha “o cara” – só quis mesmo “se arrumar”, e diga-se, fez um excelente trabalho – arrumou-se muito bem.

Agora é a nossa vez !!